As portas para o labirinto se abriram com um rangido assustador. Rita hesitou por um momento, o coração batendo forte no peito. Ela sabia que não tinha escolha; ficar parada significava morte certa. Com os nervos à flor da pele, avançou com cuidado, os olhos atentos a cada detalhe enquanto caminhava pelos corredores enferrujados.
"Esse lugar fede a ferrugem," pensou Rita, sentindo o cheiro metálico forte e amargo invadir suas narinas. "Mas como eu queria que essa facção estivesse só enferrujada... Está completamente podre." A repulsa e o ódio borbulhavam dentro dela, dando-lhe a coragem necessária para seguir em frente.
Finalmente, ela chegou ao espaço onde as armas estavam dispostas. Seus olhos se iluminaram ao ver sua fiel marreta e as bombas de fumaça, mas antes que pudesse agarrá-las e sair, ouviu um grito estridente.
— Mais uma kill, mais uma kill! Essa tá no papo! — A voz histérica veio de um homem estranho que avançava em sua direção, girando um arame farpado na mão direita. Ele usava uma luva de proteção e um bracelete improvisado que lançava mais arames com uma precisão assustadora.
Rita reagiu rápido, esquivando-se dos primeiros golpes, mas não pôde evitar que alguns arames a atingissem, deixando marcas dolorosas em sua pele. Ela percebeu que não poderia se esquivar para sempre. Decidida a virar o jogo, lançou uma de suas bombas de fumaça, tentando criar uma distração.
O homem, que se chamava Spencer, soltou uma risada frenética ao vê-la desaparecendo na nuvem de fumaça.
— Qual é a graça, seu esquizofrênico do caralho? — gritou Rita, avançando na direção dele.
Mas Spencer apenas se esquivou com facilidade, prendendo as mãos de Rita com arames laminados. A dor foi instantânea, cortante, mas Rita resistiu ao impulso de gritar. Ele se aproximou, a expressão delirante, e zombou:
— Sua idiota! Meus óculos são infravermelhos. Essa sua fumacinha não serve pra nada!
Rita, porém, não estava disposta a se render. Com um chute poderoso, ela acertou Spencer no rosto, fazendo-o cambalear para trás.
— Sua piranha! — berrou Spencer, furioso. — Vou te fazer implorar para morrer rápido, mas vou ignorar seu clamor! — Ele disparou uma série de arames elétricos, prendendo Rita de forma ainda mais dolorosa.
Imobilizada e sentindo a eletricidade pulsar em seu corpo, Rita foi forçada a reviver o inferno de seu passado. Em sua mente, voltou ao momento em que saiu daquele maldito bunker. Estava faminta, desesperada, e roubou um comerciante que, por azar, era aliado do Comando. A tortura que se seguiu foi tão brutal que apenas a memória causava agonia em qualquer um que a ouvisse. Mas aquilo... aquilo não a quebrou.
"Essa dor não é nada," ela se forçou a acreditar, e com um grito primal, arrancou os arames de seu corpo, ignorando os ferimentos e a dor intensa.
Spencer, vendo sua presa se libertar, entrou em pânico.
— Fudeu, fudeu, fudeu! — repetia, cada vez mais frenético, enquanto tentava recuar.
Mas era tarde demais. Com toda a força que ainda lhe restava, Rita agarrou sua marreta e desferiu um golpe certeiro na cabeça de Spencer, esmagando seu crânio. O corpo dele caiu pesadamente no chão, morto na hora.
Com a adrenalina ainda correndo em suas veias, Rita tentou manter-se de pé, mas seu corpo, exausto e ferido, cedeu. A última coisa que viu antes de desmaiar foi a silhueta de Luca correndo em sua direção, tendo chegado a tempo de vê-la vencer a batalha.
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