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66.66% Herdeiro dos Males / Chapter 2: Capítulo 1 - Novos conhecidos

Chapter 2: Capítulo 1 - Novos conhecidos

Triiiim, Triiiim!

O garoto acorda com o som do despertador tocando, se levantando de sua cama de forma levemente grogue. Andando de forma meio desengonçada até o banheiro, ele retira suas roupas e entra em seu chuveiro para tomar um banho.

Após ter terminado, ele se seca com uma toalha e pega algumas roupas de seu guarda-roupa, roupas estas que eram um conjunto de um uniforme: uma camisa social branca, um colete de botão da cor azul marinho e uma calça cor bege. Após se vestir ele volta ao banheiro e se olha no espelho para arrumar seus bagunçados cabelos da cor preto que chegavam até sua nuca, ele os faz num coque baixo que — apesar de deixar eles mais arrumados — ainda sim tinha algumas mechas que ainda teimavam, porém o garoto não se importou com isso.

Terminando de se arrumar, ele pegou sua mochila e desceu as escadas para baixo, porém ao invés de uma sala de estar que uma casa normal teria, um bar é o que reside no andar de baixo.

— Ora, já acordou? — Uma moça atrás do balcão disse, ela tinha cabelos da cor vinho amarrados num coque alto, olhos num tom de caramelo, ela vestia um uniforme de bartender feminino e tinha um cigarro aceso em sua boca, assim como um copo de bebida alcoólica em sua mão direita — Pelo visto arrumar aquele despertador foi uma boa idéia no final das contas — Ela deu um leve sorriso provocador antes de tomar um gole de sua bebida.

— Chefe, não está muito cedo para começar a beber? São praticamente sete e meia da manhã — reclamou o garoto não dando bola para o que a moça falou antes, ele se sentou em um dos bancos que havia na frente do balcão e foi servido com um prato de comida e um copo de café, estes que em pouco tempo ficaram vazios.

— Acredite, nunca é cedo demais pra começar a beber, agora anda e vai logo, ainda dá tempo de visitar sua mãe antes de você ir pra escola — ao ouvir isso, o garoto então corre para fora do bar, não tem antes dar um tchau para a moça.

Ele então começou a correr pela cidade já que seu destino era meio longe, após um tempo de corrida ele finalmente chegou lá, o hospital da cidade. Ao entrar lá ele foi na recepção e disse que estava de visita como todas as outras vezes que veio aqui, ele então subiu com o elevador até o terceiro andar e andou pelo corredor até achar o quarto que desejava, ele então deu três batidas na porta do quarto.

— Pode entrar — Uma voz feminina e levemente alegre falou, fazendo o garoto dar um pequeno sorriso e abrir a porta.

O quarto era como o de qualquer outro hospital, tinha uma cama, uma TV, alguns aparelhos médicos, um criado mudo ao lado da cama e uma janela que dava vista para fora do local.

Deitada na cama estava uma moça que parece ter por volta dos trinta, porém ainda tinha um ar e aparência levemente joviais, seus longos cabelos eram de um castanho claro que pareciam ter algumas mechas grisalhas já, seus olhos amarelo cor de mel possuíam afeto e gentileza neles que eram direcionados ao garoto em frente à ela e seus braços e pescoço estavam enfaixados por algumas razão.

— Oi mãe, como você está? — falou o garoto pegando um banco para se sentar perto da cama que sua mãe estava.

— Estou bem Kaio, nada de mais ocorreu além de mais algumas mechas brancas nesse meu cabelo — Ela termina sua frase dando uma leve risada — Os médicos ainda não descobriam o que está me afetando, por enquanto as feridas não estão surgindo, mas dizem que não significa que acabou… — a última parte foi dita em um tom levemente melancólico que fez o garoto — cujo nome é Kaio — cerrar seus punhos com força.

— Mãe, eu vou tentar de pôr em um hospital melhor, eu te prometo. — Kaio disse com convicção em sua voz, o que fez ficar um pouco surpresa e logo em seguida suspirar.

— Já tivemos essa conversa Kaio, não precisa se preocupar com isso, apenas continue vivendo sua vida, eu vou ficar bem, pode não parecer mas sua mãe é bem forte — Ela terminou com um sorriso no rosto enquanto mostrava o bíceps do seu braço direito para fazer graça com seu filho, que mantinha um olhar sério.

— Mas… — Ele ia protestar, porém ao olhar a expressão pedinte de sua mãe, ele se calou — Tudo bem… — Ele falou com um tom de derrota.

— Que tal mudarmos de assunto? Como está sendo morar com a Reyna? Vocês dois juntos são uma figura, então imagino que seus dias estejam bem interessantes — com isso os dois conversaram sobre o dia a dia de Kaio, que se sentia mal por dentro, por não poder ajudar sua mãe que estava naquele estado desde que nasceu.

Após o nascimento de Kaio, sua mãe começou a ter várias feridas surgindo em seu corpo, febres altas e intensas, enjoos, momentos onde ela simplesmente ficava parada sem responder a nenhum estímulo externo, graças a isso ela teve que ser internada para monitorarem ela e descobrir o que ela tinha, porém até hoje não tiveram sucesso.

Devido a estado que ela se encontrava, Kaio teve que ser criado por Reyna, uma velha amiga de sua mãe, que ele chama de chefe por ser dona de um bar no qual ele vive no segundo andar. Após isso Kaio decidiu achar um modo de colocar sua mãe num hospital melhor para poder achar uma cura para ela, porém toda vez que ele trazia o assunto, ela fazia questão de encerrá-lo sem discussão.

— Bem, é melhor eu ir, se não vou me atrasar pra escola — Ele se levanta do banco que estava sentado e anda em direção a porta porém ele para e olha para trás quando ouve sua mãe o chamar.

— Kaio, se quer fazer algo por mim… ajude as pessoas, tenha muitos amigos e crie uma família. Como sua mãe, só quero que viva uma boa vida e que a aproveite. Consegue fazer isso, não é? — um belo e gentil sorriso se fez em seu rosto.

— É… É, eu consigo — dando um sorriso seu, ele então saiu do quarto com pressa já que não queria chegar atrasado pra aula.

●●●●●

— Ufa, consegui chegar a tempo pra aula… — pensou Kaio ao de sentar na sua carteira que era a última de uma das fileiras do meio.

Ele tinha saído a toda velocidade do hospital para chegar na escola a tempo e chegou com tempo de sobra de dez minutos mesmo com a distância considerável entre o hospital e a escola. Desde criança Kaio era bem rápido, na verdade mais rapido que as outras crianças de sua idade e isso continuou em sua adolescência, isso lhe rendeu a atenção dos clubes de atletismo de sua escola, porém mesmo com suas capacidades eles nunca tentaram se aproximar dele, porém ele não se importou com isso, de fato estava feliz por não ter que ser importunado por eles.

De fato, as pessoas costumam evitar Kaio e aquelas que não evitam, parece ter um certo calafrio perto dele, as pessoas o evitam pela certa aura que ele emana de si, uma sufocante que parece que irá lhe engolir por inteiro, por essa razão a maioria das pessoas o evitam, sem falar nas carteiras vazias ao redor dele. Desnecessário dizer que graças a isso ele também não possui amigos ou algo parecido.

— E ela ainda quer que eu faça amigos… É meio difícil com as pessoas me ignorando… — Ele pensou novamente tirando seus materiais da sua mochila junto de um livro e começando a ler tal livro até as aulas começarem. 

Em alguns minutos o professor entrou na sala acompanhado de duas pessoas, ele ficou de pé atrás de sua mesa, com os alunos do lado dela e na frente do quadro negro.

— Ok, ok. Bem, hoje tenho uma notícia pra vocês, temos duas alunas transferidas — com isso a sala, principalmente os alunos do sexo masculinos, ficaram curiosos cochichando entre si — Ei, fiquem em silencio! Anda, se apresentem por favor — Uma das alunas deu um passo a frente.

— Me chamo Millena Ester, prazer em conhecê-los — Ela disse em um tom de voz indiferente. Seus cabelos negros eram curtos e cortados de forma desigual com as pontas apresentando um branco, seus olhos eram vermelhos como os de Kaio e sua pele aparentava uma palidez semelhante a dele, o que de certo modo o incomodou, porém ele não sabia porque. Ela também parecia possuir uma altura mediana. Ela vestia o uniforme feminino da escolha que era basicamente uma camisa social branca, um colete de botão azul e uma saia xadrez marrom. Logo após sua apresentação ela voltou a sua posição e a outra garota veio a frente.

— Me chamo Aline Mackenzie, prazer — pelo modo que ela falou ela parecia ser alguém de poucas palavras. Aline era bem alta, portanto uma altura que pareciam acima da média, na verdade ela parece ter uma altura bem perto de Kaio, que apresenta uma altura de 1,87. Seus cabelos eram da cor verde escuros e longo, chegando até sua cintura além de uma parte cobrir seu olho esquerdo, seus olhos, pelo menos o seu direito, era de um tom escuro de azul, assim como Millena, ela também usava o uniforme feminino da escola.

— Muito bem, deixa eu ver… Ali, podemos sentar perto do Azura — o professor falou aposentado para as carteiras vazias perto de Kaio. Ao verem isso, ou melhor, verem ao de cabelos negros, ela ficam levemente surpresa e um pouco hesitantes, porém ainda sim se aproximaram dali e se sentaram nas carteiras vazias, Millena sentou na carteira a esquerda dele e Aline na carteira a frente da de Millena.

— É um prazer conhece você, Azura. Aline também pensa o mesmo, não é? — Aline então balança a cabeça para mostrar que concorda com Millena.

— É, prazer conhecer vocês também — e assim foi a interação entre os três, que fez os três ficarem atentos um ao outro.

Kaio não sabia porque, mas ele tinha uma sensação estranha sobre elas e quando ele tinha tal sensação, geralmente ele estava certo, era como uma espécie de sexto sentido dele que o dizia quando alguém era má notícia.

Já com Millena e Aline, elas estavam quase usando frio ali, sem dúvida ele era quem as duas deviam encontrar, o que viram até agora batia com as informações que já tinham e com o relatório de Carmilla. A partir de agora elas deviam tomar cuidado, afinal não sabiam que tipo de pessoa ele era, por isso iam, por hora, não agir de forma descuidada. 

Entretanto, os três tiveram que deixar seus pensamentos de lado já que o professor começou a dar a aula, a sala inteira já atenta no que ele passava no quadro negro.

●●●●●

O sino já tinha tocado, o que significa que a escola já acabou. Kaio já tinha arrumado seus materiais e estava prestes a sair quando foi barrado na entrada da sala por Millena e Aline.

— Er… Desejam algo de mim? — Ele falou um pouco nervoso já que as duas o encaravam de forma intensa. 

— Nós pensamos em ir para casa junto de você, achamos que poderia nos ajudar a nós tornarmos mais familiares a cidade — Millena falou no mesmo tom indiferente que teve quando se apresentou, o que fez Kaio duvidar de suas intenções um pouco.

— Sério? Porque pra mim, vocês não parecem muito de socializar — Do modo que ele disse parece que ele fez uma leve piada, porém esta não foi sua intenção, ele apenas queria apontar um fato mesmo.

— Podemos dizer o mesmo sobre você. Estava praticamente isolado na sala — a resposta de Aline o pegou de surpresa um pouco, mas logo em seguida ele deu um suspiro de derrota.

— Ok, então não vai fazer mal eu acho… — então, os três saíram da escola e no caminho começaram a conversar sobre qualquer assunto que tinham disponível, como o da transferência de Millena e Aline. As duas se transferiram para cá devido ao trabalho de seus pais, que eram bem amigos,também disseram que essa não era a primeira vez que se transferiam pra uma outra escola, que isso era algo que já tinha acontecido várias vezes, porém elas já estavam acostumadas com isso.

Ele também conversaram sobre o hobby de ler que Kaio possuía, ele até recomendou alguns livros que ele achava que iria interessar elas. Se ele tivesse que ser sincero, ele estava gostando de conversar com elas, não sabia qual foi a última vez que tinha falado tão naturalmente com alguém de sua idade.

— Talvez eu seja capaz de cumprir o que prometi pra você mãe… — Ele pensou com um pequeno sorriso em seu rosto. Ele iria continuar a falar, porém a expressão de curiosidade delas o impediu, ao olhar para mais a frente na calçada a frente deles, algumas pessoas estavam aglomeradas com três policiais tentando afastar elas dali enquanto alguns médicos carregavam uma pessoa para fora dali numa maca até uma ambulância ali perto, pelo que parecia a pessoa era uma mulher de vinte e poucos anos e parecia incrivelmente pálida, como se não tivesse pego nenhum sol ou estivesse com uma anemia,também era notável dois furos na área do pescoço, ao ver isso Kaio pode evitar de dizer — Mais um? — isso fez as duas olharem para ele.

— O que você quis dizer com mais um, Azura? — Aline perguntou como se quisesse que ele a respondesse de imediato, o que ele estranhou um pouco.

— Ah, está acontecendo coisas assim esses dias, algumas pessoas estão sendo encontradas desmaiadas no chão com furos no pescoço e pouco sangue em seu corpo. Algumas pessoas tem várias teorias, umas dizem que estão roubando sangue das pessoas para vender, outros que um canibal com gosto de beber sangue está atacando essas pessoas, mas tem uma delas que se destaca, tem gente dizendo que pode ser um vampiro, porém ninguém tá dando bola para isso mesmo sendo a teoria mais popular —

— E você Azura? Acredita que é um vampiro? Ou acha que é uma outra coisa? — de repente Millena perguntou a ele de forma séria, como se não fosse tolerar que ele mentisse pra ela.

— ...Acredito que seja um vampiro, sei que parece loucura, mas algo no fundo me diz que essa é a resposta, sem falar que eu já vi bastante coisas estranhas nessa vida. — Ele falou olhando para baixo com um olhar pensativo em seu rosto — Bem, essa conversa tomou um rumo inesperado. O lugar onde moro é mais a frente, vocês moram aonde? — perguntou mudando de assunto.

— Eu e a Millena moramos para lá — Aline falou apontando para a rua à direita — Acho que é aqui que nos separamos Azura — A esverdeada falou já se preparando para ir com Millena.

— Entendo e, me de chame de Kaio se quiserem —

— Ok...Kaio. Até mais, nos vemos na escola — se despedindo um do outro, os três se separaram, Kaio segui para frente sozinho e Millena e Aline seguiam a mesma rua juntas. Enquanto andavam juntas elas tinham uma pequena conversa sobre o seu novo...colega.

— Ele me pareceu normal, fora a aura que tinha ao seu redor, não notei nada de anormal nele. — opinou Aline

— Eu também pensei o mesmo, porém já vimos isso várias vezes, vários outros seres que não pareciam nada demais e era exatamente o contrário. Vamos manter um olhar nele — Millena ordenou e Aline apenas concordou com ela.

— Outra coisa — a mais alta se pronunciou — Aquilo que ele falou sobre os ataques, acho mesmo que tem um vampiro aqui? —

— Não temos como confirmar, porém vamos fazer uma ronda essa noite, se tiver um vamos dar cabo dele rapidamente — E com isso a conversa entre elas foi encerrada, ambas caminhando silenciosamente uma ao lado da outra.

Despercebido pelas duas, uma figura às observava de um beco escuro. A figura deu um leve sorriso sádico ao ver as duas andando pela rua como se fossem duas estudantes normais. Porém para a figura, tal disfarce era inútil 

— Pelo que vi elas pretendem acabar com minha refeição, que deselegante. Bem, acho que tomarei essa oportunidade para um lanchinho extra essa noite. Muahahahahaha… — e então a figura sumiu na escuridão do beco, como se não tivesse tido ninguém ali em primeiro lugar.


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