Chương 5: Os Irmãos Valentine IV

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"Vai se foder!" eu ofeguei, cuspindo um bocado de saliva em seu rosto. Blaise não conseguiu desviar a tempo, e eu senti um breve momento de satisfação quando vi minha saliva decorando o lado do seu rosto.

Blaise congelou e, em seguida, limpou lentamente sua bochecha com os dedos, antes de passar minha própria saliva de volta no meu rosto. Eu congelei, de repente percebendo que talvez tivesse mordido mais do que podia mastigar.

A atitude gentil do Blaise derreteu como a ilusão que eu sabia que era, e ele me puxou para cima, forçando-me a ajoelhar na cama, com os joelhos afastados na largura dos ombros, meus braços esticados desconfortavelmente para trás.

Meus músculos das costas e ombros gritavam em protesto. Para meu desgosto, notei também que esta posição exibia tudo que era para ser escondido. Com a forma que ele me fez ajoelhar, eu tive que me inclinar um pouco para frente para manter meu equilíbrio. Isso ofereceu a ele uma visão clara do meu decote. Ele definitivamente não estava tentando esconder que estava olhando.

Um sorriso sinistro curvou seus lábios, mais sinistro do que brincalhão, e seus olhos demoraram nas curvas do meu corpo mais do que o confortável. Eu me contorci onde estava ajoelhada, tentando encontrar uma maneira de me proteger mas tudo foi em vão. Ele simplesmente sorriu ainda mais diante das minhas patéticas tentativas.

- Eu vou lembrar disso. Você vai pagar por isso no futuro - disse Blaise, cravando os dedos no meu rosto, fazendo-me contorcer de dor. - Meninas malcriadas serão punidas. Você manterá essa posição até que eu decida te liberar.

Seus olhos brilharam com a cor da prata fundida, reluzindo com pecado.

Para meu horror, vi-me obedecendo às suas palavras. Ou mais precisamente, não consegui desobedecer suas ordens, não importa o quanto eu quisesse. Meus membros simplesmente não se mexiam. Eu estava presa nessa posição, e Blaise virou-se e me deixou sozinha com uma batida final da porta.

Eu pude ouvir o clique alto da fechadura antes de seus passos se afastarem.

Agora estava fisicamente sozinha, mas aprisionada. Blaise claramente tinha algum tipo de magia. Laços de companheiros não podiam fazer tal coisa e mesmo que pudessem, não estávamos unidos e marcados. Não havia conexão entre nós que lhe permitisse tal controle sobre mim.

"Filho da puta", eu sussurrei embaixo do fôlego, lamentando minhas circunstâncias.

Lydia estava morta e não havia túmulo.

Eu não fazia ideia do que se tratava a cerimônia. A descrição da cerimônia pelo Blaise até poderia parecer reconfortante, mas provocou alarmes na minha cabeça.

Rosto bonito?

Não precisa falar?

Trabalho duro?

O que eles iam fazer comigo?

Minha mente imediatamente girou, conjurando cenários, cada um mais sórdido que o anterior.

Eu ia ser espancada até ficar um bagaço.

Eu ia ser assada viva numa fogueira.

Eu ia ser um sacrifício ritual para a Deusa da Lua.

Ironicamente, essa era a opção menos perturbadora. Eu queria viver, mas se ficar viva significava ser torturada pelos irmãos Valentine, me perdoe Deusa, mas eu preferiria morrer.

"Você não precisa parecer tão derrotada."

Minha cabeça imediatamente se moveu para olhar para cima em vez de focar no colchão, encarando o mesmo conjunto de traços do homem com quem eu estava falando há momentos atrás. Estava ficando confuso vê-los um após o outro, mas a cicatriz no rosto de Damon o tornava fácil de reconhecer.

Isso, e por algum motivo, a atração do seu cheiro era muito mais forte. Uma inalada e eu pude sentir meu estômago se contrair e meus joelhos enfraquecerem. Mesmo com as correntes queimando minhas mãos e me segurando, mal conseguia me sustentar em pé, se não fosse pelo estranho feitiço que Blaise tinha posto em mim.

"Blaise e seus jogos doentios", Damon tutou.

Dito isso, era como se o feitiço em mim tivesse sido quebrado. Eu desabei imediatamente, sibilando de dor enquanto as correntes puxavam meus pulsos dolorosamente. A constrição e o puxão deixaram bolhas vermelhas profundas e feias.

"Você diz isso como se estivesse num pedestal moral", eu retruquei, respirando pesadamente numa tentativa de regular minha dor.

Uma mão veio imediatamente ao meu pescoço, dedos longos envolvendo meu pescoço enquanto eu era empurrada para baixo. Em um movimento rápido, minhas costas estavam planas contra o colchão e minhas mãos arranhavam a mão que se fechou. Mais do que a dor nos meus pulsos era a queimação na minha garganta.

Eu não conseguia respirar.

"Blaise deve ter te falado da cerimônia", comentou Damon. Meus olhos se arregalaram ligeiramente com a menção da cerimônia elusiva mais uma vez, embora nada mais do que um sopro deixasse meus lábios. "Há algo mais que você deveria saber."

Seu aperto no meu pescoço afrouxou um pouco. Eu respirava com avidez, engolindo o máximo de ar que podia. No entanto, eu não tinha esquecido do homem que pairava sobre mim.

Seu joelho separou minhas coxas, uma mão na cama para se apoiar e outra em volta do meu pescoço como uma coleira de obediência. O que me assustou mais do que a mão que controlava minha vida e morte foram seus olhos - eles brilhavam e eram brilhantes, mas cheios de mais sede de sangue do que eu já tinha visto em qualquer outra pessoa, mesmo com as noites passadas à mercê de outros.

"Você pode ser nossa companheira, mas ainda há algumas regras que você precisa seguir", disse Damon.

Ele se inclinou para a frente, seus lábios a uma distância de um fio de cabelo do meu pescoço. Eu podia sentir seu hálito quente atravessar minha pele. Meu corpo me traiu, soltando um gemido enquanto minha pele se arrepiava com o prazer de tê-lo tão perto. Era como se houvesse mil borboletas girando no fundo da minha barriga, suas asas roçando contra minhas paredes em deleite trêmulo.

Ele deve ter notado também - ou talvez, isso fosse o que Damon estava almejando o tempo todo.

"Talvez você precise aprender uma lição."

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