Bônus da Laura
Eu estava com um ódio mortal dessa tal fulaninha. Ver a putinha ali abraçada ao meu homem me fez querer voar as minhas mãos em seu rosto e tirá-la de cima dele.
— O prazer é meu, me chamo Laura Munhoz — cumprimento-a medindo-a de baixo para cima.
— Eu atrapalhei alguma coisa?
— Que isso, minha rainha, você não atrapalha em nada — ele responde, olhando para ela com carinho. Sinto inveja.
— Que bom, eu vim mais cedo para podermos almoçar. E espero que essa reunião de vocês não demore muito.
— Ah, minha rainha, estávamos só finalizando a nossa conversa.
— Tem certeza de que estamos finalizando?
— Sim, eu tenho!
— Ah, sua namoradinha sabe que estou grávida? — solto, e vejo a cara de surpresa que a talzinha recebeu.
— Não, ela não sabe — a própria sonsa fala. — Não deve ser muito interessante esse assunto, sendo que ele não comentou nada — ela dá de ombros.
— E não é mesmo!
— Leon, como você pode dizer isso? — falo, brava.
— Simplesmente eu estou dizendo que esse filho, como você mesma disse, não é meu!
— É claro que é seu!
— Impossível ser meu filho, porque sempre fizemos sexo com camisinha.
Fico com ódio por ele ter uma excelente memória, e não quero nem saber, ainda preciso insistir nessa questão.
— Leon, a gente sempre fazia amor! — deixo bem claro que o que tínhamos era muito importante para mim e iria mostrar para aquela mulherzinha que vou fazer de tudo para ter o meu homem ao meu lado.
— Laura, né? — pergunta a mocreia.
— Sim, Laura.
— Então, Laura, vamos deixar o assunto bem claro aqui, deixa eu te esclarecer uma coisa. O Leon é meu homem, meu amor e nunca vai tocar no seu corpo, porque, se ele tem amor à vida dele, ele vai cumprir — ela fala, ameaçando o Leon.
— Você tem o que, 18 anos? — provoco-a. — Meu Deus, você acha que ele está apaixonado por você? Uma criança que mal saiu das fraldas?
— E você acha que ele está apaixonado por você?
— E por que não? Eu sou a única mulher que pode satisfazê-lo na cama e fora dela, e não uma criança que ainda não sabe o que é fazer um sexo bem feito — declaro, amando atormentar essa criança idiota.
— Sabe o que é mais engraçado nessa história toda? É que você sabe que ele me ama e está tão desesperada por tê-lo perdido, que é capaz de falar besteira só para atingir os seus objetivos.
— Ele não te ama! — declaro.
— E por que você acha que não a amo? — ouço o Leon me perguntar.
— Eu sei disso, seu corpo é meu!
— Ele nunca foi seu! — ele diz, e isso doeu.
— Você me pertence, Leon!
— A única mulher a quem pertence o meu coração e o meu pau é essa, como você mesma disse, "menininha" — ele afirma, abraçando aquela maldita criança.
— Leon, pensa direito, estou grávida do seu filho.
— Então, como você mesma disse, se o filho é meu, quero fazer um teste de paternidade assim que a criança nascer, e se for meu assumo com certeza. Agora, uma coisa eu te digo, é mentira que já fiz sexo sem camisinha, eu não seria tão louco de engravidar uma louca como você! — essas palavras me doem.
— Eu te amo, Leon! — declaro, e vou desabotoando a minha blusa para ele ver como eu sou perfeita.
— Laura, abotoa essa blusa — ele pede, e não obedeço.
— Você não vê, Leon, que eu sou uma mulher completa para você?
— E você não vê que está se humilhando à toa? — a menininha provoca.
— Por que você não vai para o inferno, que a conversa aqui não é para criancinha?
— Ah, menina, se o inferno é o que o Leon fez comigo hoje de manhã em meu corpo, eu vou com o maior prazer.
— Você se acha mesmo, não? — falo, sabendo que tinha que dar um jeito nessa idiota.
— Me acho, sim. Agora, vou pedir pela última vez: desaparece daqui!
— Leon, olha como essa criança está me tratando — ele me olha com pena, e isso me incomoda.
— Essa criança aqui tem todo o direito de falar com você desse jeito e como ela quiser — ele a defende.
— Você vai se arrepender da forma como está me tratando! — falo para ele, pegando a minha bolsa e me virando para ir embora.
— E você vai tarde! — ouço a menininha e me viro, tentando me controlar, mas a vontade é de pegá-la e tirar esse sorrisinho na unha.
— Eu vou, mas eu volto, e uma coisa vou te dizer, coisinha insignificante, esse homem ainda vai ser meu!
— É o que veremos — ela declara, e saio com um sorriso, sem me abalar. Porém, assim que saio, sinto as lágrimas escorrendo de meus olhos. Aquilo não ficaria assim, eu juro.
— Você vai me pagar caro, Leon Vitorino, por ter me traído — falo para mim mesma dentro do elevador. Quando já estou no meu carro, deixo as lágrimas de raiva caírem e declaro: — Ninguém vai tirar o que é meu, nem que eu tenha que matar aquela menininha ordinária — abro o porta-luvas, de onde tiro um revólver, e faço carinho nele. — Você vai se arrepender, Leon Vitorino, por ter me trocado por uma criança! — guardo a arma. Eu tinha que pensar com calma como iria me vingar daqueles dois, ou não me chamo Laura Munhoz.