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26.31% Amor zumbi (livro 2 em 1) / Chapter 10: Capitulo 10

Chapter 10: Capitulo 10

(...)

Charlotte

Após um longo período, finalmente consegui desfrutar de uma noite tranquila, sem pesadelos, adormecendo profundamente no chão, utilizando a perna de Dylan como travesseiro.

Entretanto, ao contrário de meu estado de serenidade, Dylan foi atormentado por um pesadelo. Suspeito que as palavras de Maria tenham reavivado nele o temor de se tornar como os demais, o que pode ter gerado esse sonho angustiante.

Depois desse episódio, permanecemos acordados, discutindo ao longo da madrugada e esboçando planos para o futuro.

Algo a inquieta, Zero?

Você começou um relacionamento com alguém que mal conhece, compartilhou a cama com ele, possivelmente engravidou e agora planeja um futuro juntos.

Duas décadas de solidão me deixaram à beira da loucura.

Não me importo em acelerar as coisas; talvez minha ousadia diante desse relacionamento inusitado seja fruto da atração que sinto por ele.

Essa atração é, sem dúvida, singular.

Quando o dia amanheceu, Spider anunciou que era hora de partir. Enquanto nos preparávamos, todos saíram, e ao cruzar a porta, avistei Spider.

"Mantenha os olhos abertos."

"Não entendo você. Se não confia na mulher, por que a ajudou?"

"Às vezes, é útil enganar o inimigo," - respondi. Ele me encarou. - "Ser uma super-humana me conferiu a habilidade de perceber a mentira nos olhos das pessoas. Essa mulher não disse a verdade sobre sua história."

"Em que parte ela mentiu?"

"Logo você descobrirá."

"Não sei o que está tramando, mas isso pode colocar a vida de todos em perigo."

"Você realmente achou que aqui seria um paraíso? Estamos praticamente no inferno, não viemos para um passeio, amigo," - retruquei, cruzando os braços. - "Ajudei a mulher por causa do bebê. A alma dela já se perdeu. Mas a criança não pediu para nascer."

"Tentar se redimir não mudará o passado."

"Um demônio sempre será um demônio," - afirmei, iniciando minha caminhada. Ele segurou meu braço.

"Para deixar claro, não gosto de você."

"Sério? Se você não tivesse deixado isso claro, eu poderia jurar que você me amava," - provoquei. Ele apertou meu braço e, em seguida, soltou, começando a andar. - "Será que é a idade?" - pensei, enquanto o acompanho.

(...)

Charlotte

Nasci em uma família humilde nos subúrbios de São Paulo, enfrentando diversas dificuldades devido à nossa condição financeira. Aos dez anos, meus pais faleceram em um trágico acidente de carro, deixando meu avô como responsável por mim. Ele, um ex-general do exército, nutria crenças em teorias da conspiração, o que muitas vezes nos causava problemas devido à sua paranoia.

Por influência dele, fui matriculada em uma escola militar e, aos dezoito anos, ingressei no exército com a ajuda de antigos amigos de meu avô. Apesar de ter vivido o terror de ser privilegiada nas Forças Armadas, fui selecionada para um programa inovador.

Se soubesse que minha vida seria ainda mais desafiadora do que na escola militar, jamais teria aceitado esse caminho. Viver com meu avô e servir no exército trouxe desafios inesperados. Às vezes, penso que seria mais fácil ser um zumbi, sem consciência e sem culpa.

Entretanto, o destino me conduziu às ruas de Nova York, uma cidade que eu apenas conhecia por meio da internet e da televisão. Agora, observo prédios em ruínas, a natureza tomando conta e um odor de decomposição que provoca náuseas. Não se trata apenas de Nova York; o país inteiro está em ruínas. Somos apenas vinte por cento da população que sobreviveu.

Estamos em movimento há horas, parando apenas para nos alimentar e para que Maria, que se recupera de uma cesariana, possa descansar. Ela se queixa de dor, acusando-me de falta de compaixão por fazê-la caminhar. Spider sugere que Dylan a carregue, e eu ignoro o desconforto que sinto no peito.

"Já chegamos? Não aguento mais andar," - pergunta Mika.

"Estão no Empire State Building."

"Que droga, não havia um prédio menor para eles se esconderem?" - Mika resmunga. - "Qual é o andar em que estão?"

"Segundo," - responde Spider. Ouço um assobio e, em seguida, empurro-o, caindo sobre ele.

"Você está bem?" - pergunto, olhando para ele, que apenas acena afirmativamente. Olho ao redor e avisto uma lança. Levanto-me e examino os lados.

"Quantos são?" - pergunta Spider ao se levantar. Fecho os olhos e me concentro na minha audição. Abro os olhos e disparo na direção de um prédio.

"Um," - respondo quando o zumbi cai do edifício. - "De nada por salvar sua bela retaguarda," - digo e continuo a andar. - "Maria, como vamos entrar no prédio para resgatar os adolescentes?"

"Pelo metrô. Podemos acessar a tubulação de esgoto e assim entrar no prédio."

"Essa ideia é uma péssima escolha," - Mika responde, irritada.

"Quer enfrentar os zumbis? Para mim, não tem problema algum, faz tempo que não mato," - digo, e ela me observa, sorrindo.

"Você é louca. O comandante quase morreu por uma lança e você não se importa que haveria um zumbi no prédio. Podem haver mais."

"Ele era o único."

"Como você tem tanta certeza?"

"Eu posso ouvir a quilômetros de distância, mas como estão mortos, só consigo perceber a movimentação do corpo. E o impulsivo só não morreu porque ouvi a lança vindo."

"Então não há zumbis escondidos pelo caminho?" - pergunta Mika, e eu balanço a cabeça em negativo. - "Menos mal."

"Você trouxe drones de reconhecimento?"

"Sim, por quê?"

"Pelo mapa no tablet, já estamos nos aproximando do local. Então coloque o drone no ar para verificarmos quantos mortos estão próximos ao prédio."

"Já mencionei que pelo metrô é mais seguro," - Maria fala, e eu olho para ela. - "Por que deseja ir pelo mar de zumbis?"

"Porque adoro exterminar zumbis," - respondo, e ela arregala os olhos. - "Enquanto preparamos o equipamento, aproveitem para descansar," - digo, e Dylan a coloca sentada em uma pedra, enquanto meu braço é segurado, e Spider se afasta dos demais. - "Você não tem voz própria?"

"Você continua dando ordens sem ser a líder da missão," - ele diz, irritado. - "Agora vai me dizer o que está planejando?"

"Ela é a companheira de Jacob e não foi abusada sexualmente por ele. Tenho certeza de que sua missão é nos conduzir até ele."

"Você sabia disso e mesmo assim a ajudou?"

"Sou uma super soldado, não uma mãe de santo. Percebi que ela estava mentindo quando contou sua suposta história triste."

"Eu disse que você iria nos colocar em apuros," - ele responde, passando a mão pelo rosto. - "Agora é sua responsabilidade garantir que nossa missão seja bem-sucedida. Se um membro da minha equipe morrer, sua vida será um inferno."

"Uau, essa é a declaração mais bonita que você já fez para mim hoje."

"Não me provoque, mulher," - ele diz, segurando meu braço. - "Não sei que feitiço você usou em meu irmão, mas isso não funciona comigo," - ele aperta meu braço, e eu o encaro. - "Então, pare de me provocar, pois nunca cairei nos seus encantos."

"Para sua informação, não estou tentando seduzi-lo, e Dylan é o suficiente para mim," - puxo meu braço. - "Quem em sã consciência se interessaria por um velho rabugento e amargurado?"

"Posso ser velho, rabugento e amargurado. Mas não sou a pessoa que iniciou o apocalipse e destruiu todos que amei."

"Culpar quem não tem culpa é fácil," - respondo, e viro as costas, olhando para os outros, mas não vejo Dylan nem Maria. - "Onde estão?"

"O que?"

"Seu irmão e a mulher."

"Onde Dylan foi com Maria, Mika?" Spider pergunta.

"Ela estava com a bexiga cheia e pediu para o Dylan protegê-la. Então fiquei com o bebê," - ela responde, e começo a andar. - "Eles já voltam, Zero," - ignoro e acelero o passo. Mais adiante, vejo Maria vindo sozinha.

"Onde está Dylan?"

"Ele está atrás de mim," - ela diz, olhando para trás. - "Ele estava aqui."

"DYLAN!" - grito seu nome, olhando ao redor. - "ONDE ELE ESTÁ?" - grito, e ela recua.

"Ele estava atrás de mim," - diz, assustada, e pego minha arma, apontando para ela. - "Já avisei."

"Essa mulher perdeu a razão," - um dos gêmeos comenta ao se aproximar com os outros.

"Vou perguntar mais uma vez, e quero uma resposta sincera," - digo, séria. - "Onde está meu zumbi?"

"Ele estava atrás de mim," - responde, e me aproximo de Mika, pegando o bebê. - "O que está fazendo?"

"Onde está meu zumbi," - aponto minha arma para a cabeça do bebê.

"Você ficou maluca, Zero?" - Mika pergunta.

"Se não disser a verdade, vou explodir a cabeça dele."

"ZERO!"

"Um... dois... três."

"ESTÁ BEM," - a mulher grita. - "Levaram ele."

"Quem levou meu irmão?"

"Os sentinelas do alfa."

"Por quê?"

"Porque ele a quer," - aponta para mim. - "Um dos sentinelas avisou que havia uma super soldado na terra dos mortos. Ele prometeu minha liberdade se eu a trouxesse até ele, mas Zero é muito astuta e eu precisei mudar de estratégia."

"Levaram alguém importante para mim e assim poderei salvá-lo?"

"Sim," - responde, e eu aponto minha arma em direção a ela. - "Só fiz isso para ser livre. Você não tem ideia de como é horrível estar viva e ser tocada por um morto nojento."

"Você é a companheira dele?"

"NÃO. Ele me obriga a fazer coisas que não gosto, o alfa matou todos que amava e me tornou sua prisioneira."

"Mas você é importante para ele," - agarro o braço dela. - "Uma humana que pode ter filhos de um zumbi," - passo minha mão no rosto dela. - "Sabe por que sou a cobaia zero?" - sussurro em seu ouvido e ela recua. - "Porque sou a arma mais perfeita que eles criaram."

"Seus olhos," - diz, fixando-se em meus olhos de demônio.

"Você vai me levar até seu companheiro e assim deixarei seu bebê viver."

"Você é igual a eles."

"Sou pior que eles, querida," - digo, olhando para Spider.- "Vocês continuam com a missão, irei buscar Dylan."

"Você acha que conseguirá sozinha?" - pergunta Spider, e me aproximo dele.- "O que foi?"

"Você ama menosprezar minhas capacidades," - toco em seu peito. - "Então reze para que eu morra e assim nunca mais terá a chance de ver esse rostinho lindo novamente."

"Você precisa trazer meu irmão. Eu mesmo vou te matar, então não se preocupe," - ele murmura próximo ao meu ouvido, e abro um sorriso.

"Mal posso esperar," - me afasto e entrego o bebê a Mika. - "O que foi?" - pergunto ao vê-la me observando.

"Nada!"

"Ele ficará com você."

"Não tenho ideia de como cuidar de bebês," - ignoro e começo a andar. - "Zero!"

"Sempre há uma primeira vez," - digo, segurando o braço de Maria. - "Agora me leve até seu companheiro."

"Meu bebê precisa de mim."

"Pelo que sei sobre bebês, eles ficam com fome a cada três horas, e já faz um tempo que você não o amamenta, então é melhor se apressar."

"Você é um monstro," - diz, começando a andar, enquanto ignoro.


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