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7.64% Casada com o Filho do Diabo / Chapter 24: Capítulo 24

Chapter 24: Capítulo 24

Sentada diante do espelho, uma empregada penteava o meu cabelo.

"Seu cabelo é tão bonito", ela sorriu.

Sim, mas infelizmente eu não era uma loira e o meu marido parecia gostar de loiras.

"Obrigada" eu respondi com um sorriso.

"Minha Senhora, você quer este vestido ou este?" ela disse, segurando dois vestidos novos, quando terminou com o meu cabelo.

"Nenhum deles. Escolha um vestido realmente bonito para mim." ordenei. Eu faria Lucian se arrepender do que fez. Eu o deixaria sem dormir como ele me deixou. Eu até queria fazê-lo chorar porque, mesmo que eu não quisesse admitir para mim mesma, chorei um pouco na noite passada.

Oh, como eu precisava de Lydia e Ylva agora.

A empregada escolheu para mim um vestido cor de pêssego que combinava perfeitamente com o meu cabelo e a minha cor de pele.

Pus um pouco de cor nos meus lábios e um pouco de perfume, depois soltei o cabelo enquanto me olhava no espelho.

Agora ele me desejaria, mas eu não me renderia tão facilmente.

Por último, calcei meus sapatos e saí do quarto. Enquanto caminhava pelo longo corredor, comecei a perder a confiança. E se ele nem me quisesse? Ele sempre poderia ter outra mulher. Eu seria sempre a perdedora.

Esses eram os momentos em que eu odiava ser uma mulher.

Quando me aproximei da sala de jantar, meu coração batia forte no meu peito. Eu sabia que Lucian estava lá esperando, e eu estava tanto zangada quanto nervosa, talvez mais zangada do que nervosa.

Abri devagar a porta e entrei. Lucian estava sentado à mesa e me olhava diretamente quando entrei na sala. Esqueci de respirar por um momento quando nossos olhares se cruzaram, mas rapidamente me lembrei de quão zangada e magoada eu estava. Tentei reprimir a minha raiva. Era importante manter o controle se eu quisesse vencer esta guerra.

"Você não vai se sentar?" ele perguntou, apontando para a cadeira ao seu lado.

Sem dizer nada, fui até a mesa e me sentei, evitando encontrar o olhar dele.

"Você dormiu bem?" Ele perguntou. Claro que não, mas tenho certeza que você sim.

"Sim, dormi, Vossa Alteza." Eu disse num tom monótono. Ele me olhou, surpreso.

"Você não vai perguntar?"

"Você dormiu bem, Vossa Alteza?" perguntei, usando o mesmo tom novamente. Ele riu.

"Não foi isso que eu quis dizer. Você não vai perguntar por que eu não vim na noite passada?"

"Não tenho nenhum direito de perguntar, Vossa Alteza." Ele franziu o cenho e me olhou, confuso.

"Hazel?" ele disse em tom firme, mas suave, que causou arrepios na minha espinha. Eu resisti à vontade de olhar para ele e encontrar seu olhar.

"Olhe para mim." ele exigiu. De jeito nenhum eu faria isso. Os olhos dele eram a minha fraqueza e eu não mostraria a ele a minha fraqueza agora mesmo.

Como eu não fiz o que ele disse, ele pegou no meu queixo e levantou minha cabeça levemente.

"Olhe para mim, Hazel." Ele disse ainda mais suavemente desta vez. Não pude evitar de olhar para cima e olhar em seus olhos.

"Há algo errado?" ele perguntou.

"Não, Vossa Alteza."

"Não me chame assim." Ele disse, agora parecendo um pouco irritado. Bom. Ele deveria estar mais do que isso.

"Tudo bem." foi tudo que eu disse. Ele suspirou.

"Você parece estar de péssimo humor, comparado a como se vestiu." Ele disse enquanto seus olhos percorriam meu rosto até o meu peito. Seu olhar parecia um ferro quente na minha pele.

"Não estou com fome, com licença." Eu disse, me levantando, pronta para sair dali só para deixá-lo zangado, mas antes que pudesse me mover ele agarrou meu braço e me puxou contra a mesa, prendendo-me entre ele e ela.

"Você está me provocando, esposa? Você se veste tão lindamente e cheira tão bem, mas está fugindo."

"Não estou fugindo, apenas não estou com fome." Eu disse, tentando parecer inocente. Seus olhos escureceram.

"Mas eu estou." ele disse devagar, se inclinando mais perto. Colocou uma mão em cada lado do meu corpo para que eu não pudesse fugir, então encostou a cabeça no meu pescoço. Eu podia sentir o seu hálito quente na minha pele.

"Eu não posso..." ele respirou pesadamente enquanto seus lábios roçavam na minha pele. Inclinei a cabeça para trás, querendo que ele beijasse cada centímetro da minha pele. Ele se inclinou ainda mais, pressionando seu corpo contra o meu enquanto seus lábios percorriam meu maxilar até roçarem os meus. Uma roçada suave que fez meus dedos dos pés se curvarem.

"Você deveria me parar." Ele respirou antes de esmagar os lábios nos meus. Sim, eu deveria pará-lo. Por que estou beijando ele? Como ele podia me beijar com aqueles lábios que beijaram outra mulher na noite passada? Só de pensar nisso me fez ferver de raiva, e eu mordi o lábio dele.

Ele se afastou com um sibilo elevou os dedos até o lábio. Estava sangrando. Ele limpou o sangue com o polegar e então lambeus os lábios.

Não tinha a intenção de mordê-lo tão forte, por isso fiquei chocada no começo, mas depois pensei que ele merecia. Agora venha, fique com raiva. Mas ele só ficou me olhando.

"Peço desculpas, Vossa Alteza." eu disse, acrescentando a última parte para irritá-lo. Ele se aproximou, seus olhos nunca deixando os meus, depois traçou meus lábios com o polegar.

"Você tinha um pouco de sangue aí." ele disse. O quê? Tive a sensação de que ele estava brincando comigo, por isso decidi dizer abertamente para ele ir para o inferno ou voltar para a loira, mas fui interrompida por uma batida na porta. Lincoln entrou logo depois e quando nos viu tão perto um do outro "Eu posso voltar" ele disse e virou-se rapidamente.

"O que é Lincoln?" Lucian perguntou ainda de pé como estava, prendendo-me com o corpo e o olhar. Lincoln se virou devagar, mas continuou olhando para baixo.

"A Princesa Klara está esperando por você no jardim." Ele disse. Klara? Porque ela estava esperando por ele?

"Diga a ela que estou a caminho." Lucian disse. Lincoln fez uma reverência e saiu.

"O que ela quer?" perguntei.

"Eu pensei que você não estava interessada?" Ele sorriu malicioso. "Siga-me se quer saber."

Eu considerei segui-lo por um tempo, mas depois decidi que deveria. Eu não podia deixá-lo ir sozinho encontrar Klara, quando eu sabia das intenções dela. Se ela podia fazer de tudo para conseguir um homem casado, eu tinha que fazer tudo para manter o meu homem para mim.

Klara estava no meio do jardim vestindo uma armadura, mas ainda assim estava bonita como sempre. Seu cabelo loiro brilhava como a luz do sol e seus olhos eram azuis como o céu de verão. Sim, ela era absolutamente linda e loira, do jeito que Lucian gostava de suas mulheres, suponho.

Podia ver como os soldados que estavam reunidos no jardim não conseguiam parar de olhar para ela. Lucian também a considerava tão bonita?

"Bom dia, princesa Hazel e... Lucian, fico feliz que você manteve sua palavra." Ela sorriu quando nos aproximamos. No fundo do jardim, eu podia ver Astrid sentada confortavelmente em uma cadeira.

"Não fique tão animada," ele disse em tom sério e me surpreendeu que eles falavam tão casualmente um com o outro, o que me incomodou. Lucian havia explicado no caminho que Klara queria ter uma luta com ele. Algo me parecia suspeito.

Sentei-me ao lado de Astrid enquanto Lucian pegava uma espada, pronto para lutar com Klara.

"Não sei por que a minha irmã insiste em lutar com ele. É óbvio que ele vai ganhar." Astrid disse. Sim, se fosse verdade que ele matou centenas de homens sozinho, então uma mulher não seria um problema.

Klara começou a balançar a espada em direção a Lucian e ele desviava de cada golpe habilmente sem sequer levantar a dele. Finalmente ele levantou a espada e bloqueou um dos ataques dela. Desta vez ele começou a atacá-la e parecia que ela estava tendo dificuldade em se defender. Ele tinha um sorriso no rosto e disse algo que eu não podia ouvir.

Eles lutavam e parecia que Lucian estava pegando leve com ela. Ele nem parecia estar tentando. Aposto que ele poderia fazer isso de olhos vendados. Klara, por outro lado, estava ofegante e o cabelo estava um pouco bagunçado, mas ela não estava disposta a desistir.

Lucian balançou a espada em direção a ela e justo quando ela estava prestes a bloquear o ataque, parecia que ela mudou de ideia a meio caminho e a espada de Lucian cortou-a no braço. Sangue começou a escorrer da ferida. Pareceu que o tempo parou por um momento porque todos ficaram calados e chocados antes de Astrid se levantar do seu assento e correr para a irmã.


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