Na manhã seguinte, Sukuna propôs um novo aspecto do treinamento.
"Além de controlar sua própria energia amaldiçoada, você precisa aprender a reconhecer e resistir à dos outros. Vou te ensinar a sentir as intenções maldosas, mesmo que estejam ocultas no corpo de uma inocente criança, sendo exatamente o que fiz ontem."
Sukuna conduziu Itadori a uma área isolada do santuário, onde a presença de outras maldições era mais intensa. Lá, ele instruiu Itadori a fechar os olhos e se concentrar.
Itadori seguiu as instruções de Sukuna e fechou os olhos, tentando bloquear o tumulto de sua própria mente e a aura avassaladora de Sukuna. Ele respirou fundo, concentrando-se em sentir as intenções maldosas que permeiam o ambiente.
Sukuna, de pé ao lado dele, começou a emitir uma aura mais controlada, diminuindo sua presença dominante. Era um esforço consciente, pois Sukuna não estava acostumado a diminuir seu poder para permitir o aprendizado de alguém.
Aos poucos, Itadori começou a perceber os padrões sutis de energia amaldiçoada ao seu redor. Ele sentiu o zumbido sinistro das maldições espreitando nas sombras, como olhos invisíveis observando-o.
Sukuna o instruiu a identificar a diferença entre uma aura benigna e maliciosa. Com os olhos fechados, Itadori tentou distinguir as nuances que definiam as energias amaldiçoadas.
"Concentre-se na sensação que você obtém quando sente um ser humano comum passando por você, sem segundas intenções. Agora, compare isso com a sensação de uma maldição genuinamente maliciosa. A diferença é sutil, mas é aí que a verdadeira habilidade reside", explicou Sukuna.
Itadori continuou a praticar, suas habilidades de percepção aumentando gradualmente. Com o tempo, ele conseguiu discernir entre as duas energias com mais facilidade, embora soubesse que ainda tinha um longo caminho a percorrer.
Sukuna estava surpreso com a rapidez do progresso de Itadori. A determinação do garoto era impressionante, e ele estava disposto a aprender a qualquer custo.
"Muito bem, garoto. Agora, tente localizar uma maldição específica e identificar sua natureza."
Itadori focalizou sua concentração, procurando uma presença única entre as muitas maldições ao seu redor. Após algum tempo, ele identificou uma energia distinta, diferente das outras. Uma maldição que parecia mais consciente, mais sinistra.
"Consegui!" Itadori exclamou, seus olhos se abrindo com a emoção da descoberta.
Sukuna se aproximou e percebeu o sorriso do garoto direcionado a ele, com a expectativa de que dissesse algo.
Embora relutante em elogiar, ele sentia algo dentro de si que não podia compreender, que o forçava admitir o progresso de Yuji. Ele assentiu, com a mandíbula cerrada, mas satisfeito com o desempenho do garoto.
"Está indo bem, garoto. Mas não se deixe levar pelo entusiasmo. Agora, precisamos aprimorar sua resistência. Vou te atacar, e você terá que pressentir."
Sukuna o entrega uma venda e se afasta enquanto Itadori a coloca e se posiciona, o silêncio se estabelece, ele só ouve o barulho das folhas das Árvores enquanto se concentra somente pressentir a energia de Sukuna que desaparece e aparece rapidamente ao seu redor.
" O que "? Com antecipação ele sente rapidamente a energia passando perto do seu lado, vinha do seu lado esquerdo então ele se concentra naquela direção.
Será raiva? Ódio? Nojo? Qual emoção ? Qual sentimento? Foi tão rápido que ele não conseguiu sentir qual seria a emoção.
Ele sente uma onda de energia vindo das suas costas rapidamente e ele se abaixa quando pressente a presença de Sukuna correndo em sua direção.
Vibração.... Euforia...
Ele corre quando Sukuna dispara mais duas faixas de energia que vem de outras direções, enquanto ele sente outras presenças de maldições menores se afastando rapidamente daquele lugar com as intenções de Sukuna que pouco a pouco tomavam conta do lugar e marcava o território, permanecendo somente os dois.
Antecipação... Entusiasmo....
"Mais rápido pirralho!" Ele pula ao ouvir Sukuna ao pé de seu ouvido antes da presença sumir no ar.
Fome... Desejo...
Ele estava começando a ficar nervoso com o que estava pressentindo, Sukuna estava se divertindo com sua confusão.
Impaciência...fome... Desejo...tensão....
Sumiu...
Itadori fica com o coração disparado, a presença de Sukuna desapareceu. Ele parou de se mover e se concentrou em todos os sentidos.
O silêncio da floresta estava sendo pressentido.
Nada...
" Te peguei !!! " A voz vibrante ecoou por trás quando ele é erguido do chão, braços estavam a sua volta e o apertam contra o peito duro.
Itadori se viu suspenso no ar, seus pés fora do chão e sua visão bloqueada pela venda que ainda cobria seus olhos. Ele sentiu a presença de Sukuna envolvendo-o, seu corpo forte e dominante. A experiência era intensa, e Itadori sentiu uma mistura de excitação e tensão.
Sukuna manteve sua voz próxima ao ouvido de Itadori, uma provocação sutil em suas palavras. "Acha que pode sentir todas as minhas intenções, garoto?"
Itadori, ainda suspenso no ar, lutou contra a tensão em seu corpo. Ele sabia que Sukuna estava testando seus limites, mas estava determinado a superar o desafio.
As palavras de Sukuna ecoavam em seus ouvidos enquanto ele tentava discernir as intenções por trás da ação de Sukuna.
"Diga-me." Exigiu enquanto o segurava mais apertado.
"M-mas você não está…transmitindo." Ele fala em meio a escuridão, sentindo a respiração em sua nuca.
"Oh claro que estou, você não precisa sentir somente com a energia, mas também com os outros sentidos". Sukuna sussurrou a ele.
Itadori percebeu o que Sukuna queria que ele fizesse. Além de usar sua percepção de energia amaldiçoada, ele também deveria confiar em seus outros sentidos para identificar as intenções de Sukuna.
Com a venda ainda cobrindo seus olhos, Itadori tentou sintonizar seus outros sentidos. Ele se concentrou na respiração de Sukuna, tentando discernir qualquer indício de sua intenção.
"É uma batalha de concentração," ele pensou, com o coração disparado.
"Eu posso fazer isso."
Itadori continuou a ouvir atentamente, tentando captar qualquer mudança na respiração de Sukuna ou na tensão de seu aperto. Ele começou a sentir a vibração sutil da energia de Sukuna se intensificar. Havia uma sensação de urgência e antecipação.
Sukuna não fez mais nenhum som, mas a tensão no ar estava crescendo. Itadori sentiu uma onda de antecipação intensa e agressiva. Seus sentidos estavam em alerta máximo.
"Fome... sede... desejo...", Itadori sussurrou, tentando identificar as intenções de Sukuna.
De repente um dos braços que o estava segurando levantou a parte de trás de sua blusa e ele sentiu algo molhado passar de fora a fora, de suas costelas até a espinha.
"Ei! O que está fazendo?" Ele se sacudiu fortemente quando aquilo passou por suas costas .
De repente, Sukuna o soltou, e Itadori caiu de volta ao chão. A venda foi retirada de seus olhos, e ele piscou, vendo Sukuna de pé diante dele com um sorriso satisfeito, tanto em seu rosto e em sua barriga que colocou a grande língua para dentro.
"Boa tentativa, garoto," disse Sukuna. "Você está melhorando. Mas não se esqueça de que sempre haverá surpresas no campo de batalha, e você deve ser capaz de ler as intenções de seus inimigos em um piscar de olhos."
Ele disse aquilo e rapidamente virou as costas, deixando Itadori sozinho, processando o que acabara de acontecer.
Quais seriam as verdadeiras intenções de Sukuna afinal?
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