A Cidadela do Céu se erguia à frente de Throk, Neptune e Spink que acabaram de pousar com o navio de Namiros, envolta em uma majestosa névoa dourada que parecia dançar com a luz. As torres reluzentes brilhavam como estrelas caídas, e a vastidão do céu azul-celeste era interrompida por ilhas flutuantes que pareciam desafiar a gravidade. Cada detalhe daquele lugar parecia ter sido moldado pela mão dos deuses, uma manifestação pura de poder e tranquilidade. O ar era leve, mas carregado de uma energia quase palpável, o que fazia os corações dos viajantes acelerarem com a expectativa dos desafios que os aguardavam.
- Throk: "Finalmente chegamos." - Murmurou Throk, admirando a grandiosidade à sua frente. Seu olhar severo não escondia a cautela, mas também a reverência. - "A Cidadela Celeste… há muito tempo ouvi histórias sobre esse lugar."
Neptune, ao seu lado, sorriu de leve, o vento suave balançando seus cabelos.
- Neptune: "É tão mais do que eu imaginava. Mas não podemos nos distrair. Temos uma missão a cumprir."
Spink, saltou animadamente, sua energia inquebrantável contrastando com o ambiente solene.
A travessia até a Cidadela do Céu havia sido árdua, mas, agora que estavam ali, eles sabiam que esse era apenas o começo. Mistérios aguardavam nas alturas divinas, e o grupo estava preparado para enfrentá-los, mas a paz momentânea do lugar parecia oferecer uma falsa sensação de tranquilidade.
Enquanto isso, longe dali, Aelion finalmente chegava ao Reino de Lior. Os imponentes portões se abriram para ele, revelando o interior do reino, onde o movimento era contido, mas a tensão pairava no ar. Aelion havia sido enviado em uma missão urgente, e sua chegada não era apenas uma visita comum. Ele trazia notícias sombrias sobre os recentes eventos nas Profundezas Abissais.
Ao ser recebido na sala do trono, ele se ajoelhou perante o Rei Canvos, um homem de presença forte e destemida, com olhos que pareciam sondar cada segredo escondido.
- Canvos: "Aelion, bem-vindo." - Disse o Rei, erguendo uma mão em saudação. - "O que o traz aqui tão urgentemente?"
Aelion, ainda ofegante da viagem, ergueu a cabeça e reportou tudo que havia testemunhado. Falou das batalhas nas Profundezas Abissais, e sobre Midoki. Ele também mencionou a necessidade de reforços.
O rosto de Canvos endureceu ao ouvir as palavras de Aelion. Ele sabia que os eventos relatados eram de grande importância, mas a situação no Reino de Lior também não era simples.
- Canvos: "Gostaria de enviar ajuda, Aelion." - Começou o Rei com um suspiro. - "Mas os Auras Divinas estão todos em missões de patrulha. E perdemos contato com Durin e Gronnak."
Aelion sentiu um peso no peito. Suas esperanças de conseguir ajuda estavam se esvaindo rapidamente. Ele havia feito todo aquele caminho apenas para ouvir que não poderiam auxiliá-lo. Sua mente fervilhava de frustração, mas ele manteve a compostura. Não podia perder a esperança tão facilmente.
Antes que pudesse responder, um guarda entrou apressadamente na sala.
- Guarda: "Majestade!" - Disse ele, ofegante. - "A barreira que protege o reino caiu misteriosamente."
O Rei se levantou de imediato, os olhos arregalados de surpresa.
- Canvos: "A barreira caiu?"
- Guarda: "E mais, Sir Alden Voss retornou após um mês e meio de desaparecimento." - Acrescentou o guarda.
Canvos franziu o cenho, sua mente já se movendo a mil por hora. A barreira, uma obra-prima de proteção elemental criada por Durin, só poderia ser desativada por ela. Algo estava profundamente errado.
- Canvos: "Traga Sir Alden até aqui imediatamente. - Ordenou o Rei, virando-se para Aelion. - "Algo está acontecendo que ainda não compreendemos. Precisamos restaurar a barreira, e rápido."
Aelion se aproximou, determinado.
- Aelion: "Eu posso reativá-la, Majestade."
O Rei o olhou com surpresa.
- Canvos: "Você tem o poder para isso?"
Aelion assentiu.
- Aelion: "Com minha habilidade espiritual Protective Shell, posso erguer uma barreira impenetrável. No entanto, se eu fizer isso, não poderei mais me mover. Ficarei preso mantendo o feitiço."
Canvos ponderou por um momento. O sacrifício de Aelion seria imenso, mas necessário para a segurança do reino.
- Canvos: "Se você fizer isso, oferecerei um Tesouro Espiritual para ajudá-lo." - Ele gesticulou para um de seus conselheiros, que prontamente trouxe um artefato envolto em um pano dourado.
O rei revelou o tesouro: o Cajado Sosen Baria, um instrumento lendário conhecido por prolongar a duração de qualquer feitiço.
- Canvos: "Este cajado..." - Disse, entregando-o a Aelion - "Fortalecerá sua barreira e garantirá que ela dure o tempo necessário, mesmo que você se mova."
Erguendo o cajado, ele fechou os olhos e invocou sua habilidade. Uma luz brilhante começou a envolver suas mãos, e uma energia quase tangível se estendeu pelo ar, como se as próprias forças da natureza respondessem ao seu chamado. A barreira invisível se ergueu ao redor do reino, mais forte do que nunca, protegendo todos os habitantes de qualquer ameaça externa.
Aelion, agora com a força da barreira, se tornou a fortaleza do Reino de Lior. A cada pulsar de sua energia espiritual, a barreira se solidificava mais, impenetrável e invulnerável.
O Rei Canvos, observando o jovem com respeito renovado, sabia que a situação era delicada. A perda de contato com Durin e Gronnak, a barreira que caíra e o misterioso retorno de Sir Alden Voss indicavam que algo muito maior estava em jogo. E agora, com Aelion ocupando o papel de guardião da barreira, ele precisava de mais respostas, e rápido.
Enquanto a segurança do Reino de Lior repousava nas mãos de Aelion, uma sensação de inquietude se espalhava por todo o reino. Algo sombrio estava em movimento, e as respostas estavam longe de serem claras. E enquanto Canvos se preparava para enfrentar as próximas ameaças, os mistérios se aprofundavam, deixando o destino de Lior nas mãos daqueles dispostos a sacrificar tudo.
O destino dos reinos estava entrelaçado, e a batalha entre o céu e a terra apenas começava.