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Capítulo 5: Orfanato Const 1

No 88º andar da Luminous Entertainment, você encontra o escritório do CEO.

Neste momento, Altair sentava-se em uma cadeira giratória de couro à frente de sua mesa, aparentemente envolto pelo encosto e pelos apoios de braço da cadeira. Ele inclinava-se levemente para trás, inclinando a cabeça para um lado, com os olhos semi-cerrados, massageando as têmporas.

Em cima da mesa havia uma caixa trazida da residência de Elvira, contendo a relíquia lupina que estava desaparecida por anos — a Coroa de Louro.

Para ser exato, não estava perdida, mas sim tomada por Lorcan sem o consentimento de Altair.

Altair, de olhos fechados, alcançou dentro da caixa e pegou a Coroa de Louro, virando-a em suas mãos. Era um dos heranças da família Sterling, simbolizando a glória e a honra da família lupina Sterling, bem como seu insígnia de lobisomem.

Sendo descendente de lobisomem e vampiro, ele possuía o físico formidável de um lobisomem e a constituição imortal de um vampiro, carregando as responsabilidades de ambas as raças.

Ao acariciar a Coroa de Louro, um sorriso amargo surgia em seus lábios. Pelo menos para a cerimônia de transformação lupina deste ano, ele poderia participar com a insígnia.

"Bip bip"

Um som nítido de notificação de repente ecoou no escritório. Os olhos de Altair se abriram de repente, uma luz fria irrompendo, como se uma fera, totalmente carregada, levantasse-se de sua cadeira giratória.

Ele puxou um smartphone de baixo de sua mesa, exibindo uma mensagem: "Recebida uma reclamação: Suspeita de abuso no Orfanato Const. Um cheiro anormal foi detectado na carta. Investigar imediatamente."

Com o olhar fixo nas poucas palavras na tela, Altair reconheceu o nome do lugar; parecia-lhe familiar. Parecia que as cartas que ele tinha retirado da caixa de correio de Elvira, lá embaixo, eram enviadas do Orfanato Const.

Aos dezesseis anos, Elvira entrou no Orfanato Const e ficou lá até ir para a faculdade. Pouco depois, Altair recebia uma compilação de rumores recentes sobre o Orfanato Const, preparada por Saxon para ele. Entre estes, um e-mail estava marcado como importante — um convite para um jantar do Orfanato Const para seus investidores, incluindo Saxon.

Saxon, sendo o contato nominal para a Luminous Entertainment, recebia vários e-mails externos todos os dias.

"Caro Sr. Sterling,

Saudações! O Orfanato Const está organizando um jantar misterioso exclusivamente para nossos investidores, com os detalhes a seguir:

Hora: 20h do dia depois de amanhã

Local: Salão do Orfanato Const

Estamos preparados para tratar de quaisquer preocupações ou problemas que você possa ter, caso esteja disposto.

Este evento é confidencial, e sua presença pontual é solicitada.

Estamos ansiosos para recebê-lo!

Atenciosamente,

Orfanato Const"

Altair, ao rever o convite, parecia contemplativo.

O olhar de Elvira se desviou da janela para a carta em suas mãos. Ele raramente recebia cartas, apenas uma por ano. Provavelmente vinha do Orfanato Const, ao qual ele apoiava financeiramente; eles lhe enviavam uma carta anual de gratidão. Depois de fazer dezesseis anos, Elvira vivia no Orfanato Const, onde a Professora Ginger lhe fornecia cuidados desinteressados. Como adulto, Elvira trabalhava para ganhar dinheiro para despesas de vida e mensalidades da faculdade, enviando qualquer excedente, por mais modesto que fosse, de volta ao Orfanato Const.

"Querido pequeno Elvira,

Sou a Professora Ginger do Orfanato Const, e estou encantada por ouvir que tudo vai bem com você recentemente. Recebi sua carta e fico tão feliz que você se formou na faculdade. Se tiver tempo, por favor, venha visitar o Orfanato e compartilhe suas experiências da faculdade com as crianças.

Saudades,

Professora Ginger"

No ano anterior, a Professora Ginger lhe escreveu, informando que o Orfanato Const estava sob uma nova direção. Ela mencionava sentir mais fortemente a sua idade, percebendo uma queda em sua saúde e um aumento no seu temperamento, frequentemente provocado por duas meninas travessas no Orfanato. No entanto, ela não conseguia deixar de perdoá-las, pensando na vitalidade que suas travessuras traziam.

Já se passaram quatro anos desde que Elvira deixou o Orfanato Const, e embora ele tenha passado apenas dois anos lá, ele lembrava-se carinhosamente dos seus tempos — árvores frutíferas selvagens na montanha, o jardim de lavanda e a floresta atrás do morro.

O Orfanato Const está localizado nos subúrbios, a uma certa distância do centro da cidade. Chegar lá exigia uma viagem de ônibus até o último ponto, seguida por uma hora de caminhada até a Montanha Const. Há apenas um caminho estreito levando ao cume, mal largo o suficiente para um carro e dois pedestres lado a lado. A subida da montanha levava cerca de trinta minutos.

No dia seguinte, abençoado com um clima agradável, sol quente e uma brisa suave, Elvira estava na base da Montanha Const, olhando para o alto para a cruz imponente apontando para o céu no telhado do Orfanato.

A estrada era bastante suave, indicando uso frequente. No entanto, as florestas ao longo do caminho estavam estranhamente silenciosas, o solo amolecido por musgo úmido e anos de ramos mortos e folhas acumuladas. Ervas daninhas crescidas estendiam-se para a estrada como se tentassem agarrar seus tornozelos. Tudo estava envolvido em quietude.

Elvira lembrava-se de como costumava subir nas árvores ali, colhendo frutas. Naquele tempo, a Professora Ginger ficava embaixo, repetidamente alertando-o para ter cuidado enquanto juntava as frutas caídas. A Professora Ginger insistia que as crianças, sendo frágeis, precisavam consumir frutas diariamente para reforçar seus sistemas imunológicos. Apesar dos fundos limitados do orfanato, a Professora Ginger sempre encontrava uma forma de adquirir frutas.

— Fazer Elvira subir em árvores para colher frutas era um desses métodos.

Em pouco tempo, ele chegou ao cume, e a visão familiar da Igreja Const surgiu à sua frente. Elvira aguçou os ouvidos, na esperança de captar a risada e as brincadeiras das crianças, sons que ele sentia muita falta. Mas havia silêncio. Totalmente quieto, sem um som.

Ele empurrou o portão de ferro preto, e o som do metal raspando contra o chão era irritante para os ouvidos. Ele viu um homem dormindo na mesa dentro da guarita. Elvira bateu na janela, mas o homem não acordou, nem mesmo se mexeu no mínimo. Elvira deu um passo à frente, caminhando pelo que costumava ser o jardim de lavanda.

Agora, o jardim era nada mais do que um terreno baldio sem vegetação sobrevivente, coberto por uma camada de pó ou cinza, como um buraco gigante corroído por ácido, escancarado para o céu.

Sem lavanda. Parecia discordante.

Elvira sentiu que o Orfanato Const havia mudado; era uma mudança geral no ambiente. Não era apenas a ausência da vivacidade e do calor que ele se lembrava, havia algo mais à espreita, embora ele não conseguisse identificar exatamente o que era. Talvez estivesse apenas excessivamente sensível, sempre capaz de sentir muitas coisas indescritíveis que nem mesmo ele conseguia articular. Ele só podia seguir em frente, andando para o prédio principal do Orfanato.

Ele estava no primeiro andar, na estreita escada preta manchada, sozinho.

De repente, de longe veio o som—

"Tap—tap—tap—"

Alguém!

O som de passos adultos era inconfundivelmente claro no corredor vazio. Elvira caminhou em direção ao som e, ao virar uma esquina, colidiu com uma mulher. Ela usava um uniforme azul, que Elvira reconheceu como o traje padrão para a equipe do Orfanato. A mulher, assustada com a súbita aparição de um estranho ao virar a esquina, arregalou os olhos com medo e deixou cair o pano que segurava. Ela deu alguns passos para trás, até levantando a vassoura em suas mãos defensivamente.

"Olá?" Elvira ofereceu um sorriso, tentando parecer amigável, e continuou, "Eu sou Elvira, eu costumava ficar neste Orfanato—"

Ele parou no meio da frase quando percebeu a mulher apontando para as próprias orelhas e balançando a cabeça.

Ela era surda?

Ao pegar o caderno e a caneta que ela oferecia, Elvira passou para uma página em branco e escreveu rapidamente:

"Eu costumava ficar neste Orfanato. A Professora Ginger pediu que eu viesse ver as crianças."

A mulher se inclinou para ler a mensagem no caderno. Elvira notou que seus olhos se arregalaram levemente surpresos, e seu corpo estremeceu. Ela pegou a caneta e escreveu apressadamente algumas palavras que surpreenderam e até chocaram Elvira:

"A Professora Ginger deixou o Orfanato há meio ano."

Ele rapidamente tirou a carta que havia recebido e a cheirou intensamente. Ela não tinha cheiro. As pontas dos dedos de Elvira tremiam; naquele momento, seu sangue parecia ter congelado, transformando-o em uma peça de pedra rígida. Ele sentiu que algo estava errado com a carta, mas inicialmente não conseguiu identificar o que era.

Agora, ele se lembrou — a carta não tinha o cheiro de lavanda característico da Professora Ginger.


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