Essa parte eu estou preparando o terreno para a última presepada em Menagerie.
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[ORIGINAL POV]
Sentado na cela comunitária, também conhecida como a única cela em toda a ilha, sou deixado em paz pelos outros criminosos que a dividem comigo.
Quando cheguei um cara grande e gordo com nariz de porco veio pra cima de mim com aquele papo de cara grande de prisão e como ia fazer de mim a putinha dele. Eu poderia ter lidado com ele sem problema nenhum, mas foi mais divertido oferecer cigarro e cerveja pros outros presos espancaram ele.
O cara quase morreu.
Fiquei com tanta pena que curei ele usando uma semente dos deuses e agora ele age como meu guarda costas.
'Na cadeia você não fode com quem pode invocar cigarros e biritas.' Pensei comigo mesmo curtindo o silêncio.
…
Até eu ficar entediado em 10 minutos.
'Ficar esperando esse julgamento sem fazer nada é um saco… para passar eu podia criar uma televisão e ver uns animes com o pessoal-.'
"Atenção garotas!" Exclama uma voz feminina entrando na sala da cela. "Preciso falar com o loirinho humano, então o resto do lixo vai pro fundo da sala."
Os presos levantaram e se moveram resmungando e reclamando enquanto eu encarava surpreso quem tinha entrado.
"Sentiu minha falta chefe?" Perguntou Amber em sua aparência original, mas vestida de guarda e com um rabo de raposa falso nas costas.
Me aproximei sorrindo da porta da cela e respondi.
"A minha saudade só deve ter sido menos intensa do que a sua ressaca."
Na mesma ora Amber chiou como se eu tivesse encostado em uma ferida aberta.
"Vai se ferrar." Ela resmungou fingindo ter sido ofendida. "Mas falando sério agora, porque você ainda não saiu?"
"Acho que posso usar esse julgamento a meu favor." Respondi sussurrando para que os outros presos não pudessem me ouvir.
"Do que você está falando moleque?" Perguntou Amber também sussurrando.
"Sei que sou inocente e que não fiz nada de errado."
"Se metade do que Church me disse é verdade, Audra concordaria que você acertou muito."
"Um cavalheiro não se vangloria de suas conquistas." Respondi em um tom sofisticado
"Oh Droga." Praguejou Amber. "Você é mesmo aluno do Port."
"Se eu provar minha inocência nesse julgamento na frente de todos, vou melhorar as relações de humanos com faunus de Menagerie."
"E tirar credibilidade de White Fang." Adicionou Audra.
"White fang?" Questionei confuso.
"Você não sabe o porque foi preso?" Perguntou Amber desconfiada.
…
"Sabia que estava esquecendo de algo."
BANG!
Um baque metálico ecoou pela sala.
"Tudo bem ai chefe?" Perguntou o Faunus porco.
"Tranquilo, a carcereira só escorregou e bateu a testa na cela."
Amber suspira cansada, mas levanta o rosto logo em seguida com uma expressão irritada.
"Sejá lá o que for a acusação deve ter haver com o ataque da White Fang ao seu jato." Disse Amber em um tom didático.
Confuso, encarei a mulher de pele morena com uma sobrancelha arqueada.
"Eles tentaram invadir, mas o cara novo conseguiu lidar com eles sozinho."
"Você não ajudou?"
"Eu estava tendo a maior ressaca da minha vida enquanto um robô velho caipira estava espancando terroristas ao som de acordeão e gritando 'Yeehaw' a cada 2 minutos!"
…
"Isso não deve ter sido bom para sua dor de cabeça." Comentei solidariamente.
Em resposta Amber me encarou furiosa com uma veia saltada pulsando em sua testa.
"Outra coisa." Disse Amber em um tom mais calmo e sério. "Antes de vir aqui, passei na casa da Audra… e acho que ela foi sequestrada ou coisa pior."
Um nó se formou na boca do meu estômago enquanto um calafrio percorreu minha espinha.
"Hem?" Questionei desolado.
"Três paredes da casa dela foram destruídas, sinais de luta por todos os lados, armas espalhadas pelo chão."Disse Amber pausando para que eu pudesse digerir as notícias. "Segui o rastro deles até a entrada de uma caverna, mas vim procurar você quando ouvi os guardas do local celebrando a sua prisão."
"Ela está viva?"
Amber engole seco antes de responder a minha pergunta, como se estivesse reunindo coragem para me responder.
"Não quero te dar falsas esperanças, mas duvido que tenham se dado o trabalho de atacar ela em sua própria casa só para mata-lá."
"Entendo." Respondo sussurrando baixo. "Você consegue resgatá-lá?"
"Não sem queimar meu disfarce e chamar atenção negativa para você."
Sem pensar duas vezes invoco o meu poder.
Multiverse Crafting System
O que você gostaria de fazer?
Magic: 75.287 Points
Aura: 100%
"Jaune, o que você está encarando?"
Focado na tarefa ignoro amber e dou o comando mental para fazer os itens.
'Três poções de invisibilidade de caster nível 5, 2 sementes dos deuses e um scouter similar ao meu.'
Multiverse Crafting System
Isso vai custar 3.500 Magic Points.
Magic: 75.287 Points
Aura: 100%
A névoa dourada se manifesta criando os itens em minhas mãos. Eu estava tão afobado e apressado que nem notei que me tornei capaz de criar mais de um item de uma vez.
"As sementes são para curar Audra ou você se precisar, essas poções de invisibilidade-."
"Invisibilidade?" Pergunta Amber me cortando.
"Não me interrompa!" Reclamei irritado. "A invisibilidade só dura 5 minutos e se você atacar alguém o efeito acaba automaticamente."
"Que específico."
"O Scouter é para você ter um contato melhor com Church, se precisar de algo mando os robôs te ajudarem ou virem me avisar que você está em perigo."
Amber me dá um sorriso caloroso e um beijo na testa.
"Não se preocupe, vou trazer ela de volta." Ela me assegura em um tom sincero.
Sem saber como responder apenas respiro aliviado, como se eu estivesse prendendo minha respiração desde que ela começou a falar.
Ainda disfarçada de guarda Amber sai da sala carregando consigo os itens que entreguei para ela.
'Boa sorte Amber.' Penso em silêncio.
"Tu tava pegando a guarda antes de vir pra cadeia chefe?" Pergunta o faunus com nariz de porco. "Maluco é brabo."
"Cala a boca Pumba!" Resmunguei puto com ele.
"Como você sabe meu nome?" Perguntou Pumba incrédulo.
…
"Sério?"
O homem rotundo acena que sim com a cabeça me deixando atônito por alguns segundos.
"Quer saber… foda-se!" Declarei com a minha paciência esgotada. "Quem quer ver um filme?"
[Sienna Khan]
"Você passou dos limites, Sienna!" Rugiu o Chieftain Belladonna, sua voz carregada de uma fúria que ele não demonstrava há muito tempo. "Combinamos que a White Fang não interferiria na captura de Jaune Arc."
"Exatamente." Respondi, mantendo minha postura formal em frente da casa dos Belladonna. "E é por isso que ele foi capturado pela guarda de Kuo Kuana, não pelos meus agentes."
"E desde quando a guarda obedece às suas ordens?" Ele questionou, sua indignação era palpável. "Muito menos para aprender alguém em frente da minha própria casa."
Um sorriso sádico se abriu pelo meu rosto, enquanto me preparava para esfregar a verdade na cara dele.
"Desde que nosso Chieftain convidou um humano agressivo e perigoso para andar em nossa preciosa ilha santuário."
Os olhos do Ghira se arregalaram em choque com minha declaração, mas assim que ele se recuperou, ele me fixou com um olhar intenso.
"Grrr." Ele rosna frustrado na minha direção.
É realmente incrível como as coisas mudaram subitamente. Há menos de 48 horas atrás, eu estava consumida pelo enigma que era Jaune Arc. Nunca duvidei que o humano era uma ameaça à causa da White Fang, o problema era que ele era tão astuto quanto perigoso.
De acordo com Ilia, ele estava mapeando a ilha e catalogando nossos recursos naturais, com certeza abrindo caminho para futuros colonizadores de Atlas que iriam nos escravizar com ajuda do SDC.
O problema era que a garota não tinha provas concretas, nem mesmo um aliado que tivesse visto os mapas em primeira mão junto com ela. E para piorar a situação, a jovem tola agiu prematuramente e tentou assassinar o humano. Se essa história vazasse, ela seria usada por nossos inimigos como veículo de propaganda, solidificando a narrativa de que a White Fang é apenas uma organização terrorista sanguinária que assassina humanos inocentes cujo o único crime era ter curado feridos e alimentado órfãos.
No entanto, o jovem cometeu um erro. Em uma altercação com um grupo de caçadores, Jaune Arc assassinou um faunus e deixou nove feridos.
De acordo com os depoimentos, foi uma disputa por uma presa entre o humano e os caçadores faunus envolvidos. O humano tinha começado o conflito disparando contra os caçadores desarmados, ferindo eles gravemente e quebrando suas pernas e braços, só para depois deixá-los morrer no deserto de Menagerie resultando na morte de um deles.
Embora eu não estivesse feliz com a quantidade de Faunus feridos, o momento não poderia ter sido melhor. A reputação do humano estava crescendo rápido demais, mas com este incidente e meus agentes espalhando a notícia para todos os habitantes da ilha, o mal foi cortado pela raiz, e finalmente poderíamos expulsá-lo de Menagerie e, com a ajuda da opinião pública, talvez até banir a presença de qualquer humano.
"Para onde ele foi levado?" Pergunta chieftain já sem paciência.
Contendo a alegria ante a o estresse dele, faço uma pequena reverência e me viro falando.
"Por favor me acompanhe." Falo com um tom educado e respeitoso.
A caminhada foi mais prazerosa do que eu ouso admitir em voz alta com a população fofocando sobre o humano apreendido.
"Ficou sabendo o que o humano loiro fez?"
"Um morto e nove caçadores hospitalizados, desse jeito muitas famílias vão passar fome."
"Ouvi dizer que ele estava hospedado na casa do Chieftain, para que ele iria precisar da carne de caça? Humano egoísta."
"E pensar que ele quase nos enganou, fingiu ser uma boa pessoa fazendo caridade no orfanato."
"Parece que ele espancou os caçadores para mostrar que era superior a todos os faunus."
"Ele quebrou as pernas deles e os deixou para morrer no deserto. É um milagre terem tantos vivos."
"Aposto que a caça nem era de interesse dele, ele só queria torturá-los."
"Da ele pra mim! Eu posso consertar ele."
"Ainda bem que ele foi preso antes de fazer algo com as crianças do orfanato."
Ghira bufa irritado, cada segundo ele fica mais frustrado com as fofocas.
"Vejo que suas mentiras já se espalharam como chamas em palha seca." Disse o Chieftain irritado.
"A única coisa que os agentes da White Fang espalharam foi o fato que um humano atacou faunus inocentes, não tenho controle sobre o que o povo inventou em cima da verdade. Sendo sincera, nem mesmo o senhor, venerável Chieftain, tem esse controle."
Em poucos minutos de caminhada chegamos a uma grande construção de madeira do quartel da guarda, a segunda maior construção da ilha, perdendo apenas em tamanho para a mansão Belladonna.
Como a criminalidade é baixa em Menagerie não temos um prédio inteiro dedicado ao encarceramento de indivíduos, porém no quartel da guarda temos uma grande cela comunitária abrigando os poucos faunus que quebraram a lei de nossa ilha.
"Que silêncio é esse?" Resmunga Ghira confuso.
Estava tão intoxicada pelo meu bom humor relativo à situação do humano que não percebi o estranho silêncio assim que entramos no quartel.
"E onde estão os guardas?" Continuou questionando o Chieftain.
Meu olhos se arregalaram de choque quando paro para olhar em volta e constatar que ele tem razão. As mesas estavam vazias e o pátio onde os recrutas treinavam também estava deserto.
"Mas onde é que-." Tentei perguntar só para ser cortada.
"Silêncio!" Disse o Chieftain apontando para a porta da cela comunitária que estava entreaberta.
Caminhamos silenciosamente em direção da porta, à medida que nos aproximamos ficava audível um barulho.
"Parece uma música melancólica e… pessoas chorando?" Questionei em voz alta.
Ao entrar na ante sala da cela comunitária nos damos de cara com uma cena estranha.
"Não acredito." Murmuro chocada.
Os presos e os guardas estavam dentro da cela comunitária, sentados no escuro chorando olhando para uma televisão de 100 polegadas.
{Continuem crescendo fortes, para que um dia se tornem grandes hashiras para os caçadores de oni.} Disse uma voz jovial vindo do televisor.
Era um desenho animado, e um dos personagens estava morrendo.
{Porque eu acredito no talento de cada um de vocês.}
Ante a última fala e a imagem da mãe do personagem todos na cela começaram a chorar alto.
Por mais inusitado que a situação fosse, meu sangue ferveu quando reparei no meio dos presos um chumaço de cabelo loiro pertencente a um humano segurando um grande balde de pipoca.
"QUAL O SIGNIFICADO DISTO!" Berrei furiosa.
Os presos e soldados se assustaram e olharam na nossa direção, quando os guardas finalmente se deram conta de que o Chieftain e a líder da White Fang estavam presentes eles se levantaram rapidamente para nos saudar.
Assim que eles se alinharam começaram com a chuva de desculpas, que eles só estavam tendo certeza de que o conteúdo que os presos estavam consumindo não era perigoso ou impróprio.
Atrás de mim o Chieftain gargalhava como se esse absurdo fosse esperado.
"Isso é uma cela, não um cinema." Reclamo apontando meu dedo na direção do humano nos observando enquanto comia pipoca. "E onde foi que vocês arrumaram essa televisão?"
O humano me encarou com uma sobrancelha arqueada.
[Image]
"Que televisão?" Ele perguntou fingindo ignorância.
"Não se faça de idiota! Estou-." Assim que me viro apontando para a tela monstruosa, noto que ela havia desaparecido. "Para onde ela foi?"
Os presos do lado humano começaram a rir baixo como se fossem crianças levadas, zombando da minha confusão.
"Mas é claro que a escória da sociedade faunus iria cooptar com esse lixo humano-." Uma mão colocada no meu ombro me interrompe no meio do meu rant.
"Se acalme Sienna, eles não cometeram nenhum crime." Disse o Chieftain
"Do que você está falando?" Reclamo mais irritada. "O humano trouxe contrabando para uma cela."
"Não é contrabando, é o semblante dele Sienna." Diz o Chieftain em um tom calmo. "Ele tinha mencionado para mim que era de criação." O chieftain explica pacientemente. "Por isso que a televisão desapareceu, as reservas de Aura dele já devem estar esgotadas. "
Assim que ele termina sua explicação nos viramos para o humano comendo pipoca como se não estivéssemos falando dele.
"Onde ele conseguiu a comida?" Perguntei olhando para o humano.
Ele dá um sorriso sacana e responde.
"Contrabando." Ele responde rindo.
SLAP!
O som do facepalm do Chieftain foi tão forte que ecoou por todo o quartel.
'Acho que esse humano é menos astuto do que tinha teorizado.' Penso comigo mesma.
[Audra Taurus]
"Hmmm." Gemo de dor com minha consciência voltando.
Tudo que quero é voltar a dormir para não lidar com essa dor de cabeça estranha que pesa na minha mente.
"Bom dia flor do dia." Mas uma voz irritante me força a acordar. "Na verdade está de noite, mas isso não importa agora."
Desistindo de voltar a dormir me lembro da invasão a minha casa, da luta contra membros da Fang
"Onde é que eu estou?" Resmungo com minha visão embaçada. "Quem é você?" Pergunto para o vulto de uma mulher de pele morena na minha frente.
Em resposta ela gargalha encostando em algo em seu pulso, apesar da minha visão não ter voltado 100%, o tom de sua pele fica mais claro e percebo que Boudicca Nikos está na minha frente.
"A chefia pediu para eu vir buscar a Muscle Mommy dele."
Deixei passar o comentário pois estava grogue demais para responder a altura.
Assim que minha vista desemboca noto que estou dentro de uma cela em uma caverna subterrânea.
Tento me levantar, mas sinto uma fisgada na de dor na minha perna que me impede. A dor na perna era insuportável, pulsando como um martelo a cada batida do meu coração.
"Tudo bem ai?" Pergunta Nikos se ajoelhando ao meu lado.
"Minha perna." Falei com os dentes cerrados, contendo a dor. "A cabeça do meu fêmur, se deslocou do meu quadril."
"Caramba." Comentou Amber assobiando com o dano. "Eles te espancaram mesmo."
"Não." Resmunguei furiosa. "Eles usaram alguma droga para me apagar, e deslocaram a minha perna enquanto eu dormia."
"Por que eles fariam uma coisa dessas?" Perguntou Nikos de olhos arregalados.
"Para ser mais fácil de lidar comigo como prisioneira." Respondi em um tom frio encharcado de ódio. "Quando recuperei minha Aura dormindo o osso curou no lugar errado, tornando quase impossível reseta-lo de volta no lugar sem ajuda."
"Caramba, por isso que eles não se importaram em te algemar." Comentou a humana compreendendo a situação. "Tenho uma das sementes do Jaune, vai te curar na hora."
"Espera!" Exclamei parando ela. "O osso já está curado 'errado', se eu comer isso tem chance de piorar a situação."
"O que você quer fazer então?"
Olhei para Boudicca com raiva e determinação.
"Você sabe como colocar um osso no lugar?"
A humana hesitou por um momento, seus olhos percorrendo a perna machucada.
"Já fiz isso algumas vezes em campo, mas geralmente era em ferimentos mais simples." Explicou Boudicca incerta. "O seu caso é mais complexo, porque deu tempo de 'curar errado'."
'Se Nikos fizesse algo errado, poderia causar danos irreparáveis.' Pensei em silêncio. 'Mas não temos outra opção. Se quisesse escapar, precisava estar em condições de lutar.'
"Faça o que puder." Rosnei apertando os dentes. "Mas seja rápida."
Nikos assentiu com a cabeça e um olhar sério. Ela examinou a pernacom cuidado, procurando o melhor ângulo para aplicar a força. Quando ela começou a tocar minha perna fechei os olhos com força, me preparando para a dor que estava por vir.
Com um movimento rápido e preciso, Nikos agarrou minha perna e com um puxão, forçou o osso para realinhar. Um sussurro escapou dos meus lábios em resposta.
"Merda!"
O suor escorria pelo meu rosto, misturando-se com as lágrimas que insistiam em rolar.
A dor era insuportável, mas a ignorei, concentrando-se em manter a calma.
Após alguns segundos de agonia, a dor começou a diminuir. Abri os olhos lentamente e olhei para a perna. Parecia estar no lugar certo, mas a dor ainda era intensa.
"Conseguiu?" Perguntei com voz rouca.
Nikos assentiu, respirando fundo.
"Sim, está no lugar. Mas vai doer por um tempo se você não comer a semente."
Pego a semente sem questionar, já tinha visto as propriedades milagrosas delas funcionando com Almshouse.
Instantaneamente como num passe de mágica sou curada. Além da minha perna, a dor de cabeça e meus músculos doloridos estavam 100% curados.
"Agora é só achar um machado e retribuir o favor quebrando a perna de todos esses malucos idiotas." Declarei irritada.
Mas antes que eu pudesse dar um passo, Boudicca entrou na minha com as duas mãos levantadas me freando no lugar.
"Não que eu seja contra vingança contra quem te incapacitou. E vai por mim eu entendo muito disso." Ela disse em um tom frio cheio de remorso. "Nesse exato momento Jaune Arc está preso ou provavelmente sendo julgado."
Meus olhos se arregalaram na mesma hora, rapidamente agarrei Nikos pelos ombros, apertando meus dedos na carne dos ombros dela.
"Repete." Falei em um tom seco e ríspido.
Amber suspirou cansada, mas me respondeu rapidamente.
"Jaune foi preso assim que ele saiu da sua casa, neste exato momento ele deve estar sendo julgado."
Toda raiva dentro de mim ante a White Fang foi evaporada e substituída por um sentimento de urgência.
"Você tem um plano pra sairmos daqui rápido?"
Dando um sorriso sacana, Amber puxa dois frascos com líquido preto dentro deles.
"Vamos dizer que o Jaune é capaz de planejar… as vezes." Responde Amber dando uma risada encabulada.
Assim que ela para de rir, ela bebe do estranho líquido e seu corpo começa a se dissolver em pleno ar.
[Ghira Belladonna]
Era óbvio que a situação que Jaune se encontrava não passava de um plano elaborado por membros iludidos da White Fang.
Não é uma simples coincidência que quando o garoto estava finalmente ganhando notoriedade com os faunus ele ataca caçadores inocentes? Por carne de caça do deserto ainda por cima?
'Pelos Deuses, o garoto distribui alimentos entre os habitantes da Almshouse. Ele claramente não precisa caçar lagartos em um deserto infestado por Grimms para sobreviver.' Penso em silêncio comigo mesmo.
E agora eu estou aqui sentado em uma mesa como juiz em uma corte improvisada para julgar o primeiro humano a cometer um 'crime' em Menagerie.
Sienna é claro, se ofereceu para o cargo de promotora do julgamento. Primeiramente eu não queria deixar alguém que luta ativamente contra os humanos participar desse julgamento. Mas o clamor popular falou alto quando Sienna foi aplaudida pela população pela sua busca por justiça contra o 'terrível' humano, no fim eu tive que dar o braço a torcer e ela ficou com o cargo.
Porém como compromisso eu escolhi o júri a dedo, dez cidadãos sensatos que não tinham sido ajudados diretamente por Jaune Arc, desta forma Sienna não poderia alegar que o humano tinha comprado a própria liberdade com propinas.
Agora, para defesa do Jaune eu imaginei que Audra iria cumprir o papel de advogada, mas aparentemente ninguém conseguiu encontrá-la.
Felizmente para o jovem a senhora Kouka Brasa, a anciã fanus tartaruga que cuida da Almshouse estava disposta a defender o rapaz.
[Image]
"Podemos começar?" Questionou Sienna impaciente.
Respiro fundo, me preparando para falar alto e com autoridade para começar o julgamento.
"Hoje iremos julgar o réu Jaune Arc, acusado do assassinato de um faunus inossente e agredir mais nove. Este tribunal promete buscar a verdade de forma imparcial, independentemente de qualquer preconceito ou pressão externa."
Jaune Arc, de pé, levanta a cabeça e fixa seus olhos em mim. Seu olhar é firme, mas não arrogante.
"Como se declara o réu?" Pergunto para o humano.
"Inocente, meritíssimo." Jaune responde, sua voz clara e sem hesitação.
Dou um leve aceno com a cabeça, reconhecendo sua declaração. Sei que é impossível o Arc ter espancado esses faunus sem um bom motivo, mas minhas convicções pessoais não devem interferir no devido processo. Preciso me manter imparcial, guiado apenas pelos fatos apresentados.
"Chamo para depor o senhor Milhouse Pettigrew." Diz Sienna em voz autoritária.
Esse indivíduo era o único dos faunus, supostamente atacados, que ainda consegue se mover. Um rosto pálido e seco se destaca ao se levantar do público sentado no fundo da sala. Ele é um senhor franzino cujo traço animal era um rabo sem pelo, semelhante à de um rato ou possum. Seus olhos vermelhos e inchados, transbordavam algumas lágrimas que escorriam pelo seu rosto magro.
Com a voz embargada pela emoção, Milhouse ergueu a mão trêmula, apontando para Jaune, que o observava com uma expressão serena e inabalável.
"Esse... esse humano monstro!" Ele exclamou, sua voz carregada de rancor e dor. "Ele nos atacou sem piedade! Me espancou no chão, pisando na minha cara, como se eu fosse um Grimm que merecia ser morto."
As palavras de Milhouse ecoaram pela sala, alimentando a raiva e a indignação da multidão presente assistindo no fundo. Sussurros e murmúrios tomavam conta do ambiente, enquanto Sienna Khan, observava a cena com um sorriso triunfante nos lábios.
Milhouse continuou seu relato, exagerando cada detalhe, transformando um simples confronto em uma brutal agressão. Ele descrevia como Jaune o havia golpeado com ferocidade, ignorando seus gritos de dor e súplicas por misericórdia. As lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto, manchando sua camisa surrada e alimentando a comoção da plateia.
"E-ele... ele roubou nossa carne de caça!" Milhouse choramingou, sua voz entrecortada por soluços. "Como vou alimentar minha família faminta? Quando esse monstro me atacou e levou tudo!"
Um murmúrio de indignação percorreu a sala. A carne de caça era um bem precioso em Menagerie, e a ideia de um humano roubá-la de um faunus indefeso seria vista como um ato de extrema crueldade. Milhouse aproveitou o momento para cair de joelhos.
"Por favor." Ele implorou na minha direção, sua voz carregada de emoção. "Faça justiça! Esse humano não pode ficar impune por seus crimes! Ele precisa ser punido por suas atrocidades!"
Não era necessário olhos perspicazes para notar a teatralidade da performance da testemunha. Era evidente que a história dele era enfeitada com mentiras e exageros. No entanto, ele também sabia que a multidão estava sedenta por vingança, e que qualquer tentativa de questionar o relato do faunus seria vista como um ato de traição à sua espécie.
Um burburinho de aprovação percorreu a sala, enquanto Sienna Khan observava a cena com um sorriso ainda mais largo. Ela havia conseguido inflamar a multidão contra Jaune, e agora só precisava esperar que o julgamento condenasse o jovem humano para completar sua vingança.
Enquanto isso, Jaune permanecia de pé, observando tudo com a mesma expressão serena e inabalável. Ele sabia que estava sendo vítima de uma armação, que as acusações contra ele eram falsas e infundadas. Mas ele também sabia que era inútil tentar se defender em um tribunal dominado pela raiva e pelo preconceito.
"Agora é a vez da defesa." Anuncie olhando para a Jaune e a senhora Brasa.
Estranhamente Jaune continuava calma em silêncio, mesmo que ele fosse inocente qualquer pessoa normal no lugar dele estaria estressado ou pelo menos preocupado.
'Esse garoto deve ter nervos de aço.'
Com passos firmes e um olhar penetrante, Kouka Brasa, a anciã faunus tartaruga, se aproxima da testemunha. Apesar de sua aparência diminuta, a presença imponente dela silencia a multidão, enquanto um leve zumbido de curiosidade paira no ar.
"Sr. Pettigrew." Kouka começa, sua voz grave e rouca ecoando pela sala. "Em seu depoimento, o senhor mencionou ter sido atacado por Jaune Arc no deserto e que ele roubou sua caça. Poderia nos detalhar como isso aconteceu?"
Milhouse, ainda com lágrimas nos olhos e o rabo sem pelo tremendo concordou acenando com a cabeça. Ele narra novamente a história, descrevendo com detalhes vívidos como Jaune o atacou sem aviso prévio, roubando sua carne de caça e o deixando ferido e humilhado.
Kouka escuta atentamente, seus olhos perspicazes observando cada movimento e expressão da testemunha. De repente, ela interrompe o relato.
"Noto que o senhor não especifica o tipo de caça que vocês capturaram."
"E-eh?" Ele balbucia por um segundo. "O que isso importa?"
"Sou apenas uma senhora querendo saber mais detalhes." Ela responde dando um sorriso amigável. "Um caçador experiente como o senhor não teria problemas em relatar sobre sua caça para uma velha como eu não é verdade?"
Milhouse engoliu seco enquanto gotas de suor começaram a se formar em sua testa.
"C-C-claro que não tem problema." Ele responde gaguejando. "Eeeeee…" Ele estendeu a última palavra olhando em volta, como se a resposta estivesse no próprio tribunal.
Mesmo tentando manter a minha imparcialidade acabo sem querer abrindo um sorriso ante o tropeço nas palavras da testemunha, agora que Milhouse apresenta os clássicos sinais de um mentiroso que foi descoberto. O suor de nervosismo, gaguejar de incerteza os olhos que vagueiam sem olhar para alguém diretamente.
Eu estava esperando até Sienna demonstrar um pouco de apreensão com o nervosismo de sua testemunha, mas ela parecia mais confusa do que ansiosa. Como se ela mesmo não estivesse entendendo o que estava acontecendo.
'Será que ela não orquestrou toda essa farsa?' Pensei em silencio.
"CERVOS!" Grita a testemunha. "Nosso grupo tinha caçado dois cervos e três javalis."
Kouka balança a cabeça, ruminando a declaração de Milhouse por alguns segundos antes de continuar.
"Impressionante, essa quantidade de caça daria algo em torno de 270 kg (600 Pounds)." Murmura a anciã se virando para o público. "Não sou uma caçadora, mas essa quantidade de carne poderia sustentar algo como 16 famílias de quatro indivíduos por um mês inteiro, ainda mais se for racionado e adicionar outros ingredientes."
O público cochicha concordando com a declaração da senhora enquanto alguns ficam até de olhos arregalados com a declaração de Milhouse.
"Isso só soma a tragédia que aconteceu em nossa ilha." Declara Sienna levantando. "Jaune Arc além de ter atacado os caçadores, prejudicou diretamente aqueles que seriam alimentados."
Alguns no público ficaram agitados junto com a líder da White Fang, fazendo um coro concordando que o crime do humano tinha sido mais grave do que fora apresentado. Uma minoria por outro lado estavam confusos com o que estavam ouvindo, como se a história não estivesse fazendo sentido.
"Sr. Pettigrew." Diz a senhora Brasa se aproximando da testemunha com uma postura e tom mais severos. "O seu grupo de caçadores foram atacados cruelmente pelo humano Jaune Arc e tiveram sua caça, composta de dois cervos e três javalis roubada por Jaune Arc, certo?"
Milhouse tinha se encolhido, mas ele responde acenando que sim com a cabeça, temendo a terrível senhora de menos de 1,5 metros de altura (5 feet) questionando ele.
"Sem mais perguntas para essa estemunha." Declara Kouka sorrindo serenamente.
Apesar de ter apenas reforçado, ou até mesmo piorado a situação de Arc, a faunus tartaruga Anciã parecia feliz com o que ela tinha alcançado em seu questionamento enquanto Sienna Khan estava cada vez menos confiante de sua posição.
"Acho que com isso o veredito já está mais do que óbvio." Declara Sienna sorrindo. "Já podemos falar sobre a pena do criminoso."
Enquanto isso, Jaune Arc permanecia calmo e sereno. Seu olhar firme agora parecia mais determinado do que nunca, refletindo a confiança de alguém que sabia de sua própria inocência. Ele não precisava dizer uma palavra, sua postura silenciosa inabalável e seu sorriso descontraído falava por si só.
"Na verdade…" Disse a velha senhora. "Gostaria de chamar uma última testemunha."
Sienna a encara com uma sobrancelha arqueada por um segundo só para depois colocar seus olhos sobre o humano ao lado dela.
"Humph." Resmunga Sienna. "Chame o humano para depor se quiser, fique sabendo que eu também vou questioná-lo se você o chamar."
Dando um sorriso sacana a senhora faunus declara em voz alta.
"Eu chamo para depor o velho Ben Kenobi."
'Kenobi?' Questiono internamente. 'Esse é um nome que não ouço há muito tempo…'
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E ai gurizada?
Sem recado hoje, vamos aos comentários.
ebonknight21:
First I will wonder if Jaune affair this will get misinterpret, one side think he has a thing for Fanus, another that he likes older women, or strong powerful women.
Also I wonder how Blake feel knowing he banged her Aunt figure though I think she or Church telling Adam that Jaune's is his new daddy. Second I can't wait to see the aftermath of Jaune's influence will be built upon I can see Schnee company being force to change polices for the dust and tech advantage.
Adam not liking a human has helped his homeland and people more than he ever did. And with this Jaune will not be a unknown but a widely known figure in certain circles.
Avip:
Hehe, mal posso esperar para mostrar para vocês o que eu tenho cozinhada para essa história.
Lazy Servant:
Thanks for the chapter. Sorry for the poor review.
Avip:
Isso não existe meu amigo, apesar de não responder todas, aprecio muito as mensagens que vocês me escrevem.
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