Chương 101: Capítulo 80 de 14 – Pronto, terminado.
No portão leste da cidade, onde normalmente havia grande concentração de pessoas devido à intensa atividade comercial, restava agora apenas destruição. A explosão causada pelo demônio havia devastado a área, e parte da muralha que protegia a cidade estava prestes a ruir.
Em meio aos escombros, Camion emergiu, aparentemente ileso, apesar de ainda exibir marcas dos ferimentos. Seu corpo, embora visivelmente danificado, parecia ter se recuperado parcialmente, como se as feridas houvessem sido fechadas sem tratamento adequado.
Ao olhar ao redor, ele avistou Kena e esboçou um sorriso. Começou a caminhar em sua direção, enquanto ela, gravemente ferida e lutava para se erguer. Mesmo em seu estado debilitado, ela tentou levantar a espada e apontava-a com dificuldade na direção do inimigo.
— Grrrr…
— Lamentável, não conseguiu fugir. Besta?
Apoiou-se na espada e reuniu as últimas forças para se erguer. Com grande esforço, conseguiu levantar-se, mas logo caiu novamente. Suas vestes estavam rasgadas, e o sangue escorria pela túnica vermelha, misturando-se à poeira e aos destroços ao seu redor. Ainda assim, seus olhos permaneciam fixos em seu inimigo.
— Cadê o seu humano, besta? Não me diga que ela fugiu sem você.
— Grrr!
— Tanto faz.
Camion se aproximou lentamente e parou diante dela. Com um olhar insensível, ergueu a mão e a apontou diretamente para o rosto dela. Da palma de sua mão, uma sombra começou a emergir e girou lentamente em um movimento crescente. A escuridão tomou forma e rodopiou até se condensar em uma esfera, ameaçadora e pulsante.
— Antes de morrer, diga o seu nome.
— Grrrr!!
— Entendo. Você será o primeiro humano que reconheço e matarei sem nem saber o nome. É uma ironia cruel, não acha?… Adeus.
Após concluir sua fala, algo estranho chamou sua atenção. Uma sombra passou sobre ele e obscureceu a luz do sol. Intrigado, ele ergueu os olhos para o céu e viu uma enorme esfera tomando forma acima dele. A cada instante, a esfera crescia e expandia-se rapidamente.
— Ora, ora, tem certeza disso? Porque a sua besta vai junto — disse com os olhos arregalados.
— Pirralho, não se iluda! O único que perecerá será você!
— Serio?!
No céu, Reda pairava imponente, sustentada por duas bolas de fogo que envolviam em seus pés. Sua mão erguido para o alto manipulava uma terceira esfera flamejante que crescia a cada instante. Suas habilidades, embora simples, eram devastadoras. Em toda história de seu clã, nunca houve uma pessoa capaz de se fundir completamente ao fogo e se tornar imune. Ela não apenas manipulava as chamas, como também podia atravessá-las ou controlá-las à vontade.
A esfera de fogo que a mantinha no ar era uma extensão de sua habilidade, um reflexo de seu domínio. Ao invocar seu poder, as chamas flutuavam ao redor e obedecia apenas à sua vontade. Com o aumento contínuo da esfera flamejante, a cena se tornava ainda mais impressionante. De longe, parecia um segundo sol que se aproximava da terra, ou um meteorito de fogo que poderia causar uma grande destruição.
Ao perceber o perigo, desviou toda sua atenção de Kena. Seu semblante, antes confiante, agora mostrava sinais claros de preocupação. Preparava-se para enfrentar o ataque massivo, consciente do poder destrutivo que estava prestes a enfrentar.
— Pirralho! Eu realmente não queria chegar a esse ponto, mas olha só o que você fez! Destruiu tudo ao seu redor, e agora não vejo outra opção a não ser arrasar tudo e todos que estiverem no meu caminho até finalmente te matar!
Eu poderia fugir, mas fugir nunca foi a minha natureza. Sempre fui conhecido por aguentar tudo, não importa quão difícil seja. Para mim, essa não é uma opção. Suportarei o que vier, mesmo que isso signifique a morte. Seria melhor morrer tentando do que viver em desonra. Não posso permitir que o medo me vença!
— Venha, mulher! Eu te reconheço como a melhor de todas!
Reda abaixou a mão com um movimento firme, e a gigantesca esfera de fogo começou a descer. As chamas a envolveram por completo e atravessava-a sem causar nenhum dano. No momento em que seu corpo ficou no centro daquela imensa massa de fogo, sorriu e cercada por sua própria criação destrutiva, murmurou:
— Morra.
A gigantesca esfera de fogo, que até então descia lentamente, de repente ganhou velocidade e disparou em direção ao solo. O impacto foi devastador. Ao atingir a terra, a explosão resultante varreu completamente o lado leste da cidade e transformou seres vivos, construções e objetos em cinzas. A força da destruição foi tamanha que nada restou além de um deserto fumegante.
Após contemplar o estrago que havia causado, Reda começou a despencar dos céus, sua energia quase esgotada. No entanto, em um último esforço, ela conjurou uma nova porção de chamas, que a segurou no ar por tempo suficiente para amortecer sua queda.
Aquilo me esgotou mesmo Kiakia!
Olhou ao redor, mas a densa fumaça que se erguia dos escombros impedia qualquer visão clara. O calor e a destruição ainda pairavam no ar, e tudo à sua volta permanecia envolto em névoa fumegante. Após alguns instantes, quando a fumaça começou a dissipar-se, ela tentou levantar-se, seus movimentos lentos e pesados. Com esforço visível, finalmente se pôs de pé e sentiu o peso da exaustão, mas mantinha-se firme em meio ao cenário desolado que havia criado.
— Shashashashasha!
— Quê? Não me diga… — disse incrédula.
— Realmente… Essa quase me matou.
Reda notou a diminuição gradual da fumaça ao seu redor, revelando lentamente o que restou após a explosão. Foi então que avistou Camion, ajoelhado, com uma mão apoiada no chão. Seu corpo estava gravemente queimado, e o sangue escorria. Ele tentou se levantar, com visível dificuldade, mas gradualmente conseguiu ficar de pé.
No entanto, algo estranho começou a acontecer. As áreas queimadas do corpo dele começaram a desaparecer gradualmente. Era sua sombra, que havia se sacrificado para protegê-lo do pior da explosão. Contudo, o impacto foi tão devastador que atingiu sua defesa, o que o deixou gravemente ferido, apesar de ainda estar vivo e disposto a prosseguir.
— De todos os ataques que recebi… Este foi o melhor. Mulher, me diga seu nome.
— Reda.
— Reda? Interessante…
— Argghhh!
Sentiu um gosto de ferro na boca e percebeu estar sangrando. Sua autoconfiança, que antes a sustentava, agora vacilava diante da realidade. O sangue escorria de seus lábios, mas, apesar do choque e da dor, ela se forçou a permanecer firme.
— Foi um prazer te conhecer, mas sinceramente, não quero experimentar aquilo de novo.
Ele havia atravessado o peito dela com o braço, penetrando profundamente em seu corpo e arrancado seu coração de maneira brutal. A dor e o choque foram instantâneos. Ele espremeu o órgão em sua mão até que ele explodisse em uma explosão de carne e sangue, espalhando fragmentos ao seu redor. Com um movimento abrupto, retirou seu braço do corpo dela e disse:
— Pronto, terminado.
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