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71.42% [ASOIAF] O Leão vermelho e a Criança louca. PT / Chapter 19: Uma alma bondosa

Chapter 19: Uma alma bondosa

Gwayne cavalgou algumas milhas para longe da batalha, em direção ao norte.

Ele sabia que não conseguiria chegar até Dente Dourado sangrando, mas sabia que Solar de Corvarbor sede dos Blackwood tinha caído para os leões, estava sobre nossa posse e poderia conseguir alguma ajuda do Meistre do Castelo. Ele notou que não eram os únicos que conseguiram escapar, tinha passado por um ou dois soldados Lannister a pé e adiante outro se aproxima montado em um cavalo, mas se afastou a ver que estávamos ferido. Talvez tivessem fugido antes da batalha começar, ou conseguiram escapar ou pior... O acampamento caiu. Gwayne avistou um vilarejo no horizonte e apertou o passo do cavalo. Ele parou no meio do vilarejo, perto de um poço de água e girou o cavalo. Mas não parecia ter ninguém, as portas das casas estavam fechadas e sem luz alguma. Gwayne pensou ter visto um movimento em uma das janelas. Ele desceu do cavalo e amarrou ele perto ao poço, deixando Daeron deitado sobre o cavalo.

— Precisamos de ajuda! — gritou ele, mas ninguém respondeu. — por favor!

Ele correu até a porta da casa onde pensou ter visto o movimento a um momento atrás na janela. — ele bateu forte contra a porta.

Então, a porta se abriu e uma lança avançou em um ataque desajeitado da escuridão de dentro da casa.

Gwayne conseguiu desviar, afastando a ponta da lança com a espada.

— Não desejo lhe fazer mal, por favor! — disse ele, se esforçando para dar um sorriso. — eu e meu amigo estamos feridos. — ele colocou a mão no abdômen, não tinha notado a dor até agora.

— Você lutou de qual lado? — disse uma voz feminina vinda da escuridão, ela avançou o suficiente para se mostrar.

Gwayne guardou a espada para demonstrar confiança.

Mas ela avistou o leão na empunhadura e tentou fechar a porta rapidamente, ele impediu ela de fazer isso, usando o corpo para empurrar a porta. Enquanto isso ela gritava "Vá embora!"

— Não iremos fazer mal a ninguém desse vilarejo, mas os outros leões que fugiram da batalha nãoserão tão honrados! Por favor. Somos inimigos de seu senhor, mas não desejo ferir seu povo sem motivo. — Gwayne jogou sua espada e seu punhal para dentro da casa. — estou desarmado.

— Então... — disse ela, bruscamente. — vai um pouco para trás.

Ele obedeceu e ela pegou a espada e o punhal.

ela o olhou com olhos semicerrados, enquanto segurava a lança entre o braço e o torço.

— Traga seu amigo e vou ver o que posso fazer. — disse ela, por fim. — se você tentar algo... Eu juro!

Gwayne a observou brevemente antes de partir. Parecia uma camponesa com trinta e poucos anos.

Ele voltou trazendo seu amigo no colo e levou para dentro, ela indicou uma cama e Gwayne o deitou lentamente.

Era uma casa simples de três cômodos e uma lareira. Gwayne observou, enquanto tirava a cota de malha de Daeron.

— Aqui, onde ele foi ferido por uma flecha. — indicou Gwayne, enquanto colocava a outra mão em uma cadeira para se apoiar, mas seu corpo fraquejou e ele lutou para não cair.

— Você precisa de mais cuidados do que ele — disse ela. — a flecha está segurando o sangue dele, mas as suas feridas estão abertas.

— Estou bem — murmurou Gwayne. — cuide dele.

— Cuidarei de você, deixe-me ajudar a tirar essa armadura. — disse ela, se aproximando.

Após remover a armadura e cota de malha, ela indicou o abdômen.

— Não parece sério, mas ficará uma cicatriz. — disse ela, apática. — mas a perna precisa de pontos e de um Meistre para olhar, se não irá morrer de infecção.

Daeron acordou na cama.

— Estamos vivos. — disse ele, com a foz fraca.

— Estamos. — respondeu Gwayne.

— Pelos sete, puta merda! — disse ele, olhando para o próprio braço. — eu vou morrer, estou morrendo. — choramingou ele.

Ela observou.

— São esses os homens que estão cercando Riverrun? — disse ela, com incredulidade na voz. — Vocês parecem muito jovem para a guerra e me perdoem a fala, mas seu amigo parece mais um dos fidalgos floridos da campina. — ela soltou um sorriso fraco e tímido.

— Nós somos de Bosque D'ouro, fica perto de... — Gwayne notou que ela não estava entendendo. — Nosso vilarejo é distante de lá. — terminou ele de forma agradável.

Então, ela caminhou até a lareira e pegou um braseiro vermelho do calor do fogo.

— Isso é para mim? — perguntou ele, com rosto espantado.

— Para vocês, sugiro que morra isso. — disse ela, entregando um pedaço de madeira. — Mas antes disso... — disse ela, indo até Daeron. E puxou a flecha de uma única vez, antes que ele pudesse perceber e gritar, estava desmaiado sobre a cama. O que facilitou o trabalho com o braseiro.

— Sua vez.... — disse ela, com a voz acanhada se aproximando.

Ela aproximou o ferro quente do abdômen e Gwayne conseguiu sentir o calor extremo antes de ela atingir sua pele.

Ele não queria gritar de dor na frente de uma mulher, guardou a dor para si mesmo, mas a cara de dor ele não conseguiu evitar.

Mas finalmente ele parou para a notar melhor durante esse momento de dor, seus olhos verdes e cabelos ruivos. Muito bela para uma simples camponesa, pensou ele.

— Qual seu nome? — perguntou ele, para se distrair da dor.

— Meu inimigo não precisa saber meu nome. — disse ela, distanciando se novamente — não se esqueça disso.

— terminou ela, calmamente.

— Meu nome é Gwayne e ele é Daeron. — informou ele.

Ela se sentou perto da cama onde estava Daeron, seu rosto ficou triste e uma criança ruiva saiu do quarto correndo para ela.

— Não são homens maus, mamãe?

Gwayne notou que era uma garotinha.

— Não, não são... — respondeu a mãe, com a voz baixa. Depois ela olhou para Gwayne e seus olhos se entre-olharam por um segundo até ela desviar o olhar de volta para a criança.

— Agora volte para seu quarto e me espere lá.

A criança correu para o quarto novamente

— Quantos anos ela tem... — disse ele, mas desistiu da pergunta.

— Sete...

Então, alguém bateu forte na porta e entrou dois homens segurando machados.

Gwayne levantou rapidamente e andou o mais rápido que pode até sua espada.

— Pare agora, ou te mataremos! — gritaram os homens.

— Guardem isso! — gritou ela — eles não são maus, esses jovens só precisam de cuidados.

— Você está cuidando de inimigos, mulher? — bradou um dos homens, um com uma barba desgrenhada.

— Não importa agora, já está feito. — disse ela, rapidamente.

— Você deveria ter vergonha, Jocelyn! — disse ele, novamente. — seu marido está lutando contra esses demônios e você aqui cuidando de dois deles!

— O importante é que eles estão aqui... feridos... — disse ela, de forma acanhada. — isso significa que o cerco caiu e meu marido, meu filho e seus garotos retornaram para casa! — disse ela, dessa vez de forma firme. — Agora, voltem para suas casas!

Eles olharam de forma carrancuda para Gwayne e saíram resmungando.

— Que bom que eles vieram te salvar — disse Gwayne. — apesar de chegarem um pouco atrasados se fossemos homens maus.

— Pelo menos eles vieram, eles fazem o que podem. — disse ela, cabisbaixa. — eles tem suas próprias famílias para cuidar e mesmo assim vieram ao meu socorro, sou grata a eles por isso.

Ela se sentou.

— O que vocês vão fazer agora? — disse ela. — você precisa de um Meistre e seus castelos são muito longe.

Gwayne colocou a mão no queixo e se sentou.

— Ainda temos a posse de Solar de Corvarbor, iremos para lá.

— Bom, é a fortaleza mais perto daqui tirando Riverrun.

— Então é para lá que iremos, não pretendemos morrer tão jovem.

— Tomem cuidado, vocês parecem bons garotos. — disse ela, se retirando para a cozinha. — Irei fazer algo para vocês comerem, já está amanhecendo.

— Nós agradecemos muito, senhora. — disse ele.

— Sou uma simples camponesa...

— é a senhora dessa casa, e somos seus visitantes inesperados, você não tinha nenhum motivo para nós dar abrigo e cura, e mesmo assim o fez. É o mínimo que posso fazer, por agora. — disse ele, em tom agradável.

Ela sorriu levemente e começou a preparar ovos e pães.

Gwayne acordou Daeron suavemente e fez ele se sentar na cama.

— Estou bem... — disse ele, dando um leve gemido de dor.

Ela chamou da cozinha, eles foram no mesmo momento.

Encontraram uma mesa farta, pães, ovos, queijo duro e frutas.

— Sirvam-se, por favor. — disse ela, na ponta da mesa com a filhinha agora ao lado.

Eles se sentaram e começaram a comer.

— Jocelyn... — Começou Gwayne, á olhando nos olhos. — seu marido é um cavaleiro?

— É um cavaleiro andante, vendeu sua espada para Lorde Hoster Tully.

Gwayne fez uma careta para a garotinha e ela riu.

Eles tomaram o desjejum juntos e depois se prepararam para sair, eles ganharam um pouco de pão para levar na viagem.

Gwayne ajudou a Daeron subir no cavalo e retornou para falar com ela na porta.

— Fique com isso. — disse ele, entregando seu punhal e ensinando umas táticas rápidas para o usar sem precisar entrar em combate de corpo. — tem um leão na empunhadura, se algum leão aparecer por aqui mostre isso, diga que o vilarejo está sobre proteção Lannister por Sor Gwayne Vikary vassalo de Lorde Jaime Lannister.

E com isso, Gwayne entrega quatro veados de prata.

— Obrigado por nós ajudar. — disse ele, com um sorriso no rosto.

Ela sorriu de volta.

Então, ele voltou ao cavalo e montou atrás, enquanto Jocelyn observava eles partirem da porta.


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