A cidade de Mangolândia já havia comemorado seus 135 anos desde a queda de Circolândia. Desde aquele dia, não houve mais invasões dos demônios.
As casas na cidade eram construídas principalmente de tábuas e tinham no máximo um andar. Somente a residência do líder, o quartel e o clã Zura possuíam residências feitas de tijolos e protegidas por uma muralha.
Para obter tábuas e materiais para a fabricação de tijolos, os soldados eram enviados até Circolândia. Embora os demônios fossem raros naquela região, ainda representavam uma ameaça. Portanto, uma equipe de 10 soldados, sendo pelo menos cinco deles portadores de habilidades especiais, era despachada.
Os aldeões da cidade, com suas carroças, ficavam encarregados de cortar e recolher a madeira, enquanto os soldados permaneciam em alerta constante contra qualquer movimentação dos demônios.
A madeira não era um recurso escasso, uma vez que havia várias árvores grandes disponíveis para corte, algumas das quais exigiam a ajuda de soldados devido ao seu tamanho. No entanto, os materiais necessários para a fabricação de tijolos eram mais difíceis de obter.
A argila e a areia eram materiais raros na cidade destruída. Caso fossem necessários, os soldados precisariam navegar além dos limites da cidade.
Como os demônios frequentemente atacavam, causando danos à muralha, era crucial que os soldados estivessem sempre prontos para fazer os reparos necessários. A produção de tijolos desempenhava um papel fundamental nesse processo.
Às vezes eles teriam que ir além da Circolândia, no entanto, 10 soldados não eram suficientes para garantir a segurança dos aldeões, sendo necessário pelo menos 15 deles.
O comandante das forças da cidade e seu assistente, agora estavam planejando um ataque à residência do líder.
— O que achas Zefis? O plano funcionária?
— Comandante, me desculpe, mas esse plano fracassará.
— Quê?! O que faz pensar que o meu plano fracassará? Ein! Zefis? Está duvidando da minha inteligência, Zefis? Me diga, Zefis? Ein?! — perguntou, sua expressão revelando sua falta de ideias e evidenciando sua fúria em relação a Zefis.
Zona era um homem de meia-idade, com a cabeça completamente careca. Seu rosto era fortemente marcado pelas queimaduras e rugas que vinham da experiência em combate.
Quando interagia com seus soldados, mantinha uma expressão serena e confiante, transmitindo-lhes segurança. No entanto, quando estava na presença do seu assistente, a calma se desfazia, e seu rosto se enchia de fúria reprimida.
— Mandar os 10 soldados fiéis ao líder para a colheita é o mesmo que dizer que vamos atacar a sua base. Seria preferível enviar sete de nossos soldados e três deles para esvaziar as suspeitas.
— Hum! E?
— E?
Veias começaram a saltar na cabeça de Zona enquanto ele fixava seus olhos na direção de Zefis. Sem aviso, desferiu um soco poderoso.
— Esquivou mas… Nada nem ninguém pode desafiar a ordem dos meus socos não escapáveis.
— Argh! — foi atingido no rosto e sangue começou a escorrer pelo seu nariz.
— É inútil.
A extraordinária habilidade de Zona transcendia as defesas e evasivas de seus oponentes. Quando decidia socar algo ou alguém, seu golpe era imparável, independentemente das tentativas de esquiva ou bloqueio.
— Ei! Zefis. Você sabe qual a semelhança entre minha habilidade e o meu plano?
— Não, Comandante.
— Escute com atenção, Zefis. Já que da mesma forma que você não consegue resistir à minha técnica, ninguém terá a capacidade de se opor ao meu plano. É como se a inevitabilidade estivesse do nosso lado, e qualquer tentativa de resistência seria fadada ao fracasso, assim como qualquer oposição à minha técnica.
— Sim, Comandante, me desculpe.
— Espero que tenhas entendido. Continuando. Seguirei com o meu plano. Serão enviados sete nossos e três deles.
Mas esse é o meu plano.
— Coman…
— Ein! Zefis!
— Sim, Senhor Comandante. O seu plano é o melhor.
— Ok. Bom Garoto — Zona disse enquanto acariciava o rosto de Zefis, limpando o sangue que escorria com o dedo indicador — Que belo rosto o seu.
— Obrigado Comandante.
— Uma pena se alguém destruí-lo.
— Sim, Comandante.
— Vá embora.
— Sim, Comandante.
Zefis deixou o escritório rapidamente, deixando o comandante sozinho, furioso com a situação. Com um olhar carregado de raiva, ele agarrou uma das cadeiras do escritório e a ergueu. Em um acesso de fúria, desferiu um golpe violento contra o chão.
— Não partiu? Parta agora!
Sob o comando dele, a cadeira se partiu em pedaços, num estouro que ecoou pelo escritório. Os destroços de madeira se espalharam pelo chão.
Um dos motivos pelos quais Zona não conseguia suportar seu assistente não era apenas a raiva, havia algo mais profundo envolvido. Ele nutria um ódio intenso por ele por um motivo peculiar: Zefis era notavelmente atraente. Esse aspecto apenas amplificava o desconforto e a hostilidade do comandante em relação a seu subordinado.
— Castiel. Castiel! Eu vou te matar!! — disse com a mão coçando as queimaduras em seu rosto, evidenciando a dor e a irritação que sentia.
No escritório de Castiel, alguém estava relaxando, desfrutando de um momento de tranquilidade.
— Atchim!!!
— Que foi? Senhor Castiel.
Pegue um resfriado e morra!
— Nada de mais, simplesmente alguma bela dama falando bem de mim.
Humft! Duvido.
— Embora seja considerado um crime ser gostoso, mas me fizeram gostoso demais. Oh que beleza.
Esse ego inflado me dá nojo.
— Não é Nana?
— Poderia parar de olhar para os meus peitos.
— Não. Gosto de admirar coisas inexistentes.
Seu escroto, pé de valsa, buquê podre, bafo venenoso. Como ousa falar dos meus peitos? Seu velho com pau murcho.
Nana pensou com um tom forçado, enquanto seus dentes rangiam de frustração. Ela tentava esconder sua irritação, mas seu rosto traía seus verdadeiros sentimentos. Suas sobrancelhas franzidas e o olhar penetrante revelavam o profundo ódio que ela sentia, apesar de seus esforços para dissimular.
— Senhor Castiel, prepare-se para a amamentação.
— É difícil te irritar.
Morra! Morra! Morra! Morra!
— Vamos então, Nana.
— Sim, senhor Castiel.
— Oh! Oh! Oh! Uma beleza! — disse com uma expressão perversa, enquanto provocava Nana de forma ousada, balançando o quadril em sua direção.
Seu gesto transmitia desrespeito e insensibilidade, deixando claro que ele não se importava com os sentimentos dela. Nana, por sua vez, sentia-se ultrajada e sua raiva crescia diante do comportamento do líder.
Um dia te matarei!