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22.22% Palácio / Chapter 6: Uma Rainha Sangrenta para Dois Reis e Uma Imperatriz

Chapter 6: Uma Rainha Sangrenta para Dois Reis e Uma Imperatriz

De espertos por temerem aquela Rainha eles tinha de burros por deixarem aquelas duas mulheres, que no caso uma é Rainha e a outra uma Imperatriz, no mesmo ambiente. A Imperatriz Cixi estava tentada a pegar sua afiada, mas mortal adaga e cravar no peito daqueles dois Reis Burros, mas isso ela não podia, então fez o que tinha que fazer... Ir cumprimentar sua eterna inimiga que se encontrava com um sorriso no rosto, enquanto em seus olhos camuflados por aquela cor da Lua se encontrava a fúria de uma mulher que estava tentada a matar aquela que desgraçou sua vida.

Para a Rainha Xing, a Cixi era a causa da morte de seu marido, o Imperador do Reino dos Sem Nome, logo após a morte de seu marido a Rainha Xing se viu presa nas próprias garras, já que a mesma queria apenas o trono, por isso vivia a fazer o marido mandar os filhos de suas concubinas e os seus próprios para a guerra e com a morte de seu marido, se viu a ter que casar com o Príncipe Herdeiro se quisesse manter o poder, mas ela também sabia que aquele Príncipe Herdeiro não era como seu pai, um homem fraco em relação a carne e que fazia o que a mulher queria para a ter em sua cama. Aquele príncipe Herdeiro era sábio e justo, um que não cairia nas garras da luxúria que exalava de Xing. Xing ao se dá conta de que se aquele homem assumisse o trono ela perderia o poder que tanto lutou para ter, fez uma loucura que se fosse descoberta lhe seria sentença de morte... Numa noite sem estrelas, Xing com a ajuda de seu amante, o General Fun matou todos os herdeiros, inclusive os próprios filhos para que nenhum deles lhe tomasse o poder, num momento de revolta e mandou que as concubinas e as cortesãs fossem enforcadas.

— Rainha Xing, a quanto tempo? — A Imperatriz Cixi pergunta enquanto lhe abraça, fazendo pouco caso do fato de que a Rainha Xing a olha com nojo.

— Faz mesmo muito tempo, Imperatriz Cixi — Xing fala com um sorriso ensaiado, enquanto lhe dá um beijo no rosto como demonstração de carinho.

— Verdade, a anos que não nós vemos. — Cixi fala enquanto a beija também no rosto enquanto lhe sussurra: — Sei que foi você que mandou aqueles homens atrás da minha neta.

— Não nos vemos desde o campo de batalha perto do Portal! — Ela fala enquanto leva a taça de gelo até os lábios e depois leva o leque que carrega consigo aos lábios, fazendo com que ninguém visse o que estavam a falar.

— O que você vai fazer? Que eu saiba, Imperatriz do Mundo Imortal, temos um tratado de paz que não pode ser desfeito sem provas! — Xing fala com um sorriso no rosto enquanto a Imperatriz Cixi apenas dá uma risada forçada, como se a Rainha Xing tivesse dito algo engraçado.

— Não se preocupe, eu sempre consigo as provas, e quando você menos esperar eu estarei batendo na sua porta com a minha espada em mãos. — Cixi fala enquanto leva a taça aos lábios e olha para Xing, como se estivesse a olhar para uma amiga que não via a muito tempo.

— Como fez com seu marido? Falando nele, como ele está?

— Ele vai bem, e sim, como eu fiz com o meu marido! — Cixi fala enquanto tenta não matar a Rainha Xing.

— Mas você não tem um General para ser usado, Imperatriz Cixi! — Xing fala por detrás do leque que lhe cobre os lábios avermelhados.

— Ora sua... — Cixi não pode terminar porque nessa hora um dos guardas vai na sua direção.

— Minha Graça, o Rei pediu sua presença na Sala de Chá! — O guarda fala enquanto Cixi olha para Xing com um sorriso.

— Tudo bem, já estou indo, muito obrigada! — Cixi fala enquanto o guarda coloca a mão esquerda em cima do coração e depois sai. — Como pode ver, estou sendo convocada, então terei que lhe deixar sozinha.

— Não se preocupe, eu estarei bem aqui quando você voltar! — Xing fala enquanto joga os cabelos brancos sedosos para trás dos ombros mostrando o decote do vestido negro que lhe molda o corpo.

— Eu nem ligo se você vai estar aqui quando eu voltar, só espero que você não seja idiota o bastante para aprontar em baixo do meu nariz, Rainha Xing!

Assim que disse isso a Imperatriz Cixi se vira fazendo com que seus cabelos negros chicoteiem o rosto da Rainha Xing, que a olha furiosa enquanto a mesma se dirigi até as portas do salão rindo. Assim que chegou na porta uma das suas guerreiras a aguarda com um papel nas mãos e entrega para a Rainha.

— Então como foi o interrogatório? — A Imperatriz Cixi pergunta enquanto retira o Robe que esconde sua roupa de combate, uma camisa de mangas longas negras e uma calça de seda azul escuro.

— Ele não quis falar, nada mesmo que tenhamos usado as formas interrogativas dos reinos de Kon e de Umlilo.

— Ele não vai falar nada mesmo, agora temos algo que podemos usar contra ele nesse momento! — A Imperatriz Cixi fala enquanto anda até as masmorras que tinham no castelo.

— Mas, Imperatriz... — A guerreira fala, mas quando vê o olhar de sua Rainha se cala e abaixa a cabeça.

— Chame Yin Chang agora!

— Sim, minha Graça! — A guerreira fala enquanto coloca a mão contra o peito e sai atrás de Yin Chang.

Cixi pensa se devia fazer aquilo, mas não vê outra forma para conseguir a informação que ela precisa, sabendo que a Rainha Xing estava no castelo ela teria que ser rápida, então porque não usar Yin Chang, que tinha o poder de mudar de forma?

— Vó? O que a senhora está fazendo aqui em baixo? — Mira pergunta aparecendo na sua frente com o cabelo preso em um rabo de cavalo e usando a sua costumeira roupa do Reino de Umlilo.

— Vim interrogar o prisioneiro. — A Imperatriz fala enquanto Mira se põe na sua frente.

— Eu te conheço o bastante para saber que você vai fazer alguma coisa que pode te pôr em perigo.

— Não se meta nisso, Mira, você não tem nada a ver com isso. — Cixi fala enquanto empurra Mira para o lado, mais a mesma se coloca na sua frente com a garra da determinação amostra.

— Eu tenho sim a ver com isso, eles estão atrás da minha filha e vocês duas tem o tratado que impede a guerra!

— Como você sabe que pode ser ela? — Cixi fala tentando desviar a atenção de Mira, que estava tentando pegar através de suas falas as coisas que a sua avó escondia dela.

— Eu não sou burra, vó. Sei que você está querendo iniciar uma guerra para dar um fim a uma guerra que dura a milênios.

— Não fale o que não sabe, minha neta! — Cixi fala com uma voz sombria, que se Mira não conhecesse lhe congelaria a espinha.

— Eu não sei do que estou falando? Por favor, vó. A minha mãe morreu por causa disso, não se esqueça que ela se sacrificou para que meu pai não participasse da guerra.

— Não foi isso! — Cixi fala enquanto pega Mira pelos braços e a joga contra a parede, a fazendo arregalar os olhos.

— Então o que foi? A Senhora sabia desde do início que minha mãe ia se sacrificar e não fez nada para impedir!

Ao ouvir essas palavras a Imperatriz Cixi dá um tapa na cara de Mira, e bem nessa hora Yin Chang, Dulal, Volkan, Kadar, Abhay e Yasmine chegam.

— Eu não posso mudar o futuro e sua mãe sabia disso, ela foi uma idiota a ponto de sacrificar a própria vida para que um homem que não a amava vivesse e você estava seguindo o mesmo caminho que sua mãe. — Mira, ao ouvir o que sua avó disse lhe dá um tapa na cara a fazendo dar um passo para trás.

— A senhora sempre soube que esse seria nosso destino e nunca fez nada para mudar, apenas nos usou para que essa maldita guerra explodisse e no meio dela se encontra minha filha.

— Você sabia também que não podia mudar o destino dele, mas mesmo assim mudou.

— Posso ter feito os mesmos passos que minha mãe, mas diferente da minha mãe, como a senhora disse, uma idiota não sacrifiquei minha vida por um homem que não me daria valor.

— Então agora dê valor a esse homem que se encontra do seu lado, porque nesse momento você vai ter que dar valor, já que a mesma se encontra grávida.

— O que? — Dulal, que estava até o momento quieto num canto junto dos outros pergunta enquanto Yin Chang se sente como se facas afiadas fossem fincadas contra seu coração.

— Desde de que hora vocês estão aí? — A Rainha Cixi pergunta.

— Desde da hora do tapa! — Yasmine responde.

— Ah, está... Mais como assim grávida? — Mira pergunta enquanto se encosta na parede.

— Ah, por favor Mira, você sabia que estava grávida no momento em que seus poderes oscilaram e mesmo assim veio aqui!

— Sim, meus poderes estavam oscilando e desaparecendo, mas pensei que não fosse nada.

— O seu poder está concentrado no seu ventre como um escudo a proteger a criança que você carrega! — Cixi fala enquanto Mira desliza pela parede.

— Sim, você vai ter essa criança, mas para isso vai precisar enfrentar muita coisa.

— Não posso estar grávida, não no meio dessa guerra... Como eu vou ter meu filho no meio dessa guerra? Como lutarei sabendo que posso perdê-lo a qualquer momento? — Mira fala enquanto Yasmine se coloca do seu lado.

Cixi, ao ver que Mira se encontrava em choque com aquela informação se agacha e lhe toca o rosto com carinho.

— Estou lhe pedindo Mira, é pelo bem dessa criança que nem se quer nasceu... Fique fora da guerra, seja uma rainha que almeje o trono nesse momento, fique no trono enquanto iremos para guerra e do topo da muralha nos de adeus com o lenço, seja a mulher que reza aos deuses e não uma guerreira forjada no fogo da batalha e no calor da ira, lhe peço, minha neta, não seja como sua mãe e deixe-se perecer.

— Mas...

— Vi inúmeros destinos para essa criança que nem se quer nasceu. — Cixi fala alisado seu ventre. — Vi essa criança ser rei, vi essa criança morrer ao nascer, vi essa criança nascer e morrer, vi essa criança perecer a dura vida antes mesmo de ser um pequeno homem, vi você perder essa criança. Então lhe peço, não participe dessa guerra, porque vai ser suas ações que decidiram o futuro dessa criança que nem se quer nasceu.

Mira ao se dar conta de que em suas mãos se encontra o destino de uma criança que está sendo formada ainda em seu ventre, coloca as mãos no rosto para que ninguém veja suas lagrimas, sim, Mira estava se lembrando da vez em que quis tirar Xo Bou porque a mesma lhe faria lembrar de Yin Chang e agora estava ela ali, tendo que fazer escolhas que poderiam colocar a vida de um ser que estava sendo gerando ainda em perigo como foi com Xo Bou.

— Desde o dia em que você nasceu eu sabia que você teria um caminho tortuoso pela frente, suas escolhas decidiriam o futuro de muita gente, assim como seus sacrifícios, mas você não pode mais fazer escolhas e nem sacrifícios pelos outros, nesse momento o único por quem você pode escolher é essa criança que o destino lhe deu.

— Mas... — Mira tenta falar mas sua voz sai embargada e soluços são ouvidos pelo corredor.

Os homens não sabem o que fazer, para eles quando uma mulher chora eles apenas a abraçam e falam que está tudo bem, mas quando viram a Mira em lágrimas não sabiam o que fazer com uma mulher tão forte chorando.

— Minha neta, nesse momento acho melhor você ir para o quarto e não pensar no futuro, aquela escolha que você fez no passado salvou uma vida que não tinha culpa de nada, assim como essa criança não tem culpa de ter sido gerada no momento da guerra.

Yasmine ajuda Mira se levantar, enquanto isso Cixi se vira para os homens, e com seu sorriso de Rainha a esconder as emoções, espera que Yasmine saia com a Mira dali. Quando as duas viram o corredor Cixi já estava pronta para entrar, mas antes se vira para Yin Chang.

— Preciso que você se transforme numa pessoa! — Cixi fala enquanto com um pequeno espelho que a mesma escondia na sua calça mostra para Yin Chang a imagem da Rainha Xing.

— Porque preciso me transformar nessa mulher? — Yin Chang pergunta enquanto observa os mínimos detalhes dela para que fizesse uma transformação perfeita.

— Porque ela é o ponto fraco desse homem! — Ela fala olhando para a porta de gelo que os separa do prisioneiro.

— Espera essa não é a Rainha Xing? — Volkan fala enquanto vê Yin Chang se transformar numa mulher de longos cabelos brancos, de olhos da cor da lua em um vestido preto com uma fenda na perna esquerda.

— Sim, ela mesma! — Cixi fala enquanto ergue a mão fazendo com que Yin Chang tivesse as mãos amarradas por cordas mágicas.

— O que?

— Vamos fazer de você nossa mais nova prisioneira!

— Nossa! Mas quem é essa belezura! — Abhay fala sorrindo como se estivesse a zoar da cara do irmão, que lhe olha com um olhar mortal.

— Cala a boca, seu idiota!

— Espere aqui com seu irmão. Volkan, Kadar, vocês veem comigo!

— Sim! — Os dois falam se colocando ao lado dela que, com a mão erguida faz com que a porta de gelo derreta e eles entre.

Cixi caminha entre aqueles dois homens com passadas de uma mulher forte e poderosa, sua cabeça sempre erguida enquanto seus pés deslizavam pelo chão com uma leveza que nenhuma guerreira com anos de pratica seriam capazes de ter.

Assim que chegaram em frente a cela do homem, Cixi ergue a mão fazendo com que as grades de gelo derretem e ela pudesse entrar, ao entrar ela dá de cara com um homem com o rosto todo machucado e com inúmeras feridas pelo corpo.

— Bem, vejo que está sendo tratado muito bem... General Fun! — Cixi fala enquanto lhe puxa os cabelos.

— Ora, ora, vejam quem temos aqui... A Imperatriz que se desfez do marido para assumir o trono!

— Bem, eu tive ajuda para fazer isso.... Não foi General Fun? — Cixi fala sorrindo, o que não passa despercebido por Kadar e Volkan.

— Eu deveria ter feito os Generais e os Comandantes a ter enforcado quando tive chance, mas não, fui manipulado pela ingrata da minha filha que me usou para lhe ajudar a usurpar o trono. — O Homem fala enquanto Cixi se encosta na parede e fica a olhar para as unhas.

— Por favor, General Fun, até parece que você não sabia que sua filha trabalhava para mim, e tem mais... — Cixi fala enquanto caminha até o mesmo com um olhar de dar medo. — Eu sabia que você tinha um caso com a Rainha Xing e estava louco para ter o trono.

— O que? — O General Fun pergunta enquanto Cixi lhe olha com um olhar de Imperatriz que, por de trás se encontrava a fúria de uma mulher traída por aquele em quem ela mais confiou.

— Sim, General Fun, eu sabia do seu caso com a Rainha Xing. Por favor, até parece que não estava muito na cara o caso de vocês dois... Tenho que dizer que vocês dois estavam de parabéns, conseguiram enganar um povo por muito tempo.

— Você não sabe de nada!

— Eu não sei de nada? General Fun, no momento em que o Rei do Reino Sem Nome foi morto você foi visto perto da Floresta Negra com uma mulher, que no caso era a Rainha Xing.

— Eu não estava na floresta negra naquele dia!

— Ah, não? Bem, não foi isso que a Rainha Xing disse quando a interrogamos. — Cixi fala enquanto sorri para o mesmo, que a olha com os olhos arregalados.

— Como ousam fazer isso? — O General Fun grita enquanto se encaminha com uma fúria sem tamanho para a Imperatriz Cixi, que desvia e lhe dá um chute nas costas, o fazendo cair deitado com a barriga para baixo no chão.

— Bem, ela estava me ameaçando, então achei melhor usar esse momento para tirar minhas dúvidas!

— Ora, sua...

— Eh, olha como fala, eu sou ainda sua Imperatriz, mesmo que você tenha se tornando meu inimigo, ainda exerço poder em cima de você.

— Imperatriz Cixi! — Ela ouve alguém falar atrás de si e se vira dando de cara com Dulal e Abhay, um do lado de Xing, que estava no meio com as mãos amarradas.

— Olha, General Fun... Olha, temos sua amante aqui na sua frente, tem algo a dizer para ela?

— Rainha! — O general Fun, ao ver Xing com as mãos amarradas tenta se levantar, mas a Imperatriz Cixi coloca seu pé esquerdo em cima das costas dele o fazendo cair.

— Não se preocupe, General Fun, ela vai te fazer companhia... Depois, é claro que eu a interrogar e você sabe que nós duas não nos damos bem e talvez ela me provoque e eu arranque um braço, ou com a magia ancestral a deixe queimar pela eternidade! — Cixi fala enquanto com a faca que tinha na cintura caminha na direção da Rainha Xing.

O general Fun ao ver que a Imperatriz Cixi não estava para brincadeira começa a gritar, mas a mesma já estava na frente da Rainha Xing, que a olhava com os olhos da cor da lua como se fosse sua inimiga.

— Tudo bem, eu vou contar, mas por favor não a machuque!

— Então, o que acha de começar a contar o que sabe?

— Queríamos usar o poder da pedra Fire...

— Mas minha neta não possui mais a pedra Fire, ela foi perdida quando ela a usou.

— Não, na verdade a Mira é a pedra Fire, ela não precisa do poder da pedra... A pedra está dentro dela! — General Fun fala enquanto todos olham assustados para Cixi.

— Como assim?

— A Mira é a herdeira legitima do Trono do Reino das Fadas e de Umlilo, quando ela foi gerada, a Princesa Yuri usou o poder da pedra para mantê-la no seu ventre, já que a mesma sabia que poderia perder a criança a qualquer momento.

— Foi por isso que eu vi a Yuri sangrando, o destino da Yuri era morrer durante o aborto na beira do Lago, mas porque ela não morreu? — Cixi pergunta tentando entender o que aconteceu, ela não podia acreditar que sua filha tenha mudado o futuro.

— Porque ela decidiu usar a Pedra Fire para manter a Mira no ventre! — O General Fun fala.

— Como assim? — Cixi pergunta parando na frente do mesmo.

— Ora essa, Imperatriz , não era você que via o futuro e não conseguiu ver isso?

— Fale agora! — Cixi fala enquanto com sua mão a sair magica fica tentada a matar o General.

— A Princesa Yuri dissolveu a pedra Fire numa sopa de proteínas para que a mesma pudesse tomar, ao tomar ela estabeleceu laços com a Xuè Yīng, quando o laço foi estabelecido parece que teve uma quebra no tempo e foi por ali que a Princesa Yuri usou para esconder a verdade... Ela usou uma falsa Pedra Fire para que todos acreditassem que a Mira era apenas a herdeira do Reino de Umlilo , mas ela esqueceu que a Princesa Mira tem nas veias o sangue das Fadas.

— Por isso ela consegue manter a Fire dentro dela! — Cixi fala enquanto o General Fun sorri e depois dá uma gargalhada.

— A Fire não está dentro dela... Ela é a Fire, seu espírito é a pedra. Quando a Princesa Mira nasceu seu espírito foi escolhido para manter a Xuè Yīng viva, mas parece que a Princesa Mira tinha outros planos, já que a mesma não morreu como era para ser... Parece que o destino mudou com o nascimento da mesma.

— E a Rainha Xing ao saber que o destino mudou quer usar o espírito da Mira para fazer um desejo para Xuè Yīng.

— Sim.

— Que desejo?

— Ela quer que você morra e possa assumir o trono do Mundo Mortal e Imortal, se tornar a soberana de todos!

— E tem mais, eu sei que essa Rainha Xing aí não é ela, por isso estou aqui a enrolar vocês. — O General Fun fala enquanto cospe aos pés da Rainha Cixi.

— Do que você está falando?

— Achei que você fosse mais esperta Imperatriz, desde do início isso era um plano, enquanto eu distraia vocês a Rainha Xing arrancava o espírito da Mira, e acho bom vocês correm porque ao dar meia-noite a Princesa Mira deixa de ser uma Princesa. — Fala enquanto gargalha, sua risada é sinistra, fazendo com que os pelos dos braços de todos se arrepiem.

Mira e Yasmine caminham pelo corredor enquanto a lua cheia iluminava o caminho das duas, se algum dia alguém disse que Yasmine e Mira estariam caminhando uma do lado da outra como amigas, acho que seria melhor avisar essa pessoa de que ela bebeu demais.

— Mira, posso fazer uma pergunta? — Yasmine fala parando no corredor.

— Sim, pôde! — Mira não consegue pensar em nada, apenas no filho que a mesma espera.

— A Xo Bou é filha do Yin Chang? — Yasmine pergunta fazendo com que Mira arregale os olhos.

— Yasmine, eu não posso responder essa pergunta!

— Por quê?

— Porque a certas coisas que precisam ser esquecidas!

— Dulal te ameaçou se você falar a verdade? — Yasmine pergunta sentido um ódio se apoderar de seu corpo.

— Não, ele nunca me ameaçou. Yasmine depois que fui embora muita coisa aconteceu e Dulal foi a melhor coisa que aconteceu comigo, posso te dizer que um dia todos saberão a verdade, mas por enquanto a verdade tem que ser a mentira.

— Não estou entendendo o que você está falando, Mira? Como assim a mentira tem que ser a verdade?

— Yasmine, existem certas regras quando você faz um pedido para a Xuè Yīng, e quando eu fiz aquele sacrifício eu não sabia qual seria o preço mais alto que eu poderia pagar, que no caso é a Xo Bou, eu não posso deixar que ela fique em perigo por minha causa e nem por causa das minhas palavras.

— Mas, Mira...

— Yasmine, o preço que vou pagar será com a minha vida, a Xo Bou é filha de um dos dois, mas não posso revelar qual... A Xuè Yīng fez a escolha de pagamento, e o pagamento é não revelar quem é o pai da Xo Bou, ela acredita que Dulal é seu pai e eu espero que seja assim para sempre.

Yasmine não consegue entender o que isso poderia significar, apenas se cala como se aquelas palavras lhe fossem suficientes para então fechar a cara ao dar de cara com Derya, que estava indo na direção das duas.

— Mira, não olha agora mas a Princesa dos Peixes está vindo na nossa direção. — Yasmine fala enquanto olha para Derya com um olhar que diz tudo.

— Rainha Yasmine e Princesa Mira, não esperava vê-las aqui! — Derya comenta enquanto abraça a Rainha Yasmine e dá um beijo na bochecha de Mira, que se pudesse limparia o rosto na frente da mesma.

— E nem nós esperávamos encontrá-la aqui Princesa Derya! — Yasmine comenta com um sorriso forçado, mas por dentro se encontra pronta para tirar o vestido de Rainha e mostrar para a mesma que, além de Rainha ela era também uma guerreira.

— Não aguentei ficar naquele salão que mais parecia um palco de circo para chamar a atenção da Rainha Xing. — Derya fala.

— É, fiquei sabendo que ela é linda, me parece que os homens caem aos pés dela! — Yasmine fala de forma sarcástica para Derya.

— Sim, eles caem como um bando de abutres!

— É, diferente de outras pessoas, ela não precisa de feitiços para conseguir um homem.

— O que você quer dizer com isso?

— Isso mesmo que você ouviu, você não acha que eu não sei que estar a cercar o Yin Chang como um predador a cercar sua caça, por favor, Derya até parece que Yin Chang vai olhar para você.

— Querida, eu tenho meus dons para fazer ele cair aos meus pés! — Derya fala estufando o peito como um galo a marcar território.

— Por favor você, querida, até parece que Yin Chang, o Rei do Reino de Asūla e futuro Imperador do Mundo Imortal ia querer algo com você, uma princesa que tem que ser resgatada por todos enquanto ele pode ter a Princesa Mira, que se fosse preciso ir à guerra iria com ele. — Yasmine fala enquanto Mira não sabe o que fazer.

A uma guerra de palavras ocorrendo na sua frente, Mira sabia que a qualquer momento uma guerra entre as duas poderia ocorrer, mas a mesma também queria participar, mas não podia por causa da gravidez.

— Que eu saiba a Princesa Mira está casada com um simples mortal! — Derya fala enquanto dá uma risada nasal que enfurece Mira.

— O que você disse? Repete que eu quero ouvir! — Mira fala enquanto fecha a mão em punho e crava as unhas na palma da mão para não ter a tentação de dar na cara da Derya.

— Desculpe, eu não sabia que você é surda! — Derya fala com um sorriso, ao ver o sorriso de víbora, Mira não ver mais nada na frente, apenas dá um passo na direção de Derya, fazendo com que Yasmine a segurasse.

— Me solte, Yasmine. Eu vou arranhar a cara dessa Serpente Branca! — Mira diz enquanto Yasmine a segura.

— Mira! — As três então ouvem a voz de alguém a chamar, fazendo-as se virarem, mas quando Mira ia se virar uma espada feita de energia a atravessa, a fazendo cair para trás.

A espada ao atravessar o corpo da Mira leva consigo seu espírito, ao cair para trás Mira cai nos braços da Yasmine, enquanto Derya olha assustada para a espada que se encontra parada do ar com o espirito de Mira.

— Mira, Mira, acorda! — Yasmine começa a gritar enquanto lágrimas caem de seus olhos.

— Yasmine! — Derya a chama fazendo com que a mesma a olhasse e depois olhasse para onde a mesma aponta...

O espírito de Mira se encontrava parado no ar enquanto a espada feita de energia estava sumida até desaparecer por completo.

— Yasmine! — Abhay ao ver Yasmine no chão com Mira em seus braços corre até a mesma, mas para no caminho ao ver o espírito de Mira no ar.

A Rainha Xing estava sorrindo ao ver que seu plano deu certo, ao lançar a espada de energia ela não contava que Mira fosse se virar fazendo com que a mesma atravessasse entre seus seios, mas ela queria apenas que o espírito da princesa saísse do corpo dela e flutuasse.

— Bem, parece que não vou precisar fazer muita coisa para ter o que quero! — A Rainha Xing falou saindo das sombras enquanto todos a olhavam. — O que? Não vão me dizer que esperavam que eu fosse agir apenas na meia-noite? Tão achando que sou burra?

— O que você quer? — Yasmine pergunta enquanto abraça o corpo de Mira como se estivesse a protegendo.

— Eu só quero o espírito da princesa e mais nada... — Ela fala enquanto tira do bolso do vestido um frasco da cor da lua e o abre fazendo com que o espírito da Mira fosse puxado.

— Não! — Cixi fala enquanto dá um passo à frente.

— Ah, Cixi, já estou com o que eu quero agora é só te derrotar! — Xing fala sorrindo enquanto com a mão para o lado abre um portal no tempo, fazendo com que o General Fun, que estava preso o atravessasse.

— Nos vemos no campo de batalha, Imperatriz Cixi! — A Rainha Xing fala, enquanto com o portal aberto muda a localidade e o atravessa rindo.

Dulal que estava até o momento parado ao lado do corpo de Mira, que se encontrava nos braços de Yasmine cai de joelhos ao lado da mesma.

— Mira, por favor, meu amor acorde... — Dulal fala enquanto com as mãos tremendo tira Mira dos braços de Yasmine. — Temos dois filhos para cuidar, o que vou dizer para Xo Bou quando ela me perguntar sobre você?

Dulal então abraça a cabeça de Mira e começa a chorar como nunca antes tinha chorando, ele tenta de todas as formas acordá-la, mas não consegue o fazendo chorar mais ainda, enquanto a abraça com toda a sua força.

— Dulal, eu preciso ver se a criança ainda está no ventre de Mira! — Cixi fala enquanto tenta engolir o choro, ela era uma Imperatriz, mas na verdade ela era uma avó que no momento se via quase em desespero.

Quando ele afastou Mira um pouco de si Cixi começou a examiná-la a procura de feridas causadas pela espada ou um suposto aborto, mas não encontrou nada... Apenas um pequeno sinal de esperança que a fez arregalar os olhos.

— O que foi? Aconteceu algo? — Dulal pergunta enquanto Yasmine abraça Abhay Sou e chora no seu ombro.

— A Mira ainda está viva, o espírito dela não foi todo levado.

— Como assim? Acabamos de ver a espada a atravessar! — Volkan fala, enquanto em seus olhos eram capazes de se ver lágrimas.

— Sim, a espada a atravessou, mas a Mira tem seu poder canalizado no ventre, ou seja, a Xing não levou o mais importante... Seu poder!

— Quer dizer então...

— Mamãe? — Eles ouviram uma voz infantil falar atrás deles.

Ali, parada iluminada pelos raios da lua estava Xo Bou, num vestido branco que sua mãe colocou enquanto a mesma lhe penteava os cabelos cantando uma pequena cantiga sobre dragões.

— Mamãe? — Xo Bou fala dado um passo à frente sem acreditar no que vê, sua mãe estava desmaiada nos braços de seu pai que chorava.

— Xo Bou? — Dulal fala enquanto Xo Bou se agacha ao lado do pai e toca a face da mãe com a mão em forma de concha.

— A mamãe está dormindo, papai? — Xo Bou pergunta enquanto tenta entender o que está aconteceu, a pele de sua mãe está fria, mas ela consegue sentir um pouco de poder.

— Filha a mamãe... Ela está dormindo! — Dulal fala sorrindo enquanto seus olhos estão tristes e com lágrimas a deslizarem do mesmo.

— Quando é que a mamãe vai acordar?

— Ela... — Dulal não consegue terminar a frase.

— Ela vai dormir por um tempo, Xo Bou. — Yin Chang fala enquanto tenta sorrir para a mesma que lhe olha com um olhar de interrogação no rosto.

— A mamãe vai dormir por um tempo? — Xo Bou pergunta enquanto abraça a mãe, ela não é burra e sabe que algo está acontecendo. — Mamãe, acorda! — Ela fala afastado o corpo da mãe de si, ao olhar para o rosto da mãe, Xo Bou entra em desespero porque o rosto dela está sereno como se ela estivesse a dormir a muito tempo. — Mamãe, por favor acorda... Mamãe, a senhora não pode brincar agora, por favor, abra os olhos... Com quem eu vou brincar agora, mamãe? Quem vai pentear meus cabelos enquanto me canta canções antigas? Mamãe, por favor não me deixe!

Ao ver que sua filha estava desesperada, Dulal a afasta do corpo de Mira, mas nessa hora Xo Bou não consegue mais se conter e tenta voltar a abraçar o corpo da mãe, mas é contida por Yasmine, que a abraça mais, a mesma tenta sair do abraço enquanto ela vê seu pai levar o corpo de sua mãe para longe.

— Não, não... A mamãe, ela... — Xo Bou não consegue terminar porque nessa hora uma dor lhe atravessa o peito e ela desmaia, enquanto vê Mira Sorrir para a mesma.


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