Duas semanas depois
-Gente, as pessoas aqui me disseram que os Arcanjos estão dominando quase tudo.-disse Nickar, com um tom sombrio, enquanto olhava para os outros.
-Isso era o que eu mais temia.-respondeu Landara preocupado
-Então vocês querem sair daqui antes que eles nos encontrem.-perguntou Lucy, já planejando um plano
-Sim, vamos! O Taka já está recuperado o suficiente. Podemos ir para aquela ilha próxima dos Usamas Bin Laden.-sugeriu Nickar
-Antes disso, precisamos de suprimentos. Vamos primeiro ao Mundo das Bruxas para pegar o que precisamos.-disse Landara
O grupo concordou e rapidamente se preparou. Equiparam-se, verificaram as armas e logo depois abriram um portal para o Mundo das Bruxas. Durante o trajeto, Lucy conversava com os outros, enquanto se moviam pelas trilhas desconhecidas. Após algum tempo, abastecidos com alimentos e mantimentos, reuniram-se novamente e atravessaram o portal para a próxima etapa de sua jornada.
Ao chegarem em um novo território, caminharam por horas sob o sol escaldante, até que Nickar reclamou:
-Que calor do caralho...Vamos até aquela aldeia, não tô suportando esse calor!-disse Nickar, enxugando o suor da testa.
Assim que chegaram à entrada da aldeia, foram parados por dois guardas.
-Quem são vocês?-perguntou um dos guardas, com voz firme. Ele parecia desconfiado
-Somos apenas viajantes. Não temos ideia de onde estamos exatamente.-respondeu Lucy com sua voz
-Cara, estamos andando há horas. Só queremos um lugar para descansar!-disse Taka, seco, como de costume.
O guarda os observou por um instante, antes de finalmente ceder:
-Certo, vou levar vocês à minha casa. Minha mulher pode ajudá-los a se acomodar.-respondeu ele, finalmente relaxando a postura.
Ele os guiou até sua casa, onde uma mulher, chamada Nala, os esperava na porta. Ela os observou atentamente ao entrarem, até que Nickar, sempre observador, comentou:
-Porra, Taka, não sabia que você tinha tantos irmãos, geral parecido contigo.-Nickar deu uma risada abafada, enquanto olhava para as pessoas na aldeia.
-Vocês estão com fome?-perguntou Nala
-Eu estou, com toda certeza!-respondeu Lucy, soltando um suspiro.
Dá pra ver. Você e o loirinho aí estão tão famintos que estão até pálidos.-disse Nala, dando uma risada calorosa.
-Que isso, tia, fazendo piadinha a essa hora? Vacilo.-retrucou Nickar, sorrindo
Nala, observando os outros, olhou fixamente para Landara e Taka. Ela fez uma cara curiosa, inclinando a cabeça para o lado antes de perguntar:
-Quem são aquele pretinho e a índia ali?- pergunta nala
Landara deu um passo à frente, educada, e respondeu:
-Meu nome é Landara, muito prazer.- se apresenta Landara
Nala ficou em silêncio por um momento, e depois de um tempo, exclamou:
-Pera aí... você é neta daquela velhinha, não é? Ela sempre dizia que daria esse nome à neta se tivesse uma! Então, o estranho do seu pai conseguiu alguém, hein?-comentou Nala, como se estivesse lembrando de velhas histórias.
Landara sorriu de leve.
-Parece que minha avó é bem conhecida por aqui.-disse Landara, com um olhar curioso.
Nala, então, virou-se para Taka, avaliando-o com um olhar penetrante.
-E você, garoto com cara de cu? Quem é você?- pergunta nala
-Taka.-respondeu ele, de maneira curta e direta, sem mudar a expressão.
-Muito animadinho esse neguinho.-comentou Nala com sarcasmo, rindo enquanto olhava para o loiro ao lado de Taka
-bonitinha, quem é você?-perguntou nala, apontando para Lucy.
-Eu sou Lucy, prazer.-respondeu, sorrindo amigavelmente.
-E você, loirinho?- pergunta nala
-Nickar, filho de Thori — respondeu ele com um tom firme, colocando ênfase no nome do pai.
Os olhos de Nala se arregalaram por um segundo.
-Espera aí... você é filho do irmão daquele cara que levou minha irmã?-pergunta nala
Taka interrompeu, confuso com o comentário anterior:
-Como assim o pai dele é irmão do cara que levou sua irmã?-pergunta taka
Nala respirou fundo, lembrando-se de velhas histórias dolorosas.
-Sim, um homem com o nome de algo relacionado à água... ele levou minha irmãzinha. O nome dela era Naira.- diz nala
Taka parou, sua expressão de sempre se desmanchando por um segundo.
-Naira? -taka disse em um tom mais baixo, quase que perdido em pensamentos.
-Sim, por que você quer saber o nome dela?- perguntou Nala, desconfiada.
-Ela... era minha mãe.-disse Taka, quebrando o silêncio com uma revelação chocante.
Nala ficou em choque por alguns segundos.
-Ela teve um filho... -diz Nala surpresa
- Bem, então fiquem à vontade Podem ficar aqui o tempo que precisarem.- diz nala
Nala se recompôs rapidamente e sorriu novamente, agora com um novo brilho no olhar.
-Venham, vou mostrar para vocês onde nossas irmãs ficam e apresentar o tchutchuco que é nosso sobrinho.-diz nala
Sabia que você tinha alguma coisa a ver com eles,Taka. Você é igualzinho!- exclamou Nickar, olhando para o amigo.-diz Nickar
-Mas antes, gente, antes de qualquer coisa, vocês estão com uma energia muito pesada. Vou dar um jeito nisso antes de levar vocês para o resto da aldeia.-disse Nala, olhando para eles com uma expressão mais séria.
-Como assim?-perguntou Nickar, confuso.
-Vou fazer um ritualzinho aqui para vocês se sentirem mais leves. Algo simples-respondeu Nala, pegando alguns itens de dentro de casa.
-Ah, entendi. São rituais de meditação, né? Ajudam a concentrar a mente e equilibrar as energias?-disse Lucy, interessada.
-Isso mesmo, branquela. Você está sabendo das coisas.-respondeu Nala, sorrindo.
-Obrigada.-disse Lucy, retribuindo o sorriso.
Logo após, eles se preparam para o ritual. Taka é o primeiro a avançar.
-Ah, não sei por que estou fazendo isso... mas vamos lá.-murmura Taka, visivelmente incomodado.
-Você quieto é um poeta, se concentra.-ordena Nala com firmeza.
Relutante, Taka obedece. Ao fechar os olhos, ele se concentra e, de repente, seu corpo é transportado para outro mundo. Um lugar completamente escuro, envolto em um silêncio sufocante.
-Hum... Onde estou?-pergunta Taka, com a voz ecoando no vazio.
-Você está dentro do seu próprio subconsciente.-responde uma voz sombria, surgindo das trevas.
Taka franze o cenho, tentando localizar a origem da voz.
-Quem é você? O que faz eu perder o controle?-Taka o questiona
-Eu? Não, eu sou você.-responde a sombra com uma risada sinistra.
-Não, você não é eu. Você é minha parte fraca.- diz Taka com frieza, tentando manter a postura.
-Parte fraca?-a sombra ri novamente.
-Graças a mim, você está vivo. Eu sou sua vontade de viver, seu ódio, seu instinto de sobrevivência. Eu sou o que te protege. Sou o ciúme que ferve em você. Eu sou o que te salvou quando você estava prestes a morrer! Quem te deu forças quando você mais precisou? Eu estive ao seu lado quando tudo desabava.-a voz se torna cada vez mais intensa.
-Eu sou o seu lado mais forte, e você, você apenas foge. Quando seu bando foi massacrado, a única coisa que você fez foi correr.
-Não... nós dois somos completamente diferentes.-responde Taka, sua voz falhando por um momento, mas ele tenta resistir.
-Diferentes? Nós somos a mesma coisa! Eu sou o motivo pelo qual você ainda respira. Sem mim, você já estaria morto! O que você é? Uma criança fraca, cheia de medo.-a sombra fala, quase cuspindo as palavras com desdém.
-Você... você é só um peso que me faz perder o controle e machucar todos ao meu redor!- grita Taka, sua voz trêmula, mas cheia de raiva.
-Machucar? Eu sou o que te fortalece! Eu sou você. Eu sou o seu lado mais verdadeiro. Enquanto você se esconde, eu luto. Você nunca aceitou seus problemas, só foge deles. Se você tivesse aprendido a se controlar, não teríamos tantos inimigos, tantas perdas. Seu pai, sua mãe, seu mestre... seus amigos. Todos morreram porque você se recusou a entender quem realmente é.-a voz se aproxima, densa e ameaçadora.
Taka fica em silêncio por um momento, suas mãos tremendo de raiva, mas também de dúvida. Ele tenta negar, tenta resistir, mas sabe que, em algum nível, a sombra está certa.
-Eu sou você. E você sou eu. Aceite isso.
Taka se levanta bruscamente, seu corpo ainda tremendo pelo que acabara de vivenciar. Seus olhos estavam arregalados, e o suor escorria pela sua testa. A fogueira ao seu lado mal parecia aquecer a frieza que ele sentia.
-O que houve?-perguntou Landara, a preocupação
Taka respira fundo, tentando acalmar os batimentos acelerados.
-Eu... conversei com algo.-taka diz, sem olhar diretamente para Landara, sua voz carregada de confusão e incerteza.
Antes que a conversa pudesse continuar, Nala se intromete com um tom provocativo, se aproximando com um sorriso sarcástico no rosto.
-Pronto, já que você já acabou, agora é a vez do loirinho que fala demais!-ela diz, apontando para Nickar com um olhar malicioso.
Nickar, deitado e aparentemente desinteressado, apenas resmunga.
-Nem quero. dobre e passo po próximo.- diz Nickar
Nala, no entanto, não estava disposta a deixar isso passar. Ela dá um passo à frente, seu tom se tornando sério e ameaçador.
-se eu fosse você colaborava, então anda logo porque se não vou enfiar esse Machado no lugar onde o sol não bate.-Nala diz, seus olhos brilhando com um aviso silencioso.
Nickar suspira profundamente, revirando os olhos, mas finalmente cede. Ele se deita lentamente, fechando os olhos, e logo se sente sendo puxado para o fundo de sua mente, entrando em um estado subconsciente.
De repente, ele se vê transportado para um lugar familiar, mas esquecido. Ele está diante de uma versão mais jovem de si mesmo, olhando para seu pai, Thori, um homem alto e imponente, com olhos que transbordam julgamento.
-Ai meu Deus... eu não tô aqui, né?-diz Nickar
sentindo um frio na espinha ao perceber onde estava. Ele tenta se afastar, mas é como se estivesse preso àquela memória, forçado a assistir
Logo, uma versão mais jovem de Nickar surge na cena, carregado de frustração e desespero.
-Pai, por que você não tá deixando eu ir com os soldados pra guerra?-diz o Nickar do passado pergunta
Nickar mais velho observa a cena com amargura, já sabendo o que viria a seguir, mas incapaz de impedir as palavras que seriam ditas.
-Eu não quero ver isso de novo...-sussurra Nickar
-Você? Soldado?-Thori responde, sua voz carregada de desprezo.
-A única coisa que você sabe fazer é mudar de agosto! Não passa de um fraco.- diz thori
O Nickar mais jovem abaixa a cabeça, mas não desiste. Ele respira fundo, tentando reunir o que restava de sua dignidade.
-Eu sou fraco, pai? Sério isso? Eu não paro de treinar, eu só quero ser o guerreiro que te dê orgulho!-diz Nickar com sua voz falhando no final
Nickar mais velho sente o coração apertar ao ouvir isso novamente. Ele sabia que aquela luta interna nunca terminaria.
-Eu só queria seu apoio, pai...-o Nickar do passado diz, quase em um sussurro.
Thori, no entanto, não mostrava piedade.
-Se esforçar? Você nunca se esforçou de verdade. Você podia ser como seu irmão, mas olha pra você. Seu irmão morreu sendo um verdadeiro guerreiro, e se ele morreu, o que você acha que vai acontecer com você? Você é só um bebedor fracassado, não um soldado.-diz Thori cospe as palavras, seu desprezo evidente.
Nickar mais velho assiste àquela cena com o sangue fervendo. Ele vê seu eu mais jovem desmoronar, mas ao mesmo tempo, algo começa a crescer dentro dele: raiva.
-O guerreiro que você tanto venerava... ele morreu. E, pelo jeito, você vai perder outro filho. Porque eu vou sair desta maldita ilha, me tornar tão forte que vou voltar aqui e... vou te matar!
O jovem Nickar sai apressado, lágrimas escorrendo pelo rosto, enquanto o Nickar adulto fica parado, observando. Thori o ignora, indo embora da cena, mas Nickar não consegue deixar a memória acabar ali.
Aproveitando a oportunidade, o Nickar adulto se aproxima de seu pai. Seus passos são hesitantes, seus olhos cheios de emoções conflitantes raiva, tristeza e saudade. Então, num impulso, ele o abraça.
-Pai... eu não queria falar aquilo. Eu sinto sua falta...-diz Nickar, suas palavras carregadas de um arrependimento profundo.
Thori, no entanto, não reage, apenas murmura, sem se virar.
-Logo meu pior filho vai dizer que vai me matar... só se for de desgosto.- diz thori
Nickar sente o aperto do abraço vazio. Ele o solta, a figura de seu pai desaparecendo diante de seus olhos.
De repente, ele acorda. Deitado ao lado da fogueira, Nickar passa a mão pelo rosto, percebendo que lágrimas escorriam por seu rosto.
-Oxi... por que eu tô chorando? Que porra é essa?- Nickar pergunta a si mesmo
Nickar ainda confuso, mas sabendo que aquela memória havia mexido profundamente com ele.
-Oi, gente.-diz Haikay sorriu amplamente, como se estivesse se divertindo, seus olhos frios e calculistas vasculhando o grupo.
Nickar, já irritado, cerrou os punhos e foi direto pegar seu machado. No entanto, Haikay levantou uma mão despreocupada.
- Acho melhor não pegar isso. Está cheio de demônios por aqui, e nenhum de vocês pode fazer nada contra mim ou vão se arrepender.- Sua voz carregava uma certeza quase aterradora.
Taka, sempre o primeiro a agir, se levantou em um salto ágil, correndo na direção de Haikay com a lâmina pronta para o ataque. No entanto, assim que se aproximou, Haikay o atingiu com um soco violento no peito. Taka foi arremessado para longe, seu corpo cortando o ar antes de colidir com o chão com força. Ele tentou se levantar, ofegante.
-Eu avisei...- Haikay sorriu de canto. Seu olhar se voltou para Landara.
-E você, indígena... vem até aqui.- diz Haikay
Landara, mantendo-se firme, respondeu com a voz baixa, mas cheia de determinação.
-Eu não vou.- diz Landara
Haikay riu, um som que ecoou de maneira ameaçadora. Ele deu um passo à frente.
-Então, meu anjo, é melhor você vir, porque se não, todo mundo nessa aldeia vai morrer.- Haikay com sua voz era cruel, cheia de malícia.
Nesse momento, Taka surgiu rapidamente atrás de Haikay, e Nickar, recuperado do choque, se levantou, os dois avançando ao mesmo tempo. Porém, Haikay foi mais rápido. Com uma força sobre-humana, ele agarrou a cabeça de ambos e bateu uma contra a outra com brutalidade, lançando-os para longe como se fossem bonecos de pano. Eles colidiram com o solo, gemendo de dor.
Lucy, observando a situação, começou a murmurar palavras de poder, preparando um feitiço de fogo. Suas mãos brilharam com uma luz intensa, e ela lançou o feitiço diretamente em Haikay. As chamas envolveram o corpo dele... mas, para o choque de todos, o fogo apenas queimou suas roupas, deixando sua pele intacta. Ele olhou para Lucy, erguendo uma sobrancelha.
-Sabe, se você realmente fizer o que está pensando, vai morrer antes de conseguir terminar qualquer coisa.- Ele disse com um sorriso frio.-diz Haikay
-É melhor você sair daqui com aquela mulher.- diz Taka
Nickar, furioso, se levantou, passando a mão no rosto enquanto sentia o sangue escorrer da testa.
-Filho da puta... você acha que me jogando como uma bola vai acabar comigo?-gritou Nickar, com os dentes trincados.
Sem hesitar, ele correu em direção a Haikay, o ódio alimentando seus movimentos. No entanto, assim que chegou perto, Haikay o atingiu com um soco no peito. O impacto foi devastador, mas Haikay nem sequer se moveu com o golpe. Ele agarrou Nickar pelos cabelos, forçando sua cabeça contra o chão com força esmagadora, rachando a terra abaixo deles. Nickar grunhiu de dor, incapaz de reagir.
Taka, que havia se recuperado parcialmente, voltou ao combate, tentando cortar Haikay com sua lâmina, mas foi interrompido por um golpe rápido e preciso no estômago. Ele foi arremessado para longe mais uma vez, caindo de joelhos, cuspindo sangue.
Lucy, atônita, tentou se mover, mas estava paralisada diante da invulnerabilidade de Haikay. Suas chamas, que deveriam ter incinerado qualquer ser vivo, não causaram nada além de um dano insignificante.
Nickar e Taka se levantaram com dificuldade, ofegantes. Taka, com a lâmina tremendo em suas mãos, gritou de fúria:
-Quem você pensa que é pra vir aqui? Eu juro que vou arrancar sua cabeça e mijar nela, seu filho da puta!- diz Taka
Haikay riu, um riso profundo e sarcástico.
-Nossa, que medo... Sabe qual é o melhor de tudo? Sempre que você tenta fazer alguma coisa, alguém morre. Primeiro foi o seu capitão, perdeu a cabeça, lembra? Segundo, sua mãe, com aquele peito oco... E o terceiro? Eu o parti ao meio.-Haikay sorriu, seus olhos brilhando de prazer ao ver a reação de Taka.
As palavras de Haikay foram como uma faca cravada no coração de Taka, reacendendo uma fúria quase incontrolável. A tensão no ar era palpável, e o próximo movimento poderia ser decisivo.
Taka avançava ferozmente para cima de Haikay, mas o inimigo foi rápido demais. Em um movimento brutal, Haikay agarrou a cabeça de Taka e puxou com força, trazendo o joelho em direção ao rosto dele em um golpe devastador. O impacto foi tão violento que o som do choque ressoou no ar. Taka cambaleou, atordoado, e antes que pudesse reagir, Haikay desferiu um soco poderoso direto no seu rosto, o jogando no chão com tanta força que ele apagou na hora.
Nickar apareceu imediatamente, seus olhos faiscando de fúria ao ver o amigo caído.
-Lucy, sai daqui com a tia! vai embora agora!-ordenou Nickar
Lucy hesitou por um momento, observando a cena com uma mistura de medo e tristeza. Ela queria lutar, mas sabia que não havia tempo.
-Eu vou acabar com esse arrombado, depois resgato Landara. Vai logo!-gritou Nickar.
Nesse instante, Raja surgiu das sombras e, com um sorriso cruel, lançou um gás venenoso diretamente no rosto de Landara. Ela mal teve tempo de reagir antes de desmaiar, sendo arrastada por Raja para longe.
-LUCY, AGORA!-gritou Nickar, o desespero crescendo em sua voz.
Lucy não teve escolha. Com um movimento rápido, ela abriu um portal, puxando o corpo inconsciente de Taka e levando Nala junto. Elas desapareceram no portal enquanto Nickar se virava, seus olhos fixos em Haikay.
-Agora, é só eu e você...- diz Nickar, preparando-se para a batalha.
Haikay riu, seus olhos frios e calculistas.
-Não vai demorar muito, guerreiro.-diz Haikay
Nickar avançou como um furacão, mas Haikay estava preparado. O primeiro golpe veio de Haikay, um soco direto que acertou o estômago de Nickar com tanta força que o fez perder o fôlego. Antes que pudesse se recuperar, Haikay agarrou Nickar pelos cabelos, puxando sua cabeça para baixo e trazendo o joelho para cima em um impacto brutal contra o rosto do guerreiro. Sangue jorrou do nariz de Nickar, e ele mal teve tempo de se defender quando Haikay repetiu o movimento com precisão cirúrgica, desferindo dois socos devastadores em sua face.
-Você acha que pode me derrotar? Coitado.- zombou Haikay, enquanto Nickar desmoronava no chão.
Sem piedade, Haikay chutou o estômago de Nickar com toda a força, fazendo-o rolar para trás, gemendo de dor. O som de ossos se quebrando ecoou quando Haikay começou a pisar brutalmente no peito de Nickar, uma, duas, três vezes, até que as costelas finalmente cederam. O guerreiro nórdico gritou de dor, mas não cedeu.
-Hum... Nada mal. Agora é minha vez.-disse Haikay com um sorriso sádico.
Ele então girou Nickar e o empurrou de costas no chão, segurando seu braço direito com um aperto de ferro. Com um movimento rápido e cruel, Haikay pisou no cotovelo de Nickar e, com um estalo horrível, quebrou o braço do guerreiro. O grito de dor de Nickar rasgou o ar, mas Haikay não parou por aí. Ele começou a pegar os dedos de Nickar, um por um, e os quebrar com calma, como se estivesse se divertindo com a dor do oponente.
-Olha só, você não era o fodão? O que aconteceu?-zombou Haikay, segurando Nickar pelos cabelos ensanguentados, erguendo sua cabeça para encará-lo.
Com um gesto casual, Haikay sacou uma adaga presa em sua calça e, com precisão, fez um corte rápido, arrancando parte dos cabelos de Nickar, deixando o guerreiro cair no chão. Mas Haikay ainda não estava satisfeito. Ele pegou a adaga e, com frieza, a enfiou no peito de Nickar, perfurando suas costelas já quebradas. O sangue começou a escorrer em grandes quantidades enquanto Haikay se afastava, caminhando lentamente, satisfeito com sua obra.
Nickar ficou ali, sangrando, entre a vida e a morte.
Enquanto isso, Taka acordava em um lugar sombrio, com o ar pesado e a sensação estranha de estar em um mundo completamente diferente.
-Onde estou? Cadê o Nickar?-perguntou Taka, confuso e ansioso.
-Ele se sacrificou por nós...-disse Lucy, a voz trêmula.
A raiva cresceu dentro de Taka. Seus olhos se encheram de fúria enquanto ele se levantava com dificuldade.
-Abra o portal agora, Lucy.- Sua voz era grave, cheia de determinação.
Lucy hesitou, mas, vendo o olhar determinado de Taka, não discutiu. Com um movimento de suas mãos, o portal se abriu e Taka atravessou, emergindo de volta ao campo de batalha.
O cenário que encontrou o encheu de dor e ira. Nickar estava caído, coberto de sangue, o corpo retorcido e cheio de feridas. Mesmo assim, o guerreiro ainda estava vivo, respirando com dificuldade, mas consciente.
-Hum... eu sabia que você ia voltar. Nem quando eu tô perto da morte, você para de encher meu saco né filho da puta?- Nickar sorriu, cuspindo sangue.
-Eu te considero como um irmão, Taka... Se esse é o meu fim, eu fico feliz de morrer por vocês. Vou pra Valhalla como um guerreiro digno...-Ele sorriu levemente antes de perder a consciência.Duas semanas depois
-Gente, as pessoas aqui me disseram que os Arcanjos estão dominando quase tudo.-disse Nickar, com um tom sombrio, enquanto olhava para os outros.
-Isso era o que eu mais temia.-respondeu Landara preocupado
-Então vocês querem sair daqui antes que eles nos encontrem.-perguntou Lucy, já planejando um plano
-Sim, vamos! O Taka já está recuperado o suficiente. Podemos ir para aquela ilha próxima dos Usamas Bin Laden.-sugeriu Nickar
-Antes disso, precisamos de suprimentos. Vamos primeiro ao Mundo das Bruxas para pegar o que precisamos.-disse Landara
O grupo concordou e rapidamente se preparou. Equiparam-se, verificaram as armas e logo depois abriram um portal para o Mundo das Bruxas. Durante o trajeto, Lucy conversava com os outros, enquanto se moviam pelas trilhas desconhecidas. Após algum tempo, abastecidos com alimentos e mantimentos, reuniram-se novamente e atravessaram o portal para a próxima etapa de sua jornada.
Ao chegarem em um novo território, caminharam por horas sob o sol escaldante, até que Nickar reclamou:
-Que calor do caralho...Vamos até aquela aldeia, não tô suportando esse calor!-disse Nickar, enxugando o suor da testa.
Assim que chegaram à entrada da aldeia, foram parados por dois guardas.
-Quem são vocês?-perguntou um dos guardas, com voz firme. Ele parecia desconfiado
-Somos apenas viajantes. Não temos ideia de onde estamos exatamente.-respondeu Lucy com sua voz
-Cara, estamos andando há horas. Só queremos um lugar para descansar!-disse Taka, seco, como de costume.
O guarda os observou por um instante, antes de finalmente ceder:
-Certo, vou levar vocês à minha casa. Minha mulher pode ajudá-los a se acomodar.-respondeu ele, finalmente relaxando a postura.
Ele os guiou até sua casa, onde uma mulher, chamada Nala, os esperava na porta. Ela os observou atentamente ao entrarem, até que Nickar, sempre observador, comentou:
-Porra, Taka, não sabia que você tinha tantos irmãos, geral parecido contigo.-Nickar deu uma risada abafada, enquanto olhava para as pessoas na aldeia.
-Vocês estão com fome?-perguntou Nala
-Eu estou, com toda certeza!-respondeu Lucy, soltando um suspiro.
Dá pra ver. Você e o loirinho aí estão tão famintos que estão até pálidos.-disse Nala, dando uma risada calorosa.
-Que isso, tia, fazendo piadinha a essa hora? Vacilo.-retrucou Nickar, sorrindo
Nala, observando os outros, olhou fixamente para Landara e Taka. Ela fez uma cara curiosa, inclinando a cabeça para o lado antes de perguntar:
-Quem são aquele pretinho e a índia ali?- pergunta nala
Landara deu um passo à frente, educada, e respondeu:
-Meu nome é Landara, muito prazer.- se apresenta Landara
Nala ficou em silêncio por um momento, e depois de um tempo, exclamou:
-Pera aí... você é neta daquela velhinha, não é? Ela sempre dizia que daria esse nome à neta se tivesse uma! Então, o estranho do seu pai conseguiu alguém, hein?-comentou Nala, como se estivesse lembrando de velhas histórias.
Landara sorriu de leve.
-Parece que minha avó é bem conhecida por aqui.-disse Landara, com um olhar curioso.
Nala, então, virou-se para Taka, avaliando-o com um olhar penetrante.
-E você, garoto com cara de cu? Quem é você?- pergunta nala
-Taka.-respondeu ele, de maneira curta e direta, sem mudar a expressão.
-Muito animadinho esse neguinho.-comentou Nala com sarcasmo, rindo enquanto olhava para o loiro ao lado de Taka
-bonitinha, quem é você?-perguntou nala, apontando para Lucy.
-Eu sou Lucy, prazer.-respondeu, sorrindo amigavelmente.
-E você, loirinho?- pergunta nala
-Nickar, filho de Thori — respondeu ele com um tom firme, colocando ênfase no nome do pai.
Os olhos de Nala se arregalaram por um segundo.
-Espera aí... você é filho do irmão daquele cara que levou minha irmã?-pergunta nala
Taka interrompeu, confuso com o comentário anterior:
-Como assim o pai dele é irmão do cara que levou sua irmã?-pergunta taka
Nala respirou fundo, lembrando-se de velhas histórias dolorosas.
-Sim, um homem com o nome de algo relacionado à água... ele levou minha irmãzinha. O nome dela era Naira.- diz nala
Taka parou, sua expressão de sempre se desmanchando por um segundo.
-Naira? -taka disse em um tom mais baixo, quase que perdido em pensamentos.
-Sim, por que você quer saber o nome dela?- perguntou Nala, desconfiada.
-Ela... era minha mãe.-disse Taka, quebrando o silêncio com uma revelação chocante.
Nala ficou em choque por alguns segundos.
-Ela teve um filho... -diz Nala surpresa
- Bem, então fiquem à vontade Podem ficar aqui o tempo que precisarem.- diz nala
Nala se recompôs rapidamente e sorriu novamente, agora com um novo brilho no olhar.
-Venham, vou mostrar para vocês onde nossas irmãs ficam e apresentar o tchutchuco que é nosso sobrinho.-diz nala
Sabia que você tinha alguma coisa a ver com eles,Taka. Você é igualzinho!- exclamou Nickar, olhando para o amigo.-diz Nickar
-Mas antes, gente, antes de qualquer coisa, vocês estão com uma energia muito pesada. Vou dar um jeito nisso antes de levar vocês para o resto da aldeia.-disse Nala, olhando para eles com uma expressão mais séria.
-Como assim?-perguntou Nickar, confuso.
-Vou fazer um ritualzinho aqui para vocês se sentirem mais leves. Algo simples-respondeu Nala, pegando alguns itens de dentro de casa.
-Ah, entendi. São rituais de meditação, né? Ajudam a concentrar a mente e equilibrar as energias?-disse Lucy, interessada.
-Isso mesmo, branquela. Você está sabendo das coisas.-respondeu Nala, sorrindo.
-Obrigada.-disse Lucy, retribuindo o sorriso.
Logo após, eles se preparam para o ritual. Taka é o primeiro a avançar.
-Ah, não sei por que estou fazendo isso... mas vamos lá.-murmura Taka, visivelmente incomodado.
-Você quieto é um poeta, se concentra.-ordena Nala com firmeza.
Relutante, Taka obedece. Ao fechar os olhos, ele se concentra e, de repente, seu corpo é transportado para outro mundo. Um lugar completamente escuro, envolto em um silêncio sufocante.
-Hum... Onde estou?-pergunta Taka, com a voz ecoando no vazio.
-Você está dentro do seu próprio subconsciente.-responde uma voz sombria, surgindo das trevas.
Taka franze o cenho, tentando localizar a origem da voz.
-Quem é você? O que faz eu perder o controle?-Taka o questiona
-Eu? Não, eu sou você.-responde a sombra com uma risada sinistra.
-Não, você não é eu. Você é minha parte fraca.- diz Taka com frieza, tentando manter a postura.
-Parte fraca?-a sombra ri novamente.
-Graças a mim, você está vivo. Eu sou sua vontade de viver, seu ódio, seu instinto de sobrevivência. Eu sou o que te protege. Sou o ciúme que ferve em você. Eu sou o que te salvou quando você estava prestes a morrer! Quem te deu forças quando você mais precisou? Eu estive ao seu lado quando tudo desabava.-a voz se torna cada vez mais intensa.
-Eu sou o seu lado mais forte, e você, você apenas foge. Quando seu bando foi massacrado, a única coisa que você fez foi correr.
-Não... nós dois somos completamente diferentes.-responde Taka, sua voz falhando por um momento, mas ele tenta resistir.
-Diferentes? Nós somos a mesma coisa! Eu sou o motivo pelo qual você ainda respira. Sem mim, você já estaria morto! O que você é? Uma criança fraca, cheia de medo.-a sombra fala, quase cuspindo as palavras com desdém.
-Você... você é só um peso que me faz perder o controle e machucar todos ao meu redor!- grita Taka, sua voz trêmula, mas cheia de raiva.
-Machucar? Eu sou o que te fortalece! Eu sou você. Eu sou o seu lado mais verdadeiro. Enquanto você se esconde, eu luto. Você nunca aceitou seus problemas, só foge deles. Se você tivesse aprendido a se controlar, não teríamos tantos inimigos, tantas perdas. Seu pai, sua mãe, seu mestre... seus amigos. Todos morreram porque você se recusou a entender quem realmente é.-a voz se aproxima, densa e ameaçadora.
Taka fica em silêncio por um momento, suas mãos tremendo de raiva, mas também de dúvida. Ele tenta negar, tenta resistir, mas sabe que, em algum nível, a sombra está certa.
-Eu sou você. E você sou eu. Aceite isso.
Taka se levanta bruscamente, seu corpo ainda tremendo pelo que acabara de vivenciar. Seus olhos estavam arregalados, e o suor escorria pela sua testa. A fogueira ao seu lado mal parecia aquecer a frieza que ele sentia.
-O que houve?-perguntou Landara, a preocupação
Taka respira fundo, tentando acalmar os batimentos acelerados.
-Eu... conversei com algo.-taka diz, sem olhar diretamente para Landara, sua voz carregada de confusão e incerteza.
Antes que a conversa pudesse continuar, Nala se intromete com um tom provocativo, se aproximando com um sorriso sarcástico no rosto.
-Pronto, já que você já acabou, agora é a vez do loirinho que fala demais!-ela diz, apontando para Nickar com um olhar malicioso.
Nickar, deitado e aparentemente desinteressado, apenas resmunga.
-Nem quero. dobre e passo po próximo.- diz Nickar
Nala, no entanto, não estava disposta a deixar isso passar. Ela dá um passo à frente, seu tom se tornando sério e ameaçador.
-se eu fosse você colaborava, então anda logo porque se não vou enfiar esse Machado no lugar onde o sol não bate.-Nala diz, seus olhos brilhando com um aviso silencioso.
Nickar suspira profundamente, revirando os olhos, mas finalmente cede. Ele se deita lentamente, fechando os olhos, e logo se sente sendo puxado para o fundo de sua mente, entrando em um estado subconsciente.
De repente, ele se vê transportado para um lugar familiar, mas esquecido. Ele está diante de uma versão mais jovem de si mesmo, olhando para seu pai, Thori, um homem alto e imponente, com olhos que transbordam julgamento.
-Ai meu Deus... eu não tô aqui, né?-diz Nickar
sentindo um frio na espinha ao perceber onde estava. Ele tenta se afastar, mas é como se estivesse preso àquela memória, forçado a assistir
Logo, uma versão mais jovem de Nickar surge na cena, carregado de frustração e desespero.
-Pai, por que você não tá deixando eu ir com os soldados pra guerra?-diz o Nickar do passado pergunta
Nickar mais velho observa a cena com amargura, já sabendo o que viria a seguir, mas incapaz de impedir as palavras que seriam ditas.
-Eu não quero ver isso de novo...-sussurra Nickar
-Você? Soldado?-Thori responde, sua voz carregada de desprezo.
-A única coisa que você sabe fazer é mudar de agosto! Não passa de um fraco.- diz thori
O Nickar mais jovem abaixa a cabeça, mas não desiste. Ele respira fundo, tentando reunir o que restava de sua dignidade.
-Eu sou fraco, pai? Sério isso? Eu não paro de treinar, eu só quero ser o guerreiro que te dê orgulho!-diz Nickar com sua voz falhando no final
Nickar mais velho sente o coração apertar ao ouvir isso novamente. Ele sabia que aquela luta interna nunca terminaria.
-Eu só queria seu apoio, pai...-o Nickar do passado diz, quase em um sussurro.
Thori, no entanto, não mostrava piedade.
-Se esforçar? Você nunca se esforçou de verdade. Você podia ser como seu irmão, mas olha pra você. Seu irmão morreu sendo um verdadeiro guerreiro, e se ele morreu, o que você acha que vai acontecer com você? Você é só um bebedor fracassado, não um soldado.-diz Thori cospe as palavras, seu desprezo evidente.
Nickar mais velho assiste àquela cena com o sangue fervendo. Ele vê seu eu mais jovem desmoronar, mas ao mesmo tempo, algo começa a crescer dentro dele: raiva.
-O guerreiro que você tanto venerava... ele morreu. E, pelo jeito, você vai perder outro filho. Porque eu vou sair desta maldita ilha, me tornar tão forte que vou voltar aqui e... vou te matar!
O jovem Nickar sai apressado, lágrimas escorrendo pelo rosto, enquanto o Nickar adulto fica parado, observando. Thori o ignora, indo embora da cena, mas Nickar não consegue deixar a memória acabar ali.
Aproveitando a oportunidade, o Nickar adulto se aproxima de seu pai. Seus passos são hesitantes, seus olhos cheios de emoções conflitantes raiva, tristeza e saudade. Então, num impulso, ele o abraça.
-Pai... eu não queria falar aquilo. Eu sinto sua falta...-diz Nickar, suas palavras carregadas de um arrependimento profundo.
Thori, no entanto, não reage, apenas murmura, sem se virar.
-Logo meu pior filho vai dizer que vai me matar... só se for de desgosto.- diz thori
Nickar sente o aperto do abraço vazio. Ele o solta, a figura de seu pai desaparecendo diante de seus olhos.
De repente, ele acorda. Deitado ao lado da fogueira, Nickar passa a mão pelo rosto, percebendo que lágrimas escorriam por seu rosto.
-Oxi... por que eu tô chorando? Que porra é essa?- Nickar pergunta a si mesmo
Nickar ainda confuso, mas sabendo que aquela memória havia mexido profundamente com ele.
-Oi, gente.-diz Haikay sorriu amplamente, como se estivesse se divertindo, seus olhos frios e calculistas vasculhando o grupo.
Nickar, já irritado, cerrou os punhos e foi direto pegar seu machado. No entanto, Haikay levantou uma mão despreocupada.
- Acho melhor não pegar isso. Está cheio de demônios por aqui, e nenhum de vocês pode fazer nada contra mim ou vão se arrepender.- Sua voz carregava uma certeza quase aterradora.
Taka, sempre o primeiro a agir, se levantou em um salto ágil, correndo na direção de Haikay com a lâmina pronta para o ataque. No entanto, assim que se aproximou, Haikay o atingiu com um soco violento no peito. Taka foi arremessado para longe, seu corpo cortando o ar antes de colidir com o chão com força. Ele tentou se levantar, ofegante.
-Eu avisei...- Haikay sorriu de canto. Seu olhar se voltou para Landara.
-E você, indígena... vem até aqui.- diz Haikay
Landara, mantendo-se firme, respondeu com a voz baixa, mas cheia de determinação.
-Eu não vou.- diz Landara
Haikay riu, um som que ecoou de maneira ameaçadora. Ele deu um passo à frente.
-Então, meu anjo, é melhor você vir, porque se não, todo mundo nessa aldeia vai morrer.- Haikay com sua voz era cruel, cheia de malícia.
Nesse momento, Taka surgiu rapidamente atrás de Haikay, e Nickar, recuperado do choque, se levantou, os dois avançando ao mesmo tempo. Porém, Haikay foi mais rápido. Com uma força sobre-humana, ele agarrou a cabeça de ambos e bateu uma contra a outra com brutalidade, lançando-os para longe como se fossem bonecos de pano. Eles colidiram com o solo, gemendo de dor.
Lucy, observando a situação, começou a murmurar palavras de poder, preparando um feitiço de fogo. Suas mãos brilharam com uma luz intensa, e ela lançou o feitiço diretamente em Haikay. As chamas envolveram o corpo dele... mas, para o choque de todos, o fogo apenas queimou suas roupas, deixando sua pele intacta. Ele olhou para Lucy, erguendo uma sobrancelha.
-Sabe, se você realmente fizer o que está pensando, vai morrer antes de conseguir terminar qualquer coisa.- Ele disse com um sorriso frio.-diz Haikay
-É melhor você sair daqui com aquela mulher.- diz Taka
Nickar, furioso, se levantou, passando a mão no rosto enquanto sentia o sangue escorrer da testa.
-Filho da puta... você acha que me jogando como uma bola vai acabar comigo?-gritou Nickar, com os dentes trincados.
Sem hesitar, ele correu em direção a Haikay, o ódio alimentando seus movimentos. No entanto, assim que chegou perto, Haikay o atingiu com um soco no peito. O impacto foi devastador, mas Haikay nem sequer se moveu com o golpe. Ele agarrou Nickar pelos cabelos, forçando sua cabeça contra o chão com força esmagadora, rachando a terra abaixo deles. Nickar grunhiu de dor, incapaz de reagir.
Taka, que havia se recuperado parcialmente, voltou ao combate, tentando cortar Haikay com sua lâmina, mas foi interrompido por um golpe rápido e preciso no estômago. Ele foi arremessado para longe mais uma vez, caindo de joelhos, cuspindo sangue.
Lucy, atônita, tentou se mover, mas estava paralisada diante da invulnerabilidade de Haikay. Suas chamas, que deveriam ter incinerado qualquer ser vivo, não causaram nada além de um dano insignificante.
Nickar e Taka se levantaram com dificuldade, ofegantes. Taka, com a lâmina tremendo em suas mãos, gritou de fúria:
-Quem você pensa que é pra vir aqui? Eu juro que vou arrancar sua cabeça e mijar nela, seu filho da puta!- diz Taka
Haikay riu, um riso profundo e sarcástico.
-Nossa, que medo... Sabe qual é o melhor de tudo? Sempre que você tenta fazer alguma coisa, alguém morre. Primeiro foi o seu capitão, perdeu a cabeça, lembra? Segundo, sua mãe, com aquele peito oco... E o terceiro? Eu o parti ao meio.-Haikay sorriu, seus olhos brilhando de prazer ao ver a reação de Taka.
As palavras de Haikay foram como uma faca cravada no coração de Taka, reacendendo uma fúria quase incontrolável. A tensão no ar era palpável, e o próximo movimento poderia ser decisivo.
Taka avançava ferozmente para cima de Haikay, mas o inimigo foi rápido demais. Em um movimento brutal, Haikay agarrou a cabeça de Taka e puxou com força, trazendo o joelho em direção ao rosto dele em um golpe devastador. O impacto foi tão violento que o som do choque ressoou no ar. Taka cambaleou, atordoado, e antes que pudesse reagir, Haikay desferiu um soco poderoso direto no seu rosto, o jogando no chão com tanta força que ele apagou na hora.
Nickar apareceu imediatamente, seus olhos faiscando de fúria ao ver o amigo caído.
-Lucy, sai daqui com a tia! vai embora agora!-ordenou Nickar
Lucy hesitou por um momento, observando a cena com uma mistura de medo e tristeza. Ela queria lutar, mas sabia que não havia tempo.
-Eu vou acabar com esse arrombado, depois resgato Landara. Vai logo!-gritou Nickar.
Nesse instante, Raja surgiu das sombras e, com um sorriso cruel, lançou um gás venenoso diretamente no rosto de Landara. Ela mal teve tempo de reagir antes de desmaiar, sendo arrastada por Raja para longe.
-LUCY, AGORA!-gritou Nickar, o desespero crescendo em sua voz.
Lucy não teve escolha. Com um movimento rápido, ela abriu um portal, puxando o corpo inconsciente de Taka e levando Nala junto. Elas desapareceram no portal enquanto Nickar se virava, seus olhos fixos em Haikay.
-Agora, é só eu e você...- diz Nickar, preparando-se para a batalha.
Haikay riu, seus olhos frios e calculistas.
-Não vai demorar muito, guerreiro.-diz Haikay
Nickar avançou como um furacão, mas Haikay estava preparado. O primeiro golpe veio de Haikay, um soco direto que acertou o estômago de Nickar com tanta força que o fez perder o fôlego. Antes que pudesse se recuperar, Haikay agarrou Nickar pelos cabelos, puxando sua cabeça para baixo e trazendo o joelho para cima em um impacto brutal contra o rosto do guerreiro. Sangue jorrou do nariz de Nickar, e ele mal teve tempo de se defender quando Haikay repetiu o movimento com precisão cirúrgica, desferindo dois socos devastadores em sua face.
-Você acha que pode me derrotar? Coitado.- zombou Haikay, enquanto Nickar desmoronava no chão.
Sem piedade, Haikay chutou o estômago de Nickar com toda a força, fazendo-o rolar para trás, gemendo de dor. O som de ossos se quebrando ecoou quando Haikay começou a pisar brutalmente no peito de Nickar, uma, duas, três vezes, até que as costelas finalmente cederam. O guerreiro nórdico gritou de dor, mas não cedeu.
-Hum... Nada mal. Agora é minha vez.-disse Haikay com um sorriso sádico.
Ele então girou Nickar e o empurrou de costas no chão, segurando seu braço direito com um aperto de ferro. Com um movimento rápido e cruel, Haikay pisou no cotovelo de Nickar e, com um estalo horrível, quebrou o braço do guerreiro. O grito de dor de Nickar rasgou o ar, mas Haikay não parou por aí. Ele começou a pegar os dedos de Nickar, um por um, e os quebrar com calma, como se estivesse se divertindo com a dor do oponente.
-Olha só, você não era o fodão? O que aconteceu?-zombou Haikay, segurando Nickar pelos cabelos ensanguentados, erguendo sua cabeça para encará-lo.
Com um gesto casual, Haikay sacou uma adaga presa em sua calça e, com precisão, fez um corte rápido, arrancando parte dos cabelos de Nickar, deixando o guerreiro cair no chão. Mas Haikay ainda não estava satisfeito. Ele pegou a adaga e, com frieza, a enfiou no peito de Nickar, perfurando suas costelas já quebradas. O sangue começou a escorrer em grandes quantidades enquanto Haikay se afastava, caminhando lentamente, satisfeito com sua obra.
Nickar ficou ali, sangrando, entre a vida e a morte.
Enquanto isso, Taka acordava em um lugar sombrio, com o ar pesado e a sensação estranha de estar em um mundo completamente diferente.
-Onde estou? Cadê o Nickar?-perguntou Taka, confuso e ansioso.
-Ele se sacrificou por nós...-disse Lucy, a voz trêmula.
A raiva cresceu dentro de Taka. Seus olhos se encheram de fúria enquanto ele se levantava com dificuldade.
-Abra o portal agora, Lucy.- Sua voz era grave, cheia de determinação.
Lucy hesitou, mas, vendo o olhar determinado de Taka, não discutiu. Com um movimento de suas mãos, o portal se abriu e Taka atravessou, emergindo de volta ao campo de batalha.
O cenário que encontrou o encheu de dor e ira. Nickar estava caído, coberto de sangue, o corpo retorcido e cheio de feridas. Mesmo assim, o guerreiro ainda estava vivo, respirando com dificuldade, mas consciente.
-Hum... eu sabia que você ia voltar. Nem quando eu tô perto da morte, você para de encher meu saco né filho da puta?- Nickar sorriu, cuspindo sangue.
-Eu te considero como um irmão, Taka... Se esse é o meu fim, eu fico feliz de morrer por vocês. Vou pra Valhalla como um guerreiro digno...-Ele sorriu levemente antes de perder a consciência.
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