Diana parou de roer as unhas, um sorriso suave crescendo gradualmente em seus lábios.
"Você é meu, senhor, somente meu. Ela não pode tê-lo." Ela balançou a cabeça negativamente.
"Eu tenho que matá-la! Eu vou matar-"
Um aperto firme segurou seu pescoço em uma batida de coração, e antes que pudesse processar o que havia acontecido, ela foi lançada contra a parede mais próxima, a cabeça batendo dolorosamente contra a sua aspereza.
O ar foi expulso de seus pulmões enquanto ela cuspiu uma boca cheia de sangue que havia subido imediatamente à sua garganta.
Seus olhos reviraram para trás, para dentro do crânio, e ela agarrou a mão de César, lutando para se libertar. Respirar estava difícil para ela, e ela se esforçava, lutando por um vislumbre de ar.
"Se você encostar um dedo na Adeline..." Os olhos de César ardiam com uma intenção assassina reprimida, que enviava calafrios pela espinha dela. "Você não poderá imaginar o que eu farei com você, Diana."
Sua voz estava pouco audível, mais um sussurro que fazia arrepios surgirem em sua pele imediatamente. "Conheça. O. Seu. Lugar!"
Seu aviso foi bem recebido, pois Diana começou a se agitar, a gemer baixinho e a se debater em seu aperto para escapar—para fugir dele por alguns segundos.
Ela precisava de um momento para respirar, para digerir o medo que ele havia marcado dentro dela. Nunca, em cinco anos que o conhecia, ela o tinha visto assim. Ser uma ômega tornava as coisas ainda piores, a ponto de ela começar a soluçar silenciosamente.
Lidar com alfas padrão era possível e um pouco difícil para ela, mas suportar alfas supremos era impossível. Um mero rosnado deles podia fazê-la encolher-se no chão, gemendo de dor e medo.
Ômegas eram os tipos que buscavam mais conforto do que davam. E os únicos que eram capazes de lhes proporcionar essa necessidade eram os alfas, seja um padrão ou um supremo.
Agora, a dor de ser assustada por um era imensurável e a deixava dolorosamente sem fôlego.
César nunca havia levantado a mão para ela, nem a ameaçado assim desde que a conheceu. Essa era a primeira vez, e era tudo por causa daquela mulher.
"Saia do meu escritório!" Ele a soltou e voltou para se sentar no sofá com as pernas cruzadas.
Diana, que tinha caído no chão, respirou e tossiu freneticamente. Seu pescoço estava dolorido e a garganta doía quase como se suas cordas vocais estivessem prestes a ser destruídas.
"S-senhor…" Ela soluçou, levantando os olhos marejados para olhá-lo. "P-por quê? Eu amo você, você sabe disso. P-por que está protegendo ela? Eu não entendo."
César descruzou as pernas e apontou para o chão, seus dedos girando sobre a área diante dele com um sorriso frio.
"Aproxime-se."
Sem pensar, Diana engatinhou em direção a ele, as lágrimas de seus olhos caindo no chão.
César gentilmente segurou o queixo dela e levantou sua cabeça para olhar em seus olhos cinzentos. " Adeline é alguém que me interessa bastante. Eu tenho assuntos inacabados com ela, então mantenha suas mãos longe dela, entendeu?"
"Seja boa e comporte-se." Ele limpou as lágrimas dela com o polegar. "Não me faça machucá-la. Vê-la chorar assim me deixa desconfortável. Eu não gosto."
Sendo um alfa supremo, uma coisa que ele não suportava era ver ômegas chorando na sua frente. Realmente era uma sensação estranha que não lhe agradava.
"Você vai se comportar, não vai?"
Diana não protestou, em vez disso, concordou e se levantou.
"Você não pode amá-la, senhor, você não pode," ela balbuciou, relutante em deixar o escritório. "Só existe eu e-"
"Diana, por favor, deixe-o em paz." A voz familiar que pertencia a ninguém menos que Yuri soou enquanto ele entrava no escritório, fechando a porta. "Preferiria que você saísse agora."
Ele caminhou até lá, curvando-se respeitosamente para César. "Alfa supremo."
César suspirou e observou o rosto de Diana se contorcer de raiva.
"Yuri, isso não tem nada a ver-"
"Shhh." Yuri a silenciou e a agarrou pelo braço. "Vai, saia." Ele a arrastou em direção à saída e a empurrou para fora. Apesar da sua figura esguia, sua força não era brincadeira. Pode-se dizer que a natureza meio que o favoreceu nesse aspecto.
César tomou um gole de seu vinho e recostou-se no sofá. "O que você está fazendo no meu escritório? Você odeia vir até aqui."
Yuri revirou os olhos e trancou a porta. Ele caminhou até lá e sentou-se no sofá em frente a ele.
"Há algo sobre o qual preciso conversar com você. É muito importante," disse ele.
"Hm? O que é?" Os olhos de César seguiram o movimento giratório do vinho enquanto ele espreguiçava o copo de um lado para o outro.
Yuri hesitou, mordendo o lábio inferior em profunda contemplação. Ele olhou para ele e murmurou, "Promete que não vai ficar com raiva."
"Hã?" César lançou-lhe um olhar confuso, sem entender o que ele queria dizer com isso. "O que diabos você fez? Estragou tudo às minhas costas?"
Yuri jogou a cabeça para a esquerda, desviando o olhar. Um sorriso constrangido surgiu em seus lábios. "Ah… Não sou eu quem bagunçou. Hahaha." Ele riu nervosamente, murmurando para si mesmo, "Mas com certeza você vai querer matar alguém."
César arqueou uma sobrancelha, começando a se irritar com a presença dele. "Se não tem nada para falar, saia do meu escritório e-"
"Rurik está vendendo as pílulas para os Petrov," Yuri interrompeu, de pé imediatamente e mantendo uma distância segura.
César congelou. "O quê?" Ele mudou seu olhar para Yuri, e suas sobrancelhas se franziram, sem compreender. "O que você acabou de dizer?"
Yuri engoliu em seco e colocou um sorriso alegre, querendo aliviar o clima. "Bem, não é, er, exatamente culpa do Nikolai. Rurik pulou fora e mudou para os Petrov."
"Não sabemos o que os Petrovs ofereceram, mas para pílulas tão raras e caras, devem ter oferecido muito."
César colocou o copo de lado e se levantou do sofá. Seus passos eram pesados enquanto ele se aproximava de Yuri, cujas maneiras falharam imediatamente. A atmosfera havia mudado, e o ar de repente ficou pesado no peito de Yuri.
Yuri recuou dele até suas costas baterem na imensa janela de vidro do escritório.
Droga… Por que eu até concordei em fazer isso?
César ficou diante dele, completamente dominando o homem esguio e mais baixo, que recuava temerosamente. "Por que está me dizendo isso só agora?" ele questionou.
Yuri permaneceu imóvel, as pernas congeladas no lugar e sobrancelhas franzidas em profunda frustração. Ele engoliu. "Eu-Eu só descobri agora. Senhor, por favor, se acalme."
"Você está louco?" César rosna para ele com a raiva crescendo. "Você entrou aqui para me dizer que Rurik mudou de lado porque Nikolai errou?"
"Então ele estava mentindo para mim todo esse tempo?"