Como se eu fosse pedir desculpa, seu velho caduco.
— Nana.
— Sim?
— Quando vais liberar sua cerejeira?
— Nunca, jamais, nunca pense nisso de novo — Nana disse friamente.
Prefiro morrer. Morra seu velho pervertido de meia tigela.
— Tão difícil.
— Vamos, Castiel.
— Está brava?
Não, estou feliz? Não vê que estou com raiva? Além de velho, é cego.
— Não.
— Mas a sua cara diz o oposto.
Como se eu me importasse com isso.
— Ideia da sua cabeça.
— Ok, ok, ok — suspirou e falou.
Castiel e Nana dirigiram-se ao clã Zura, localizado em um dos cantos da cidade.
No cume da muralha que separa o Clã Zura do povo de Mangolândia, um dos membros do clã, soltou um grito:
— Parados! Quem são vocês?!
Feios e mais feios.
— Hahahaha! Não me conhece?
— Diga o seu nome!
— Hahahaha! Castiel. Líder da cidade. Diga a velha gagá que estou aqui.
— Li-líder da cidade?! — O soldado do clã tremia enquanto falava.
Vários soldados do clã Zura se reuniram ao redor de Castiel, apontando lanças e espadas, enquanto alguns arqueiros permaneciam à distância, prontos para disparar.
— Oi! Oi! Oi! Oi! Oi! Oi! Diga a velha que vim conversar — disse enquanto levantava as mãos.
Eu avisei, avisei, avisei, avisei, mas esse velho nunca me escuta. Agora se fode.
— Senhor Castiel. Avisei que seria incomodo vir sem avisar.
— Relaxa Nana. Eles não vão fazer nada.
Nada?! Isso é nada para você?!
— Você acha que estamos brincando? — perguntou um dos soldados.
— Não, mas estou brincando com vocês — Castiel disse num tom zombeteiro.
— Quê?!
— Vocês já ouviram essa música?
Começou de novo. Nana pensou enquanto colocava as mãos nos bolsos e retirava tampões auditivos, em seguida, colocando-os.
— Música?
— E lá vamos nós novamente — Nana suspirou e disse.
— 🎵Nenene! Neneneneeeee! Explo…🎵
— Pare!
A voz ecoou de dentro da muralha, pertencendo a uma mulher acompanhada de sua guarda. Enquanto a voz que gritou permanecia firme em sua compostura, a outra, que vinha atrás, apresentava uma postura ligeiramente curvada para baixo.
— Alá a velha gagá.
Ufa! Foi rápido dessa vez. Pensou enquanto retirava os tampões.
— Nunca cansas de causar problemas. Pirralho!
— Já faz tempo e vejo que o tempo não ajudou muito a sua aparência. Logo, logo o caixão gritará.
A maioria dos membros do clã Zura exibia tons de pele que variavam entre o negro e o vermelho. De acordo com a crença popular, quanto mais a tonalidade da pele se aproximasse do vermelho, maior seria a afinidade com o fogo.
A velha conhecida como Reda apresentava a característica marcante de possuir a pele totalmente vermelha. Ela ostentava sua singularidade vestindo-se com trajes vermelhos que acentuavam ainda mais sua coloração de pele. No entanto, o que a destacava verdadeiramente eram seus olhos vermelhos e seus longos cabelos lisos que chegavam até sua cintura.
— Afastassem — disse a velha aos guardas.
— Sim, senhora — os soldados concordaram, e em seguida, todos se afastaram.
— Ohhhhh! Vai me ignorar?! — Com a mão no rosto, Castiel disse zombando.
— Faz anos e sua personalidade ainda é a mesma.
— Sim, sempre jovem. Ihhhhh! Alá a Kena. Há quanto tempo. Ficou com saudades?
— Hummmmmmmmmmmm! — respondeu grunhindo.
— Vai me ignorar Kena?
— Hummmmmmmmmmmm!
— Ignore, Kena.
— Sei que ela não consegue. Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Era uma beleza, neh Kena? — Castiel disse, balançando o quadril para a frente.
— Grrrrrrrrrrrrr! — Kena grunhiu enquanto segurava sua espada com força.
Por isso prefiro continuar solteira do que dar para esse escroto.
Kena era filha de Reda. Elas compartilhavam semelhanças, mas o tom de pele de Kena era ligeiramente menos vermelho, tendendo mais para o negro. Kena possuía uma aura selvagem, refletida em seus cabelos desalinhados e nas roupas desgastadas que vestia.
— Pirralho. Achei que veio fazer um acordo e não alimentar a nossa raiva.
— Há sim. Vejo que já está por dentro de tudo que está acontecendo.
— Não me subestime, pirralho. Enquanto mamavas, eu já era a mais inteligente de todos.
— Sim, mamando a rola do meu pai.
— Humft! Tal pai, tal filho.
— Fazer o quê neerrr. Está no sangue.
— Cale-se! Diga logo o que queres.
— Aliança. Ajude-nos a exterminar os opositores.
— E achas que vou aceitar isso?
— Sim, não tens escolha.
— Por que achas isso?
— Imaginamos que vai cair um meteoro. Com as minhas habilidades, eu conseguiria impedir um terço, mas e o resto, o que ias fazer? — Castiel falava enquanto demonstrava com as mãos, apontando para cima e depois para baixo, antes de direcionar o dedo para Reda.
— Estás dizendo que o próximo alvo. Será meu clã?
— Oh! Não és a inteligente.
— Seu pirralho!
— Grrrrrrrrr!
— Kena. Se precisar de mais leite. Estou disponível — disse, apontando um sinal de positivo.
— Grrrrrrrr!
— Kiakiakiakiakiakiakiakia!
— Que foi velha. Virou senil?
É realmente uma pena. Nana pensou, enquanto tocava seus óculos.
— Aceito, mas com uma condição.
Seja uma velha gagá até o fim.
— Qual?
— Surgiu um boato de várias mulheres gravidas nos últimos anos. Todas alegavam que receberam "penetração divina". Me diga. Isso é obra sua?
— Hahahahahaha! Não dá para esconder nada de ti, velha gagá.
— grrrrrrrrr!
— Nana. Diga para elas.
Eu sabia que ia sobrar para mim.
— Sim senhor. Consoante o senhor Castiel. A sua afirmação é verdadeira. Nos últimos dois anos, diversas mulheres tiveram a honra de receber o esperma especial de Castiel, em busca de mais descendentes com habilidades especiais, visando um futuro em que podemos lutar contra os demônios.
— Mentira! — Reda gritou enquanto chamas surgiam ao redor de seu corpo.
— Oh! — Castiel respondeu, com explosão continua na suas mão.
Droga, esses velhos vão lutar aqui, é serio?
— Kiakiakiakiakiakiakia!
— Hahahahahahahaha!
De repente, Reda parou de arder e disse:
— É possível que isso seja verdade, mas o principal motivo é o desejo inato de cobiçar todas as mulheres que vocês colocam o olho — enquanto isso, Castiel parou de explodir.
Concordo.
— Velha perspicaz. Mas é a verdade. Desejo que a cidade seja uma potência e também desejo comer todas elas. Algo errado com isso?
— A sua família é amaldiçoada.
— Sim, mesmo assim, nem você escapou disso.
— Sim. Mas não foi por mero desejo. A minha relação com o seu pai era criar uma criança com nossos genes, mas aquele filha da puta me usou e não penses que vais fazer o mesmo com as minhas filhas.
— Hahahahaha! Tem certeza? Kena pensa diferente.
— Grrrrrrrr!
— Kena? Kiakiakia! Ela te odeia com todo o seu ser.
— Sei, sei, sei, sei. Mas logo amará com todo o seu ser.
Não me diga que o senhor planeja usar aquilo?!
— Grrrrrrrr!
— Veremos.
— Trato feito. Hoje mesmo mandarei os detalhes do meu plano. Esteja atenta.
— Estou sempre.
Finalmente terminou.
— Tchau, Kena. Até a próxima — disse Castiel enquanto insinuava penetração com os dedos.
— Grrrrrrr!
— Acalme-se Kena. Logo teremos a nossa vingança — murmurou Reda enquanto acariciava a cabeça de Kena.
Castiel e Nana retornaram à sua residência, mais especificamente ao escritório.
— O senhor tem certeza de que elas são confiáveis?
Espero que não sejam e o senhor se foda.
— Claro que não, mas não tenho outra escolha.
Concordou comigo? Que nojo.
— Entendo.
— Ah! Isso será uma chatice — disse enquanto se sentava.