Para sorte do garoto asiático, eu o reconheci. Sim, o garoto filho da família de vietnamitas da loja de conveniência na qual eu ajudei ontem à noite.
Alguns minutos antes
Tam estava pensando no que tinha acontecido ontem na loja de seus pais. A cena repassava na sua cabeça: o desespero, o medo, o sangue que não saía de seu rosto não importa quantas vezes ele lavava, e a sensação da vida passar diante de seus olhos.
Tudo isso se tornará muito vívido para Tam. Inicialmente, Tam não queria vir à escola neste momento, por estar muito emocionalmente instável. Mas sua mãe não deixou.
Nas palavras dela, ela diz (somos imigrantes, não temos esse luxo de faltar educação, agora se arruma para ir à escola), não deixando escolha para Tam que se arrumou com relutância para ir à escola.
Chegando no refeitório, Tam refletia sobre a noite anterior quando três garotos de estatura alta sentaram na mesma mesa que ele, coisa que nunca havia acontecido antes porque as pessoas o intitulam como nerd, esquisitão.
Então era no mínimo estranho o desenrolar da situação.
Logo um deles abriu a boca e falou:
— Stephen, lembro de hoje ter lido no jornal que teve um assalto em uma pequena loja de conveniência ontem à noite. Um primo do meu amigo que é policial falou que a cena era muito sangrenta.
Diz um garoto de olhos verdes com sardas nas bochechas para o garoto de cabelos cacheados ao seu lado.
Logo o garoto de cabelos cacheados responde:
— Sabe, Yuri, eu realmente acho uma pena essa família de vietnamitas imundos não terem morrido. Seria um câncer a menos para a América, esses imigrantes. Meu pai disse que eles causam todo tipo de problema para a sociedade e que seria melhor que eles não fossem para a América.
Diz o garoto de cabelos cacheados exageradamente.
Ouvindo aquele som de zombaria para com seu povo e ouvindo que era melhor a sua família ter sido morta no assalto de ontem à noite, um sentimento de nojo e impotência subiu no peito de Tam junto do flashback em sua mente. Logo os sentimentos de Tam de nojo e impotência foram substituídos pela raiva fervendo dentro dele.
Tam levantou-se abruptamente da mesa e olhou para as pessoas que estavam nela e gritou:
— Mas que merda vocês estão falando da minha família?!!!
Gritou e correu para cima do garoto com os punhos levantados. O garoto de olhos verdes levantou-se da cadeira, olhou para Tam com olhos cheios de zombaria, levantou os punhos e deu um soco na cara de Tam. Junto com a inércia, Tam cai no chão violentamente com o nariz sangrando, gritando de raiva e dor.
-Fim do Capítulo-