Ele acordou após alguns dias no quarto do Meistre Caster. com o avô dormindo em uma cama improvisada ao lado.
— Vovô. — Disse Gwayne, então berrou de dor ao tentar se mover. teve sua costela quebrada quando fora lançado na parade.
— Meistre! Berrou Sor Lymond.
Uma figura frágil correra o máximo que pode, trazendo um frasco de leite de papoula as mãos.
— Beba, pequeno senhor. — disse o velhinho enrugado. — irá melhorar.
Gwayne começou a sentir os efeitos do leite de papoula, seus olhos ficaram pesados e sua voz lenta. se acalmou.
— O que aconteceu? Cadê Cerella. — Disse Gwayne.
— Ela está bem. — Disse Sor Lymond com tranquilidade na voz. — não se preocupe com ela.
— O que era aquela... besta?
— Besta? — Disse Sor Lymond, arqueando as sobrancelhas e estudando os olhos de seu neto. Medo. Pensou ele. Era o que ele via em seus olhos.
— Vocês a pegaram? — indagou Gwayne com a mão se apertando na borda da cama.
— Pegamos. Disse Sor Lymond brevemente. — uma besta em meu vilarejo, escondida em baixo de meus olhos. — sua voz se tornara sombria. — fez uma pausa
— Você nunca o fez mal, é um bom garoto.
Gwayne não compreendia o que o avô dizia.— Uma besta, em forma de homem. — ainda por cima, não tem um pingo de honra para admitir seu crime. — Disse o avô andando de um lado para o outro na sala.
Gwayne sentira que seu avô não queria acreditar no que aconteceu.
— Nos o pegamos, sim. — Disse Sor Lymond. — Ele está preso agora mesmo, irá ser enforcado quando você estiver melhor. —
— Como conseguiram o pegar? — Gwayne pareceu incrédulo por um momento. — ele era tão forte. —
— Descanse, rapazinho. — disse o avô, levantando-se. — quando chegou a porta, Gwayne falou uma última vez.
— A Cerella, era ela mesmo... Ou outra garota... — então seus olhos começaram a falhar, e apenas ouviu o som da porta se fechar.
Um virada de lua se passou até que Gwayne estivesse completamente recuperado. A maior parte do tempo passou dormindo, foi como se estivesse em um longo sonho, o melhor dos sonhos. Ele acordou e se levantou lentamente, sentando se na borda da cama.
— A quanto tempo eu estou aqui. — pensou ele — depois caminhou até a porta, saiu para o corredor da ala oeste do castelo, um longo corredor cheio de portas e no fim a escada que dava a porta principal e logo o grande salão, era um castelo pequeno mas confortável. Gwayne sabiam que eles deveriam ser uma das casas cavaleirescas mais ricas do Oeste, os Vikary de ForteOrgulho. Ele desceu e caminhou até o salão, ele conseguia ouvir o barulho que vinha lá de dentro. Enquanto isso o guarda na porta estava falando com ele, mas ele não ouviu nada do que ele disse. Estava atordoado. Ele colocou a mão na cabeça, viu que seu cabelo estava longo demais.
— Cabelo de garota. — murmurou.
O cabelo crescera muito enquanto dormia, enquanto ele examinava o cabelo, os guardas abriram as portas do grande salão. Revelando o motivo de tanto barulho.
Gwayne ficou assustado com o que viu.
— Homens de ferro.— disse baixinho, sem acreditar.
Sor Lymond berrou do estrado para ele com alegria. — meu garoto ja está em pé novamente! — dissera.
Gwayne observou o salão cheio. Sor Patrick o capitão da guarda e Sor Leo acompanhavam seu avô, Sor Lymond. o resto da mesa estava cheia de nascidos de ferro. uma mulher enorme desceu do estrado e caminhou em sua direção. aproximou-se dele e beliscou sua bochecha de forma doce.
Ele pensou que esse seria o toque carinhoso dela, o forte provavelmente teria arrancado sua carne.
— Um bebê garoto! — Disse ela sorrindo. — Você deve ser o garoto que Sor Lymond tanto falara, sorriu.
Longos cabelos loiros corriam em seus ombros conforme ela se balançava, parte trançado e parte solta com pingentes de ouro a tilintar, olhos azuis, vestia um vestido azul com uma cinta de ouro. Gwayne gostou de como ela se parecia. um rosto gracioso e ameaçador.
Um homem surgiu atrás dela, este era ainda maior do que ela, pelo menos uma cabeça acima. então, ele embaralhou seu cabelo com a enorme mão.
— Parece uma garota. — Disse ele, então gargalhou. — dois garotos com a aparência de quinze e dezesseis anos riram junto.
Gwayne dera um olhar carrancudo e autoritário ao homem.
— Não assuste o nosso novo bebê. — Disse ela, fechou os braços entre os seios e fez cara de brava ao homem.
— O Leão mostra suas garras. Você será um grande Guerreiro! — disse ele, com um sorriso gentil no rosto, tocou sua cabeça novamente. Então gargalhou e partiu conversar com Sor Lymond atrás. Gwayne não entendeu a fala dele "o Leão mostra suas garras" ele observou várias crianças correndo pelo salão, brincando com espadas de madeira, a maioria sendo garotas. Gwayne observou que Cerella observava incrédula do estrado, seus olhos estavam arregalados. Depois ela veio correndo até o primo o abraçar.
— finalmente acordou! — disse ela entusiasmada. Ele respondeu com um sorriso atortoado. Daeron estava brincando junto das crianças. Ele sentiu um pouco de inveja. Uma das garotas chegou perto dele, o observou de perto, quase colando o rosto no dele, dera um rodopio e então passou a mão em seu rosto. Ele sentira o gosto do mar em seus dedos. Depois ela saiu deslizando a mão até a parte final do cabelo dele, enquanto Cerella olhava atentamente com olhos semicerrados e braços traçados.
— doidinha, não? — murmurou Cerella.
A garota saiu correndo de volta para cochichar com duas outras garotas. que pareciam gêmeas aos olhos dele. Ele viu Sor Lymond e o Homem apertarem a mão. Seu avô era um homem alto, mas pelo menos uma cabeça menor que aquele homem. Depois disso eles saíram para fora. Cerella então pegou sua mão e o arrastou dali.
— precisa cortar o cabelo, primo. — Disse ela ofegante. — Venha, agora mesmo.
foram até a cozinha, então ela puxou uma enorme faca.
— tem certeza, Cyre? — com os olhos semicerrados.
— confia em mim. — disse ela rapidamente, então pegou sua mão e o sentou na cadeira. ela cortou o cabelo dele ali mesmo, até o pescoço e então fez um sinal que havia terminado. Ela o puxou até o espelho mais perto.
— ficou bom, obrigado. — disse dando um beijo em sua bochecha. Ela dera sorrisinhos, então voltaram ao salão principal. Os nascidos de ferro já não estavam ali, apenas serviçais e o pessoal do castelo. Sor Lymond, que estava acompanhado de Sor Leo na entrada do castelo chamou por Gwayne.
— Vamos Lady Cerella, as crianças estão lá fora. — Disse Sor Leo gentilmente. — Eu a acompanharei. Ela saiu saltitando atrás dele. Sor Lymond dera um olhar pensativo a Gwayne.
— É quase um homem agora, Gwayne. — começou ele. — eu preciso que você seja forte! — Isso vai ser difícil, mas se você conseguir... Ah, meu bom garoto, tudo irá ser diferente.
— Para que? Perguntou Gwayne com medo da resposta.
— você irá com o Senhor Wulf. — disse Sor Lymond rapidamente. — você recebeu parte do treinamento de cavaleiro aqui em ForteOrgulho mas precisa agora do treinamento da Guerra. — disse ele com tristeza na voz.
— Irei para onde, Senhor? Disse Gwayne em tom irritado.
— não é mais seguro para você estar aqui. — Disse Sor Lymond, colocando a mão no ombro dele, então continuou. — Tywin pode estar por trás das mãos daquele bêbado. — disse o avô com rosto sombrio.
— mas...
— Wulf concordou em te receber, ele vai te ensinar táticas de guerra e a arte de lutar dos nascidos de ferro. — disse em tom que não aceitaria respostas. Se ajoelhou e colocou as mãos nos ombros do neto.
— Já fazem nove anos desde a última guerra. o Levante de Balon Greyjoi. meu segundo filho morreu lá... Mas o seu pai e o de Cerella retornaram, homens feitos, fortes!
— Se lembra do sonho que você me contou? Disse ele perguntando a Gwayne.
— Lembro. — respondeu ele rapidamente.
— eles são mercenários das ilhas de Drunn, são conhecidos como Gudrunn. Disse o avô em tom firme.
— O homem que você viu agora pouco é o Líder deles. O Próprio Wulf Gudrunn e sua esposa Brianna Darke. Eles foram expulsos das ilhas de ferro por serem "fanáticos" pelo menos é o que dizem, eu diria convictos.
— Wulf te aceitou como escudeiro, você estará com ele apartir de hoje. — Gwayne abriu a boca para reclamar, mas desistiu ao ver o rosto de Sor Lymond.
— Eles sabem sobre o sonho? Perguntou Gwayne.
— Se eles não soubessem eles não viriam.— Disse Sor Lymond com dureza na voz.
— Agora vamos. precisamos enforcar o maldito homem.
caminharam juntos para fora, passando pela porta e depois o curto corredor, então a última defesa do castelo, uma grande grade levadiça com um porta talhada nela. os dois garotos que riram dele antes o olharam, atrás deles Wulf e Brianna se erguiam como colossos sentinelas.
— venham. — disse Gwayne com autoridade na voz. Logo Cerella e Daeron se colocaram ao seu lado. Sor Lymond mandara os guardas trazerem o homem e colocarem uma corda em seu pescoço.
O homem berrava dizendo ser inocente, mas ninguém o escutava. Gwayne sabia que ele era inocente, era apenas um bêbado, não teria como ele fazer aquilo.
— ele não conseguiria quebrar aquela janela... — murmurou ele, apenas Daeron pareceu escutar. Gwayne fechara os olhos da prima. — não veja isso. — disse ele.
Algumas pessoas jogaram tomates podres no homem que gritava. Então, Sor Lymond dera a ordem. Gwayne assistiu até o fim, quando todos se viraram para continuar com seus assuntos, ele continuou olhando até não ter um pingo de vida em seus olhos. Então, o Represeiro chorou.
— Sangue. — murmurou ele. mas ninguém percebeu.
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