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80% Karaokê. / Chapter 16: 16. Ok, é sua vez...

章節 16: 16. Ok, é sua vez...

Gabriela acorda agitada, não conseguindo nem ver quem está atrás de seu corpo na cama. O quarto em tons escuros é iluminado apenas por alguns raios que burlam a persiana.

— Meus Deus! — Gabriela rapidamente senta na cama, assustada. — Que quarto é esse?

Gabriela levanta sem pensar muito e o mundo parece rodar, Beatrice logo se agita na cama vendo a latina ficar tonta e tentar se escorar em algo.

— Ei, Gabriela?

Beatrice rapidamente se ergue, saindo da cama e ajudando Gabriela a se equilibrar.

— Beatrice! — Gabriela respira aliviada e inicia um monólogo. — Ainda bem! Eu nunca dormi na casa de alguém por uma noite apenas, só minha ex-namorada, mas eu fiquei assustada que pudesse ter transado com alguém e eu não lembrei de muita coisa quando acordei! Mas agora eu sei que nada aconteceu, só o constrangimento de você me ver nua no banheiro mesmo.

— E depois você jogando água em mim como uma criança birrenta e derramando café em você mesma, não foi muita coisa... — Beatrice brinca e Gabriela geme sentindo a cabeça ficar ainda mais dolorida do que já está.

— Eu não acredito! — A Rivera ri baixinho, enquanto a outra aperta a própria cabeça como se isso fosse fazer a dor passar.

— Vou pegar água e remédio para dor de cabeça, não se mexa.

— Ok, obrigada...

Gabriela fica por ali durante algum tempo e depois vai embora para o próprio apartamento, não sem que Beatrice deixe de perguntar sobre o Brunch no dia seguinte. No apartamento Gabriela encontra Carlos conversando com a mulher que conheceu na noite anterior, Rose. Junny ainda está na casa de Alexandra, então Gabriela está livre de implicâncias sobre ter ido embora com Beatrice, até que a grandona chegue em casa.

*****

Gabriela sai para a academia na parte da manhã por não ter aulas, esse foi o motivo de ter marcado o Brunch com Beatrice em uma segunda. Depois que volta da academia, combina com Beatrice a hora que sairiam, Gabriela é tão folgada que acaba pegando carona até para ir para o lugar onde fariam o Brunch.

— Você está com uma BMW agora, uau! — Gabriela comenta animada ao entrar no carro de Beatrice.

— Sim, uma BMW série M. — A Rivera fala como se não fosse grande coisa, por mais que estivesse animada com o carro novo.

— Legal... — A resposta da latina entrega que para ela não faz grande diferença.

— Você entende de carros, não é?

— Nem um pouco. — Gabriela responde risonha, enquanto coloca o cinto e olha para Beatrice ao lado, saindo com o carro da garagem.

— Percebi. — Sorri para a Álvarez rapidamente. — Pode colocar uma música se quiser.

*****

Elas chegam ao gastropub que Beatrice está super animada em mostrar para Gabriela.

— The Nickel Mine, gastropub... — Gabriela está olhando para cima, prestando atenção na placa do lugar um tanto rústico e que lhe parece muito agradável. — Nunca fui em um "gastropub".

— Você está caçoando, não é? — a Rivera tem um risinho irônico nos lábios para Gabriela.

— Um pouquinho.

— Boba. — Beatrice retruca sorridente para Gabriela que está lhe encarando quase como um desafio. As duas seguem para dentro do lugar, a pegada rústica com algumas plantas envolta, dá uma boa harmonização no lugar com as mesas distribuídas mais pelos cantos do lugar já que pela noite ali é um bar e as pessoas gostam de dançar. — Reserva para Rivera.

— Pode me acompanhar, senhorita. — A recepcionista diz, ela parece saber quem Beatrice é, pois olha algumas vezes como quem se pergunta se pode estar ficando confusa.

— Que chique, hã... — Gabriela brinca com Beatrice antes de se sentarem, quando chegam até a mesa.

A mulher espera que as duas sentem para depois perguntar:

— Gostariam de pedir agora?

— Tudo bem por mim e você, Gabriela? — Beatrice olha para Gabriela por cima do menu que acaba de pegar para dar uma olhada, por mais que já soubesse o que quer comer.

— Pode ser, eu vou querer o que você pedir. — A fala da latina mostra que ela está envergonhada, algumas pessoas olharam para elas quando elas chegaram e isso a fez ficar um tanto nervosa e desconfortável.

— Certo. — Beatrice rapidamente concorda, observando Gabriela por um curto período de tempo. — Vamos pular as entradas. — A mulher murmura um 'ok' enquanto olha para o bloco para anotar os pedidos. — Dois croissants recheados, uma porção pequena de torradas com abacate e dois ovos mexidos com bacon.

— Bebidas?

— Uma mimosa e um suco de laranja. — Rivera lembra que Gabriela não se dá bem com álcool e quis agradá-la dessa forma, ainda mais depois da recém experiência. — É isso.

— Certo.

— Obrigada. — Gabriela fica um pouco idiota olhando para o sorriso simpático que Beatrice dá para a mulher, que logo se afasta.

As duas ficam em silêncio por alguns instantes e fingem estarem ocupadas com os menus ainda.

— E aí?

— Hmm?

— Qual foi a sensação de cantar para um público?

— Aterrorizante! — Gabriela arregala os olhos ao pensar naquilo. — Não sei como consegue!

— Ah, eu amo! — Beatrice deixa o menu de lado para olhar a latina. — Sempre quis me apresentar, em breve vou para minha primeiro tour... Eu já participei de tours, mas só fazendo aberturas... Depois que meu primeiro CD for lançado em Jullho, pretendo sair em uma tour só minha.

— Uau, isso é incrível! — Gabriela fica empolgada e se mexe na cadeira ficando mais perto de Beatrice para poder apertar a mão dela, parabenizando-a assim. Logo um sorrisinho sapeca nasce nos lábios de Gabriela. — Acho que vou contar para os seus fãs, eles vão ficar super animados!

— Você está dando atenção para eles? — Beatrice questiona sem se importar com a brincadeira anterior de Gabriela. — Deve receber perguntas o tempo todo.

— Sim, eles ficaram super curiosos, novamente, depois de assistir nós duas cantando juntas... — Gabriela responde fazendo pouco caso, mas por dentro sentindo até o estômago se agitar de forma ansiosa. — Tenho em minhas desconfianças que foi Junny que nos marcou e publicou os vídeos em algum 'Twitter' secreto dela.

— Eu não duvido da capacidade dos meus fãs também. — Beatrice responde, os pratos chegam e são disposto na mesa, Gabriela apenas observa o lugar enquanto Beatrice está prestando atenção na mulher que fala alguma coisa sobre os pratos.

— Obrigada. — Gabriela agradece quando percebe a mulher olhando para si, ela sorri um pouco demais e logo se retira, Beatrice finge que não viu o olhar da atendente sobre a latina e começa a comer seus ovos mexidos com bacon.

— Gostou?

— Sim, quem diria que torradas de abacate seria algo tão bom? — Gabriela responde após toma um gole do suco de laranja. — Uau, é demais!

— Hmm... — Beatrice limpa o cantinho da boca depois de pegar Gabriela olhando ali algumas vezes. — Nós podemos continuar o jogo de perguntas que começamos na sua casa?

— Aquele que você dormiu no meio? — Gabriela provoca com um sorriso abusado.

— Esse mesmo. — Beatrice concorda rindo, logo ficando nervosa com o sorriso bonito de Gabriela.

— Claro. — Gabriela mexe em seu prato de ovos com bacon sabendo bem o que falta ali para ficar melhor. — Qual veio primeiro, a galinha ou o ovo?

— Você perguntou isso por que está encarando os ovos? — Beatrice pergunta achando graça, Gabriela lhe fez uma pergunta que não poderia ser mais aleatória.

— Talvez... — a resposta de Gabriela vem sem graça. — Acho que está faltando ketchup aqui.

Beatrice logo lembra do que Junny disse e há dias ela tem o que Gabriela precisa consigo.

— Eu tenho na bolsa se quiser. — Beatrice responde e logo pega sua bolsa na cadeira vazia, em seu lado direito.

— Você está brincando?!

— Não, eu realmente tenho. — Gabriela fica espantada quando Beatrice tira alguns sachês de ketchup na bolsa, quase como se estivesse traficando.

— Você é minha alma gêmea? — Gabriela se inclina sobre Beatrice enquanto sussurra. — Obrigada, você salvou minha vida!

— Não foi nada. — Beatrice responde, Gabriela começa abrir os sachês de ketchup com os dentes. 'Tão graciosa...', Beatrice caçoa em pensamento, achando a latina simplesmente adorável mesmo assim. — Um lugar que você nunca foi mais adoraria ir?

— Tailândia... Elefantes! — Gabriela responde enquanto come, ela faz uma pausa em seguida para perguntar. — Quem é seu fã ou torcedor número um?

— Acho que são meus pais. — Beatrice nem precisa pensar muito para responder, enquanto pegando um crossaind. — Qual foi a última coisa pela qual você chorou?

— Chorei vendo um filme ontem, se chama 'Saving Mr Banks'. É sobre a história da mulher que escreveu Mary Poppins, sua história real, e Walt Disney. Eu estava soluçando literalmente. Você não pode me perguntar a última vez que chorei. Sempre vai ser tipo, nas últimas 10 horas. — Beatrice até que gosta quando Gabriela começa a falar e falar, deve ser porque adora o som da voz dela e de como fica empolgada enquanto fala. Gabriela ignora Beatrice rindo dela falando que chora demais e continua com as perguntas. — Quando é seu aniversário?

— 25 de Jullho.

— Uau, seu álbum sai no mês do seu aniversário.

— Sim, é um mês especial, então, eu quis fazer isso. — Beatrice responde animada, enquanto pensa no que perguntar. — Hã... Eu vejo que você e o Carlos, não é? — Gabriela responde um 'sim' rapidamente e a Rivera continua. — Vocês se dão muito bem, você tem um relacionamento próximo com seus pais também?

— Totalmente! Nós somos muito unidos. — Gabriela responde terminando de comer mais, ela simplesmente tinha adorado cada coisa que Beatrice pediu. — Em breve devo voltar para Miami, ficar perto da minha irmã mais nova e dos meus pais.

— Eu gostaria de voltar para Miami também, mas no momento por conta da minha carreira não dá... Acho que só vou no próximo feriado ficar com eles uns dias. — Beatrice recebe um sorriso animado de Gabriela. — Hã... Qual seu feriado favorito?

— Ano novo! Amo recomeçar!

— Eu penso o mesmo. — O sorriso de Beatrice é tão genuíno e acolhedor que Gabriela sente mais uma vez aquelas borboletas no estômago, se martirizando pela volta delas. Beatrice respira fundo antes de fazer a próxima pergunta, ela teria que chegar em algum lugar no momento ou nunca aconteceria. — Qual é a sua ideia do encontro perfeito?

— Oh, eu não sei, mas algo bem tranquilo envolvendo pizza! — Gabriela responde normalmente, Beatrice capta essa informação para unir junto as informações que tem Iris conseguiu com Junny. — Talvez ficar em casa comendo besteiras... É o que penso como perfeito, acho.

— É bem simples na verdade, adorei. — Beatrice responde tentando se manter normal por apenas pensar na possibilidade de chamar Gabriela para sair. — Sabor de pizza favorito?

— Você pulou a minha vez. — Gabriela não deixa passar.

— Ah, desculpa...

— Havaiana. Controverso, eu sei! Eu não entendo... Abacaxi na pizza é bom. Doce e salgado, uma das melhores criações da humanidade. Entenda, aceite havaiana!

— Não é ruim mesmo...

— Vou levar isso como algo não muito ofensivo. — Gabriela brinca, encarando Beatrice com um olhar fingidamente desconfiado. — Qual foi a coisa mais embaraçosa ou desagradável que você fez quando era jovem?

— Eu não posso te dizer, acho que teria que te matar. — Beatrice brinca tentando colocar medo em Gabriela, mas rindo em seguida.

— Meu Deus, Beatrice Rivera! — Gabriela retruca, rindo também. — Ok, é sua vez...

— Você gostaria de sair em um encontro comigo?

— Um encontro? — Gabriela quase teve uma pane com a pergunta. — Acho que seria legal.

— Você está falando isso como uma reposta para nosso jogo de perguntas aqui ou como numa real possibilidade de sair comigo?

— Hã... — Gabriela respira profundamente para acalmar o que quer que estava acontecendo em seu corpo e responde: — O que você estiver falando.

— Então vai sair comigo? — os olhos de Beatrice se arregalam um pouco.

— Se você estiver me chamando sim? — Gabriela fala incerta.

— Você disse sim para sair comigo? — a Rivera questiona, a contínua ansiedade crescendo em seu corpo.

— Se você estiver me chamando... — a cara confusa da latina entrega que ela de forma alguma conseguiu entender ainda.

— Eu realmente, oficialmente estou te chamando para um encontro. — Beatrice se inclina para perto de Gabriela que está a sua esquerda.

— Um encontro... Romântico? — Gabriela solta um suspiro nervoso, Beatrice encosta no ombro da latina, sorrindo.

— Bem, eu não conheço outro tipo de encontro.

— Tem encontros não-românticos, entre amigos. — A resposta que para Gabriela é óbvia, faz Beatrice negar com a cabeça e voltar a posição em seu lugar.

— Não, isso são saídas com os amigos e não encontros.

— Oh, ok. — Gabriela diz um pouquinho assustada após a explicação de Beatrice. — Então romanticamente nós vamos sair?

— Sim?

— Que dia?

— Na sexta? — a Rivera fala enquanto a latina está surtando igualmente a ela por dentro.

— Legal. — 'MEU DEUS, vou sair com a Beatrice?!', Gabriela pensa tentando se acalmar e puxando assunto para não precisar falar do tal encontro até chegar em casa e poder surtar. — Eu adorei esse lugar...


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