Os dias se passaram, e o treinamento de Itadori com Sukuna continuava. Cada sessão era uma batalha intensa, onde Sukuna testava os limites de Itadori, tanto fisicamente quanto mentalmente. Itadori enfrentava a dor, a frustração e os constantes desafios com uma resiliência notável.
Uraume continuava sua vigilância, reportando atividades suspeitas e mantendo Sukuna informado sobre possíveis ameaças.
As sessões de treinamento ocorriam em diferentes locais do santuário, desde os jardins tranquilos até os salões silenciosos. Itadori absorvia cada ensinamento, sentindo-se transformado a cada novo insight. Sukuna, apesar de sua natureza ameaçadora, era um mestre habilidoso e exigia nada menos que perfeição de seu aprendiz.
Numa noite, após mais uma sessão exaustiva de treinamento, Itadori encontrou-se sozinho em um pátio isolado do santuário, contemplando as estrelas no céu noturno. A vastidão do universo parecia ecoar sua própria sensação de pequenez diante dos eventos que se desenrolaram.
Quando uma presença sinistra se fez sentir, Itadori interrompeu sua concentração, seu corpo tenso, enquanto observava as sombras se movendo ao redor da barreira de Uraume.
De repente, uma pequena figura encapuzada apareceu, seu sorriso enigmático refletindo a luz fraca da lua.
" Veja quem temos aqui, você deve ser a noiva de Sukuna, Fujiwara Yuji, ou devo dizer… Itadori Yuji... do futuro.
A pessoa tirou o capuz, era só um menino, mas quando Yuji direcionou seus olhos para ver seu rosto, em sua testa contornava uma enorme cicatriz de uma ponta a outra.
Kenjaku..
A percepção de que Kenkaku possuiu o corpo de uma criança inocente fez seu corpo ferver.
Ele encarava com uma mistura de raiva e confusão Kenjaku, cuja expressão estava impregnada com uma falsa inocência. A cicatriz em sua testa era inconfundível, e as palavras de Kenjaku apenas adicionaram mais camadas de mistério a uma situação já intrincada.
"Você... como sabe meu nome? E o que você quer?", Itadori perguntou com uma voz tensa, mantendo um olhar fixo no menino que era possuído por Kenjaku.
Kenjaku riu, um som que arrepiou a espinha de Yuji. "Não se faça desentendido querido Yuji, não se preocupe. Tenho acompanhado seus passos desde que chegou a este tempo, afinal, eu também vim para cá."
Itadori sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Como assim? Junto com ele?
"O que você quer de mim? E como você veio?", insistiu Itadori, mantendo sua postura alerta.
Kenjaku sorriu de forma enigmática, como se estivesse desfrutando da confusão de Itadori. "O que eu quero? Oh, muitas coisas, Yuji. Mas, acima de tudo, estou interessado em suas experiências com Sukuna e o poder que você acumulou. Poderia dizer que sou um estudante curioso do mundo amaldiçoado."
Itadori apertou os punhos, irritado com a atitude descontraída de Kenjaku. "Isso não é uma resposta. E como você veio para cá?"
Kenjaku, mantendo seu sorriso enigmático, explicou com calma: "Se chama 'Transfiguração do Tempo' ". Com ela, transfiro minha alma temporariamente para meu corpo em qualquer época antecedente à minha. Assim, mesmo que você me mate, minha alma volta para o corpo de Suguru Getou no jogo do abate. A única fraqueza dessa técnica é que meu corpo original fica imóvel até que eu desfaça a técnica ou morra aqui."
As palavras de Kenjaku trouxeram uma compreensão chocante a Itadori. Ele percebeu que provavelmente ele utilizou essa técnica. No entanto, uma pergunta persistia em sua mente.
" O que te faz querer voltar até aqui?"
Kenjaku, levantou uma das sobrancelhas em estranheza, antes de sair rapidamente pela barreira como se fosse nada. Itadori assistiu perplexo enquanto o inimigo desaparece nas sombras, deixando para trás uma série de perguntas não respondidas.
Então, a presença gigantesca de Sukuna apareceu repentinamente atrás de Itadori, envolvendo-o em uma aura intensa de maldição. A escuridão e a maldade emanava do Rei das Maldições, e sua voz era fria como a morte.
"Sukuna...", murmurou Itadori, sua voz carregada de incerteza.
Sukuna ficou ao lado de Itadori, olhando fixamente para onde Kenjaku desapareceu. "Com quem estava falando?", Sukuna exigiu, colocando a mão na cabeça de Itadori e virando seu corpo e rosto para encará-lo.
Itadori hesitou por um momento, relutante em compartilhar todos os detalhes do encontro com Kenjaku. "Era... Kenjaku, ele possuía um corpo de criança. Ele apareceu do nada. E depois, ele simplesmente desapareceu."
Sukuna examinou os olhos de Itadori, buscando sinais de engano. "Kenjaku, hmm? Ele é mais problemático do que imaginei."
Itadori assentiu, sentindo uma tensão no ar. "Sim, ele mencionou algo sobre estar interessado em minha conexão com você e meu poder. Ele é um enigma, e não sei o que ele está planejando."
Sukuna soltou um suspiro pesado e se afastou, parecendo profundamente perturbado. " Kenjaku não é alguém para ser subestimado. Se ele está aqui, é porque tem um motivo. E se ele quer mexer comigo, vai se arrepender!"
Itadori acenou, determinado a ficar alerta em relação a Kenjaku e a proteger seu próprio futuro. A jornada estava longe de terminar, e os desafios que enfrentam seriam cada vez mais perigosos.
" Estou disposto a enfrentar o que vier."
Sukuna assentiu com aprovação, seus olhos brilhando com uma mistura de respeito e desafio. E assim, a noite continuou, deixando Yuji e Sukuna em guarda contra as ameaças que se aproximavam.
As palavras de Kenjaku ainda ecoavam em sua mente. Ele estava sendo observado, e sua jornada não estava mais confinada ao passado. A complexidade do que estava acontecendo crescia a cada dia.