~Pov Ioan~
Saindo da hospedaria me encontro com Lion, que esperava em frente à hospedaria onde estávamos.
— Então, pelo jeito não irão me deixar ficar nesta cidade, certo? — falo aproximando-me.
— O que quer dizer com isso? — Sua expressão é de dúvida.
Pela reação parece surpreso por minha pergunta. Entreguei a mensagem com a ameaça para ele, ao ler seu olhar trava em mim por alguns instantes.
— Não foi essa a ordem que recebi. — Olha mais uma vez para o papel em sua mão. — Na verdade, ainda não houve uma decisão, o conselho está confuso.
Sinto um breve alívio momentâneo, mas que logo se esvai. Neste caso temos outra opção, possivelmente um grupo está agindo sem as ordens dos chefes ou ainda pior, estão escondendo as ordens de Lion.
— Posso fazer uma pergunta, sem ser mal interpretado, apenas quero me precaver. — Ele olha para mim, fazendo um sinal de positivo com a cabeça, para que prossiga. — Caso aconteça de ser atacado por lobisomens, mas sem ordens de seus superiores, e neste ataque eu os derrote, qual a chance de retaliação?
— Se isso acontecer, acredito que aqueles que não desejam sua presença nesta cidade acabariam utilizando esse fato como razão para convencer todos os outros. — Sua voz me acerta como um duro golpe.
Exatamente como pensava. Caso seja atacado não poderei revidar, isso me deixa com as mãos atadas, talvez minha melhor opção seja ficar fora da cidade.
— Ioan? — Ouço a voz de bianca vindo de trás.
Ao olhar para trás vejo que ela sai com Alícia e Seth da pousada. Volto minha atenção para Lion mais uma vez.
— Bom, caso algo aconteça por favor me informe, conversarei com meus parceiros sobre a situação.
Nos cumprimentamos, depois sigo com os outros. Quando começamos a caminhar Alícia segura minha mão, ela parece está extremamente grudada em mim desde o que aconteceu no restaurante.
— Quem era aquele? — A primeira a perguntar é Bianca.
— Um lobisomem.
Após ouvir minhas palavras Alícia libera algum poder mágico, porém, desta vez, era diferente das outras vezes, não havia resquícios de poder demoníaco, esse era apenas seu poder mágico puro. Me pergunto o porquê desta reação, a garota estava olhando para trás.
— Alguma coisa errada? — pergunto.
— Não é nada.
~Pov Lion~
Me viro para seguir meu caminho após cumprimentar Ioan. Neste instante uma forte pressão me atinge, este poder mágico era enorme, magia pura. Que tipo de ser pode emanar tal poder?
Olho em direção às pessoas que acabei de me separar. A garota, que estava segurando a mão de Ioan está olhando para mim, porém, seu olhar parece não transmitir o mesmo sentimento de um ser vivo, ela cheira a morte. Sinto minha respiração pesar.
— Como pode? Tal poder...
Ela corta seu olhar olhando para frente novamente. A pressão some, minhas pernas tremem e não consigo me manter de pé, caindo de joelhos no chão. Tenho que garantir que ninguém encoste neles, pela nossa própria segurança.
~Pov Ioan~
Seth separa-se de nós, enquanto isso vamos comer algo, já que não conseguimos nada ontem. Durante a refeição expliquei toda a situação a elas.
— Isso é tudo o que aconteceu — finalizo.
— Ioan atrai problemas, constantemente. — Não há maldade na voz da pequena garota, mas ainda sinto um golpe.
— Também estou começando a ter a mesma sensação — suspira. — Aquela sorte no seu status, por acaso serve apenas para enfeite?
Também já tive alguns pensamentos destes. Como posso ser tão azarado com uma forte tão alta? Espera um pouco, elas realmente acham que preciso de outras pessoas me dizendo sobre isso? Não acham que também me sinto mal com isso?
— Agora... Me sinto mais para baixo ainda. — Pego uma carne com o garfo e como.
— Deixa disso. — Bianca dá uma fraca risada. — Também não somos as pessoas mais sortudas do mundo.
— Yep.
Isso é uma verdade inegável. Talvez no futuro possamos dar um nome do tipo "os azarados", para nossa party.
— O que deveríamos fazer?
Bianca pensa por um tempo, até finalmente falar.
— Nesta situação, podemos ficar fora da cidade, na verdade, não vejo nenhuma outra opção além dessa.
— Também pensei nessa possibilidade... — Olho para o teto. — Mas vocês podem ser alvos, afinal, já viram vocês, mas posso tentar combinar com Lion ou com Seth para que ajude...
— Isso está fora de questão — interrompe Bianca.
— Porque? Não teremos outra oportunidade de descansarmos bem assim até chegarmos até Tot.
— Porque somos uma party — diz aproximando-se. — Passamos os momentos bons e ruins juntos.
Sinto um puxão em minha camisa, olho para a origem.
— Alícia não quer ficar longe.
— Sim, sim, não ficarei — passo a mão em sua cabeça.
Durante a tarde fomos andar ao redor da cidade, procurando um bom lugar para montarmos nosso acampamento.
— Alícia, me deixa ver seus status — falo após algum tempo.
— Ok, abrir status. — Uma resposta imediata.
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Nome: Alícia
Raça: Humana (61%)
Título: Criança amaldiçoada
LV 14 (próximo nível 5459/14000)
HP: 437/437 (-42)
MP: 13000/13000 (+2000)
Ataque mágico: 3900 (+600)
Ataque físico: 35 (+0)
Agilidade: 20 (+0)
Defesa mágica: 4900 (+600)
Defesa física: 30 (+0)
Sorte: 2 (+0)
Habilidades:
|Magia negra LV 2|
|Magia antiga LV 1|
|Magia Terra LV 1|
|Magia de Água LV 1|
Resistências:
|Resistência a dor (Grande)|
|Resistência mágica MAX|
|Resistência à ataques mentais (Média)|
Bênção: Não há.
Todos os títulos adquiridos:
|Criança amaldiçoada|
|Queridinha dos pais|
"===================="
Como sempre, um absurdo, pelas minhas contas a cada 1% de humanidade que ela perde ela ganha:
MP: +333
Ataque Mágico: +100
Defesa Mágica: +100
Embora o MP pareça arredondar quando dá três por cento. Em compensação ela perde sete pontos de vida toda vez, seu ataque e sua defesa física permanecem inalterados, suspiro.
— Alícia está bem? — A garota pergunta.
— Claro que está, não deixaremos mais que aquilo de ontem aconteça novamente, certo? — respondo-a.
Minha visão vai até seu pescoço. Prestando atenção pode-se notar, embora fracas, marcas da doença demoníaca, felizmente ainda podemos esconder com as roupas. Não gosta dessa ideia, mas acho que será possível.
— Alícia, faria um pacto de sangue comigo? — Minhas palavras saem um pouco baixas, com certo receio.
— Que? — Bianca se assusta.
— Yep. — Alícia concorda automaticamente.
Tão fácil assim?
— Espera um pouco, vamos com calma, isso não é algo ruim? Os vampiros não usam isso para domar outras raças? — A sacerdotisa entra em desespero.
— Você insiste em se prender em boatos né?
Decido fazer uma breve explicação sobre o pacto de sangue a elas.
O pacto de sangue é algo que conecta dois seres, ele ocorre de formas diferente dependendo se são raças inteligentes ou não.
Primeiramente como funciona, para se fazer o pacto o servo ingere um pouco de sangue do mestre, assim começa o ritual. Quando se trata de uma criatura não inteligente será através da força, se o vampiro for mais forte ele vira o mestre, caso não seja o pacto não acontece.
Já quando é uma raça inteligente é bem diferente, tem muito a ver com a força de vontade do usuário e não com a força em si, porém, apenas a do servo, por exemplo, caso o servo ofereça resistência o pacto não dará certo, apenas vampiros de grande poder conseguem forçar um pacto à alguém.
— Basicamente, é assim que funciona, quando se tem um pacto de sangue o mestre pode saber se algo acontecer com o servo e vice versa, poderão sentir onde a pessoa está, além disso o servo terá seu poder físico aumentado — completo.
— Na verdade, parece bom até demais — diz Bianca.
— Na verdade não, existe duas grandes desvantagens quando se trata de seres inteligentes, entre os vampiros se acredita que o pacto liga a alma dessas pessoas, por causa disso algum dano será repassado de um corpo ao outro, mas apenas em casos extremos, como uma grande ferida, mas podendo ser controlado por um dos lados.
— E a segunda?
— Caso um dos dois corte a ligação criada pelo pacto essa pessoa provavelmente morrerá, não me foi explicado o porque da pessoa morrer, mas acredito que tenha algo a ver com uma forte pressão mental para que isso ocorra.
Acredito que a ligação de alma que eles dizem ocorrer seja uma ligação mental e esses danos que são recebidos nos dois casos ocorra por causa do enfraquecimento dessa ligação.
— Parece bem complexo... — Ao falar isso olha em direção de Alícia.
Porém a garota não parece abatida pelo que havia escutado, pelo contrário, parecia estar determinada.
— Alícia aceita! — responde rapidamente.
— Certeza? — pergunto com um tom mais sério desta vez.
— Yep.
Decidimos começar o ritual. Fico de pé em frente à Alícia, segurando suas mãos.
— Ativar, |Pacto de sangue|.
Um círculo mágico aparece embaixo de nós dois. Isso me emociona de certa forma, sempre vi em alguns animes magia sendo conjugada e aparecendo círculos mágicos, mas neste mundo isso não ocorre, pelo menos não em magias comuns, quando se trata de algumas artes antigas é diferente.
Meu poder mágico começa a ser drenado, o círculo fica dez vezes maior que antes, este era o poder mágico de Alícia.
Você deseja fazer um pacto de sangue com a humana de nome Alícia?
Essas palavras aparecem em minha mente. Esse mundo nunca pareceu tanto um jogo. Corto a ponta de meu dedo, deixando uma gota cair na boca de Alícia. Realmente não me sinto bem com isso.
O pacto de sangue foi aceito por ambas as partes.
A partir de hoje as almas dos dois indivíduos está conectada por um laço.
O círculo mágico parecia brilhar ainda mais forte. A luz nos envolve, sinto um calor passando por meu corpo, esses eram os sentimentos de Alícia sendo passados para mim, uma pequena dor passa por meu corpo, esse é o dano que a garota sofreu ontem, quando perdeu o controle de seus poderes.
A luz desaparece e o círculo mágico vai ficando menor até desaparecer.
— Terminou... Vocês estão bem? — Bianca ainda parece atordoada.
Ainda estávamos um pouco paralisados graças ao ritual, mas após alguns segundos volto à mim.
— Ah, claro, sim deu tudo certo. — Minhas palavras se embaralham.
— Yep. — Alícia balança a cabeça concordando.
— Aquilo me assustou sabia? Poderiam avisar que algo daquela forma aconteceria.
— Desculpa, não esperava que ficaria tão grande. — Olho para Alícia.
Ela está com a mão em seu braço. Lembro-me que utilizo magia de luz constantemente em meu braço para conquistar resistência, acabou tornando-se algo que mantenho constantemente ativo, alguma parte desse dano parece estar estendendo-se para ela através da ligação. Bloqueio o dano após algum esforço, ela solta o braço e olha para mim desconfiada.
— Porque não nos contou que estava dolorida? — falo passando a mão em sua cabeça. — Nos conte, assim podemos te ajudar.
— Alícia... não queria atrapalhar...
— Mesmo assim, se estiver sentindo dor apenas nos avise.
— Estou me sentindo excluída... — Bianca esbraveja.
No caminho de volta carreguei Alícia em minhas costas. Durante este tempo a garota vai tomando um sermão de Bianca, até que finalmente chegamos na pousada. Ao chegarmos de volta começamos a arrumar nossas coisas e quando íamos sair nos encontramos novamente com Seth.
— Para onde estão indo? — diz.
— Vamos ficar fora da cidade até partimos para Tot.
Ele parece pensar em falar algo, mas, provavelmente após pensar sobre os eventos diz.
— Parece uma boa alternativa, sinto muito por isso. — Faz uma reverência.
Já tínhamos todos os equipamentos para dormir fora, pois estávamos usando durante a caravana. Nos distanciamos um pouco, entrando dentro da floresta, não queríamos ouvir algo como "vocês ainda estão no terreno da cidade!".
— Chương tiếp theo sắp ra mắt — Viết đánh giá