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"Levante sua cabeça para que eu possa ver seu rostinho bonito."
Rosa relutantemente fez o que lhe foi pedido. Era difícil para ela estar ali, ouvindo os sons de luxúria que preenchiam o ambiente e observando seus colegas em suas formas nuas.
Graham, o atual dono do bordel, e seu mestre, percebeu o quão desconfortável ela parecia. Oito anos se passaram e ainda assim ela não conseguia se acostumar com isso.
Ele se deliciava com a visão dela, observando-a se contorcer desconfortavelmente, "Você se tornou tão bela."
Ela não respondeu, tentando ao máximo se distrair.
"Olhe para mim," Graham sussurrou, assoprando fumaça de seu cachimbo em sua direção, "Não me faça levantar e forçar você. Você já deveria estar acostumada com isso."
Ela não conseguia. Era demais.
"Levante sua cabeça ou eu matarei um deles," Ele ameaçou. O canto de seus lábios se curvou, sabendo que ela obedeceria.
Ela levantou a cabeça lentamente, para seu desgosto.
"Você precisa aprender uma lição."
Rosa segurou seu vestido. Ela não queria ir até ele. Suas lições envolviam ele estar perto. Ele a forçava a fazer coisas que ela não queria.
"Rosa!"
Ela não suportava mais isso. Rosa correu em direção à porta. Era tolice. Ela sabia. Mas ela precisava tentar. Talvez desta vez…
"Rosa!" Graham gritou, jogando o cachimbo para a mulher ao lado enquanto se levantava.
Ele a amava mas alcançou seu limite.
Rosa ignorou seus chamados. Ela estava quase na porta. Para seu choque, a porta se abriu. Ela avançou sem hesitar, apenas para colidir com um peito largo. Seu coração afundou. Olhando para cima, ela estava de frente para um homem com olhos azuis hipnotizantes.
Um estrangeiro. Um inimigo.
"Bem, você não é uma coisinha interessante?"
Ela se acovardou, abaixando os olhos para o chão, "Desculpe, não deveria ter esbarrado em você. Eu deveria ter olhado por onde estava indo."
"Zayne!" Graham cumprimentou seu convidado tão esperado. Ele se colocou na frente de Rosa, bloqueando-a do olhar do estrangeiro.
Rosa agradeceu aos seus sortudos estrelas que seu hóspede chegou.
"Esta aqui está fora dos limites. Não para seus olhos."
Zayne Hamilton, general do exército do Rei James, manteve seus olhos na mulher atrás de Graham apesar dos avisos. "Eu tropecei em uma igreja ou um bordel? Não me é permitido sequer olhar para a mercadoria?"
Zayne olhou para as mulheres presentes na sala, "Tenho passado algum tempo no mar. Desde quando mulheres nuas são permitidas em igrejas? O que aconteceu com os bordéis?"
"Este é meu negócio, mas esta aqui me pertence," Graham esclareceu com um sorriso forçado. Ele estava irritado com os comentários de Zayne.
Zayne olhou para a jovem mulher novamente, "Discordo. Mas, se é isso que você convenceu a si mesmo, então que seja."
O sorriso de Graham se transformou em um semblante carrancudo quando sua atenção permaneceu em Rosa. Zayne não o conhecia bem o suficiente. Se conhecesse, não se atreveria a falar com Rosa tão livremente. "Ela é minha."
Zayne sorriu. O dono do bordel estava pronto para começar uma briga com ele por uma mulher? Ele mal tinha chegado e já estava prestes a se meter em problemas. "Calma agora, não tenho planos de roubar o que você reivindicou. Eu estou aqui para conversar."
"Rosa," Graham chamou, olhando por cima do ombro. Ele estava verificando se ela mostrava algum interesse em seu convidado. "Siga agora. Tente não esbarrar em mais ninguém no seu caminho de volta para o seu quarto."
"Sim, mestre."
Ela manteve sua voz baixa, cuidadosa para não capturar ainda mais a atenção do estrangeiro.
Ainda assim, Zayne a observava. Esta terra tinha sido um tédio desde que ele pisou nela. Mas a aparição dela tornou as coisas interessantes.
Rosa foi cuidadosa para não esbarrar nos homens que estavam atrás de Zayne enquanto deixava a sala. Foi por pouco. Ela não queria arriscar esbarrar em outro visitante.
Música preenchia cada canto do bordel. Risadas nunca cessavam e o cheiro de álcool pairava no ar. Agora, seu destino estava selado. Ela se tornaria a mulher de Graham.
Rosa chegou ao seu quarto em segurança. Ela também se certificou de que a porta estava trancada. Ela recuou da porta, pegando a faca que havia roubado da cozinha semanas atrás na pequena mesa.
Graham havia dito a todos que o quarto estava fora dos limites, mas quando bêbado, palavras são insignificantes.
Rosa deslizou para baixo, encostada na parede, sentada entre a mesa e sua pequena cama improvisada. Ela tinha que ficar acordada para se proteger.
"Apenas mais algumas horas," Ela disse, abraçando seus joelhos.
Rosa encostou a cabeça na perna da mesa. Ela fechou os olhos, pretendendo apenas descansar por um momento. Mas ela acordou muito mais tarde.
O bordel estava mais silencioso.
"Que horas são," Ela se perguntou, esfregando os olhos.
Ela se levantou para olhar pela janela. Ainda estava escuro lá fora e até que a manhã chegasse, o bordel permaneceria aberto.
"Preciso de água," Ela murmurou. Ela precisava matar sua sede. Mas valia a pena o risco de ir à cozinha?
Seu plano era simples e direto. Até a cozinha e de volta. Ela já havia feito isso antes quando estava desesperada. Ela poderia fazer isso novamente.
Rosa destrancou a porta cautelosamente e se apressou em direção à cozinha.
"Mais bebidas!"
Ela olhou para sua esquerda, onde ouviu um homem que arrastava suas palavras. A distração a fez esbarrar em alguém.
"Temos que parar de nos encontrar assim."
Quais eram as chances?
Rosa segurou sua faca. Ela não conseguia igualar a força de um homem, muito menos de um soldado treinado. Mas para sobreviver, ela deu tudo de si.
"Isso não vai fazer nada comigo. A não ser que você tenha envenenado para aumentar suas chances," Zayne começou, agarrando sua mão com a faca e guiando-a em sua direção.
"Solte-me!" Rosa implorou em voz baixa, preocupada em atrair mais atenção.
"Estou ajudando você. Você precisa colocá-la aqui," Ele explicou, a faca agora apontando para o centro de seu peito. "Não ande por aí com isso se você não vai usar direito. E não hesite."
Rosa manteve seus olhos fixos no chão. Era sempre melhor evitar encontrar o olhar deles. Ela não queria que ele entendesse mal e pensasse que ela estava tentando seduzi-lo.
"Sou realmente tão feio? Ou existe uma regra que você não pode olhar para os hóspedes? Espero que seja a última," Zayne disse enquanto sua atenção era desviada para o bêbado que cambaleava.
"Não estou à venda," Rosa respondeu, sabendo que ele estava tentando bajulá-la.
Zayne levantou uma sobrancelha. "Não me lembro de ter perguntado por um preço. Você esbarrou em mim, pequena. Não vim aqui buscando sua companhia."
Ela não podia argumentar contra isso porque era verdade. Ainda assim, ela sabia que isso estava por vir. Sempre estava. Por que mais ele estaria em um bordel? "Peço desculpas por esbarrar em você novamente. Com licença," Ela disse, cuidadosamente puxando a faca para longe de seu peito.
"Onde estão as bebidas, bela dama?" O bêbado perguntou por trás.
Rosa virou-se e se apressou para se afastar dele antes que ele tentasse puxá-la para perto. "Você tem que voltar para seu quarto se quiser bebidas. Um criado virá até você."
O bêbado sorriu. Ela recuou diante da horrível visão de seus dentes podres, encolhendo-se com o cheiro de rum. Ela conhecia aquele olhar. Ela tinha que se afastar agora mesmo.
"Por que você não serve para mim?" Ele perguntou, sorrindo de orelha a orelha.
"Quanto você custa?" Ele continuou, disposto a gastar o pouco dinheiro que tinha sobrado nela. "Você é muda?"
O bêbado estendeu a mão para pegar seu rosto, querendo segurá-la para dar uma boa olhada.
Zayne agarrou a mão do homem e a dobrou para trás, surpreendendo Rosa e o bêbado.
Ele se virou para Zayne, pronto para brigar. Mas quando viu seus olhos azuis, ele empalideceu. "E-Estrangeiro..."
Teria sido melhor ver um fantasma.
"Prefiro o nome que minha mãe me deu. Mas sim, sou um estrangeiro," Zayne respondeu enquanto acenava, "Para mim, você é um estrangeiro."
O bêbado fez uma corrida rápida na direção oposta, esquecendo-se de Rosa. Ela estava surpresa. Se estivesse sozinha, teria sido muito mais difícil afastar o homem de si.
Ela havia ouvido muitas histórias sobre pessoas de um reino diferente. Ela não esperava que elas fossem tão úteis para se livrar da atenção indesejada dos clientes.
Um pensamento ousado entrou em sua mente. "Você pode me comprar?"