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34.21% Shadow Slave: Bizarro Sorcerer / Chapter 13: Mini Arco Escolar VII

Chapter 13: Mini Arco Escolar VII

Ariandel acreditava fielmente que era capaz de muito mais do que apenas ser um observador silencioso, sabendo — ou presumindo, com base no que sabia — que a Habilidade Dormente de um Aspecto Divino possuía múltiplas funções para o seu portador explorar.

Nephis tem o poder de curar o corpo e a alma, destruir o corpo e a alma, e fortalecer a si mesma ou uma Memória.

Sunless, que possui seu 'Shadow Sense', é capaz de separar sua sombra de si mesmo, percebendo o mundo por ela ou, alternativamente, usando-a para aprimoramento, assim como Nephis.

Mordret, cuja Habilidade lhe permite controlar reflexos, ver e viajar por superfícies reflexivas, também participa desse conjunto.

Os três detêm a exclusividade de construir múltiplos núcleos, o que lhes confere maior poder, reservas de essência e também permite o desenvolvimento de outras habilidades:

Nephis é capaz de queimar seus núcleos para liberar o "I Am Atomic", enquanto Sunless, ao dizer "Rise" a um Echo, transforma-o em uma Sombra, mantendo uma para cada núcleo. O Outro, por sua vez, pode separar um de seus núcleos para gerar suas infames Reflexões.

Há também outras peculiaridades, como a propriedade purificadora das chamas de Nephis, a senciência das Sombras de Sunless e a invulnerabilidade de Mordret, que só pode ser morto se seu reflexo for destruído. E isso ainda não é tudo quanto às capacidades dos três — tudo isso como Sonhadores.

Um Aspecto Divino era, em última análise, injusto.

Ariandel já havia desdobrado algumas facetas de seu Aspecto, guiado por aquela compreensão instintiva enterrada no subconsciente. Só precisava acessar esse conhecimento e aprender como aplicá-lo.

Mais uma vez, ele alcançou seus núcleos com o Sentido Mental e, então, ordenou que um se separasse em uma Refração.

[Transformar núcleo onírico da alma em uma Refração?]

"Sim", respondeu o Peregrino ao Feitiço, que sussurrou com voz terna.

A pressão foi leve, como um estalo na essência de Ariandel, e a Refração se materializou diante dele: uma versão sua, mas com um brilho peculiar nos olhos e um sorriso que não era inteiramente seu.

Ariandel observou, surpreso.

"Uau", admirou ele, com uma risada tensa escapando dos lábios. "Isso é… muito mais real do que eu esperava."

A Refração riu de volta, quase idêntica a ele, mas com um toque de ironia.

"Você esperava o quê? Que eu fosse um espelho sem alma?" respondeu a Refração, com um tom que brincava com a ideia, fazendo referência a algo que Ariandel obviamente compreendia.

Ariandel piscou, seu sorriso ainda um pouco rígido.

"Bem, não pensei que você teria, hum... tanto senso de si... e de humor."

A Refração deu um passo à frente e, com um gesto despreocupado, olhou-se no espelho.

"O humor é uma das minhas melhores qualidades. Afinal, eu sou uma extensão de você, não é?"

Ariandel permitiu que o silêncio preenchesse o espaço entre eles, inclinando ligeiramente a cabeça, como se a examinasse com um olhar mais profundo.

"Veja pelo meu ponto de vista: com base no que sei sobre o sistema de poder deste mundo, o que eu poderia cogitar seria algo como as Sombras de Sunless e as Reflexões de Mordret."

A Refração, então, virou-se para ele.

"Parece que sou uma ajudante ainda mais estimável do que aqueles. E se eu simplesmente fosse uma 'encarnação', não teria um charme como o seu, não é?"

Ariandel, então, sentiu uma leveza no ar, uma estranha mistura de incredulidade e diversão.

"Parece que isso abre a imaginação para alguns enredos bem conhecidos e preocupantes", disse ele, gargalhando de leve.

"Parece que você está sendo mais 'eu' do que eu mesmo."

Ela deu de ombros, com uma expressão de leve desdém.

"Eu sou você, mas sem o peso de ser você o tempo todo. Acho que é isso que me torna interessante."

Ariandel suspirou e a observou novamente em silêncio por um momento, maravilhado com a naturalidade com que ela se movia e com sua atitude quase irreverente. Ele não tinha certeza do que estava acontecendo, mas estava fascinado.

"Okay", disse ele, por fim.

"Vou precisar me acostumar com isso."

A Refração respondeu com um gesto amplo, como se já estivesse aceitando a situação.

"Você me diz o que fazer; afinal, você tem o nosso espírito. E eu sou apenas uma manifestação de sua imagem mental, ancorada no núcleo que você separou."

Ela ergueu levemente o queixo e curvou os lábios com desdém ao acrescentar:

"E não se preocupe muito. A vida frequentemente requer alguma excitação, alegria e antecipação."

Ariandel riu da brincadeira, aceitando que estava lidando com mais do que apenas uma manifestação.

"Eu realmente não sei se estou no controle aqui, mas vamos ver até onde isso vai."

Decidido a testar seus limites, ele instruiu a Refração a manifestar as roupas que usaria normalmente. Em um piscar de olhos, ela estava vestida exatamente como ele, mas com um toque de aura própria.

"Perfeito. Agora, vá ao jantar."

A prudência pigarreou educadamente. 

"Aja normalmente, sem essa soberba toda."

A Refração o olhou com um sorriso de lado.

"Você me subestima, Peregrino. Claro que eu sei como agir."

Ela saiu do quarto com um maneirismo e ar de confiança que fez Ariandel suspirar, ainda sem saber o que esperar. Ele se acomodou na banheira, aguardando com apreensão e expectativa.

Na sala de jantar, a Refração entrou com um passo tranquilo, assumindo uma presença natural e fluida. Quando se dirigiu à mesa, Cássia se virou em direção ao som dos passos de Ariandel, e Sunless, com um olhar desconfiado, deu um aceno de cabeça.

A Refração, agora perfeitamente imersa no papel, sorriu.

"Boa noite", disse em tom descontraído, mas com uma leve melodia de desdém.

Cássia sorriu, reconhecendo o familiar aroma do perfume que ele usava.

"Boa noite."

Sunless, com seus olhos sempre atentos, observou a Refração com uma leve suspeita.

"Você está diferente hoje", comentou, mas sem demonstrar muita surpresa.

A Refração soltou uma risadinha, quase desafiando a desconfiada observação de Sunless.

"Eu sou sempre o mesmo. Você que deve estar mais sensível."

Ariandel, do outro lado, poderia assumir seu corpo quando quisesse, mas não parecia haver necessidade; era como se ela soubesse exatamente como se comportar, apesar de ser... desdenhosa.

"Como foi o seu dia, Cássia?" perguntou a Refração, casualmente, mantendo o tom suave e educado.

"Foi bem, obrigada", respondeu Cássia, com o seu sorriso habitual.

Ariandel sentia um conforto caloroso, como se aquele simples gesto de resposta carregasse uma suavidade que o tocava de forma inesperada.

Quando o jantar chegou ao fim, a Refração levantou-se, quase dançando enquanto se retirava.

"Até logo", disse com um tom de despedida afetuoso, antes de sair da sala.

Ariandel, no corpo principal, que agora estava deitado na cama, riu aliviado. Ele não tinha ideia de como isso tudo funcionava, mas estava se divertindo. Talvez, quando se acostumasse mais com a ideia de ter uma versão sua atuando em seu lugar, as possibilidades se expandissem ainda mais.

De volta ao quarto, a Refração retornou, e Ariandel, agora mais relaxado, fundiu sua consciência com a dela, permitindo que a experiência se tornasse mais imersiva. Ele sentiu o corpo dela como se fosse seu, os movimentos fluindo com naturalidade, mas com a sensação de algo novo, algo inexplorado.

"Então", ele perguntou mentalmente, seu pensamento se fundindo ao da Refração, "qual será o próximo passo?"

A resposta veio junto de uma risada ligeiramente destemida, como se ele mesmo se divertisse com a situação.

"Acho que vou ter que descobrir, não é?"


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