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92.53% Sacred Gear Creator (PT-BR) / Chapter 61: Medo

章節 61: Medo

Sinto uma enorme fadiga, meu corpo não responde a meus comandos e nem mesmo força para abrir os olhos consigo ter, dor meu corpo dói, mas é diferente da dor causada por uma ferida, estou com fome e isso afeta minha mente que não consegue criar um pensamento conciso.

Escuto o abrir de uma porta e uma voz que não consigo distinguir por causa do meu estado, "Finalmente você acordou".

O odor do corpo posso dizer que é uma mulher e encontro força suficiente para abrir os olhos e pular em cima dela o mais rápido que eu pude, pronto tomar o seu sangue.

"Patético", ela diz e com apenas um tapa me joga de volta para a cama, não consigo resistir e meu corpo apenas segue a inercia e para sobre a cama, com ainda mais dor que antes.

Eu fico encarando-a e um pouco da minha sanidade volta e reconheço, "Archer", digo fracamente, minha garganta está seca e meu beiço extremamente ressecado.

"Como sempre você está 50% certo", ela diz sentando-se sobre a cama e me avaliando com os olhos e a cena que me lembro volta a mente, espada me destruindo de dentro para fora.

"Você foi impressionante", eu fico surpreso com as palavras que saem da minha boca, mesmo que eu esteja vivo, aquilo poderia traumatizar qualquer um, até mesmo eu, porém a elogiei.

Um sorriso surge em seu rosto após minhas palavras, "Entendo, você com certeza ainda está aí, mas antes um último teste", ela diz orgulhosa, porém ainda posso sentir malicia em seu olhar.

Eu não sei do que se trata esse "teste" e fico apreensivo com o tamanho nível de malicia no olhar de Archer.

"Vou fazer uma pergunta", ela me olha como se dependendo da resposta pudesse ser as últimas palavras da minha vida, "então responda rápido".

Eu engulo seco e espero a pergunta atentamente, eu temo por minha vida e o fato do quarto ser muito bem decorado e a cama ser digna de um rei só posso estar no Castelo Einzbern e mesmo que Archer não me ataque, Illya era muito instável.

Ela abre a boca e pergunta muito rápido, "Você prefere peitos grandes ou pequenos?".

"Harmonia", respondo por reflexo.

"Você está brincando comigo seu desgraçado? Quer que eu pegue o saco?", Archer fala ameaçadoramente enquanto sinto a mesma sede de sangue dirigida a mim que senti no jantar em minha casa.

"Calma, pode me dar um pouco de água?", eu forço uma frase que faz minha garganta doer muito.

Ela não responde, levanta da cama e pega uma jarra e traz para mim, por um momento pensei que fosse jogar no meu rosto, mas ela pareceu resistir e me ajuda a tomar apoiando o meu corpo, tomo tudo freneticamente.

"Elabore", ela ordena depois de me deitar na cama.

Eu queria pedir um pouco de comida, mas não quis abusar da sorte e fiz como ela mandou, não consigo entender a curiosidade dela, normalmente uma garota perguntaria algo assim para alguém que tenha interesse romântico ou sexual e Archer não demonstrou isso por mim nenhuma vez e agiu mais como trataria um parente.

"Eu particularmente não gosto de peitos grandes ou pequenos, ambos no geral são bons, mas eu gosto de uma boa harmonia", dou uma pausa para respirar e recuperar as forças, "Não adianta uma garota ter peitos gigantesco, isso é só um fetiche para algum pervertido que nunca tocou em uma mulher de verdade", digo lembrando de garotos em minha turma que viam revistas de moda e adoravam as garotas irreais ali.

"Eu prefiro harmonia, um conjunto de um todo, peito e bunda, barriga, pernas, coxas, cabelo, poder ser a mulher 'perfeita', exemplo disso é Sakura, ela é linda e muito harmoniosa, fisicamente Sakura é ideal", sou sincero e espero uma reação dela e me decepciono com ela apenas dando um suspiro.

"Gostos sempre são iguais", murmurou ela, "Bom a empregada já deve estar trazendo o almoço, então espere pacientemente".

Ela diz e se deita na cama ao meu lado, estando a um toque de distância, "nem pense em tocar em mim, nem que seja de forma inocente", posso sentir hostilidade bruta dela, estando perto de mim e me mantendo longe ao mesmo tempo, eu senti isso quando nós encontramos a primeira vez, mas agora ela deixou bem claro isso.

Ela parece sentir um pouco da minha decepção e complementa, "Eu não te odeio, mas eu não vou deixar um qualquer me tocar, nem mesmo VOCÊ", ela dá ênfase no você.

Não estava entendo muito, mas antes que eu pudesse perguntar batidas vem da porta e logo em seguida é aberta, fazendo o cheiro da comida se espalhar pelo quarto, apesar de estar coberta, me distraindo e comendo que nem um animal sem esperar que a empregada servisse corretamente e por algum motivo Archer estava muito feliz e me gravando comer.

"As meninas não vão acreditar nisso quando eu mostrar para elas", ela disse e ficou rindo, mas eu não liguei, a fome era muito grande e continuei a comer até estar cheio.

Depois de trinta minutos comendo eu estava satisfeito, porém ainda sentia dores, meu corpo pedia por mais.

"Entendo, você quer isso?", Archer, amostra o seu pescoço bronzeado e pela primeira vez noto suas roupas leves e com alça fina dando um grande destaque e fica ainda mais chamativo quando ela faz um pequeno corte em sua pele e o sangue começa a escorrer.

Eu resisto, pois lembro das últimas palavras dela e isso me sentir ainda pior, mas consegui resistir e ela pareceu satisfeita.

"Muito bem, não cedeu aos seus instintos", ela parecia feliz e completou, "Pode beber o sangue dessa empregada, mas não a mate, venho ver seu estado depois, nem pense em fugir ou usar magia, minhas espadas vão ativar e matar você antes mesmo que consiga projetar uma única espada", ela para de falar e sai da sala de bom humor.

A empregada que parece uma versão mais velha de Illya, porém com traços mais 'fofos' no rosto retira o capuz e revela o pescoço e me aproveito dela, seu sangue era ruim, muito ruim, magia quase inexistente e gosto fraco, mas a fome é o melhor tempero e eu sugo tudo o possível a deixando meio morta, ela foi a segunda pessoa que eu tomei o sangue sem sentir prazer algum, o primeiro foi Kiritsugu.

Fico um tempo sentado descansando e recuperando meu estado original, não muito depois Archer volta e dessa vez em suas roupas de combate.

"Você vai sair?", pergunto curioso, ela estava usando roupa comum dentro de casa.

"Vou caçar um invasor, mas não se preocupe, não é alguma das meninas, eu já volto", ela diz desaparecendo em minha frente e posso notar que o céu já havia escurecido através da janela.

Paro por um momento e me lembro de algo muito estranho, "O sangue dela, tinha cheiro de sangue", um servo não tem sangue de verdade, seus corpos são feitos por magia, sendo o sangue magia concentrada e isso não deveria me atrair, mesmo sedento, mas atraiu.

"Ela está viva?", murmuro, estranhando a situação, isso era impossível, um servo não pode ter carne e osso reais, heróis que estão no trono estão todos mortos.

E minha linha de raciocínio é travada mais quando a porta é aberta e vejo Illya entrando, visivelmente alterada.

"Finalmente ela foi embora, vamos brincar Oni-chan?", ela estava usando roupas leves, mas ao seu redor pequenas linhas translucidas vinham em minha direção e me pegar, sem muita resistência, ainda não havia recuperado minha força.

"O que você vai fazer?".

"Vou ter certeza que você vai estar comigo para sempre", Illya diz isso e uma boneca que estava em sua mão começa a brilhar e um fio de energia interliga eu e a boneca.

"Você é meu", ela diz sorrindo loucamente.

Sinto aquele fio invadir meu corpo como se tentasse invadir além da minha carne e uma explosão de energia magica ocorre.

"Oque foi isso?", o plano de Illya havia dado errado e ela estava caída no chão enquanto Yan estava flutuando no ar cercado por espadas e 12 pares de asas demoníacas sujem em suas costas.

"Mas que porra é essa?", Illya não acreditava no que estava vendo e ficou com um pouco de medo, até a lama negra tentou ficar o mais afastada o possível dele.

Do centro a baixo de Yan gelo começou a surgir e espalhar-se pela sala rapidamente, fazendo Illya recuar e fechar a porta que foi congelada logo em seguida e fugir do local.

Algumas horas se passaram quando Chloe chegou despreocupada e encontrou uma Illya desesperada trancada em seu quarto sem saber o que fazer.

"Você mexeu com a alma dele né?", perguntou Archer dentro do quarto da garota a observando enrolada no lençol deprimida.

"Eu só queria ele comigo para sempre", murmurou Illya fracamente.

"Isso vai acontecer, pode ter certeza", Archer falou se virando e indo embora, mas antes de sair parou por um momento e disse, "Vou precisar de um tempo com Yan, impeça o máximo possível que Rin e Sakura venha até nós, elas já estão vindo em nossa direção", disse e fechou a porta em suas costas

"Ele vai ficar comigo para sempre?", uma escuridão cresceu no coração de Illya, "Como ela sabe disso?", foi quando lembrou brevemente de ouvir Yan dizer que Chloe era sua descendente.

"Nós vamos ficar juntos! Preciso comemorar!", nesse mesmo momento Illya começou a pedir vinho e comemorar a vitória certa que tinha em sua mão.

"Eu vou segurar eles o máximo possível, seja lá o que você for fazer", um sorriso malicioso surgiu no rosto de Illya, "Quero que façam a melhor recepção para nossos convidados", ordenou ela e as empregadas que estavam de vigia escondidas saíram sem dizer nada e foram em direção aos limites da floresta prontas para receber Rin e Sakura.

"Essa noite iremos comemorar!", murmurou Illya muito feliz.

Chloe entrou no quarto e viu seu mestre e amante incontrolável morrendo de dor enquanto destruía tudo ao seu redor, gelo nas paredes, chamas no teto e espadas flutuando ao seu redor, além de uma forte camada pura de mana o protegendo.

"Tudo como planejado", Chloe estava feliz com a situação, "Eu não poderia causar essa reação, não no meu estado atual".

O atual estado de Yan era uma manipulação de Chloe, foi a ultima aposta dela, quando viu que seu mestre não conseguia lembrar de seu passado e com a guerra acontecendo seu tempo de existência estava se esvaindo e o mundo tentaria elimina-la quando a guerra acabar.

"Obrigado Illya", Chloe murmurou e adentrou na área de proteção ao redor de seu mestre, inúmeras espadas foram lançadas em sua direção, mas nenhuma chegou a feri-la, no último momento desviavam.

Chloe não conseguia voltar para Avalon que estava localizada na alma de Yan e por causa da sua afinidade atual não conseguia usar magia da alma a impedindo de interferir e ajudar Yan, mas Illya podia, porém se Chloe pedisse isso iria parecer muito estranho, então quando surgiu a chance de matar o servo Assassin ela sabia que Illya iria tentar fazer algo com Yan.

E foi isso que aconteceu, Illya tentou mexer com a Alma de Yan e ativou suas defesas causando uma reação em cadeia que ativou até mesmo Moon Rose que Chloe colocou para impedir a influência da Sacred Gear Creator sobre Yan e por causa dela conseguiu um meio de conectar com o interior de seu mestre mais uma vez.

"Seu corpo ainda lembra de mim, não sei se fico feliz e com nojo disso", ela deu uma leve risadinha, ao chegar perto de Yan pulou em seus braços e deu um beijo.

Mas não era que nem nos contos de fada que um beijo de amor verdadeiro conseguia mudar tudo, ela estava amplificando seu beijo vampírico, uma habilidade capaz de absorver mana do oponente, com uma maldição ao mesmo tempo que forçava seu fraco elo a estabilizar.

"Você realmente achou que iria vir sozinho? Eu jamais iria obedecer a essa ordem", Chloe começou a fazer a maldição agir, normalmente Yan iria conseguir resistir a uma maldição facilmente, porém Chloe o conhecia melhor que ninguém e sabia até mesmo as fraquezas que para ele são desconhecidas.

"E a maior das suas fraquezas sou eu", as maldições de Chloe trabalhavam normalmente nele com quase nenhuma resistência, devido a ligação e ambos e a maior afinidade dela com maldições, superando e muito Yan.

Os lábios de ambos foram separados, porém o mana de Yan estava fluindo para Chloe que absorvia tudo, fazendo o gelo derreter, o teto para de pegar fogo e as asas de demônio dele retrocederem, o poder de Yan estava sendo absorvido.

"Mais um pouco", pensou Chloe enquanto tentava gerenciar a enorme quantidade de mana que estava absorvendo, "Perfeito", a maldição foi ativada e Yan caiu desmaiado no chão com Chloe ao seu lado também desmaiada.

A maldição que Chloe estava usando em Yan era para o manter calmo desativando seus poderes e impedindo que danos colaterais fossem causados a ele mesmo e a outros dentro da mansão.

Desde que me entendo por gente um sonho me assombra e impede que eu tenha uma noite de sono tranquila e a cada dia que a guerra do Santo Graal estava mais próxima, mais claro o sonho fica.

Porém dessa vez o sonho estava diferente, era como se eu estivesse vendo pelos olhos de outra pessoa o meu corpo me dando detalhes que nunca tinha visto antes, as roupas que estava usando, uma armadura negra e manto azul.

"Então você veio até mim, hora de cumprir nosso contrato", diz o imponente dragão a frente do meu corpo, talvez por causa do ponto de vista diferenciado, mas ele parece muito maior agora que consigo comparar com o tamanho do meu corpo.

O carmesim de suas escamas é mais vermelho que sangue e nesse momento me lembro que li em algum lugar que existem basicamente dois tipos de dragões mais conhecidos, os orientais que são vistos em sua maioria como bom presságio e está relacionado a força, bondade e até mesmo honestidade.

Enquanto isso os dragões ocidentais são a reencarnação da destruição e o mal, desonestos, corruptos e gananciosos, e o Dragão na minha frente tem exatamente essa aura de destruição ao seu redor, podendo me destruir facilmente se fosse de seu interesse.

"Vai acabar de novo", murmurei, mas minha voz não saiu.

Todas às vezes, sempre, sempre e sempre, vou acordar e esquecer tudo, o sonho sempre acaba e eu acordo, vivendo meu dia normalmente.

"Sim, eu vim ao seu encontro, Great Red, como prometido", observo meu outro eu falar essas palavras em direção ao dragão, sem medo em sua voz e ao mesmo tempo o respeitando.

Dessa vez muitas coisas diferentes estão acontecendo, mas não consigo me concentrar quando uma dor de cabeça muito forte faz meu cérebro sacudir como se estivesse em um liquidificador.

"Então vou tomar aquilo que me foi prometido", diz o Dragão que parece se chamar Great Red.

Aguento o máximo possível a dor, sem desviar o olhar, talvez eu não tenha outra chance de ver o que está acontecendo a minha frente.

Great Red fecha seus olhos e uma aura sai do meu corpo em direção a ele freneticamente e é absorvida em seu corpo deixando o Dragão de bom humor.

A dor torna-se muito pior, mas meu ponto de vista não muda apesar deu nem estar olhando na mesma direção e caído no chão, era como se fosse um filme passando na minha cabeça.

"Aproveite bem", O Dragão vermelho rasga o espaço a sua frente criando uma fenda ou melhor um portal.

Meu corpo se vira em minha direção e diz, "Eu já volto", sorrindo e entra no portal que fecha imediatamente depois que entro.

"Acabou?", me pergunto, mas o sonho não parecia ter terminado, o corpo no qual estou deu alguns passos a frente e encarou o Dragão e uma voz que reconheço bem disse, "Abra novamente, irei junto", era uma voz feminina e desafiadora, não demonstrava respeito, porém determinação e certeza sobravam.

Era a voz de Archer, "Ela estava no meu sonho também?", mas eu não consigo lembrar de nada relacionado a ela, não importa o quanto eu tente.

Em momento nenhum a dor parou e parecia estar muito pior conforme o 'sonho' continua, mas não posso desistir de ver depois de chegar tão longe.

"Então você vai segui-lo, mesmo que ele tenha ordenado que não?", o Dragão não parecia ligar para a forma que desrespeitosa que Archer estava falando, na verdade, ele estava achando divertido do meu ponto de vista.

"Eu não vou deixá-lo ir a lugar nenhum sozinho", responde Archer, por algum motivo escutar isso aquece o meu coração e me faz sorrir, apesar de não entender realmente o móvito.

O dragão solta ar pelas narinas e parecia estar se divertindo muito com a situação, "Tudo bem, se for para deixar as coisas mais interessantes que mal tem?", disse ele e abriu novamente o portal e Archer entrou sem dizer nenhuma palavra para o dragão em agradecimento.

Durante alguns minutos apenas a escuridão estava ao meu redor e cheguei até a pensar que havia acabado o sonho, mas repentinamente cheguei à frente de uma sala totalmente destruída enquanto parecia estar sentado em um sofá, a porta a minha frente abre e vejo Tohsaka entrar desesperada, antes que ela diga algo a cena congela.

"Isso deve ser o suficiente para você", escuto a voz de Archer e vejo ela ao meu lado movendo-se livremente e Tohsaka desaparecendo, junto com a sala e tudo que a compõem, me deixando em uma sala branca a sós com Archer.

"Vejo que sua dor de cabeça piorou, então estou no caminho certo", o sorriso em seu rosto faz um arrepio percorrer a minha espinha.

"Quem é você?", pergunto segurando minha cabeça e lutando para ficar acordado.

"Você vai descobrir", ela caminha em minha direção, "Sabe, eu estava sendo compreensiva com você e iria ajudar a recuperar gradativamente suas memorias e posso dizer que foi divertido ver suas reações", ela sorriu carinhosamente, "até notar que iria matar Illya se eu não fizesse nada", porém uma aura rosa agressiva surgiu ao seu redor, "Então resolvi mudar minha abordagem, então Yan, está pronto para sentir medo?", ela veio em minha direção rapidamente e não consegui reagir a tempo.

Ela é muito forte para ser um servo comum, mesmo Mordred e Berserker que são anormalmente fortes são mais fracos fisicamente que Archer, apesar de sua classe não ser especializada em força bruta.

Isso deve ao fato dela ter cruzado aquele portal comigo? Mas se eu cruzei não deveria ser um servo como ela? O que está acontecendo de errado, nada disso faz sentido.

"Sabe esse espaço em que estamos é uma projeção das minhas memorias, é impossível machucar alguém aqui dentro, mas e se eu souber a fraqueza da pessoa ou seu maior medo?", ela disse olhando em meus olhos e me virei começando a correr, ela não pode fazer aquilo, não pode.

"Não adianta fugir", ela diz estalando os dedos e a paisagem muda para um enorme penhasco e eu caio em direção ao chão.

Tento usar magia para frear a minha queda, porém a dor da minha cabeça aliada ao medo me impendem de usar corretamente e mesmo que conseguisse iria ser inútil, Archer poderia simplesmente impedir.

Nunca havia entendido meu medo de quedas, existia medos mais claros, mesmo indo em psicólogos ou usando magia o meu medo de cair era irracional e nada conseguia tirar ele de mim, confiava apenas em mim mesmo.

O desespero em meu coração fez a dor na minha cabeça tornar-se mínima, na verdade irrelevante, em comparação com a queda e por um longo tempo eu cai e minha mente estava uma bagunça, eu simplesmente queria sair dali, daquela escuridão.

Imagens começam a aparecer na minha mente, pessoas que não lembro o nome, voz ou nosso relacionamento, porém na maioria das minhas memorias estão duas pessoas sempre presentes, uma é uma mulher com roupas vibrantes e cabelos pretos e outra é uma versão menor de Archer, sempre sorrindo ao meu redor.

Mas nenhuma delas me dá paz o suficiente para aguentar a escuridão e o medo que sinto.

"Ele é lindo, qual o nome dele?", escuto a voz de uma mulher desconhecida em meio a escuridão.

"Vai ser Yan", outra voz, mas essa é doce e similar a presença de Archer me dá paz, porém ao mesmo tempo sinto tristeza no meu peito.

"Yan significa abençoado por Deus e ele morreu no parto, mas por um milagre voltou a vida, por isso sou grata", a face da mulher finalmente toma forma, rosto jovem e pele lisa, cabelos longos, negros e ondulados e ao seu lado outra mulher madura com cabelos longos, azuis e lisos, além de ter uma atitude fria enquanto me olhava.

"Mãe", murmuro sem entender enquanto lagrimas escorrem por meus olhos, eu sei o que eu disse, mas não consigo reconhecer a face dessa mulher.

A muito tempo a dor na minha cabeça passou e a no meu coração apertou, me dando falta de ar, mas a queda em que eu estava não parecia ter fim, a cada segundo mais e mais imagens daquela mulher apareciam, ela sorrindo e alegre brincando comigo.

Eu sei que estou tentando negar a realidade, mas e se eu aceitar e desaparecer? Essas são minhas memorias, eu, minha mãe, e até mesmo, "Chloe", relembro da identidade de Archer e a dor de perder minha identidade torna-se pior.

"Eu vou desaparecer?", murmuro caindo no vazio.

Tudo ao meu redor fica iluminado.

"Me desculpe meu filho, eu não pude te criar, poder ver você crescer e ficar tão bonito, nem ao menos poderei ver meus netos", uma imagem translucida da minha mãe aparece ao meu redor, lagrimas escorrem por seu rosto.

"mas estou feliz que você esteja feliz e encontrou pessoas com que você possa contar", minha mãe sorri e o rosto dela é substituído por inúmeras pessoas e aos poucos vou lembrando o nome de cada um deles.

Os maous, o clã fênix, Rias e sua Nobreza, meu instrutor de esgrima, Ravel, Chloe, Sona e a mais importante de todas, Serafall, entre outras pessoas apareceram, mas esses foram os mais importantes que consegui lembrar nesse curto período de tempo.

Lagrimas escorrem do meu rosto e finalmente lembro de tudo, inclusive memorias que bloquei em minha mente, "Eu menti para mim mesmo", eu estava mentindo.

"Eu não tenho medo de queda por minha mãe ser muito atrapalhada", eu sempre repeti isso para mim mesmo, os motivos de não gostar de viajar de aviões ou voar e só confiar nas minhas próprias pernas e magia, ignorando até mesmo minhas capacidades de voar como um demônio ou vampiro.

E imagens do passado que eu queria esquecer aparecem ao meu redor.

No dia em que os vampiros atacaram a minha casa para me pegar lembro que havia uma espécie de barreira protegendo o lugar, não era extremamente forte e por isso minha mãe teve que usar seu corpo para me proteger e quando o demônio finalmente chegou ela me jogou nas garras dele enquanto vários vampiros a matavam.

Nesse dia eu senti a como era se impotente e toda vez que meu corpo se movia sem o meu controle, como em uma queda, o mesmo sentimento de ver minha mãe sendo morta e não poder a salvar, de não conseguir sequer ajuda-la preenche meu coração.

"Até depois de morta, você sempre estará em meus pensamentos", digo sorrindo, quando minhas assas demoníacas se abrem e eu consigo planar calmamente, "Obrigado mãe", uma imagem dela sorrindo aparece ao meu redor e acalma completamente o meu coração e mente, enquanto tudo se desfaz ao meu redor e acordo no quarto destruído no castelo Einzbern.

Com Chloe deitada sobre o meu braço e roncando igual a um bebê linda e recatada, calma e serena com seus cabelos brancos lindos e me encarando feliz.

"É logico que ela não estaria assim", saio das ilusões da minha mente e encaro a realidade, "Eu também estou com saudade, mas não é ora para isso", levanto do chão controlando minha ereção e projetando minha antiga armadura com algumas modificações para encaixar ao meu corpo atual que tem a musculatura muito mais magra que antigamente.

"Hey! Seu malvado, pelo menos deixava eu terminar!", vejo Chloe implorar para continuar com olhos de cachorrinho e tendo baba escorrendo do canto de sua boca, muito fofa, seu corpo mudou, mas o rosto quase nada depois que ela amadureceu.

Resisto com toda a minha força de vontade, me abaixo e dou um selinho nela antes de sair pela porta e sem olhar para trás, mas sei que Chloe ficou insatisfeita em não podermos continuar nosso momento, para ela faz cerca de uma semana e para mim anos desde a ultima vez que realmente a vi.

"Eu fiz muita merda", não consigo controlar minha boca ao relembrar tudo que eu destruí, eu tinha um plano quando vim até aqui e perder a memória, ser amigo de Shinji, ter Sakura como minha serva, deixar Mordred morrer assim como Caster, Medea, nãos estavam nos meus planos originais e teria que adaptar a situação atual.

"Vamos Chloe, você cuida de Gilgamesh, eu não tenho chance contra ele", digo claramente meu comando, eu posso ser um demônio, vampiro e portador de Sacred Gear, mas não tenho chance contra Gilgamesh por causa da minha personalidade, além de estar com pouco mana e fraco fisicamente.

Eu já mais aceitaria uma luta contra um rei como Gilgamesh em que ele não usar 100% do seu poder e o encararia de frente, minha vaidade jamais iria permitiria uma derrota por causa de esquemas ou sorte em um duelo, por isso a minha derrota era certa, mas com Chloe ao meu lado posso deixar o trabalho sujo com ela, que além de ser mais forte, adora uma vitória fácil.

"Tudo bem, mas quando acabar você não escapa de mim", ela diz para mim desaparecendo em sua forma espiritual, visivelmente infeliz com a situação.

Continuo a correr enquanto escuto barulho de explosões, em todas as direções, porém devido ao meu olfato mais apurado consigo localizar o cheiro de Sakura e sigo em sua direção.

Em menos de alguns minutos a encontro no meio do corredor e quando ela me vê um sorriso floresce no seu rosto a deixando muito mais lindo do que vi em toda a minha vida ao seu lado, porém isso me faz achar que ela é algum tipo de clone e desperta a dúvida em mim.

"Mestre!", ela grita e pula na minha direção sorrindo e com lagrimas nos olhos, eu desvio e ignoro indo pela direção que ela veio.

"Mestre!", escuto mais um grito dela aos prantos, mas ignoro, Sakura nunca ficaria tão feliz em me ver, devem ser alucinações depois de ter ficando tanto tempo com amnesia.

"Sim, é só uma alucinação", tento convencer a mim mesmo que tudo é apenas uma ilusão e continuo o meu caminho.

Ao chegar no local vejo inúmeras lâminas negras indo em direção a Rin e Rider e uma teoria que havia pensando a muito tempo vem a minha mente, porém não é hora para isso.

"Eu não posso nem dormir um pouco que você sempre faz alguma bagunça para que eu limpe, não é mesmo?", digo acariciando os cabelos macios de Illya e ela vira o rosto com mistura de surpresa e nostalgia em seu olhar, "Oni-chan? Como?", diz ela visivelmente não entendendo a situação.

"É segredo", respondo sorrindo, mas me lembro do meu objetivo de vir a esse mundo e devo continuar com o meu plano, matando dois coelhos com uma cajadada, lembro que nem tudo é como o que eu me lembro no anime, até mesmo um poder que foi retirado do anime e do jogo de FATE existia aqui, dando o 'corpo imortal' de Berserker para seu mestre, então, "Antes que eu me esqueça disso".

Materializo uma espada e abro o peito de Illya retirando o seu coração, o Graal Menor, doí fazer isso, mas independente se houve-se ou não essa habilidade ainda precisaria do coração da Illya para concluir meus planos originais.

"Agora o resto é contigo Chloe", digo após ver Gilgamesh usar Enuma Elish e a guardar, frente a frente Chloe.

"Se Berserker era invencível, Chloe é insuportável", penso rindo confiante na vitória dela.


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