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100% Protegida pelo Bilionário Dinamarquês / Chapter 5: CAPÍTULO CINCO

章節 5: CAPÍTULO CINCO

Knut

Tomo um banho e fico imaginando em que merda me enfiei, eu não sou o homem que age por impulso, tenho um coração gélido, mas eu tive compaixão daquela menina implorando.

Quando eu matei o Balduin, me senti aliviado, não somente por saber que existiam muitas mulheres contra a sua vontade ali, mas porque o mundo não precisa de um homem igual a ele.

As pessoas podem me julgar, falar que não tenho coração, que sou um assassino, mas a verdade é que a vida é assim.

Finn não queria liberar a menina, porque ela seria uma ótima prova para ele não ter que explicar como morreram sete homens durante a operação, mas ele é um homem inteligente e sei que dará um jeito de não se encrencar com seus superiores.

Saio do quarto, porque não posso deixar a menina por muito tempo sozinha, minha mente fica agitada só de pensar que ela é minha responsabilidade, eu nunca tive isso.

Eu uso este apartamento somente para ter noites quentes, mas deixo a maioria das minhas coisas aqui, caso precise ficar.

Asger é dono de todo o condomínio, ele não quis ficar conosco no Complexo e mora aqui.

Desço a escada e respiro fundo quando vejo Erin sentada no tapete, com todos os sofás e poltronas disponíveis.

— Se o sofá estiver ocupado, pode se sentar nas poltronas — aviso, com um pouco de ironia.

Ela me encara, mas depois volta a olhar para o chão, o que me deixa um pouco irritado.

— Eu estou um pouco suja, não quero sujar os seus móveis, eles são tão brancos — ela fala e reviro os olhos.

Sua voz é tão doce, ela parece um anjo frágil e isso me perturba.

Me levanto, seguro seu braço com delicadeza, porque não quero assustá-la, e a coloco no sofá.

— Isso é apenas uma porcaria de um sofá, pode sujá-lo! — reclamo, me afastando, porque ela está tremendo e deveria ter trazido algo para esquentá-la.

— Desculpa — pede e me esforço para não xingar em sua frente.

O jeito inocente dela me deixa enfurecido, não porque é errado, mas por saber que aquele homem a sequestrou.

— Não peça desculpas, não agradeça e não faça perguntas — aviso, voltando a me sentar na poltrona.

— Ou seja, cala a boca e fique quieta! — ela sussurra, baixinho.

Olho para a menina que encara seus pés balançando porque seu tamanho não consegue tocar o chão, dou um sorriso discreto e fico aliviado quando a Sabine surge ao lado do Soren.

— Comprei algumas roupas e comida. Enquanto te ajudo no banho, Soren irá preparar tudo — Sabine fala, chamando a atenção da garota que dá um sorriso ao ver a mulher, pelo menos perto da Sabine ela se sente confortável.

— Sabine, você dormirá com ela aqui, tudo bem? — pergunto, antes que as duas subam a escada, minha segurança apenas confirma e leva a garota.

Soren segue para a cozinha e eu o acompanho.

— Ela parece tão inocente — Soren comenta, colocando a comida no balcão.

— Ela é uma menina inocente que deveria estar em casa! — retruco.

— O que você irá fazer? — pergunta e dou de ombros.

— Irei levá-la para casa amanhã — informo.

— Amanhã você não pode ir, tem outra reunião com os franceses — ele me lembra o que havia esquecido, e eu suspiro não querendo xingar.

— Terei que conversar com a garota, eu prometi que a levaria para casa. — Dou de ombros sem alternativas, ela terá que ficar mais um dia em Copenhague.

— Ela é bonitinha — ele fala com um sorriso e bato em seu ombro.

— Ela é quase uma criança! — advirto, para que ele não toque na garota.

Coloco isso em minha cabeça também, porque não quero pensar sobre isso. Estou aqui para ajudá-la a chegar em casa viva.

— Ficou linda — Sabine fala, entrando na cozinha depois de um tempo.

— Obrigada, Sabine.

A voz mansa da Erin chega aos meus ouvidos, no momento que ela entra atrás da Sabine.

A garota usa um moletom cinza, que esconde boa parte do seu corpo, mas eu já analisei tudo quando estávamos no prostíbulo e prefiro que ela esteja assim. Seu cabelo está com uma enorme trança, o que deixa seu rosto mais vivo.

— Podemos comer — Sabine diz, se sentando ao meu lado.

Erin se senta ao lado do Soren, que evita a olhar, mas eu não consigo tirar os olhos do seu rosto corado.

Respiro e encaro meu prato, enquanto aproveito o Frikadeller, o meu prato preferido.

— Eu amei o sabor — Erin elogia, e seus olhos brilham com o prazer da comida em sua boca.

— Frikadeller é uma delícia — Sabine avisa.

— Acho que irei pegar a receita depois, eu amo comidas diferentes — ela fala se sentindo um pouco mais à vontade com nossa presença.

— Você gosta de cozinhar? — Soren pergunta.

— Sim, eu amo. Me formei há alguns dias em Gastronomia, iria começar a trabalhar em um restaurante quando fui sequestra... — Sua voz some ao não conseguir finalizar a frase, e vejo lágrimas em seus olhos, ela abaixa a cabeça.

— Poderia fazer um café americano para a gente amanhã. — Sabine toca nas costas dela.

— Sério? — ela pergunta, encarando a Sabine, e parece que isso a animou.

Erin dá um sorriso e isso me faz sentir bem. Não quero que a menina fique chorando, logo ela estará em casa e poderá voltar para a sua vida normal.

— Sim, deixe a lista do que precisa e amanhã eu compro bem cedinho — Sabine fala.

— Eu trago os ingredientes cedo — me ofereço e meu segurança chuta meu pé esquerdo por baixo da mesa, depois me olha e com os olhos diz que devo falar que amanhã não posso a levar.

— Obrigada — ela agradece, depois arregala os olhos, pedindo desculpa pelo agradecimento.

— Erin, amanhã não posso te levar, tenho um compromisso, mas podemos sair daqui na quinta pela manhã — aviso e ela me encara com os olhos tristes.

— Tudo bem, eu não quero atrapalhá-lo, pode só me ajudar com o dinheiro e eu vou sozinha — diz, envergonhada.

— Não, eu vou te levar, só espere um dia, você está segura aqui.

Sou um pouco rude, mesmo não querendo ser assim com a menina, mas quero que ela entenda que preciso a deixar em casa.

— Sim, Erin, o Knut prometeu te levar e ele cumprirá isso.

Sabine toca as mãos dela, e fico encarando como ela fica mais relaxada perto da minha segurança.

— Se a Sabine quiser, ela pode ir conosco — falo, esperando que ela fique mais tranquila.

— Eu vou adorar conhecer os Estados Unidos, e principalmente Yuma — Sabine fala.

Pelo jeito, as duas andaram conversando muito.

— Quem é Yuma? — Soren pergunta.

— A minha cidade natal, fica no Arizona — Erin explica.

— Achei que Yuma fosse nome de uma pessoa. — Soren dá de ombros.

— Acho que pode ser um nome também — Erin conta.

Pego meu celular e pesquiso sobre Yuma. É uma pequena cidade em comparação com outras que conheci nos Estados Unidos.

— Nunca estive no Arizona, mas conheço Nova York, Massachusetts, Flórida e Washington — falo, e ela me encara com animação.

— Eu nunca saí de Yuma, iria fazer isso agora, mas aqui estou eu do outro lado do oceano — conta, parecendo um pouco irritada.

— Como assim, você nunca saiu de Yuma? — Sabine pergunta, apavorada.

— Meus pais são protetores, mas agora que eles me deixaram voar com as minhas próprias pernas, eu voei muito — explica triste.

— Não pense assim, você só teve a infelicidade de encontrar com o Balduin. — Sabine toca suas mãos.

— Como ele te sequestrou, Erin? — pergunto.

Eu preciso descobrir como ele foi tão longe buscar essa menina com rosto de anjo.

— Meus pais são corretores de imóveis. Balduin era um dos seus clientes. Como eu sou uma pessoa reservada, não tinha muitos amigos para levar a minha festa de vinte e um anos, então meus pais resolveram convidar os seus, e ele era um desses. Na festa, ele ficou me encarando muito...

— Não precisa falar — aviso, quando ela para de falar e seus olhos estão cheios de água.

— Passou dois dias, e, quando eu ia para o meu primeiro dia no restaurante, não percebi que estava sendo seguida, então fui sequestrada e só acordei quando estava em uma van aqui.

Suas lágrimas ficam mais forte, e então me levanto. Já comi o bastante e o melhor agora é descansar.

— Não precisa falar disso mais — aviso, me afastando.

— Já estão indo? — Sabine pergunta.

— Sim, obrigado pela comida, te devo uma. — Pisco para ela, que nega.

— Coloca mais dois números em meu salário e estaremos no mesmo patamar — ela brinca.

— Erin, precisa ligar para os seus pais? — pergunto antes de sair da cozinha.

— Não, eu prefiro chegar em casa logo, eles podem ficar muito assustados se souberem de tudo pelo celular — nega e afirmo.

— Sabine, cuide dela — peço, saindo da cozinha.

— Como se fosse uma filha — Sabine concorda.

***

Enquanto Soren dirige, meus pensamentos seguem para a Erin, porque não consigo pensar em outra coisa.

A cada momento vejo que ela é muito inocente. Se os pais dela a protegiam tanto, eles fizeram errado. O mundo está cheio de devoradores, precisamos criar pessoas fortes e não submissas.

Eu odiaria que ela fosse uma encrenqueira, mas toda vez que encaro seus olhos castanhos, vejo tanto medo, e me deixa mais furioso quando ela abaixa a cabeça para conversar, ela precisa ser mais firme ou o mundo irá dominá-la.

Recebo uma mensagem do Finn dizendo que já está tudo resolvido, mas o nosso próximo problema é o Harald, que levou muitas mulheres que o pai mantinha no prostíbulo, certamente ele seguirá com o negócio imundo da família. Eu não quero matar o garoto, mas acho que ele será meu próximo alvo. E já estou aliviado que a Erin não caiu em suas mãos.

Soren para na garagem do Complexo e desço, pegando o elevador para o terceiro andar. Quando a porta do elevador abre em meu destino, vejo que a porta do meu quarto está aberta.

Caminho e ouço as vozes dos meus amigos, porque certamente não seria alguém desconhecido.

— Chegou! — Storm diz, furioso, quando me coloco em frente ao meu quarto.

— Que diabos vocês estão fazendo invadindo minha privacidade? — pergunto, bravo, e Anton pula da minha cama.

— Estamos te esperando há três horas! — Anton diz, calmo como sempre.

Storm se levanta da minha poltrona e caminha em minha direção com um sorriso intricado.

— Isso é para você nunca mais achar que deve fazer algo sem seus irmãos.

Antes que eu possa me afastar, ele me acerta um soco na boca, e eu apenas consigo arregalar meus olhos.

— Storm! — Anton se apressa para se colocar entre a gente.

— Eu não sou criança, não pode querer fazer tudo sozinho, porra! — Storm grita e Soren surge atrás de mim.

Coloco a mão na boca e sinto o gosto de sangue, sei que ficará inchado, porque não foi um simples soco.

— Só pode ser brincadeira, eu não levei um soco, agora chego em minha casa e sou recebido com essa surpresa! — rosno, olhando minha mão que está cheia de sangue.

— Soren, busca algo para limpar a boca do Knut, por favor — Anton pede, ainda entre a gente.

— Deixe-o sangrar até a morte! — Storm esbraveja.

Soren segue para meu banheiro, e olho para o meu amigo, que me encara com ódio.

— Vai se ferrar! — grito com ele.

Me sento no sofá porque sinto um pouco de tontura, não é fácil levar um soco do melhor da Beskyt.

— Storm, senta-se aí, merda! — Anton empurra o Storm para a cama.

Soren surge com minha caixa de curativo e o pego de sua mão.

— Pelo jeito vou ter que inaugurar essa caixa! — reclamo.

— Aprende a nunca mais me deixar de fora, e nem o Anton! — Storm resmunga, se deitando em minha cama.

— Amanhã darei ordens para vocês não entrarem aqui — aviso, limpando o machucado.

— Não está tão feio — Anton avisa, me encarando.

Faço o curativo, e depois me levanto indo para perto do Storm.

— Eu podia dar um soco na sua boca, mas essa barba grande não deixa.

Seguro sua barba ruiva, e ele me encara como se não acreditasse que estou fazendo isso.

— Knut!

Anton me chama e dou um sorriso puxando a barba do meu amigo, que grita de dor e tenta me bater, mas o levanto e o arrasto para fora do meu quarto.

— Nunca mais invada meu quarto!

Dou um puxão em sua barba e o solto empurrando para sair da minha casa.

— Eu vou te matar! — ele grita e Anton segura seu braço.

— Vamos embora — Anton fala, arrastando-o para a escada.

— Não defenda esse merda, Anton — Storm pede com lágrimas nos olhos. Eu sei que dói, mas o seu soco em minha boca também está doendo.

— Knut, se você fizer isso de novo, eu ajudarei o Storm da próxima vez — Anton me avisa, e dou de ombros para deixá-los irritados.

— Quando quiser brigar comigo, tire a barba.

— Precisa de mais alguma coisa, mestre? — Soren pergunta ao meu lado.

— Só certifique de que esses dois saiam da minha casa — peço, indo para o banheiro.

Olho o machucado no espelho, é pequeno talvez quando acordar melhore um pouco.

Saio do banheiro, deito-me em minha cama e apago as luzes. Preciso descansar, hoje o dia foi cheio.

***

Acordo antes das seis, combinei de levar os ingredientes que a Erin precisa para fazer o café.

Visto um terno cinza porque hoje terei que almoçar com os franceses depois da reunião.

Minha boca já está melhor, faço um novo curativo, odiando que terei que aparecer assim para os clientes. Se o Storm não fosse meu amigo, eu iria socar seu rosto até vê-lo todo deformado.

Desço e Albert me espera na sala, ele se levanta e guarda o celular no bolso.

— Bom dia, senhor.

— Bom dia, Albert, conversou com a Sabine? — pergunto, arrumando minha bolsa.

— Ela me mandou uma lista para comprar e levar ao apartamento do senhor — ele responde.

— Ela achou que não iria acordar, né? — pergunto, e ele dá de ombros.

— O senhor trabalhou muito ontem à noite — ele explica.

— Eu ainda estou inteiro. Soren já foi para casa? — indago e ele assente, me seguindo em direção ao elevador.

Albert sempre está sério, mas é um homem bom, e por isso ele e a Sabine são casados. Ele é o centrado e ela a espontânea.

— Soube que teve uma conversa sombria com o Axel — comento, quando saio da garagem.

— Sim, ele estava bagunçando na escola, mas agora acho que recebeu o recado — ele explica.

— Fez certo — aviso.

Entramos no carro e Soren dirige enquanto vou organizando com a Nadine minha agenda até sexta.

Passamos em uma loja de conveniência e, por sorte, encontramos tudo que tem na lista da Erin. Paramos no estacionamento do prédio e subimos rapidamente.

Abro a porta e Erin está na sala, novamente sentada no tapete.

Qual é o problema dela com os sofás?

— Bom dia. Cadê a Sabine? — pergunto, me aproximando dela.

— Aqui. — Sabine surge da cozinha.

— Esse é o Albert...

— O marido da Sabine, eu sei, ela me falou muito dele — ela me corta.

Erin estende a mão para o Albert, que também já deve saber dela, então não irei gastar tempo com apresentações.

— Todas as coisas que pediram.

Mostro a sacola e Sabine pega da minha mão.

— O que aconteceu com sua boca? — Sabine pergunta, e Erin me encara atenta.

— Storm se estressou porque não o levei e ganhei esse presente. — Aponto para a minha boca, e ela ri.

— Eu amo aquele ruivo, não mais que você, amor. — Ela pisca para o Albert, que fecha os olhos.

— Sabine! — o marido resmunga.

— Vem, Erin.

Sabine puxa a menina para a cozinha e eu me sento, porque prefiro ficar distante da Erin.

Depois de quase uma hora, Sabine grita avisando que o café está pronto. Então sigo para a cozinha, sabendo que terei que me segurar para não ficar encarando a menina.

Na cozinha, ela ri animada ao lado da Sabine e do Albert, mas ao me ver fica um pouco retraída.

— Fizemos panquecas e ovos com bacon — Erin diz mostrando a mesa, mas só consigo olhar para o seu rosto de felicidade.

— Obrigado pelo café — agradeço, me sentando.

— Eu que preciso agradecer...

Ela para de falar quando levanto minha mão a impedindo de agradecer. Não precisamos disso, ela já agradeceu o bastante.

— Vamos só aproveitar o café.

Tomamos o café, que é delicioso, principalmente as panquecas. Erin agradece a todo momento.

— Já estão indo? — ela pergunta, quando me levanto.

— Sim, mas a Sabine ficará com você, hoje o Albert me acompanha.

— Iremos conversar muito. — Sabine segura a mão dela.

— O café estava incrível, mas agora preciso ir — aviso.

— Se quiser posso cozinhar para o jantar, quero agradecer de alguma maneira — ela fala, e não quero que faça isso, então nego.

— Não precisa.

— Mesmo assim eu insisto, por favor.

Seus olhos brilham com a expectativa, então não vou deixar que fique triste por algo assim.

— Tudo bem, chego às sete, certamente a Sabine terá ido embora, mas o meu número está na mesinha próximo ao telefone, se precisar de algo me ligue, mas não saia desse apartamento, o Harald ainda está solto — explico para que ela não fique com medo.

— Eu não sairei daqui — ela fala, assustada.

— Te vejo à noite.

Depois que peço para a Sabine me ligar se algo acontecer, eu saio do apartamento, desejando que a menina fique bem até eu voltar.

***

Quando chego à empresa, Nadine me espera próxima ao elevador, e ela não parece muito animada hoje.

— Bom dia, sua segurança pessoal não identificou o motivo de sua viagem para os Estados Unidos — informa, e entendo seu desânimo.

— Motivos pessoais.

— Quem é Erin Reed? — ela pergunta, olhando em sua agenda.

Então esse é o sobrenome da garota, claro que não iria perguntar para ela, mas iria descobrir com o Finn. Certamente a Sabine precisou informar o nome para que as passagens fossem compradas.

— Ela irá comigo — informo.

— Sua namorada? — questiona.

— Não, é apenas uma garota e pare de fazer perguntas! — Não gosto de seus questionamentos.

— Vou desmarcar todos seus eventos, mas isso não é coisa que um profissional faz — diz, voltando para sua mesa e apenas fico em silêncio para não despedir essa mulher hoje.

Sigo para a minha sala, não quero perder a paciência. Abro a porta e reviro os olhos quando vejo o Storm sentado em minha cadeira.

— Esse negócio de invadir meu ambiente virou rotina? — resmungo, fechando a porta atrás de mim.

— Não estou aqui para te deixar outra marca, apenas fazer uma pergunta — ele avisa, se apoiando em minha mesa.

— Fala logo! — Cruzo os braços.

— Quem é essa criança? — pergunta, mostrando uma foto em seu celular e eu achei que estava demorando muito para eles descobrirem sobre a Erin.

Erin está sentada na varanda de um dos quartos do meu apartamento. Sua cabeça está deitada na mesa e ela parece triste, chorando; ao que tudo indica, essa foto foi tirada hoje bem cedo.

— O nome dela é Erin e pare de achar que todo mundo é criança! — ralho e ele me olha sério.

— E você pare de esconder as coisas de mim e do Anton! — ele rebate.

— Ela tem vinte e um anos, eu irei ajudá-la a ir para casa — explico sem alternativa.

— Não está ficando com ela? — indaga.

— Não, você reparou que ela está chorando? — Ele assente com a cabeça. — Ela foi sequestrada por Balduin, mas é apenas uma menina de uma cidade no Arizona, que não sabe o que está fazendo aqui.

— E por que a Interpol não a ajudou?

Storm é muito insistente, e, às vezes, isso me irrita bastante.

— Ela tem medo de contar sobre o Balduin e o filho dele matar seus pais — explico, somente assim ele me deixará em paz.

— Tudo bem. — Ele me analisa.

— Era só isso? — pergunto.

— Sim. — Ele se levanta e caminha na direção da porta e aponto para o seu celular.

— Informe ao Asger que, se ele invadir minha privacidade novamente, eu vou ter uma conversinha com ele — aviso, e ele dá uma gargalhada, confirmando que foi seu irmão que tirou a foto da Erin.

— Cuide da sua boquinha — ele pede apontando para o meu curativo e sai fechando a porta.

Esses meus amigos acham que podem cuidar da minha vida, mas eu sou o mais velho aqui.

Mesmo achando isso tão errado, eu não vejo a hora de ir para o meu apartamento e passar alguns momentos olhando para a menina com rosto de anjo.

Sou um pervertido, gosto de transar, mas nunca irei usar uma mulher indefesa. Erin é uma inocente, não devia estar aqui e eu não posso pensar nela em minha cama.

Não mesmo.


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