Eu estava lá parado, encarando minha esposa enquanto ela sentava à minha frente, imóvel e sem pestanejar. Ela estava respirando? Eu não conseguia dizer. A preocupação me roía, fazendo-me morder o lábio em antecipação nervosa.
Eu finalmente tinha contado a verdade, o segredo que estava escondendo por tanto tempo. Ela não tinha reagido bem, para dizer o mínimo. As palavras de Azar me empurraram a revelar a verdade, mas agora eu estava cheio de dúvidas. Eu tinha feito a escolha certa ao contar? Ela algum dia me perdoaria?
Ela sempre foi perceptiva, e eu sabia que ela descobriria eventualmente. Mas a hora parecia errada, e eu não conseguia me livrar do sentimento de culpa que pesava fortemente em meu peito. Eu tinha mantido esse segredo por tanto tempo, pensando que estava protegendo-a, mas agora eu percebia o dano que havia causado.