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94.33% Semente do Universo / Chapter 150: O Significado de Demônio

Chapter 150: O Significado de Demônio

"Aaaaaaa!! Pare!!"

No meio das ruas da cidade, uma mulher gritou desesperada. Um homem estava rasgando suas roupas.

"Maldito, solte-a!!" Outro homem gritou e correu na direção do agressor, porém um terceiro brandiu a espada e o golpeou nas costas.

O homem soltou um grito miserável e caiu no chão, mas a espada atacou novamente, perfurando suas costas e atravessando o coração, acabando com sua vida.

"Querido, não!!" gritou a mulher, com lágrimas nos olhos, enquanto tentava correr para o homem. Porém, aquele que a restringiu deu-lhe um tapa no rosto, fazendo-a voar. A mulher caiu no chão, se contorcendo de dor. Antes que pudesse reagir, o homem se jogou sobre ela.

As pessoas nas ruas olhavam para a cena com os rostos cheios de fúria e indignação, com os punhos e os dentes cerrados, e os olhos completamente vermelhos, mas não disseram nada. Apenas abaixaram suas cabeças.

"Hahaha, acabe logo com isso para termos a nossa vez!" gritou outro homem enquanto ria.

Vários homens ao redor também caíram na gargalhada enquanto observavam a cena.

"Solte a minha mãe!!" Um garoto, que parecia ter cerca de oito anos, gritou desesperado, com os olhos em lágrimas. Ele estava sendo segurado por alguns cidadãos. O garoto se debatia enquanto olhava para o pai, que estava caído no chão, e para a mãe, que estava sendo atacada.

Os homens que o seguravam estavam mordendo os lábios. Eles desviaram o olhar com os rostos vermelhos de vergonha e indignação.

"Esses demônios!!" disse um dos cidadãos.

Os homens que estavam atacando olharam para eles com olhares arrogantes e desdenhosos.

"Cale a boca desse pivete", disse um deles.

Outro homem riu e correu na direção do garoto.

"Ele é só uma criança! Vocês, animais, já não estão satisfeitos?" gritou outro cidadão, furioso.

"Hump, vocês não passam de um monte de formigas. Se queremos matá-los ou usá-los como gado, vocês têm apenas que abaixar a cabeça e aceitar seus destinos obedientemente."

O homem bufou e continuou o ataque. Ele não sentiu nem um pingo de remorso.

"Seus demônios! Os céus estão assistindo. Um dia vocês pagarão por isso!!" gritou o cidadão novamente, correndo na direção do homem, mesmo conhecendo seu destino, pois sabia que não tinha nenhuma chance.

O homem riu mais ainda. "Se os céus tivessem olhos, vocês não estariam passando por isso. Eu sou o céu!!"

Terminando de falar, ele brandiu sua espada. Nem se deu ao trabalho de usar energia espiritual; seria apenas desperdício de suas forças. Mas, quando a espada estava prestes a atingir o cidadão, uma forte intenção assassina caiu sobre o local. O cultivador congelou. Todos os pelos de seu corpo se arrepiaram, e um terror assombroso o atingiu.

A intenção assassina era tão forte que ele teve a impressão de que o próprio ar se transformou em um rio de sangue. O cheiro da morte o atingiu, e ele ficou pregado no lugar.

Os outros cultivadores também ficaram aterrorizados. Parecia que um par de olhos gigantes pairavam no céu, olhando para eles com uma fúria avassaladora. Até o cultivador que estava atacando a mulher ficou paralisado.

O lugar caiu em um silêncio sufocante. Os cultivadores moveram as cabeças rigidamente, olhando em uma certa direção. Seus olhos se fixaram em uma figura que estava parada em cima do muro da cidade. Era um jovem bonito, com cabelo curto, aparentando ter menos de 18 anos de idade. Ele carregava uma mulher deslumbrante em suas costas, tão linda que despertaria os desejos mais primitivos de qualquer homem. Mas, nesse momento, ninguém sentiu luxúria, porque acima disso estava o medo. Medo dos olhos do jovem.

Kael estava extremamente furioso. Todo o seu corpo tremia. Ele não conseguia acreditar no que estava acontecendo. E essa cena não era exclusiva desse local; coisas semelhantes estavam acontecendo por toda a cidade, pelo menos foi o que Kael identificou onde seu sentido espiritual podia alcançar. Ele também podia ouvir os gritos desesperados de mulheres e de seus familiares ou amigos, e as risadas desenfreadas desses cultivadores.

Ele estava com tanto ódio que estava com dificuldade para respirar. Por mais que o mundo fosse brutal, existia um tabu que não deveria ser violado: os cultivadores não deveriam mexer com os humanos normais.

Quando uma pessoa começa a cultivar, ela rompe os limites da humanidade. Pode-se dizer que deixa de ser humana. Os cultivadores e os humanos normais viviam em mundos completamente diferentes. Quando uma pessoa escolhia ingressar no mundo do cultivo, ela estava preparada para arcar com todas as consequências. Então, mesmo que sofresse e fosse abusada ou intimidada pelos mais fortes, só podia culpar a si mesma por causa da sua falta de força ou talento.

Mas um cultivador invadir o "mundo humano" para realizar atrocidades era simplesmente intolerável e visto com repúdio por todos. Mesmo as maiores escórias dificilmente fariam algo assim.

Por isso, Kael estava prestes a explodir. Ele esticou o braço, trêmulo. Uma espada completamente negra surgiu em sua mão. Os olhos de todos foram atraídos para a espada, e seus corações aceleraram. Aquela era uma cor preta pura, absolutamente linda, mas que transmitia um frio absoluto.

"Aaaaaaaa!!" Um dos cultivadores gritou de repente.

Os couros cabeludos dos outros começaram a formigar. Kael tinha desaparecido de sua posição. Eles seguiram a direção do grito e viram que o cultivador que atacava a mulher estava com uma espada atravessando seu peito.

Sangue escorria pelo corpo do cultivador. Kael causou um ferimento fatal, mas não o matou imediatamente. Ele puxou a espada e deixou o homem agonizando no chão. Em seguida, começou a caminhar na direção dos outros.

"Quem... é você?" perguntou um dos cultivadores, aterrorizado.

"Você sabe quem nós som..." Outro começou a falar, tentando ameaçar Kael, mas sua cabeça saiu voando.

Kael se teletransportou entre esses cultivadores, iniciando um massacre. Eram todos cultivadores no Refinamento de Sangue e Condensação Inicial, mas não fazia diferença. Cabeças e membros voavam em todas as direções, junto com uma chuva de sangue.

Os rostos dos cultivadores estavam cheios de medo e desespero, e a maioria morreu em agonia, a expressão de dor gravada em seus rostos por toda a eternidade.

Os residentes da cidade ficaram paralisados, olhando para a cena. Mas eles não sentiram medo, nem ficaram impressionados. Eles simplesmente observaram. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Em algum momento, uma dessas pessoas juntou as mãos e se ajoelhou. Os outros começaram a seguir o exemplo. Alguns até encostaram a testa no chão. Soluços abafados soavam em todo o lugar, junto com os gritos dos cultivadores.

Essas pessoas pediram tanto, desejaram tanto, oraram tanto para que alguém lhes salvasse, para que alguém lhes tirasse desse pesadelo. Mas seus desejos nunca foram atendidos. Eles já tinham perdido as esperanças. Mas a cena diante de seus olhos lavou suas almas. Alguém finalmente apareceu. Alguém finalmente veio punir esses demônios.

Quando Kael cortou a cabeça do último cultivador, o lugar ficou completamente vermelho. Parecia uma cena do inferno, mas, para aquelas pessoas, aquilo era o paraíso. Aquele sangue representava a vingança por seus entes queridos, por suas mulheres e crianças que haviam sido mortas ou abusadas.

"Meu jovem, obrigado! Por favor, destrua todos esses demônios. Tais pessoas não deveriam viver neste mundo." Um velho rastejou na direção de Kael. Sua voz estava rouca e cheia de súplica, seus olhos, vermelhos e transbordando de lágrimas.

Ouvindo o pedido do velho, Kael cerrou os punhos com força. "O Clã Mu permite uma atrocidade dessas?" Sua voz também estava rouca. A proximidade daquele local com o território do Clã Mu tornava difícil acreditar que eles não soubessem do que acontecia ali.

Yan Xi fechou os olhos e respirou fundo. Ela e Lia estavam tão furiosas quanto Kael.

O velho hesitou antes de responder. "Não sabemos muito sobre isso, mas, de acordo com essas pessoas, este local não está dentro do território do Clã Mu, e sim do Clã Kingdom. Mesmo que o Clã Mu repudie suas ações, eles não podem fazer nada."

Kael assentiu. Por algum motivo, sentiu alívio ao saber que o Clã Mu não estava envolvido. Porém, se eles não podiam interferir, isso só podia significar que o Clã Kingdom era um grande clã também.

Ele começou a correr pela cidade. Seria um verdadeiro banho de sangue.

*

Dentro de um quarto, um cultivador estava deitado em uma cama. Ele era musculoso, tinha cabelos longos, e a parte superior de seu corpo estava nua, revelando várias cicatrizes, marcas de batalhas anteriores. Aos pés da cama, cinco mulheres estavam com os rostos cheios de medo e desespero. Mais ao longe, cinco homens estavam acorrentados a uma parede, igualmente desesperados e furiosos.

"Você, venha!" O homem na cama olhou para uma das mulheres e ordenou. Ela estremeceu ao ouvir a voz dele.

"Não, pare!!" gritou um dos homens acorrentados. Ele tentou se libertar, debatendo-se com toda a força. As pulseiras de aço ligadas às correntes começaram a cortar seus braços, fazendo o sangue pingar no chão.

A mulher olhou para o homem, com o rosto cheio de vergonha e uma expressão de pedido de desculpas. Mesmo hesitante e tremendo, tirou a roupa e começou a subir na cama. Os olhos da mulher estavam cheios de lágrimas, suas pernas tremiam tanto que ela quase caiu ao dar o primeiro passo. Sua respiração era curta, e cada movimento parecia um golpe de misericórdia em sua alma.

"Não!!" O homem gritou novamente, sua voz embargada de desespero.

O cultivador deitado na cama sorriu. Ele adorava abusar daquelas mulheres na frente de seus maridos. Quando alguém desobedecia, ele matava o homem e deixava a mulher para os seus capangas, antes de matá-la também, sem qualquer resquício de dignidade. Para forçar as mulheres a se submeterem, ele poupava os casais que obedeciam. Era uma escolha cruel, e embora ele não se importasse com orgulho ou dignidade, cumpria sua promessa em prol de sua diversão.

O marido da mulher estava em completo desespero, enquanto os outros desviavam o rosto, com os corações sangrando, conscientes de que suas esposas seriam as próximas.

Quando a mulher estava prestes a subir na cama, um grande estrondo ocorreu. A parede do quarto desabou, e um cultivador foi arremessado para dentro, atravessando outra parede e desaparecendo na distância.

As mulheres gritaram assustadas. Todos ficaram chocados, inclusive o cultivador deitado na cama. O sorriso desapareceu imediatamente de seu rosto.

Kael atravessou o buraco na parede, e sua intenção assassina parecia congelar o ar ao seu redor.

O cultivador franziu a testa. "Quem diabos é você?"

Kael o encarou e percebeu que o homem estava no início do Núcleo Inferior, mas isso não alterou sua expressão.

"Aquele que vai te mandar para o inferno!" Kael declarou, sua voz gelando os ossos.


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