Sukuna se levantou do trono, seus passos pesados ecoando pelo salão. "Vamos, garoto. Tenho algo para lhe mostrar."
Sem muitas opções, Yuji seguiu Sukuna, observando com cautela cada movimento dele por trás de suas costas amplas. Saíram do salão principal e adentraram uma área externa do santuário.
À medida que caminhavam por um elaborado jardim, Yuji não pôde deixar de se surpreender com a beleza das flores e a serenidade do local. Era um contraste desconcertante, pensar que alguém tão cruel e implacável poderia criar algo tão belo.
"Por que você tem um jardim assim?" Yuji não pôde conter sua curiosidade enquanto admirava as flores exóticas.
Sukuna lançou-lhe um olhar de canto de olho, observando sua reação. "Hmm. Até mesmo alguém como eu pode apreciar a estética."
Yuji permaneceu em silêncio, processando a resposta enquanto continuavam pelo jardim. Era difícil reconciliar a visão daquele jardim com a reputação sangrenta e temível de Sukuna.
Ao chegarem a uma área mais afastada do santuário, Yuji notou uma mudança na paisagem. O cenário verdejante do jardim deu lugar a um amplo campo aberto, rodeado por árvores altas.
"Sabe, garoto, apesar do que você pode pensar, a força é crucial neste mundo. Venha, vou lhe mostrar algo."
Sukuna conduziu Yuji até o que parecia ser um campo de treinamento. Estruturas de madeira estavam dispostas de maneira estratégica, simulando obstáculos e alvos de treinamento.
"O treinamento é essencial para sobreviver. Mesmo alguém com suas habilidades naturais precisa aprimorar suas habilidades." Sukuna falou, sua voz carregada de uma sabedoria antiga.
Yuji, embora ainda cauteloso, começou a perceber que havia mais camadas em Sukuna do que a crueldade que ele expressava. Talvez, como as flores em seu jardim, Sukuna também fosse uma complexa tapeçaria de luz e escuridão, talvez.
"O que você quer de mim, Sukuna? Por que me mostrar isso?" Yuji perguntou, seus olhos fixos nos obstáculos diante deles.
Sukuna sorriu, um sorriso que revelava um vislumbre de interesse genuíno. "Você é a noiva, Yuji, mas isso não significa que não possa ser útil. Se pretende sobreviver neste mundo, mostre-me o que sabe fazer."
Ele parou em sua frente e fez uma posição de lutar, estendeu uma das mãos o provocando.
Quando Yuji viu aquela posição familiar seus olhos se encheram de sangue ao lembrar do corpo de Sensei Gojo no chão em meio a batalha.
Ele fechou fortemente os olhos em meio às lembranças e apertou os punhos antes de olhar rigidamente para o assassino à sua frente.
Sukuna levanta uma sobrancelha em curiosidade para a postura do garoto que antes com confusão e desconfiança mudou da água para o vinho, sua energia amaldiçoada parecia bastante com a dele e aumentava a cada segundo. Seus olhos mostravam profunda raiva, angústia e desejo de…vingança, ele conhece completamente esse olhar.
Os punhos de Yuji tremiam ligeiramente, mas ele canalizou sua raiva e dor em força. A determinação substituiu a confusão em seus olhos quando ele se posicionou para a luta. Sukuna observava com um interesse crescente, como se algo na atitude de Yuji tivesse despertado sua atenção.
"Você está finalmente mostrando algum fogo, garoto. Vejamos se consegue suportar."
Antes que Yuji pudesse responder, Sukuna avançou com uma velocidade surpreendente, sua mão estendida para agarrar o pescoço de Yuji. Em um instante, eles estavam em um confronto rápido e feroz.
Os movimentos de Sukuna eram precisos e letais, mas Yuji, alimentado pela fúria e pela determinação, encontrou forças que nem sabia que tinha. Ele bloqueou os ataques, respondendo com golpes rápidos e poderosos.
A cena era uma dança perigosa entre dois adversários poderosos, cada um buscando testar as habilidades do outro. Os sons dos golpes, os movimentos ágeis, ecoavam pelo campo de treinamento enquanto a natureza ao redor parecia observar o embate tenso.
Sukuna, mesmo sorrindo durante a luta, não subestimou Yuji. Ele queria testar os limites do jovem feiticeiro, entender o que o impulsionava. A luta continuou, e ambos estavam imersos em um confronto que ia além do físico.
No calor da batalha, Itadori desencadeou um Kokusen em um dos braços de Sukuna, causando um impacto significativo e doloroso. Aproveitando a oportunidade, Sukuna revidou agarrando Yuji com ambos os braços e, com destreza surpreendente, segurou sua mandíbula com a outra mão.
"Bom garoto. Você tem potencial." Sukuna falou, sua voz filtrada pela resistência que Itadori estava oferecendo.
Itadori, com os punhos cerrados e respiração pesada, não desviou o olhar do Rei das Maldições.
"Não pense que vai me dobrar tão facilmente. Eu não sou seu brinquedo." Itadori rosnou, seus olhos ardendo com uma determinação feroz.
"É assim que eu gosto, garoto. A resistência faz as coisas mais interessantes." Sukuna disse sorrindo.
Ele não podia deixar de admirar não apenas a força, mas também a aparência do jovem. O Rei das Maldições ajustou-o em seus braços, inclinando a cabeça para examiná-lo mais de perto. Os olhos de Sukuna percorreram os traços de Yuji, e uma expressão sutil de intrigante apreciação apareceu em seu rosto.
Itadori, enquanto preso nos braços de Sukuna, sentiu-se sem jeito com o olhar avaliador. Era uma situação peculiar, estar tão próximo de alguém que era, ao mesmo tempo, uma ameaça e uma figura enigmática.
Antes que a tensão pudesse aumentar ainda mais, Itadori canaliza sua energia amaldiçoada, aproveitando a brecha para escapar dos braços de Sukuna. A sensação de liberdade foi breve, mas o suficiente para que ambos os combatentes se afastassem, criando uma distância respeitosa entre eles.
Sukuna, após um momento de pausa, começou a rir, uma risada que ecoou pelo campo de treinamento. Era uma risada cheia de malícia, como se ele estivesse se divertindo com o desafio que Itadori representava.
" Pode ser que essa noiva ofereça mais do que eu esperava." A voz de Sukuna era carregada de um tom quase elogioso, algo inesperado vindo do Rei das Maldições.
Itadori, por outro lado, estava ofegante, mas sua expressão era de determinação. Ele encarou Sukuna com firmeza, recusando-se a demonstrar fraqueza.
"Eu não estou aqui para ser sua noiva, e você não pode me controlar." As palavras de Itadori eram como um desafio, e ele as pronunciou com uma resoluta confiança.
Sukuna riu, uma risada que ecoou pelo campo de treinamento. "Oh, garoto, você pode ter mais dentes do que eu imaginava. Mas lembre-se, neste mundo, a força é o que importa. A determinação é um adorno bonito, mas sem poder, ela é inútil."
Itadori cerrou os punhos, resistindo à provocação de Sukuna. Ele sabia que estava em um terreno perigoso, mas também compreendia que precisava de força para enfrentar os desafios que o aguardavam.
Sukuna finalmente deu um passo para trás, indicando o fim do combate. "Por enquanto, isso é o suficiente. Você já me mostrou o que eu precisava. Mas lembre-se, ainda falta muito a aprender aqui."
"Grande coisa, como se eu precisasse provar algo a você". Itadori murmura baixinho para si mesmo.
Uma faixa de energia amaldiçoada ecoou como uma lâmina cortando o vento quando ele sentiu uma picada cortando a ponta de sua orelha esquerda quando viu Sukuna estendendo levemente dois dedos em sua direção.
"Continue falando assim comigo e vai ficar sem a sua língua, garoto." Sukuna cruzou os braços o encarando.
Mas eu nem falei alto, como ele escutou?
Enquanto os dois permaneciam em uma espécie de impasse, Uraume apareceu ao lado de Sukuna, sua presença silenciosa sendo notada apenas quando ela falou.
"Sukuna-sama, os emissários dos clãs estão aguardando sua presença para as negociações. O acordo está em andamento."
Sukuna, desviando seu olhar de Itadori, assentiu. "Muito bem. Garoto, nossa pequena demonstração foi divertida mas agora tenho negócios a tratar."
O sol já começava a se pôr sobre o santuário, lançando uma luz dourada sobre o cenário. Após a intensa demonstração de poder no campo de treinamento, Uraume abordou Itadori com uma expressão que misturava curiosidade e algo mais sutil.
"Yuji-sama, permita-me guiá-lo para as instalações de banho. Após o treinamento, é crucial recuperar suas energias e relaxar."
Itadori assentiu, agradecendo internamente pela oportunidade de se refrescar após a vigorosa sessão de treinamento com Sukuna. Ele seguiu Uraume para dentro e pelos corredores do santuário, observando a arquitetura intrincada e os símbolos místicos que adornavam as paredes.
O silêncio entre eles era momentaneamente quebrado pelo som suave dos passos ecoando pelo corredor. Itadori, ainda tentando processar os eventos do dia, aproveitou a oportunidade para fazer algumas perguntas.
"Uraume-san, você serve Sukuna há muito tempo?"
Ela assentiu, seus olhos revelando uma lealdade inabalável. "Desde tempos imemoriais, sou uma guardiã do santuário, dedicada a Sukuna-sama. Meu papel é assegurar que ele seja mantido informado e servido."
Itadori ponderou sobre a resposta enquanto continuavam a caminhar. A complexidade da situação começava a se desdobrar diante dele, e Uraume, como uma testemunha silenciosa de eventos passados, parecia ser uma fonte de informações valiosas.
Chegando às instalações de banho, Uraume indicou respeitosamente o caminho para Itadori. "Por favor, desfrute de sua estadia. Estarei do lado de fora para guiá-lo de volta a seus aposentos quando estiver pronto."
Itadori agradeceu mais uma vez e adentrou o local designado para o banho. A água quente e reconfortante aliviou as tensões de seus músculos, proporcionando-lhe um breve momento de tranquilidade.
Enquanto isso, Uraume permaneceu do lado de fora, mantendo uma vigília discreta.
Me diga se gostou.
Ótima semana para vocês. Até a próxima.