Um sorriso selvagem se estendeu pelos lábios de Robert, fazendo-o parecer uma réplica do diabo. Ele concordou avidamente, aceitando a condição dela sem perder um segundo.
"Eu vou deixar você em paz e você nunca mais fará parte da família Harrison," ele disse.
"É exatamente isso que eu quero."
Anastasia pegou os papéis e os assinou. Os Harrisons observaram enquanto a tinta manchava o papel com sua assinatura. Eles finalmente conseguiram o que queriam.
Anastasia não sabia, mas eles tinham um plano completamente diferente para ela.
Anastasia entregou os papéis a Robert e ele não perdeu tempo em pegá-los, com os olhos fixos em sua assinatura.
Há alguns momentos, Anastasia havia sido a membro mais rica da família Harrison. Mas agora, tendo transferido tudo o que possuía para o nome de Robert, ele era o mais rico.
"Eu vou chamar o médico para tratar de você adequadamente para que você se recupere rapidamente," disse Robert, com um grande sorriso nos lábios.
Anastasia olhou para ele, com o rosto inexpressivo. Ela não disse nada, nem para ele nem para os outros dois que estavam atrás dele.
Michelle estava com os papéis do divórcio. Era óbvio pelo sorriso dela e pelo jeito que ela cobiçava a assinatura de Anastasia que ela estava feliz com o divórcio. Infelizmente, Xavier estava em uma viagem de negócios, então o divórcio teria que esperar até ele voltar.
'O que mais eu poderia esperar deles? Não deveria me sentir triste com isso, finalmente estou livre das garras deles,' Ana pensou consigo mesma.
Os Harrisons a dispensaram e chamaram o médico para dar o tratamento adequado a ela.
Alguns dias se passaram e finalmente chegou o dia de Anastasia receber alta do hospital. Ela esperou por Robert até a noite cair, as horas se arrastando, antes de ele finalmente chegar.
Chovia muito naquele dia, deixando as ruas escorregadias e perigosas.
"Ana," Robert a chamou. Ele estava sentado ao lado dela no banco traseiro enquanto seus dois guarda-costas estavam na frente. "Estou tão contente que estamos indo para casa, todos sentiram sua falta," ele acrescentou, com um sorriso caloroso no rosto que fez Anastasia se sentir desconfortável porque ele nunca havia falado com ela com tanta cordialidade antes.
Ele tentou acariciar as bochechas dela, mas Anastasia imediatamente se afastou dele.
"Só estou indo para casa para pegar as coisas necessárias que preciso e depois partirei," ela o corrigiu, encarando a mão que ele baixou ao lado do corpo.
Robert suspirou, seu sorriso ainda evidente no rosto.
Anastasia viu o carro mudar de direção e imediatamente ficou alerta.
"Para onde estamos indo?" Ela perguntou. "Este não é o caminho para a mansão."
"Sinto muito, mas não posso deixar você partir, Ana."
Antes que ela pudesse reagir, Robert a atingiu na cabeça com força com a arma que ele tirou do bolso sem que ela notasse, fazendo-a desmaiar.
Eles pararam o carro por um breve segundo, levando Anastasia discretamente para o porta-malas do carro. Depois voltaram e continuaram a viagem, em direção ao destino deles, onde planejavam enterrá-la.
De repente, o carro atingiu um trecho de lama e derrapou incontrolavelmente. O guarda-costas que estava dirigindo tentou recuperar o controle, mas o veículo estava muito perto da beira da estrada.
Todos no carro estavam com medo por suas vidas, exceto Anastasia que já havia desmaiado no porta-malas do carro e estava inconsciente do que estava acontecendo.
Os outros carros na rua se apressaram para não colidirem juntos e causarem um acidente.
O carro bateu na barreira na borda da estrada, fazendo o porta-malas se abrir. Anastasia foi arremessada do veículo, rolando penhasco abaixo e caindo na densa floresta abaixo.
Robert saiu rapidamente do carro quando teve certeza de que o carro estava estável e encontrou o porta-malas do carro já aberto.
Ele rangeu os dentes de raiva. "Nós vamos procurar Ana na floresta," ele instruiu e os guarda-costas o seguiram. Eles tomaram o caminho que levava à densa floresta, pois não achavam que sobreviveriam se pulassem a barreira.
A busca por Anastasia começou. Mas infelizmente, depois de uma hora procurando por ela sob a forte chuva, eles cansaram.
"Chefe, há uma possibilidade de ela já ter sido comida pelos animais selvagens," um dos dois guarda-costas disse, com os olhos correndo de uma árvore para outra com medo de que um animal selvagem pulasse neles e os usasse como jantar.
"Concordo. Mesmo antes de ela cair na floresta densa, tenho certeza de que os galhos já a mutilaram. Ela não vai conseguir sobreviver, chefe," o outro concordou imediatamente, esperando que o chefe os deixasse sair da floresta sinistra.
Robert contemplou por um momento antes de responder, "Acho que vocês estão certos. Ela não vai conseguir sobreviver. Ela está morta." Ele declarou. Eles viraram as costas, decidindo partir.
**
No fundo da floresta, um homem vestido com um terno e um guarda-chuva sobre sua cabeça segurado por um de seus homens, o protegendo da chuva, ordenou,
"Não deixe nenhum vestígio para trás." Era Xavier, falando com seus homens.
Os homens, também vestidos de terno preto, responderam em uníssono. "Sim, chefe!" Eles cobriram o corpo, um traficante de pessoas que eles tinham capturado recentemente mas se recusava a dar informações sobre sua organização com areia, enterrando-o profundamente no chão.
Xavier jogou fora o cigarro que estava fumando na floresta, a chuva apagando-o imediatamente enquanto ele supervisionava seus homens.
Quando teve certeza de que não deixaram nenhum vestígio, ele se virou para partir, mas outro de seus homens gritou, chamando sua atenção e a dos outros também.
"O que foi?" Xavier questionou, a irritação evidente em seu tom de voz. Embora a floresta fosse densa e as pessoas raramente a visitassem, eles ainda precisavam ter cuidado.
"Chefe, há algo ali," disse o homem, apontando para um lado da floresta completamente escuro.
Um feixe de luz de uma lanterna cortou a escuridão, iluminando a área e dando a eles uma visão clara da cena.
Xavier caminhou em direção ao objeto com passos cautelosos, mas ao se aproximar, percebeu que era um ser humano e não um objeto.
Xavier virou o corpo para ver o rosto. Seus olhos se arregalaram em choque e incredulidade ao reconhecer a pessoa deitada à sua frente.
"Anastasia?"