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Harry Potter em Changed Prophecy. -- Livro 01 Harry Potter em Changed Prophecy. -- Livro 01 original

Harry Potter em Changed Prophecy. -- Livro 01

Author: zBloodDemon

© WebNovel

O-Menino-Que-Sobreviveu.

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O Sr. e a Sr.ᵃ Dursley, endereçados na Rua dos Alfeneiros-N°04, se orgulhavam de dizer serem perfeitamente normais.

Válter Dursley era diretor de uma enorme firma chamada Grunnings, localizada em Surrey-Inglaterra, realizando venda de furadeiras e equipamentos de construções. Tal homem era alto e corpulento de cabeleira loura, porém tudo isso devido a seu longo histórico com boxe em sua adolescência, no qual visava manter uma rotina de treinos até os dias atuais a qual atraia e muito a atenção do público ao seu redor.

Petúnia Dursley era dona de casa desde que seu filhinho nasceu um ano atrás, anteriormente colaboradora desde 1970 na Grunnings a qual conheceu seu futuro marido, detinha de uma aparência definida, morena com olhos castanho, formada em uma renomada universidade de medicina, porém que atualmente visou dar mais atenção ao novo membro da família.

Ambos detinham de um lindo filhinho chamado Dudley, o pequeno Duda e em suas opiniões não existia garoto melhor em lugar nenhum do mundo.

Os Dursley tinham tudo que queriam: dinheiro, moradia própria, dois veículos automotivos e uma van própria comprada recentemente para futuras viagens em família, felicidade, porém como sempre há algum problema, tal família tinha certo receio de que descobrissem seu suposto segredo de linhagem. Acreditavam que ninguém aguentaria a existência dos Potter. A Sr.ᵃ Potter era irmã da Sr.ᵃ Dursley, porém não se viam há muitos anos, na realidade ela fingia que era filha única, pois essa e seu marido imprestável como denominava, eram o que havia de menos parecido com os Dursley e pessoas normais, isso é claro após um ocorrido final em um casamento, no qual enfim dividiu toda a família.

Eles estremeciam apenas de pensar o que os vizinhos e amigos iriam dizer se os Potter aparecessem em sua casa vestindo aquelas vestes estranhas e sombrias de séculos passados.

Ambos detinham do conhecimento de que a Sr.ᵃ Potter havia dado à luz a uma criança cerca de um ano atrás, melhor dizendo, eles nem se importavam com o garoto, não queriam que Duda se misturasse com uma criança daquelas.

Quando o Sr. e a Sr.ᵃ Dursley acordaram na primeira segunda-feira monótona e cinzenta de novembro, ou seja, pouco após grandes acontecimentos que se ocorreram em outra parte do mundo. Não havia nada no céu nublado e cinzento. O Sr. Dursley cantarolava ao escolher a gravata que mais combinaria ao terno que trajava, ele se preparava para ir trabalhar enquanto a Sr.ᵃ Dursley fofocava alegremente enquanto lutava para encaixar um Dudley Dursley aos berros na cadeirinha alta.

Estava tão distraído com seus afazeres que nem repararam em uma coruja parda que passara batendo suas lindas asas pela janela.

As 08:30 o Sr. Dursley apanhou a pasta, deu um beijinho no rosto da Sr.ᵃ Dursley e até tentou dar um beijo de despedida em seu filho Duda, porém não conseguiu devido ao mesmo estar tendo um acesso de choro como qualquer criança tinha.

 

 

- Pestinha! - Válter disse rindo quando afagara rapidamente os cabelos do filho, seguido de sair de casa em direção a seu conversível Bentley continental GT de cor envelopada preto fosco, um modelo de automóvel muito cobiçado por parte dos vizinhos e conhecidos, assim entrando nele e partindo logo em seguida.

 

 

Foi na esquina da rua que ele notou o primeiro indício de que algo estranho ocorria, jurava que via um gato de listras amarelas tão focado em um mapa que mais parecia realmente entender lê-lo. Por um instante o Sr. Dursley não percebeu o que vira, porém, logo em seguida ele virou rapidamente a cabeça para dar uma segunda olhada. Até havia um gato de listras amarelas sentado na esquina, porém nenhum mapa à vista.

Nem sabia no que estava pensando, um gato lendo um mapa, com certeza riria dele caso ele contasse para alguém. Porém, para seus devaneios continuarem, ele jurava que virá o gato encarar a placa indicando que ali era a Rua dos Alfeneiros e em seguida acenando afirmativamente a cabeça como se encontrasse o lugar correto, Válter presenciava tudo ao olhar o reflexo do gato no retrovisor, não sabia o que ocorria, mas sacudiu logo a cabeça para espantar pensamentos tão triviais. Assim, durante o caminho para a cidade, ele não pensou em mais nada, exceto no grande pedido de brocas que tinha esperanças de receber logo cedo naquele dia.

Mas ao sair da cidade, as brocas foram varridas de sua cabeça por outra coisa. Ao parar no costumeiro engarrafamento matinal, não pode deixar de notar que havia uma quantidade razoável de pessoas estranhamente vestidas andando pelas ruas. Pessoas com capas pretas e compridas como em épocas passadas. O Sr. Dursley não tolerava gente que andava com roupas ridículas, os trapos que se viam nos jovens, imaginava que aquilo era alguma nova moda idiota.

E para seu desgosto, nem todos ali no meio eram jovens, havia adultos com as mesmas vestes, claramente eram mais velhos do que ele. Era notável que todos estavam extremamente felizes por algo ocorrido, e isso o irritava de uma forma nunca vista, não tolerava gente estranha e muito menos felizes, acreditava que o melhor para tudo e todos era guardar seus sentimentos e emoções para si, para sua família continuar sendo a mais "perfeita" de todas.

Deixando esses pensamentos de lado, ele simplesmente percebeu haverchego a seu estacionamento privado da empresa, e logo seus pensamentos a respeito das brocas retornaram a sua mente.

O Sr. Dursley sempre se sentava de costas para a janela em seu escritório no décimo nono andar. Se não o fizesse, acreditava que seria mais difícil se concentrar em brocas e no serviço.

Por esse motivo não percebia o enorme movimento de corujas que voavam velozes em plena luz do dia, as pessoas que se situavam lá nas ruas, olhavam e apontavam para as corujas, era espantoso que tais animais se mostrassem em tal momento do dia, até mesmo de noite era difícil encontrar uma, imagina pela manhã.

O dia para o Sr. Dursley estava transcorrendo perfeitamente, acordou de bem com sua esposa, realizou diversos telefonemas enquanto fechava contratos com outras empresas e novamente conseguiu driblar a inspeção do RH perante a contratação de menores para serviços auxiliares na empresa. Estava com um excelente humor o dia todo e por esse motivo decidiu esticar as pernas e atravessar a rua para comprar algum pãozinho doce.

 

Esquecera completamente as pessoas de capas até passar por um grupo delas próxima à padaria. Ele os encarava com raiva ao passar, não sabia o porquê disso desde que realmente faziam tempos que controlara seu temperamento alto, algo visado desde sua adolescência de valentão, mas que largara mão quando decidira investir num relacionamento com Petúnia, mas essas pessoas…, essas roupas…, esse jeito…, tudo neles deixava-o nervoso além da conta. Tais pessoas cochichavam agitadas, logo que pode comprar seus pãezinhos doces pode escutar as palavras de alguns:

 

- Os Potter… é verdade o que eu ouvi? - Um dos homens encapuzados perguntou.

 

 

- Sim, pelo que parece o filho deles salvou a todos nós, Harry se me lembro bem… continua tudo muito em sigilo. - Uma mulher encapuzada respondeu.

 

 

O Sr. Dursley travou de repente, o medo invadiu seu ser e rapidamente saiu daquele local, não sabia o que era, nem o que estava acontecendo, porém, coisa boa não poderia ser.

Atravessou a rua depressa, correu para o escritório e disse rispidamente a sua secretaria que não o incomodasse e que não era para ninguém entrar em seu escritório. Rapidamente agarrou o telefone e quase terminara de discar o número de casa, mas mudou de ideia e começou a pensar na situação. Estava agindo como um idiota, não era porque alguém falava dos Potter que seriam os seus, Potter, tinha certeza que deveriam existir diversas famílias com esse sobrenome esquisito e principalmente com um filho chamado Harry. Talvez a cria daquele homem arrogante fosse Ernesto ou até Eduardo, não tinha sentido preocupar sua querida esposa por algo tão simples, sabia que ela ficaria perturbada com a simples menção da irmã.

 

Achou bem difícil se concentrar nas brocas aquela tarde e, quando deixou o edifício às cinco horas, continuava tão preocupado que teve um leve trombo com um velhinho parado na porta do edifício.

 

 

- Desculpe. - Válter murmurou quando o velhinho cambaleou e quase caiu. Levou alguns segundos para o Sr. Dursley perceber que o homem estava usando uma capa roxa e não parecia nada aborrecido por ser quase jogado ao chão. Ao contrário, seu rosto se abriu em um largo sorriso e ele disse numa voz esganiçada que fez os passantes olharem.

 

 

- Não precisa pedir desculpas, caro senhor, porque nada poderia me aborrecer hoje! Alegre-se, porque "Você-Sabe-Quem" finalmente foi-se embora! Até trouxas como o senhor deviam estar comemorando em um dia tão feliz. - O velho disse enquanto estranhamente abraçava Válter.

 

 

Após o velhinho ir embora, o Sr. Dursley ficou pregado no chão, acabara de ser abraçado por um estranho, e fora chamado de trouxa, o que quer que isso quisesse dizer. Estava abalado, correu para o carro e partiu para sua casa, esperando que estivesse imaginando coisas, porém para seu desconforto o gato novamente estava lá, dessa vez o gato estava no muro da garagem de sua casa e o encarava misteriosamente o deixando mais desconfortável.

 

 

- Chispa! - Válter gritou enquanto abanava os braços em direção ao gato, tudo isso no intuito de espantá-lo dali de perto. Para sua surpresa, o gato não se mexeu e ainda lhe lançou um olhar severo.

 

- "Será que isto é comportamento normal de um gato?" - Válter pensou, decidindo não continuar com essa idiotice ele rapidamente entrou em sua residência.

 

 

A Sr.ᵃ Dursley tivera um dia normal e agradável, contou-lhe durante o jantar os problemas da senhora do lado e como ela parecia bem melhor quando foi aconselhada adequadamente, contara também que Duda aprendera uma palavra nova: nunca. O Sr. Dursley tentou agir normalmente a noite toda, depois que Duda foi se deitar, ele chegou à sala em tempo de ouvir o último noticiário das nove:

 

- E por último, os observadores de pássaros em toda parte registraram que as corujas do país se comportaram de forma muito estranha hoje quando foram avistadas voando em grandes divisões de hordas. Embora elas normalmente cacem à noite e raramente apareçam à luz do dia, centenas desses pássaros foram vistos hoje voando em todas as direções desde o alvorecer e estranhamente aparentavam carregar algo com elas. Os especialistas não sabem explicar por que as corujas de repente mudaram o seu padrão de sono. - O locutor terminou de dizer se permitindo um sorriso considerado muito misterioso para os Dursley nos quais pareciam ter certas dúvidas se esse homem realmente não sabia o motivo de tal ocorrido fora do comum. - E agora, com Jorge Mendes, o nosso boletim meteorológico. Vai haver mais tempestades de corujas hoje à noite, Jorge? - O apresentador perguntou onde novamente aquela sensação e ar de piada ou sarcasmo era minimamente notado em seu tom de voz, aparentando que ele sabia muito bem o motivo de tudo aquilo e não deixava sua alegria deixar de transparecer.

 

 

- Bom, Eduardo. - Iniciou o meteorologista também com um risinho misterioso de canto na boca. - Não sei lhe dizer exatamente, mas não foram só as corujas que se comportaram estranhamente hoje. Ouvintes de todo o país têm telefonemas para reclamar que em vez do aguaceiro que prometi para ontem, eles têm tido chuvas de estrelas e diversos ocorridos estranhos de explosões de fogos de artifícios coloridos e sem efeitos sonoros.

 

- Talvez alguém ande festejando sobre alguma ocasião muito especial de alguém muito importante. - Voltara a dizer o meteorologista com um duplo sentido em seu tom de voz. - Mas posso prometer para hoje uma noite chuvosa e extremamente fria, por isso já deixamos avisados para manter seus animais de estimação em casa e bem aquecidos, pois a temperatura irá cair drasticamente na madrugada dos próximos dias. - O meteorologista enfim finalizou também não deixando de aparentar estar extremamente contente e alegre com algo misterioso.

O Sr. Dursley ficou paralisado na poltrona, estrelas cadentes em todo o país, fogos de artifícios coloridos, corujas voando durante o dia, pessoas misteriosas usando capas por todo lado e pôr fim um cochicho alegre a respeito desses tais, Potter.

Mesmo que não quisesse admitir, com toda certeza isso estava relacionado a eles e aquelas maluquices que eles eram envolvidos.

A Sr.ᵃ Dursley entrou na sala trazendo duas xícaras de chá, não adiantava guardar segredo, teria que dizer tudo o que ocorria e que algo estava ligado à irmã de sua esposa.

 

 

- Petúnia, querida, você não tem tido notícias de sua irmã ultimamente? - Conforme esperava, a Sr.ᵃ Dursley pareceu chocada e aborrecida. Afinal, normalmente fingiam que ela não tinha irmã.

 

 

- Não. - Petúnia respondeu seca. - Por quê? - Ela continuou não ocultando seu desconforto ou desprezo no tom de voz.

 

 

- Uma notícia engraçada… - Murmurou o Sr. Dursley. - Corujas… estrelas cadentes… fogos de artifício coloridos e sem efeito sonoro… E vi uma porção de gente de aparência estranhamente alegre na cidade hoje…

 

 

- E daí? - A Sr.ᵃ Dursley o cortou com dúvida na voz.

 

 

- Bem, pensei… talvez tivesse alguma ligação com, sabe… O "pessoal dela". - Válter disse tentando encontrar as melhores palavras para se expressar, parecendo temer que se se chama por algum nome, tais seres realmente aparecessem.

 

 

A Sr.ᵃ Dursley bebericou o chá com os lábios contraídos. O Sr. Dursley ficou em dúvida se teria coragem de lhe contar que ouvira o nome "Potter". Decidiu que não, em vez disso, ele falou com a voz mais displicente que pôde:

 

 

- O filho deles… teria mais ou menos a idade de Duda agora, não?

 

 

- Suponho que sim. - Respondeu à Sr.ᵃ Dursley, ainda seca.

 

 

- Como é mesmo o nome dele? Ernesto, não é?

 

 

- Hadrian… não… talvez Henry Potterer… ou Harrison Potter… - Petúnia tentava se lembrar em pura dúvida e desgosto. - Bom, vai saber… um nome feio e vulgar se quer saber minha opinião. - Ela respondeu em finalização ao marido.

 

 

- Ah, é. - Disse o Sr. Dursley, sentindo um aperto horrível no coração. - Concordo com você. - Ele continuou enquanto terminava de beber seu chá.

 

 

Assim, o patriarca Dursley não disse mais nenhuma palavra sobre o assunto a caminho do quarto onde foram se deitar. Enquanto a Sr.ᵃ Dursley estava no banheiro, o Sr. Dursley foi devagarinho até a janela e espiou o jardim da casa. O gato continuava lá e observava o começo da Rua dos Alfeneiros como se esperasse alguma coisa.

 

Estaria imaginando coisas?

Será que tudo isso teria ligação com os Potter?

Porque dessa estranha sensação de que um invasor adentraria a suas vidas e iria os afetar negativamente daqui para frente, e que todo o estilo de vida que visaram criar estava prestes a desmoronar pelos próximos anos?

 

Os Dursley se deitaram. A Sr.ᵃ Dursley adormeceu logo, mas o Sr. Dursley continuou acordado, pensando no que acontecera. Seu último consolo antes de adormecer foi pensar que mesmo que os, Potter ou Potterer estivessem envolvidos, não havia razão para se aproximarem dele e de sua família. Eles sabiam muito bem o que pensavam deles e de gente de sua laia… O Sr. Dursley rapidamente bocejou e se virou. Isso não poderia afetá-los… certo?

 

Ah como estava enganado, pois agora mesmo um elo entre sua esposa e uma criança nunca vista era enfim finalizado, um elo de segurança sanguínea que nem mesmo as mentes mais brilhantes de outro mundo poderiam compreender e que pelos atos desesperados de uma mãe, acabara de condenar a vida de seu filho e irmã há uma década decadente.

 

 

 

O Sr. Dursley talvez estivesse mergulhando em um sono inquieto, mas o gato no muro lá fora não mostrava sinais de sono. Continuava sentado imóvel como uma estátua, os olhos fixos na esquina mais distante da Rua dos Alfeneiros. E nem sequer estremeceu quando uma porta de carro bateu na rua seguinte, nem mesmo quando duas corujas mergulharam do alto.

Na verdade, era quase meia-noite quando o gato enfim se mexeu.

Um homem apareceu na esquina que o gato esteve vigiando. Apareceu tão súbita e silenciosamente que se poderia pensar que tivesse saído do chão. O rabo do gato mexeu ligeiramente e seus olhos se estreitaram.

Ninguém jamais vislumbrara nada parecido com este homem na Rua dos Alfeneiros. Era alto, magro e muito velho, a julgar pelo grisalho dos seus cabelos e de sua barba, suficientemente longos para prender no cinto. Usava vestes longas, uma capa púrpura que arrastava pelo chão, mas que pareciam tão pouco tocá-lo ou arrastar sujeira pela barra. Seus olhos azuis eram claros, luminosos e cintilantes por trás dos óculos em meia-lua e o nariz muito comprido e torto, como se o tivesse quebrado pelo menos duas vezes. E o nome dele?

 

Era: Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore.

 

 

Dumbledore não parecia ter consciência de que acabara de pisar numa rua onde tudo, desde o seu nome às suas vestes, era malvisto. Estava ocupado apalpando a capa, procurando alguma coisa. Mas parecia ter consciência de que estava sendo vigiado, por erguer a cabeça de repente para o gato que continuava a fixá-lo da outra ponta da rua. Por algum motivo, a visão do gato pareceu diverti-lo. Deu uma risadinha e murmurou:

 

- Eu devia ter imaginado. - Dumbledore murmurou baixinho.

 

 

Logo em seguida ele encontrou o que procurava no bolso interior da capa, parecia um isqueiro de prata. Abriu-o, ergueu-o no ar e o acendeu. O lampião de rua mais próximo apagou-se com um estalido seco como se a própria energia fosse sugada. Ele o acendeu de novo, o lampião seguinte piscou e apagou, doze vezes ele acionou o apagueiro até que as únicas luzes acesas na rua toda eram dois pontinhos minúsculos ao longe. Se alguém espiasse pela janela agora, até a Sr.ᵃ Dursley, de olhos de águia, não conseguiria ver nada que estava acontecendo na calçada por conta do breu gélido e misterioso que ocultava qualquer presença naquele escuro.

 

Dumbledore tornou a guardar o apagueiro na capa e saiu caminhando pela rua em direção ao número quatro, onde se sentou no muro ao lado do gato. Não olhou para o bicho, mas, passado algum tempo, dirigiu-se a ele:

 

- Imaginei encontrar a senhora aqui, Professora Mcgonagall. - Dumbledore disse e virou-se para sorrir para o gato, mas este desaparecera. Em vez dele, viu-se sorrindo para uma mulher de aspecto severo que usava óculos de lentes quadradas. Ela, também, usava uma capa esmeralda. Trazia os cabelos negros presos num coque apertado. E parecia decididamente irritada.

 

- Como soube que era eu? - Tal mulher perguntou duvidosa.

 

 

- Minha cara professora, nunca vi um gato sentar-se tão duro. - O velho riu pela desconfiança dela em achar que havia alguma conspiração ocorrendo ali, quando tudo fora entregue pelo aspecto misterioso desse gato para o padrão dos normais.

 

 

- O senhor estaria duro se tivesse passado o dia todo sentado em um muro de pedra! - Minerva respondeu ainda sem emoção positiva alguma na face.

 

 

- O dia todo? Quando podia estar comemorando, devo ter passado por mais de dez festas e banquetes a caminho daqui. - Dumbledore disse curioso ao fato de tal mulher não demonstrar felicidade alguma em um dia tão especial e trágico ao mesmo tempo.

 

 

A professora fungou aborrecida:

 

- Ah, sim, vi que todos estão comemorando! - Disse impaciente. - Era de esperar que fossem um pouco mais cautelosos, mas não, até os trouxas notaram que alguma coisa estava acontecendo. Deu até no telejornal com aqueles nascidos trouxas expondo todas as notícias com duplos sentidos e piadinhas de que eles sabiam mais que qualquer um. - Ela indicou com a cabeça a sala às escuras dos Dursley. - Eu ouvi, hordas de corujas, estrelas cadentes, fogos de artifício coloridos…, ora, eles não são completamente idiotas para não notarem que algo esteja errado e não seria surpresa alguma se alguma organização governamental trouxa não estivesse já buscando respostas. - Minerva terminou de dizer como se fosse uma bronca a tal ato deles.

 

 

- Você não pode culpá-los. - Ponderou Dumbledore educadamente. - Temos tido muito pouco o que comemorar nos últimos anos.

 

 

- Sei disso! - Retrucou a professora mal-humorada. - Mas não é razão para perdermos a cabeça. As pessoas estão sendo completamente descuidadas, saem às ruas em plena luz do dia, sem nem ao menos vestir roupa de trouxa, e espalham boatos com duplos sentidos. - De esguelha, lançou um olhar atento a Dumbledore, como se esperasse que ele dissesse alguma coisa, mas ele continuou calado, por isso ela recomeçou: - Ia ser uma graça se logo quando Você-Sabe-Quem parece ter finalmente ido embora, os trouxas descobrissem a nossa existência com essas invenções tecnológicas e estranhas de monitoramento deles, pois de que adianta os obliviar se nossas aparições são mantidas gravadas automaticamente? Suponho que ele tenha realmente ido embora, não é, Dumbledore? - Minerva finalizou enquanto perguntava algo seriamente e até temerosa sobre a resposta de tal mal enfim ser expurgado do planeta.

 

- Parece não haver dúvida sobre tamanho fato e comemoração, temos muito que agradecer. Aceita um sorvete de limão? - Dumbledore respondeu contente, ignorando assim totalmente a crença dela na sagacidade e inteligência No-maj, pois isso era coisa para outro momento.

 

 

- Um o quê? - Minerva perguntou com uma expressão curiosa feito a de um gatinho.

 

 

- Um sorvete de limão, é uma espécie de doce No-Maj de que sempre gostei muito. - Ele respondeu risonho pela professora severa demonstrar tal semelhança com sua forma de animago, notando assim a atenção ela corou e refez suas feições severas.

 

 

- Não, obrigada. - Disse Minerva com frieza, como se não achasse que o momento pedia sorvetes de limão. - Mesmo que Você-Sabe-Quem tenha ido embora, não devemos perder a cabeça e comemorar irracionalmente.

 

 

- Minha cara professora, com certeza uma pessoa sensata como a senhora pode chamá-lo pelo nome. Toda essa bobagem de Você-Sabe-Quem, há anos venho tentando convencer as pessoas a chamá-lo pelo nome que recebeu, ou seja…, Voldemort. - A professora franziu o rosto, mas Dumbledore, que estava separando dois sorvetes de limão, pareceu não reparar. - Tudo fica tão confuso quando todos não param de dizer Você-Sabe-Quem. Nunca vi nenhuma razão para ter medo de dizer o nome de Voldemort.

 

 

- Sei que não vê. - Disse a professora parecendo meio exasperada e meio admirada. - Mas isso porque você é diferente. Todo o mundo sabe que é o único de quem Você-Sabe… ah, está bem, de quem V-Voldemort tem medo. Acha mesmo que a maldição de tal nome iria fazer ele ter coragem de cair numa armadilha sua?

 

 

- Isto é um elogio? - Indagou Dumbledore calmamente, mas com um risinho malicioso de canto. - Voldemort tinha poderes que nunca tive! Um prodígio em muitas áreas da magia nas quais não posso como líder da luz me envolver… e o fato de eu ser o único a ele temer por minha experiência, creio que isso mudará a partir de hoje - O grisalho terminou misteriosamente com algo profundo em mente.

 

 

 

- Só porque você é muito… bem… nobre para usá-los. - Minerva respondeu. - Mas não pense que me engana com essa aura de vovozinho bondoso, sabemos bem sua verdadeira face poderosa e jovial que esconde nessas camadas de charmes mágicos, pois realmente não me faça acreditar que em tão poucos anos após a derrota de Grindelwald, você simplesmente sucumbiu à velhice humana e enfraqueceu misteriosamente para jogar esses joguinhos de fingir-se de caduco no início de anos letivos que vem fazendo há tanto tempo.

 

 

- É uma sorte estar escuro, nunca mais corei assim desde que Madame Pomfrey me disse gostar dos meus abafadores de orelhas novos. - Dumbledore disse engraçadamente, porém com um olhar tão jovial e poderoso que brilhara naqueles olhos azuis-claro como o de uma pessoa no auge da idade em plena consciência de seu poder e capacidades, mas que carregava uma humildade sem igual para esconder isso afim do mundo não esperar agarrar-se a ele e depender suas vidas só porque ele tinha o poder em mãos, quando todos é quem deveriam ser independentes e fortes por si. - Mas, não sei… creio que já me acostumei a agir assim que passou a se tornar minha verdadeira identidade.

 

 

A Professora lançou um olhar severo a Dumbledore, devido a ela ser uma das poucas pessoas que sabe desse segredo dele, e assim disse:

 

- As corujas não são nada comparadas aos boatos que correm. Sabe o que todos estão dizendo? Por que ele foi embora? Quem foi que finalmente o deteve? - Aparentemente a professora chegara ao ponto que estava ansiosa para discutir, a verdadeira razão pela qual estivera esperando o dia todo em cima de um muro frio e duro. Era óbvio que seja o que fosse que todos estavam dizendo, eles não iriam acreditar até que Dumbledore confirmasse ser verdade. Dumbledore, porém, estava escolhendo mais um sorvete de limão e não respondeu. - O que estão dizendo é que na noite de 31 de outubro, ou melhor dizendo, ao badalar da meia-noite, Voldemort apareceu em Godric's Hollow. Foi procurar os Potter que estavam lá por sabe-se lá motivo. - Sua voz agora era abatida como a de alguém de luto e receosa disto ser verdade. - O boato é que Líly e James Potter estão… que estão… mortos. - Minerva terminou receosa e alarmada disto ter ocorrido a dois de seus melhores e mais queridos alunos em muitas décadas.

 

 

Dumbledore fez que sim com a cabeça sem dizer nada, deixando Minerva sem folego.

 

 

- Líly e James… Não posso acreditar, não quero acreditar… - Minerva tentava dizer, até mesmo Albus Dumbledore estava com uma expressão triste, ele simplesmente deu alguns tapinhas no ombro da mulher como forma de consolo.

 

 

- Eu sei… eu sei… - O grisalho afirmou deprimido sem ânimo de continuar o sorvete, assim com a voz de Minerva tremendo ao prosseguir.

 

- E não é só isso, estão dizendo que ele tentou matar o filho dos Potter, Harry. - Ela dizia o encarando totalmente para compreender a situação. - Mas… não conseguiu. Não conseguiu matar um garotinho. Ninguém sabe o porquê e nem como, mas estão dizendo que na hora que não pôde matar Harry Potter, por alguma razão, o poder mortal de Voldemort ricocheteou, e é por isso que ele foi embora para sempre.

 

 

Dumbledore concordou com a cabeça, sério demais para ela saber que a notícia era verídica, porém sem afirmação alguma dele em explicar melhor a situação.

 

 

- É... É verdade? - Gaguejou a professora. - Depois de tudo o que ele fez… Todas as pessoas que matou e destruiu suas famílias… para não conseguir matar um garotinho? É simplesmente espantoso… de tudo que poderia detê-lo, mas, por Merlin, como foi que o garoto sobreviveu?

 

 

- Só podemos imaginar. - Dumbledore finalmente respondeu antes da mulher continuar com mais perguntas. - Talvez nunca cheguemos, a saber! Um dos mistérios universais que até mesmo eu gostaria de saber, mas não consigo compreender totalmente desde que só encontramos os corpos de Lily e James, juntos, a capa e varinha de Voldemort esparramadas de frente ao berço do bebê… e todo aquele sentimento de morte. - A professora pegou um lenço de renda e secou com delicadeza os olhos por baixo das lentes dos óculos. Dumbledore deu um grande suspiro ao mesmo tempo, em que tirava o relógio de ouro do bolso e o examinava. Era um relógio muito estranho, tinha doze ponteiros, mas nenhuns números, em vez deles, pequenos planetas giravam à volta.

 

 

Mas devia fazer sentido para Dumbledore, porque ele o repôs no bolso e disse:

 

- Hagrid está atrasado. A propósito, foi ele que lhe disse que eu estaria aqui, suponho. - Dumbledore disse em um tom de já saber a resposta, pois realmente por mais que Hagrid seja confiável, era péssimo em guardar segredos.

 

 

- Foi, e suponho que você não vá me dizer por que está aqui e não em outro lugar? - Minerva indagou novamente temendo saber a resposta, porém mesmo assim visava perguntar.

 

 

- Vim trazer o garoto para o tio e a tia. Eles são a única família que lhe resta e acredito fielmente que será o melhor lugar a servir de base protegida desde que é o sangue dele quem poderá o manter oculto de pessoas mal intencionadas. - Albus disse dessa vez com um mínimo de amargura, saindo com base no entendimento de sua professora a respeito de que tipo feitiço de sangue ele citava.

 

- Você não quer dizer, você não pode estar se referindo às pessoas que moram aqui? - Minerva perguntou exasperada. - E o sangue deles? Não foi você quem aboliu para sempre esse rituais malditos? Como pode fazer algo assim quando lutou tanto para acabar com tal?

 

 

- É o melhor lugar para ele, minha cara professora, e por mais que tal ritual seja contra todas minhas virtudes, não posso descartar o mérito desesperado de uma mãe. - Afirmou Dumbledore com firmeza e um ponto final no argumento de que ele faria tamanha maldade a uma criança. - Os tios poderão lhe explicar tudo quando ele for mais velho, escrevi-lhes uma carta.

 

 

- Uma carta? - Repetiu a professora com a voz fraca, sentando-se novamente no muro. - Francamente, Dumbledore, você acha que pode explicar tudo isso em uma carta?

 

- Essas pessoas jamais vão entendê-lo! Ele será famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se a data de hoje ficasse conhecida no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele! - Minerva continuava tentando fazer ao velho entender a voz da razão nessa escolha absurda.

 

 

- Exatamente. - Disse Dumbledore, olhando muito sério por cima dos óculos de meia-lua. - Isto seria o bastante para virar a cabeça de qualquer menino. Famoso antes mesmo de saber andar e falar! Famoso por algo que ele nem vai se lembrar! Você não vê que ele estará muito melhor se crescer longe de tudo isso até que tenha capacidade de compreender e não se tornar um garotinho mimado com o ego maior que o mundo? - Dumbledore finalizou acabando com qualquer argumento da professora.

 

 

A professora abriu a boca, porém mudou de ideia, engoliu em seco e então disse:

 

- É... É você está certo, é claro. Mas como o garoto chegará aqui, Dumbledore? - Ela olhou para a capa dele de repente como se lhe ocorresse que talvez escondesse Harry ali.

 

 

- Ora… Hagrid vai trazê-lo. - Dumbledore disse sorridente.

 

 

- Você acha que é sensato confiar a Hagrid uma tarefa importante como esta?

 

- Eu confiaria a Hagrid minha vida. - Respondeu Dumbledore.

 

 

- Não estou dizendo que ele não tenha o coração no lugar. - Concedeu a professora de má vontade. - Mas você não pode fingir que ele é cuidadoso. Que tem uma tendência a... - Minerva tentou dizer, porém, um barulho a distância lhe interrompeu. - Que foi isso?

 

 

Um ronco discreto quebrara o silêncio da rua. Foi aumentando cada vez mais enquanto eles olhavam para cima e para baixo da rua à procura de um sinal de farol de carro; o ronco se transformou num trovão quando os dois olharam para o céu, e uma enorme motocicleta caiu do ar e parou na rua diante deles.

Se a motocicleta era enorme, não era nada comparada ao homem que a montava de lado. Ele era quase duas vezes mais alto do que um homem normal e pelo menos cinco vezes mais largo. Pareciam simplesmente grandes demais para existir e tão selvagens emaranhados de barba e cabelos negros longos e grossos escondiam a maioria do seu rosto, as mãos tinham o tamanho de uma lata de lixo e os pés calçados com botas de couro pareciam filhotes de golfinhos. Em seus braços imensos e musculosos ele segurava um embrulho de cobertores.

 

 

- Hagrid! - Dumbledore exclamou parecendo aliviado. - Finalmente, e onde foi que arranjou a moto?

 

 

- Pedi emprestada, Professor Dumbledore. - Respondeu o gigante, desmontando cuidadosamente da moto ao falar. - O jovem Sirius me emprestou, ele estava um pouco alarmado enquanto dizia ter de capturar a um rato ou algo assim…, mas evitei forçar o assunto devido ao ocorrido e como deve estar afetando-o tão negativamente, enfim, consegui trazer ele a salvo, professor. - Hagrid finalizou sua explicação misteriosa com no fim ele sorrindo contente.

 

 

- Não teve nenhum problema? - Dumbledore perguntou quando se aproximara.

 

 

- Não, senhor. A casa ficou quase destruída, mas consegui tirá-lo inteiro antes que os trouxas invadissem o lugar e os aurores criasse um perímetro de investigação. Ele dormiu quando levei até Madam Pomfrey e passamos um dia realizando todos os exames, acho que a poção calmante também serviu bem para quando saímos e estávamos sobrevoando Bristol. - Hagrid respondeu enquanto Dumbledore e a Prof. Minerva curvou-se para o embrulho de cobertores.

 

 

Dentro, apenas visível, havia um menino, que dormia a sono solto. Sob uma mecha de cabelos muito negros caída sobre a testa, eles viram um corte curioso, tinha a forma de um raio e misteriosamente soltava algumas pequenas faíscas esverdeadas que percorriam levemente o corpo da criança, mas que não aparentavam afetá-la negativamente.

 

 

- Foi aí que…? - Sussurrou a professora impressionada com a representação de magia, confundindo-a com magia-acidental tão cedo em vida, pouco sabendo ela que tudo era algo mais… obscuro.

 

 

- Foi… - Dumbledore confirmou enigmadamente com a cor curiosa da energia mágica. - Ficará com a cicatriz para sempre.

 

 

- Será que você não poderia dar um jeito, Albus? - Minerva perguntou.

 

 

- Mesmo que pudesse, eu não o faria. As cicatrizes podem ser úteis. Tenho uma acima do joelho esquerdo que é um mapa perfeito da estação de metrô em Londres…, uma tão memorável quanto a sobrevivência da magia mais mortal e poderosa do mundo… não algo a se ocultar… - Dumbledore explicava com orgulho aparente. - Pois bem, me dê ele aqui, Hagrid, é melhor acabarmos logo com isso. - Dumbledore finalizou recebendo Harry nos braços e virou-se para a casa dos Dursley.

 

 

- Será que eu podia… me despedir dele, professor? - Perguntou Hagrid com o velho acenando e entregando o embrulho pequeno.

 

 

Ele curvou a enorme cabeça para Harry e lhe deu o que deve ter sido um beijo na testa muito áspero e peludo sob remexer do garoto que parecia mover inconscientemente os bracinhos de maneira fofa, querendo tocar ao que lhe intrometia-se no sono. Depois, sem aviso, Hagrid soltou um uivo como o de um cachorro ferido, mal se segurando quando isso deveria ter sido possível de se escutar em toda a quadra oculta e silenciosa.

 

 

- Psiu! - Sibilou a Professora. - Você vai acordar os trouxas! - Disse ela censuradamente, porém com um riso em sua face perante o garoto adormecido que esticara os bracinhos na direção dela ainda de olhos fechados.

 

- Des-des-desculpe… - Soluçou Hagrid, puxando um enorme lenço e escondendo a cara nele quando secara as lagrimas dos olhos. - Mas nã-nã-não consigo suportar, Líly e James mortos, Sirius atormentado com essa conversa de rato, Remus se embebedando tanto após tempos dele parando com tal vício, Peter sumido desde a última missão da ordem… e o coitadinho do menino ter de viver com esses trouxas. - Hagrid ditava aos fatos que tanto lhe incomodavam desde que coletara ao garotinho pouco depois da meia-noite e agora estava aqui.

 

 

- É…, é…, é muito triste, mas controle-se, Hagrid, ou vão nos descobrir - Sussurrou a professora, dando uma palmadinha desajeitada no braço de Hagrid enquanto Dumbledore saltava a mureta de pedra e se dirigia à porta da frente. Depositou Harry devagarinho no batente, transfigurando assim uma cesta que o embalara a sua volta, tirou uma carta da capa, meteu-a entre os cobertores magicamente aquecidos do menino e, em seguida, voltou para a companhia dos dois que estavam um pouco atrás.

 

 

Durante um minuto inteiro os três ficaram parados olhando para a pequena cesta que detinha do jovem mais importante do mundo, os ombros de Hagrid sacudiram, os olhos de Minerva piscaram loucamente e a luz cintilante que sempre brilhava nos olhos de Dumbledore parecia ter-se extinguido em uma sensação pesada de que estava falhando em alguma decisão.

Dumbledore não entendia tal sentimento, mas algo dizia loucamente dentro dele que tudo estaria para mudar, que ele devia desconfiar um pouco mais e abrir mais os olhos sob o fato de nem todas as famílias serem amorosas e protetoras como seu pai demonstrara no passado ao proteger sua irmã, seja o que ocorreria, sentia que não poderia compreender e em meio a tudo que ele sentia, uma coisa era fato: Isso o assustava ao encarar a presença pequena do jovem sobrevivente, porém de aura poderosa e mortal em seu pleno sono no qual aparentava não abandonar a sensação de morte presente no que um dia será conhecida como o local de queda do Lorde das Trevas.

 

 

- Bem… - Disse Dumbledore com um suspiro profundo. - Acabou-se. Não temos mais nada a fazer aqui. Já podemos nos reunir aos outros para comemorar o fim de mais um dia tão importante… dessa vez na vida de todos nós.

 

 

- É! - Disse Hagrid com a voz muito abafada. - Vou devolver a moto de Sirius…, seja lá o que ele estava tanto procurando, precisará de sua moto… Boa noite, Professora Minerva, Diretor Dumbledore… - Enxugando os olhos na manga da jaqueta, Hagrid montou na moto e acionou o motor com um pontapé, com um rugido ela levantou voo e desapareceu na noite.

 

 

- Nós nos veremos em breve, espero. - Falou Dumbledore, com um aceno da cabeça. Minerva fungou o nariz em resposta por conta de nem mesmo suas vestes aquecidas a protegerem do frio instaurado nessa noite, junto, é claro, ao estado tristonho e choroso que muito poucos poderiam ver em tal mulher.

 

Dumbledore se virou e desceu a rua. Na esquina parou e puxou o apagueiro. Deu um clique e doze esferas de luz voltaram aos lampiões de modo que a Rua dos Alfeneiros de repente iluminou-se com uma claridade laranja e ele divisou o gato listrado se esquivando pela outra ponta da rua.

Mal dava para enxergar o embrulhinho de cobertores no batente do número quatro a distância, porém novamente ele não pudera deixar de sentir que estava cometendo um grande erro e que esse lugar estava começando a se infestar com tamanha sensação de morte que o desagradava e muito.

 

 

- Boa sorte, Harry. - Murmurou ele em mais um suspiro. Girou nos calcanhares e, com um movimento da capa, desapareceu silenciosamente como se nunca estivesse presente em tal local.

 

 

Uma brisa arrepiou as cercas bem cuidadas da Rua dos Alfeneiros, silenciosas e quietas, o último lugar do mundo em que alguém esperaria que acontecessem coisas espantosas. Harry Potter virou-se nos cobertores de peito para cima, e assim abriu os olhos, sendo verdes esmeralda tão brilhantes quanto os relâmpagos de uma misteriosa maldição mortal, porém que levemente se alteraram para carmesim tão brilhantes e poderosos, mas que logo falhara quando sua mãozinha agarrou a carta ao lado, para assim novamente voltar a fechar os olhos pouco notando os leves relâmpagos elétricos esverdeados a sua volta visarem se alastrar de volta a sua cicatriz.

Assim continuando a dormir, sem saber que era especial, sem saber que era famoso, sem saber que iria acordar dentro de poucas horas com o grito da Sr.ᵃ Dursley ao abrir a porta da frente para pôr as garrafas de leite do lado de fora, nem que passaria as próximas semanas levando cutucadas e beliscões do primo Duda… ou que uma única pessoa acabara inconscientemente lhe condenar a um futuro de desprezo, torturas, abusos, humilhações e traumas que lhe reformulariam em uma pessoa completamente diferente da que todos a partir dessa data iriam teorizar e criar contos fictícios sobre sua vida em berço de ouro, quando a realidade é muito mais obscura e brutal em que arrancariam tão cedo a inocência de um garoto tão importante para a estabilização universal.

 

 

Pouco sabia o garotinho que neste mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país, pessoas que lhe adoravam como uma divindade, e que lhe odiavam como uma monstruosidade, e assim, que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas e comemoravam pôr fim ao badalar da meia-noite e fim de uma data tão importante:

 

- A Harry Potter: O-Menino-Que-Sobreviveu! - Todos que comemoravam disseram neste exato momento por todo o país, levantando seus copos ao céu, tal ato causou certo riso inconsciente por parte do garotinho que sentira a localização exata de cada um que chamou seu nome, mal sabendo que seu potencial recém despertado e selado o estava potencializando para algo muito além de um feiticeiro, mas que sendo tão novo, voltara a dormir calmamente no cesto e assim completamente inconsciente de que esse fora um de seus últimos risos contentes que daria nos próximos longos e tortuosos anos que criança alguma deveria se submeter.

E com isso dou fim ao primeiro capítulo da Changed Prophecy.

Espero que estejam gostando e não se esqueçam de comentar. Seja opinião, crítica ou quaisquer observações.

Enfim, abaixo estará listado o elenco principal do capítulo. XD

Válter Dursley 1981 (Dolph Lundgren): https://editorial01.shutterstock.com/wm-preview-1500/5876626d/74901988/Shutterstock_5876626d.jpg

 

Petúnia Dursley 1981 (Mia Khalifa): https://i.pinimg.com/564x/b2/a9/5a/b2a95aabb91b847bc0994efbeb8cdc50.jpg

 

Albus Dumbledore 1981 (Richard Harris): https://potterheaven.com/ph/wp-content/uploads/2011/01/pf-fo-0005-e1294006020142.jpg

 

Minerva Mcgonagall 1981 (Animago): https://i.gifer.com/Gh2M.gif

Minerva Mcgonagall 1981 (Maggie Smith): https://pbs.twimg.com/media/E4Vo34_XIAw3hhZ.jpg

 

Hagrid 1981 (Robbie Coltrane): https://br.web.img3.acsta.net/r_1280_720/medias/nmedia/18/64/35/35/18889419.jpg

 

Harry Potter 1981 (Saunders Triplets?): https://www.okchicas.com/wp-content/uploads/2019/01/Cicatriz-de-Harry-Potter-no-es-un-trueno-1.jpg


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