Matheo fala, andando em passos largos e se aproximando dela.
— Olha pra você... onde esteve esses qquatro anos que quase me matou de preocupação? Espero que tenha uma boa explicação.— Matheo a puxa para um forte abraço, Alexia se surpreende e logo retribuiu.
— Sofri um acidente e perdi a memória.— Ela fala sem exitar demonstrando toda tristeza que sente. Matheo segura com as duas mãos em seu rosto e a olha com tristeza.
— Meu Deus, mas agora, você está bem? E meu sobrinho, cadê ele?
Alexia sente que um buraco se formou diante dela, ela estava tentando não desmoronar, mas Matheo conhece suas fraquezas, seus traumas e sem pensar duas vezes ela aperta seus braços em um forte abraço e chora.
— Meu bebê morreu... eu... eu não pude nem enterra-lo, pois quando acordei não sabia que estava grávida.
Matheo a abraça com mais força, sentindo a dor que ela carrega em seu peito. Ele a puxa para perto, acariciando seus cabelos e tentando confortá-la da melhor forma que pode.
— Eu sinto muito, Alexia. Eu não posso nem imaginar o que você passou e está passando. Mas estou aqui para o que precisar, vamos superar isso juntos. Eu prometo.— Matheo diz com sinceridade controlando a louca vontade de chorar.
Alexia se afasta um pouco e olha nos olhos do seu amigo, vendo o amor e o apoio que ele está oferecendo. Ela sorri, agradecida por ter alguém que sempre esteve disposto a ajudá-la.
— Obrigada, Matheo. Foi bom voltar.— Seus olhos desviam dos dele e vai para o retrato.— Vamos falar de coisas felizes... A Ana, cadê ela? E seu filho, já nasceu?
Os ombros de Matheo caem em derrota, sentando na cadeira ele leva a mão no rosto e suspira pesadamente um silêncio invade a sala, Alexia não entende o que está acontecendo.
— Alexia... a Ana morreu...
Alexia fica em choque, ela não esperava por essa notícia e sente um aperto no peito ao ver a dor estampada no rosto de Matheo.
— Meu Deus, Matheo, eu sinto muito. Eu não sabia.— Ela se aproxima dele, segurando sua mão com ternura.
— Foi um acidente, ela caiu da escada, infelizmente ela não resistiu... e a bebê, nossoa filha, pegou uma bactéria hospitalar e está lutando pela vida na UTI. Os médicos não sabem se ela vai sobreviver.— Matheo fala com um nó na garganta, lutando para conter as lágrimas.
Alexia abraça Matheo mais uma vez, sentindo a dor que ele está passando. Ela fecha os olhos e tenta encontrar as palavras certas para confortá-lo.
— Eu estou aqui para você, assim como você sempre esteve para mim, sua filha vai se recuperar, Matheo. Você sempre foi o que mais tinha fé, e é nela que você tem que acreditar, tenha fé que ela vai se recuperar.— Ela fala com ternura, sentindo a angústia crescer dentro de si.
Matheo olha para ela, agradecido por ter sua amiga e confidente novamente ao seu lado, alguém que pode compartilhar sua dor e sua esperança.
— Obrigado, Alexia. Sua presença é um grande conforto para mim, não tem ideia de tudo que passei sem você.— Ele sorri fracamente, tentando transmitir força.
Matheo deixa a par de tudo que aconteceu, dá morte da mãe, dá aparição de Lucy, daí ela lembrou da mulher que esteve no seu julgamento. Mas não quis falar para ele até ter certeza.
— Agora, vamos trabalhar juntos para descobrir quem tentou me matar e o porquê.— Ela fala determinada.
— Sim, a pessoa que tentou te mantar eu sei exatamente quem é. Agora precisamos descobrir uma outra pessoa.
— Quem?
— Sua mãe biológica.
— Mas minha mãe é Lucy, o que tem ela?— Alexia pergunta sem entender.
— Não! Essa é sua tia. Sua mãe é Isabela, irmã gêmea dela.
Alexia fica chocada com a revelação de Matheo, tudo que ela achava que sabia sobre sua família estava sendo colocado em questionamento.
— Então, onde está a minha mãe biológica? E por que ela nunca apareceu na minha vida?— Alexia pergunta confusa e intrigada.
Matheo olha nos olhos de Alexia, sentindo o peso da revelação que está prestes a fazer.
— A verdade, Alexia, é que sua mãe biológica se apaixonou por Mael. Ela planejou ficar com ele, se casar e construir uma família. Mas Lucy, sempre foi ambiciosa e invejosa. Ela não suportava ver a felicidade da irmã e traçou um plano para separá-los.
Alexia ouve atentamente a história, incrédula com as revelações sobre a mulher que sempre imaginou ser sua mãe. Ela nunca pensou que sua vida estivesse envolvida em tanta intriga e segredos.
— Meu pai sabia disso? Como ele sendo quem era não desconfiou?
— Até pouco antes da morte dele, não. Lucy seduziu Mael e fez com que ele acreditasse que ela era Isabela. Ela o manipulou e tomou o lugar da sua mãe. Lucy sempre foi obcecada por poder e riqueza, e ela viu em Mael a oportunidade de alcançar tudo o que queria. E, infelizmente, sua mãe biológica não é vista desde o seu nascimento.
Alexia fica chocada com a revelação, sentindo uma mistura de tristeza e raiva invadir seu coração. Ela nunca imaginou que a origem de tantas tragédias em sua vida estivesse ligada à inveja e ambição de uma única mulher.
— Então, por isso que minha mãe nunca apareceu na minha vida.
Matheo suspira, sabendo que as próximas palavras serão difíceis de ouvir.
— Lucy fez de tudo para apagar qualquer rastro dela, e até hoje, ninguém sabe o paradeiro de sua mãe. Antes da morte do seu pai ele estava investigando e havia descoberto o lugar que ela estava, porém Lucy descobriu e...
— Causou o acidente que matou meu pai e apagou qualquer vestígio da verdade!
— Sim...
Alexia sente as lágrimas escorrerem pelo rosto, a dor e a angústia tomando conta dela, ela olha para Matheo e o abraça.
— Eu sinto muito, Alexia. Mas agora que sabemos a verdade, podemos tomar medidas para descobrir o paradeiro de sua mãe e trazer justiça para tudo o que aconteceu.
Alexia assente com a cabeça. Ela sabe que não será fácil enfrentar a verdade e os segredos do seu passado, mas está determinada a descobrir a verdade e colocar um fim em toda essa história de dor e traição.
— Eu preciso encontrar a minha mãe, Matheo.
Matheo sorri, percebendo que a frieza da sobrinha não existe mais.
— Tenho algo para dizer... não sei como você vai reagir.— Matheo diz sentindo-se inseguro.
— O que foi? Parece sério.
— Minha mãe teve um caso com seu vô e eu sou seu tio.