Chapter 29: Determinação
Tiana estava trancada no porão por oito dias;
Ninguém se importava se ela estava apertada e precisava usar o banheiro; sem falar no fato de que ela não tomava banho há mais de uma semana, e com a falta de ventilação no quarto; Tiana cheirava como bueiros.
Toda manhã ela voltava a bater na porta. Ela batia por horas até ficar cansada. Isso continuou por três dias, e de repente ela parou.
Todo mundo na mansão ficou surpreso quando não ouviram nada nas primeiras horas da manhã no quarto dia. Se não fosse pelos guardas que haviam confirmado que ela estava viva quando foram dar o café da manhã a ela, eles teriam pensado que ela havia cometido suicídio.
Ela não batia mais na porta, nem fazia qualquer som; apenas comia quando servida até o oitavo dia.
Ma Lee foi ao quarto como de costume e ordenou que ela saísse, mas ela não se mexeu; permaneceu em seu lugar, com a cabeça entre as pernas e em posição encolhida.
Quando Ma Lee viu que ela não se movia, ordenou que os guardas a arrastassem para fora; mas justo quando eles estavam prestes a tocá-la, Tiana se levantou por conta própria e cambaleou para fora do quarto escuro.
Ela não falava com nenhum deles e apenas continuava mancando para a frente, arrastando suas pernas fracas no piso de azulejos. Ma Lee e os guardas seguiram atrás em silêncio; ao chegar ao quarto dela, ela entrou e trancou a porta atrás de si; deixando Ma Lee e os guardas na porta, sem palavras.
Ma Lee bateu na porta, mas Tiana não respondeu, ela estava prestes a arrombar a porta, e pensando melhor, decidiu contar para o Nicklaus.
Os dias em que Nicklaus a manteve trancada; ele não estava em si mesmo. Ele se odiava por pensar nela; ele não conseguia explicar o que exatamente estava errado com ele. Todos os dias quando saía para trabalhar, ele esperava pelo barulho usual dela batendo na porta e quando de repente ela parou de bater; ele ficou preocupado.
Ele esperou o dia seguinte e quando ele não ouviu as batidas; ele ligou para Ma Lee e perguntou se ela ainda estava viva, e quando Ma Lee respondeu que sim, ele se sentiu um pouco aliviado, mas fez questão de não mostrar isso.
''Há mais alguma coisa, Sr. Nicklaus?''
Ma Lee perguntou ao perceber que Nicklaus não estava dizendo nada;
Nicklaus queria muito soltá-la; Ele não era alguém que sentia piedade ou mostrava misericórdia. Por que ele era diferente com ela?
O que havia nela que o fazia tão contido? Foi porque ele a levou para conhecer sua família?
Pensando nisso, ele se lembrou que sua família a tinha visto e se ele a substituísse tão de repente, pareceria muito suspeito.
Nicklaus se sentiu aliviado com esse pensamento. Agora ele sabia por que estava tão relutante em substituí-la; era porque ele a mostrou para sua família e substituí-la tão cedo seria muito suspeito.
Ele imediatamente sacudiu a cabeça;
''Não, nada mais, você pode ir agora.''
Ele ordenou e Ma Lee se curvou e saiu da sala.
Ele a deixou ficar lá por mais três dias antes de finalmente ordenar sua libertação.
Era domingo, ele normalmente pinta aos domingos. Ele estava em seu estúdio pintando quando ouviu uma batida na porta;
Ele acabara de ordenar a libertação de Tiana, após isso ela deveria ser levada para vê-lo; e pensando que era ela na porta; ele imediatamente ordenou que a pessoa entrasse;
Ma Lee abriu a porta silenciosamente e entrou, fechando-a atrás de si, cuidadosa para não fazer barulho;
As sobrancelhas de Nicklaus se franziram quando viu que ela não veio com ela; e sem se preocupar com o que ela veio fazer, ele perguntou;
''Onde está ela?''
Ma Lee pigarreou; ''Sr. Nicklaus; a senhorita se trancou em seu quarto e se recusou a abrir a porta, devo ordenar que os guardas arrombem?''
Nicklaus a encarou por um momento, e então suas sobrancelhas se suavizaram;
Ela estava presa por tanto tempo, ela precisava de um pouco de privacidade; pensando nisso, ele disse;
''Deixe-a por enquanto, mas avise-a que quero vê-la esta tarde após o almoço.''
Ele disse e voltou-se, retomando seu desenho.
Ma Lee se curvou e saiu da sala.
Tiana mergulhou em sua banheira quente; sua cabeça cheia de pensamentos diversos.
Ela se lembrou do texto de Adrian que tinha visto no seu telefone, que estava na cama quando ela entrou;
'Tiana, eu nunca pensei que acabaríamos assim, mas infelizmente não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Você pertence a outro homem agora. Tiana, espero que você fique segura. Adeus.'
Foi breve e sem emoções. Como se ela fosse uma estranha para ele, como se ele nunca a tivesse conhecido;
Embora ela não quisesse mais chorar, ela não conseguia controlar as lágrimas caindo de seus olhos naquele momento, ela levantou a mão até a boca e mordeu por dentro; ela sentiu sangue escorrendo por sua palma, mas ela não diminuiu a força; foi quando ela ouviu uma batida na porta que ela de repente parou; sua cabeça se inclinando em direção ao seu quarto;
Eles ainda não foram embora? Eles ainda estão esperando que eu abra a porta?
Tiana murmurou em sua mente enquanto esperava ouvir a batida novamente; mas em vez de uma batida, ela ouviu a voz de Ma Lee;
''Tiana, o chefe quer ver você depois do almoço; não o deixe esperando.''
Ela ouviu as palavras claramente e instantaneamente, ela sentiu a bile subir pela sua garganta, suas palmas das mãos dobraram em punhos debaixo d'água e suas unhas penetraram em sua pele;
Desde que ela deixou o quarto escuro, ela não queria pensar nele; mas depois de ouvir a voz de Ma Lee, ela não pôde mais se controlar.
Ele havia matado a última humanidade nela, quebrando-a em pedaços até que não restasse nada do seu ser. Ele tirou a pessoa que ela mais prezava, e essa foi a gota d'água. Não, se ela pudesse perdoar qualquer coisa, não isso.
Por que ela estava lutando tão arduamente para viver, quando ela não podia estar com a pessoa que ela amava tanto?
Tiana sentiu seu peito tão apertado que ela não conseguia respirar, seus lábios se abriram ligeiramente enquanto ela forçava o ar pela boca.
Mas ela tinha mais uma coisa pela qual lutar...
Gwen.
Se ela não a protegesse, ela teria sofrido por nada; então até que os quatro meses se passassem, ela suportaria qualquer coisa que ele lhe trouxesse.
Na verdade, naquele momento, ela não tinha certeza se ele poderia quebrá-la mais do que já havia feito. Ela já estava destroçada; não havia mais nada para destruir.
Tiana fechou os olhos enquanto respirava lentamente, tentando se estabilizar.
Ela se comportaria por quatro meses, mas depois que libertasse sua irmã, ela lhe faria provar do próprio veneno.
Seus olhos se abriram imediatamente enquanto a determinação a inundava.
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