Carlos, em seu trono, finalmente havia concluído seu plano. Estava alegre e empolgado para apresentá-lo aos Ofanis. Uma satisfação imensa permeava seu ser, e sua felicidade era expressa por um sorriso, enquanto cores brotavam de seu ser.
Ele levantou-se de seu trono, e com voz forte como trovão, disse: "Ofanis!" continuo ele, "filhos da luz, reúnam-se aqui!" Logo, toda a multidão ofanica se ajuntou diante do trono. Seus semblantes eram de curiosidade e espera, sorrisos e apreensão estavam estampados em suas faces. Carlos prosseguiu:
"Sei que vocês já são felizes, mas quero planificar e aperfeiçoar essas mesmas graças. Saibam que prezo por sua liberdade, tanto que os dotei dela. Eu vos amo, e também espero o seu amor, pois amando-me serão verdadeiramente livres e felizes. Vocês saíram de mim, e é natural de se voltem à mim."
Essas palavras tocaram os corações dos Ofanis, e eles tiveram ainda maior reverência à Carlos. Eles estavam sorrindo e se abraçavam alegremente, suas asas farfalhavam, lembrando o som de chuva forte, e seus olhos brilhavam como o núcleo de estrelas.
"Mas," falou Carlos com voz forte, com um tom de seriedade e pesar, "aqueles que não receberem o meu amor libertador, não será obrigado à recebê-lo. Eu respeito cada um de vocês, e quero que livremente optem por mim. Aos que rejeitarem, às consequências serão terríveis. Saibam que, não sou seu carrasco, mas essas consequências são naturais e inevitáveis, uma vez que, sou eu quem sustenta todas as coisas em seu sentido de ser. Afastar-se de mim, é afastar-se de si mesmo."
Isso preocupou os Ofani, e um semblante de angústia caíu sobre eles. Comentavam entre si perguntando quem poderia rejeitar o amor de Carlos. Muitos não conseguem conseber um ato tão malicioso e ilógico como esse. Alguns estavam mais pensativos, e ponderavam sobre tudo o que Carlos havia revelado.
Para o espanto de todos, uma voz forte e estridente bradou: "Não acreditem em nada disso!" Todos se voltaram para a origem da voz, e alí estava; era Estefan. Ferozmente ele se levantará contra Carlos. Convicto de que estava certo. Com um olhar decidido ele prosseguiu:
"Reconheço a bondade do criador, mas sei que ele não está sendo completamente sincero conosco. Ele esconde segredos sob à prerrogativa de que não podemos compreendê-los. Isso me leva a pensar sobre esse "amor e liberdade" que ele tanto fala. Vocês nunca se perguntaram sobre à origem de Celestia? Sobre nós? Sobre ele?" Disse isso aprontando para o luminoso trono.
Essas palavras semearam dúvidas e curiosidade nos corações dos Ofanis. A maioria não se sujeitou aos questionamentos revoltosos de Estefan, e todos os olhares de voltaram ao criador. Carlos vendo tudo isso, foi tomado por compaixão, e se prontificou à responder os questionamentos e dúvidas de Estefan e dos Ofanis hesitantes.