Chegando tarde em casa, Yukina foi recebida por sua mãe na frente da porta.
"Onde você foi, filha?" Haruka não era uma pessoa controladora, mas ficou preocupada com sua filha, caso algo tivesse acontecido.
"Fui para casa de um colega da classe entregar os exercícios que a professora pediu." Ao ouvir o motivo da demora de sua filha, o coração de Haruka quase saiu do peito, e ela perguntou apressadamente:
"Não aconteceu nada?" Ela sabia que sua filha poderia ser alvo de bullying, e a simples ideia a deixava indefesa. Agora, ao saber que Yukina tinha ido para a casa de alguém que sabia dela, sua mente começou a imaginar as piores possibilidades.
"Sakurai-san é uma amiga minha." Haruka ficou com dúvidas, e ao olhar para o rosto cansado de sua filha, sua preocupação aumentou. No entanto, ela optou por ficar quieta, com receio de que se dissesse mais, sua filha poderia pensar que ela não confiava nela.
"Você não tinha me dito que tinha uma amiga." Ao perceber que Haruka ainda estava desconfiada, Yukina ficou em silêncio, sabendo que seria difícil para ela acreditar.
'Não estou mentindo...' pensou Yukina, que se aproximou dela hoje.
Em silêncio e ciente da situação, Haruka informou a Yukina que já havia preparado o jantar e observou as costas de sua filha se afastando.
'Pobre Yukina, ela mentiu para que eu pudesse ficar aliviada.' Haruka chorou pelo sofrimento da filha;
'Por minha culpa, ela não terá ninguém e nunca conhecerá amizades e até o amor.' Cada vez que pensava nisso, ela chorava silenciosamente.
'Tenho que dar de volta a ela as coisas que tirei quando a trouxe ao mundo.' Haruka jurou mais uma vez em seu coração triste.
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Dia seguinte, fim de semana~
"Vamos terminar nosso relacionamento." Ayaka disse com uma voz fria, sem emoção, acostumada com isso.
"Por que? Se for algo meu, diga para que eu possa mudar." Se outra mulher ouvisse o que esse homem disse, poderia pensar que era uma atuação.
"Não é você... são apenas problemas familiares." Ayaka não ficou surpresa com o que esse homem na sua frente disse. Eles já haviam usado a mesma fala quando ela tentou terminar o relacionamento anteriormente.
O homem ficou desesperado ao ouvir isso. Ele havia conseguido uma mulher com um corpo considerado perfeito, e sempre que se vangloriava para seus amigos, recebia apenas olhares invejosos.
"Eu me recuso a terminarmos." disse em desespero.
"Tem certeza? Você deveria conhecer meu histórico." Ayaka olhou friamente nos olhos do homem, que tremia de medo diante desse olhar. Não era a primeira vez que tentavam recusar o término, mas Ayaka vinha de uma família com influência política, então ela não tinha problemas, a menos que fizessem algo grave, como machucá-los ou matá-los.
"Você vai ver." foi a única coisa que o homem disse antes de sair com raiva.
Apesar de ser extremamente popular entre os homens, Ayaka era odiada por outras mulheres devido aos seus diversos namorados e términos. Boatos circulavam de que ela gostava de maltratar e agir cruelmente com eles.
Ela suspirou desanimadamente. Cada relacionamento que ela tinha parecia aumentar seu problema. Ayaka olhou para a mesa, onde havia um papel que recebeu de sua aluna.
Seu problema estava se tornando cada vez maior, e em algum momento poderia tornar-se irreversível.
Então, pegou o número e ligou, nervosa, pois nem os médicos haviam conseguido resolver.
Não demorou muito para ser atendida.
"Alo?"
"Sou eu, Ayaka sensei."
"Você me ligou por causa do panfleto, Ayaka sensei?"
"Sim, estou tendo um problema, queria saber se você pudesse resolver"
"Seria melhor resolver pessoalmente. Que horário é mais conveniente para você, Ayaka sensei?"
"Hoje está bom para você?"
"Sim, estou livre. Onde seria?"
"Tem algum problema se eu escolher minha casa?"
"Nenhum."
"Ok. Vou estar te esperando, o local é..."
Ayaka olhou para o telefone desligado e rezou para que tudo ocorresse bem. Do outro lado da linha, Yukina foi se preparar. Como ela não sabia o que esperar, decidiu comprar alguns objetos.
Enquanto Yukina arrumava suas coisas, não percebeu que sua mãe ouvia sua conversa. No entanto, mesmo que soubesse, não esconderia.
'Panfleto? Problema?' Haruka pensou no que Yukina estava falando. Ela estava ao lado da porta e não viu sua filha atrás dela.
"Mãe, vou sair, talvez demore."
"O-ok, tome cuidado." Haruka se assustou ao ouvir sua filha chamando-a.
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Em uma sala de estar, Yukina e Ayaka estavam sentadas enquanto bebiam chá. Ayaka, preocupada com sua situação, perguntou:
"Como você iria resolver meu problema, Kawamura-san?"
"Pode me chamar de Yukina se quiser, Ayaka-sensei. Primeiro, preciso saber o que você tem." Yukina respondeu calmamente. Ayaka acenou e explicou com um rubor.
"Bem... começou desde que tive minha primeira vez. No início, sentia prazer, mesmo que fosse menor. Ainda sentia... mas depois de algumas vezes, esse prazer diminuía. Quando me relacionava com outros homens, era a mesma história. No começo, tinha prazer, e depois sumia. Você sabe o que pode ser?" Ayaka estava preocupada e constrangida ao mesmo tempo. Como era odiada por outras mulheres, nunca havia conversado sobre sexo com uma amiga.
Yukina pensou por um momento e perguntou: "Como você fazia, Ayaka sensei? Tem algum fetiche?"
"Fetiche?" Ayaka ficou confusa com essa palavra, o que fez Yukina querer dar um tapa na testa esquecendo sobre isso.
"Depois eu explico." Ayaka estranhou e disse:
"Eu já tinha feito bastante coisas, como é normalmente feito, e até mesmo eles faziam sexo oral e outras coisas em mim, mas nada mudou." Mesmo as mulheres que têm relacionamentos podem nunca experimentar isso.
"Hmm... você já fez em algum lugar diferente?"
"Já fiz umas três vezes na escola. Estranhamente, tive um prazer um pouco maior. Era isso?" Ayaka lembrou-se de ter feito isso em uma sala específica.
"Talvez, mas isso não resolveria a raiz." Yukina balançou a cabeça. Ela fez uma nota mental para não esquecer e perguntou outra coisa.
"Alguma vez já fez de maneira mais intensa? Ou sexo anal?" Yukina fez outras perguntas, como se já experimentou práticas de submissão, entre outras coisas.
"Nunca." Ayaka, ao ouvir coisas que nunca tinha ouvido falar, apesar de ter negado, sentiu-se esperançosa com essas informações estranhas.
"Se tiver um namorado, você poderia experimentar isso com ele e depois me conta."
"Terminei com um hoje." Ayaka se arrependeu de terminar com ele.
"Mesmo? Pode ser comigo se não tiver problema."
"Com você?" Ayaka olhou confusa para Yukina.
"É normal você não soubesse..." Então, ela contou sobre sua anormalidade, o que fez Ayaka lembrar de alguns professores e alunos comentando sobre uma mulher esquisita na escola.
Ela franziu a testa enquanto olhava para Yukina, mas pensando que ela estava tentando ajudar, balançou a cabeça com a ideia e decidiu confiar nela.
"Eu aceito."
"Não precisa ficar com medo, é o mesmo que com os homens." Yukina não mencionou que ela tinha algo especial.
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