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93.75% DragonSky / Chapter 30: XXX - Estamos Prontos?

Chương 30: XXX - Estamos Prontos?

Eu me vejo em um espaço branco, um espelho de água negra é a única coisa que me cerca, o céu branco com estrelas negras.

Há uma entidade comigo, parece ser a mesma que vi a anos aqui, mas não me lembro de sua aparência, na verdade, eu nem mesmo posso a enxergar, apenas sinto que ela está aqui.

Não lembro nem mesmo meu nome agora, não lembro de muita coisa na verdade.

- Fire... Sky... Este é meu nome?

- Sim é sim...

- Mas como você sabe?

- Você ainda não pode saber como...

- Quando vou poder saber?

- Vai demorar ainda, mas você já fez algumas coisas.

- Que tipo de coisa?

- Os seus avanços, você fez muita coisa desde que começou sua jornada.

A entidade parecia se aproximar de mim as vezes.

- Você sabe me dizer pelo menos que lugar é esse?

- Aqui é uma parte da mente Sky, que geralmente é inacessível...

- Porquê eu posso acessar?

- Não sei, acho que ele está te ajudando, ele vê muito potencial em você.

- Ele quem?

- Ele você conhece, ele também não gosta dela.

- E quem é ela?

- Ela você já viu, mas não conhece, ele diz que você vai a conhecer um dia.

A entidade parecia estranha, não que ela já tenha falado assim, mas eu sentia ela, e percebia que ela estava aterrorizada.

- Vou embora agora, Fire, eu confio em você.

Senti que a entidade foi embora.

O céu agora se tornou preto, as águas do chão vermelhas como sangue, repentinamente um som estridente começa, não vem de lugar nenhum, é como se fosse apenas da minha cabeça, mas as estrelas tremiam e a água vibrava.

- Fire!

Abri meus olhos, vejo o rosto de Faye, ela parece preocupada.

- Você está bem? Estava falando sozinho...

- Ah, foi apenas um sonho, nada demais.

- Hm...

Ela fez uma cara de e insatisfeita, ela não gosta de respostas curtas.

- Fire, me diga, eu sei que tem algo de errado.

- ...

- O seu corpo, quando entrei no quarto, o ar estava vibrando.

- Eu não sei o que é.

- Com o que estava sonhando?

- Nao sei, era uma pessoa, acho que já vi em algum lugar, ela falava coisas estranhas.

- Que tipo de coisas?

- Como se eu tivesse conquistado alguma coisa.

- Mas então ela estava te elogiando?

- Não parecia com elogios, parecia que era apenas algo que eu já devia ter feito.

- É, eu não tenho a menor ideia do que deve ser.

Ela colocou a mão na minha perna e ficou olhando um pouco para o chão.

- Mas você se sente bem?

- Sim, não me sinto mal nem nada.

Ela se levantou.

- Vamos então, temos que fazer nossas coisas. - disse Faye estendendo a mão para mim.

Fomos nos arrumar, tomar banho essas coisas, Faye ainda teria tarefas com Grace hoje e eu teria que ir para a Husk. Terminando de me arrumar desci para a cozinha, Faye comprou alguns lanches de uma padaria e trouxe para casa, eram realmente lanches muito bons.

- Essas lanchinhos são bons em! - exclamei.

- Sim, acho que se tornou a minha lanchonete favorita agora. - disse Faye mastigando.

- Você sabe o que é esse molho? - tinha um molho meio espesso entre os frios e o alface.

- Acho que é milho de queijo.

- É bem gostoso. - o molho era muito bom, o sabor ficava intenso bem no finalzinho.

- Realmente, eu acho que vou sempre comprar mais alguns para levar para Kanterlot.

Terminamos de comer e fomos para a porta, saímos de casa juntos, Faye me deu um abraço e um beijo na bochecha, cada um de nós foi para um lado.

Hoje na Husk seria definido quais seriam as duplas finais, haveria um teste, não um teste físico, mas mental, usariam uma espécie de "magia", não um feitiço como os nossos, uma mistura de artes arcanas com a energia azul, isso iria ler nossas mentes e ia mostrar aos professores quais seriam as melhores duplas.

Isso era baseado em o quanto uma dupla era apegada, o quão boa era a relação entre as pessoas, as duplas com uma "sinergia" ruim seriam colocadas para passar mais um ano no curso e suas duplas seriam trocadas. Eu não estou nervoso sobre perder minha dupla, eu sei que eu e Kaya somos muito conectados.

Também imagino que Carl e Steven sejam muito bem conectados também.

Chegando na Agência Husk já entro e me encontro com meus amigos, todos estavam juntos em uma mesa no refeitório, Carl e Steven já estavam trocados com as roupas de treino, Kaya estava me esperando para poder ir trocar, eu fui embora com a chave do quarto da última vez.

- Hey! Fire! - gritou Carl quando me viu.

- Bom dia pessoal! - cumprimentei a todos.

- Está ancioso Fire? - perguntou Steven.

- Na verdade não, eu sei que eu e Kaya somos a melhor dupla de Vale do Pacto.

Kaya passou o braço pelo meu e me puxou.

- Claro né! Eu não teria te adestrado mal! - disse Kaya.

- Sei... Você que me adestrou né, garota que era isolada.

Ela soltou a voltou a tomar seu refrigerante.

"Atenção, a reunião das duplas vai começar em uma hora."

O aviso soou do telão de holograma.

- Fire! Temos que voltar rápido para o quarto.

- Quanto tempo daqui até o quarto?

- Vinte minutos.

- Puta merda.

- Sim, e a gente não pode ir voando nem usando magia de movimento.

Eu virei minha bebida rápido e Kaya terminou a dela.

- Vamos correndo então. - falei.

Eu e Kaya largamos os dois na mesa e corremos para o quarto. Chegamos no quarto em trinta minutos, novamente a droga do elevador não funcionava.

Literalmente podemos usar naves para chegar em outro planeta em um minuto, mas um elevador simples não funciona.

- Fire, pegue as roupas, eu pego nossos equipamentos as mais.

- Ok!

Arrumamos tudo em cima da mesa da sala, tínhamos mais vinte minutos sobrando agora.

- Temos que tomar banho... - falei.

Pensando agora não tem como os dois tomarem, vai demorar demais.

- Vamos juntos. - disse Kaya.

- Oi???

- Fire, eu confio em você, e a gente não vai ter tempo.

- ...

Cara eu não tenho reação, o máximo que eu na vi a Kaya foi com as roupas de baixo em dias quentes.

- Vem logo porra!

Ela me pegou e me levou pro banheiro, levamos dez minutos lá dentro, parecia uma eternidade, agora tudo o que eu queria era voltar no tempo e pedir para o diretor um quarto maior, com um banheiro maior.

- PORQUÊ O BOX TINHA QUE SER TÃO PEQUENO?

Eu estava tentando processar o que aconteceu lá dentro, parecia mais que estávamos fazendo "coisas", o box era muito apertado. E ao mesmo tempo eu não consigo acreditar que as roupas de baixo dela conseguem esconder um corpo tão... Tão incrível.

- Fire? Tá bem?

- Não...

- Se acalme, não entrou nem nada.

- Do jeito que você fala só fica pior.

- Não temos tempo para você ficar reclamando.

Realmente ela tem um ponto, temos dez minutos agora.

Nos trocamos e nos arrumamos o mais rápido o possível, ainda temos cinco minutos.

- Fire, não vai dar tempo.

- Tenho uma ideia! - abri a janela do quarto.

- Qual a sua ideia?

- Não podemos correr nos corredores, mas e se formos pela janela?

- O que pretende?

- Vem comigo e faz o que eu fizer.

Não consigo olhar para a Kaya direito, ainda estou com um pouco de vergonha pelas coisas que aconteceram no banheiro.

Sai pela janela do quarto, haviam alguns tubos passando por fora, me segurei em um e fiquei pendurado, procurei mais ou menos aonde era o lugar da reunião.

- Tenta fazer uma arrancada o mais forte que puder, vem logo atrás de mim, já sei a direção.

Me arrumei na parede, abri as asas e juntei energia para um forte impulso, logo soltei a energia e sai voando.

Eu estava realmente muito rápido, acho ia dar tempo. Conseguimos pousar bem na entrada do prédio e entramos meio que andando rápido, seguimos para o hangar, não seria realizado em um salão de cerimônias como a entrada ou qualquer outro evento, era em um dos hangares subterrâneos da base, chegamos correndo lá, Carl e Steven pareciam estar nos procurando lá.

- Vocês chegaram bem a tempo em. - disse Carl.

- Sim... - respondi respirando fundo.

Alguns Husks de armadura entram na sala, armaduras com patentes altas, coisas acima de capitão.

- Bom dia jovens! - disse o Husk com a maior patente.

- Eu sou o líder da base de Quémeron, meu nome é Yvan Londres, vim aqui hoje prestigiar as duplas que subirão de nível hoje.

Ele gera um grande holograma atrás dele, existiam os nomes das patentes atuais nossas e as seguintes. Nós somos atualmente "Terceiro Cadete", e iremos subir para "Formado Primeiro Grau" e logo também "Primeiro Atuador". Cada nível de patente tinha três níveis, de primeiro a terceiro e depois os formados, também de primeiro a terceiro grau.

Como atuadores nós vamos poder fazer missões e ganhar alguns valores de dinheiro, missões básicas e com o tempo e com as missões que fizermos vamos para os próximos níveis, até enfim irmos para Expedicionários. É a mesma coisa só que com maiores recompensas e missões mais difíceis.

- Vocês todos, fiquei mais próximos de suas duplas, iremos começar.

O Husk lança energia azul no chão e um sigilo arcano enorme aparece no chão.

- Assim que eu ativar o círculo, o feitiço irá ler vocês e vai fazer vocês ficarem brilhantes.

Brilhando.

- As duplas que brilharem azul serão as que passaram, as que brilharem vermelho serão as que não passaram.

Eu me viro para Kaya.

- Kaya, você falhou antes com uma dupla?

- Porquê? - perguntou Kaya.

- Quando entrei, você já era aluno a mais tempo.

- Não, palerma, eu estudava aqui antes, como escola mesmo.

- Ata.

Nem prestei atenção no Husk, mas ele já começou, as duplas começaram a brilhar. Vi algumas ficando azuis e algumas ficando vermelhas, alguns vermelhos brigavam, como se colocassem a culpa disso uns nos outros, os soldados de níveis mais altos tiravam os vermelhos do hangar.

Eu a Kaya brilhamos azul, era esperado já. Carl e Steven também.

- Eu falei que iríamos passar! - gritei para eles.

Peguei na não da Kaya.

- Aparentemente nosso banho não atrapalhou isso. - falei para ela.

- É claro, na verdade.

Ela chegou perto do meu ouvido.

- Era para ficarmos ainda mais próximos...

Ela sussurrou e instantaneamente me senti ficar quente, sei que fiquei muito vermelho nessa hora, nem preciso de espelho para saber.

- O que vocês dois fizeram? - perguntou Steven.

- Ahn? Como assim? - perguntei tentando disfarçar.

- Fire, eu tenho uma audição muito boa, e estamos a nem um metro de distância.

- O que você ouviu exatamente?

- Sobre um tal "nosso banho".

- Você não ouviu nada... - disse Kaya se teleportando para trás dele.

Steven simplesmente perdeu completamente a postura depois disso.

- Kaya, você se teleportou? - perguntei.

- Não, só me movi muito rápido mesmo.

- Ata.

As vezes eu tenho medo do quão realmente poderosa é a Kaya, ela consegue bater tempos minúsculos na pista sem se esforçar, ela as vezes tem picos de poder como esse que nem se percebe ou então quando ela simplesmente faz alguma coisa muito ridícula. Um tempo atrás quase ouve um acidente, estávamos fazendo treino de tiro, uma das aulas derrubou o rifle no chão e ele disparou, a bala foi na direção da Kaya, ela simplesmente pegou a bala no ar com um reflexo. Observação, os rifles que usamos no treino atiram projéteis a mais de quinze mil quilômetros por hora.

Saímos todos juntos de lá, recebemos uma maleta com nossos novos equipamentos, eram maletas pretas com nossos nomes escritos.

Fomos todos para uma área arborizada da base ver o que tínhamos, nas maletas vinham roupas de treino novas, as faixas da calça agora tinham o padrão do nosso nível, recebemos também outros equipamentos, como celulares especiais da Husk e um cartão preto com o símbolo do nosso nível.

Na parede de trás desse cartão havia um tipo de mapa interativo, mostrava alguma coisa em uma área dentro do prédio de armamentos.

- Ei, vocês querem ir ver o que tem nesse lugar? - falei para eles mostrando o cartão.

- Vamos, deve ter mais equipamento lá. - disse Steven.

- Ahh, bora vai. - disse Carl.

Kaya já estava em pé, apenas estalando as suas costas.

Fomos até o prédio de armamentos, o Arsenal da base, era uma estrutura muito grande, tinha vários hangares, até mesmo ligação com o lugar que estávamos antes, nós nós dividimos em duplas, parece que para cada dupla o cartão dava uma localização diferente.

Eu e Kaya fomos até onde estava marcado, era um grande armário com um lugar para passar o cartão, ela passou o dela e a porta se abriu, fiquei maravilhado com o que tinha lá dentro. Lá dentro haviam nossas primeiras armas pessoais e armaduras, nas missões de atuadores pode ser que nos encontremos em perigo, tínhamos uma pistola, um rifle de assalto leve e a armadura "Protótipo Mk1" essa armadura já tinha até o nível três senão me engano.

Pegamos a armadura e vestimos, ela se encaixava em cima das nossas roupas normais, era muito legal, no visor apareciam muitas coisas, quando eu olhava para a Kaya, aparecia uma aura azul em volta dela e o nome dela em cima, é como se fosse um jogo.

- Fire, aponta uma arma pra mim.

Eu apontei a pistola para ela, aparecia um aviso de fogo amigo e um xis ficava na frente dela.

- Cara, isso é muito foda... - falei.

A armadura fazia eu me sentir muito mais forte, mais rápido e mais atento, é como se eu tivesse tomado vários e vários litros de energético, e não satisfeito tivesse usado de algum tipo de droga.

Steven e Carl estavam fazendo a mesma coisa que nós, a diferença é que o dois idiotas estavam tentando puxar o gatilho da arma, aparentemente quando ela está apontada para um aliado ela não dispara. Mas nem quero imaginar o que aconteceria se não fosse assim.

- Então vocês já estão experimentando as armaduras? - alguém chegou falando.

- Sim, seguimos a direção até aqui... - respondeu Kaya.

Fui olhar quem era, e pela minha surpresa era o professor Rex, ele é um professor muito bom, um dos mais novos e mais bem humorados da base.

- O que acharam dessas armaduras? - ele perguntou colocando a mão no ombro de Carl.

- São incríveis, me sinto outra pessoa colocando ela. - falei.

- Sim, sim, essa armadura é feita para escalar os sentidos do soldado ou agente. - disse ele enquanto tirava algo do bolso.

Ele pegou uma espécie de pequeno disco metálico, não era muito maior que a palma dele, de um lado parecia ter o símbolo da Husk.

- Vocês estão vestindo aí as Protótipos Mk1, estou certo? - perguntou ele.

- Sim, pelo menos é o que está escrito na ombreira. - respondeu Steven.

- Então, vocês estão com a versão mais atrasada dessa armadura.

- Como assim? - Kaya questionou.

Ele mostrou aquele disco metálico.

- Aqui na minha mão eu tenho a "Beta Mk4", chamamos as Protótipos de "Alfa".

Ele falava isso apontando para o disco.

- O disco é a armadura? - Steven questionou.

- Na verdade sim e não. - disse Rex.

- Como?

- Vou mostrar.

Ele colocou o disco de metal sobre o peito e tirou a mão, o disco ficou parado ali meio que flutuando à alguns milímetros do peito dele.

- Agora vem o trunfo.

Ele colocou a mão no disco e o girou, assim que ele girou uma substância escura e brilhante começou a tomar o corpo dele, as bordas dessa substância tinham um brilho azul. Ela tomou todo o corpo dele em segundos, mesmo a cabeça dele estava coberta e em alguns instantes a massa tomou forma em uma armadura, parecia ser melhor que a nossa.

A armadura como a nossa tinha algumas placas adjacentes como as ombreiras, mas também havia uma parte que parecia ter se formado junto da pele dele, quase como se fosse uma nova pele, dava para ver de perto alguns minúsculos exagonos no material, era como se fosse um tecido feito disso.

Haviam linhas de energia azul passando por toda a armadura, além de todos os desenhos e símbolos que se formaram nela.

- CA-CE-TE! - gritei.

- Porra! Que negócio incrível! - gritou Carl.

- Como isso funciona? - perguntou Steven tentando chegar perto para ver melhor.

Kaya estava observando cada detalhe da armadura.

- Essa armadura aqui ainda não está pronta, mas em um ano ou menos vai estar. - disse Rex.

Ele criou esferas de energia azul nas mãos dele, alguns feixes de energia passavam pela armadura.

- Esse lindo traje aqui, permite até mesmo usar energia azul, mesmo não tento no seu corpo.

- Essa armadura, o qje mais ela precisa para deixar de ser "beta"? - perguntou Kaya.

Rex abriu o capacete, o efeito foi o mesmo de quando a armadura se montou, mas ao contrário.

- Tem várias coisas para arrumar ainda, na verdade só esse tempo de vestir ela já é uma delas.

- O que mais? - continuou Kaya.

Rex "desativou" a armadura, ou tirou, não sei dizer o que eu poderia falar daquilo.

- Podemos fazer uma grande lista disso.

Ele puxou uma caixa de metal que tinha ali do lado e sentou.

- Bom... As vezes a armadura não se arma inteira, as vezes quando vou tirar ela, ela não sai toda, as vezes fica muito frágil, muitas coisas.

- Faz sentido então, mas elas já estão sendo usadas? - perguntou Steven.

- Não, ainda não, só alguns soldados tem, e temos apenas para testar.

Ele fez uma pausa e ficou olhando o disco.

- Também vi alguns dos engenheiros falando que queriam adicionar armas embutidas nela, esses caras são malucos.

Kaya começou a tirar a armadura dela.

- Quando essa armadura estiver completa ela vai ser invencível então? - ela perguntou.

- Não sei, no estado atual a resistência dela não é muito maior que uma do império, capaz de ser até menor.

Aquele traje parecia sim ter um futuro brilhante, mas ainda não parecia ser algo confiável, nem sei se Rex realmente a usa.

- Rex, mas se a armadura é tão ruim assim, porquê você a usa? - perguntei.

- Meu corpo é muito resistente Fire, é a ponto de usar uma armadura é apenas para mostrar.

Ele se levantou enquanto colocava o disco de volta no bolso.

- Nossos inimigos, a treva, quase todo o alto escalão deles usa armaduras apenas decorativas.

Ele deu uma pausa para pensar um pouco.

- Nem todos, na verdade alguns usam armadura para melhorar alguma capacidade, posso até mesmo dar um exemplo.

- Então dê. - disse Kaya.

- É que eu não sei se essa informação pode ser de domínio público, muitas coisas aqui da Husk são assim.

- Fale logo! - disse Kaya irritada.

Rex fez uma cara feia para ela, como se a repudiava.

- Ok, mas apenas por vocês serem os melhores alunos, digo isso para Fire e Kaya, vocês dois eu nem sei como chegaram tão longe.

Rex costumava tratar os dois desse jeito, principalmente por eles simplesmente não deixarem ele dar aula, até mesmo Steven é assim.

- Enfim, eu ia falar de uma das nossas mais poderosas inimigas, a Grã-Senhora Dazzle Night, pelo menos é assim que ela é conhecida.

- Grã-Senhora Dazzle Night? Esse nome, eu já vi na internet. - murmurou Steven pensativo.

- O que você viu sobre ela Steven?

- Nada demais, não tem muita informação, mas tem uma que me chamou a atenção.

- E o que foi?

- Ela é a Grã-Senhora mais poderosa, o poder dela chega a um nível bastante interessante, ela já chegou a usar algo que seria visto em dez ou vinte por cento de Kathleen.

Rex se sentou novamente, acho que ele estava um pouco indeciso sobre ficar em pé ou não.

- Essa informação é correta, fomos nós da Husk mesmo que a colocamos na rede.

- Mas e sobre ela usar armadura? - Kaya perguntou, agora já ficando ansiosa com a enrolação de Rex.

- A armadura, pelo que vimos, ela pode usar para canalizar quantidades de poder ridículas, pode até mesmo exceder seu limite sem entrar no modo super.

Isso o que Rex disse, exceder sem virar super, é algo muito idiota, o modo super é justamente um meio de ultrapassar o nosso limite, mas tem aquele preço que Celeste havia dito antes, não importa o quão forte você seja, você pode morrer em segundos. Existir alguém com a capacidade de ultrapassar o limite sem ser cobrado é algo muito preocupante.

- Rex... Uma pergunta, o que ela fez para vocês classificarem ela como vinte por cento de Kathleen? - perguntei.

- Bom, coisa simples.

Ele falou fechando o rosto.

- Estávamos fazendo um trabalho para o império, íamos escoltar algumas naves cargueiro, daquelas grande o suficiente para ser proibido descer para a atmosfera.

- hm...

- As naves tinham que chegar até a Estação Cortês.

- Lá em Dragonsky 6 certo?

- Isso, estávamos em dobra passando por D4, quando simplesmente fomos arrancados todos de lá, digo que fomos mas eu não estava lá.

- Certo.

- As naves quando foram arrancadas de dobra também tiveram um blackout, mas durou apenas alguns segundos, olhando pelas janelas dava para ver que estavam todas envolvidas em uma névoa dourada.

- O que era essa névoa?

- Resquícios da magia que nos puxou.

- Mas se são"resquícios" como vocês estavam vendo? Resquícios mágicos não são visíveis a olho nú. - Kaya falando.

- Aí está Kaya, estamos falando da mulher que até hoje não derrubou uma gota de sangue, em mais de mil e quinhentos anos de combate.

Kaya ficou quieta um tempo processando essa informação, uma pessoa não derramar sangue em uma guerra assim, tem que ser no mínimo uma divindade, algo que ela não é.

- Mas continuando, após sermos arrancados da dobra um forte clarão dourado surgiu no meio do espaço, a luz foi acompanhada com uma falha total dos escudos, eles foram sobrecarregados.

- O que era essa luz? - perguntou Steven.

- Era Dazzle, ele havia se transportado para o espaço, estava ali, em meio ao vazio na frente das naves, não usava nenhum tipo de armadura espacial ou coisa do tipo, nem mesmo capacete ela usava.

Steven arregalou os olhos.

- Como? Eu sei que Skys são fortes e tal, mas como ela estava no espaço? Skys não devem aguentar a violência do vácuo. - questionou Steven perplexo.

- Novamente Steven, estamos falando da mulher capaz de usar vinte por cento do poder de Kathleen.

Steven parecia não aceitar isso.

- Ela usava na cabeça apenas aquela coroa que as Grã-Senhoras usam.

- Ela estava empunhando sua lança, a "Fenda Temporal", ela de longe estava fazendo movimentos, como se nos atacasse.

- A que distância ela estava? - perguntei

- Ahm, nos registros dizia que ela estava a aproximadamente três quilômetros.

- Porra, acho que eu não consigo ver alguém a essa distância.

- Você pode não ver, mas a nave sim.

Ele começou a gesticular o que ela estava fazendo.

- Esses "ataques" dela estavam gerando ondas de energia dourada, as primeiras surgiam e sumiam, acho que ela estava se "calibrando".

Calibrando?

- Em seguida ela disparou uma sequência de ondas, que viajavam muito rápido e cresciam muito rápido, antes de colidir já estavam maiores que as naves.

- A colisão foi linda, eu vi no vídeo, a nave parecia uma folha de papel.

- Como assim??? - perguntou Kaya agora perplexa também.

Rex começou a gesticular novamente.

- A onda acertou a nave e a partiu ao meio, não foi um corte, ela esmagou a nave e a rasgou, as naves não tiveram chance.

- Os escudos, o que aconteceu com eles? - perguntou Steven.

- Não lembra o que eu disse? Assim que ela apareceu ela os sobrecarregou.

- Como assim sobrecarregou?

- Quando os escudos não são capazes de aguentar o dano recebido eles sobrecarregam e falham, é isso que significa a frase "derrubamos os escudos".

- Hmm.

Ele parou de gesticular.

- A batalha não durou nem mesmo um minuto, acho que em vinte segundos, talvez um pouco mais, tudo já estava acabado.

- Algum sobrevivente? - perguntou Carl.

- Sim, uns quinze que fugiram quando a coisa ficou feia.

- Quantos eram? - perguntou Kaya.

- Eram nove cargueiros mais seis naves de guerra nossas, aproximadamente quatro a seis mil pessoas.

- Isso é muito idiota, uma pessoa fazer isso. - disse Kaya.

- Mas no fim, o que ela teria feito para usar a armadura dela? - eu disse.

Rex parecia ter esquecido, na hora que eu falei parece que ele lembrou.

- Ah, sim, pelo jeito que ela estava, acho que essas ondas, fizemos uma análise do vídeo, e parece que ela estava experimentando algumas coisas, o poder dela não foi aumentado nem nada, mas ela usou a armadura para canalizar melhor seu poder.

- Ata. - falei.

- Não, super normal. - Kaya.

- Mais um dia normal em Dragonsky. - Carl.

- Queria saber quando o nosso lado vai ter alguma coisa assim. - Steven.

- Como assim? - perguntou Rex.

- Sabe, nós não temos nada no nível delas, elas tem tudo, e o que tínhamos perdemos.

- Sim, o que Steven disse é verdade, os guardiões, os Skys de fogo, tirando o Fire, nossa rainha, tudo, nós perdemos tudo. - Kaya falou indignada e exaltada.

Rex parecia pensar como responder Kaya, era claramente visível que ela se importava muito com isso, nas matérias e treinos que envolviam assunto militar ela sempre era a melhor, foi a primeira aluna da sala com a habilidade de canalizar energia, é uma das Skys mais fortes e poderosas da Base de Quémeron mesmo sendo muito jovem, e isso tudo não é dom, é comprometimento.

- Kaya, nós não perdemos tudo, ainda estamos aqui. - disse Rex tentando a acalmar.

- Por enquanto. - ela respondeu rispidamente.

- Kaya, ainda existe uma chance.

- Como?

- Eu não posso falar como, apenas posso dizer que temos uma carta na manga ainda, e não é qualquer carta, é um três.

- Você fala isso apenas para me alegrar.

- Não, se fosse assim eu preferia não falar nada.

Kaya encarou Rex por um tempo, ela parecia estar se acalmando um pouco.

- Rex, você me promete que ainda existe um jeito? - ela perguntou.

- Sim Kaya, e você vai se surpreender quando descobrir o que é.

- O quê é? - perguntei.

- Já disse que não posso dizer.

- A, verdade.

Rex ficou olhando para nós um tempo.

- Bom, vamos, guardem essas coisas e vão almoçar, daqui a pouco vocês já podem ir embora.

Peguei meu celular e olhei a hora, já era quase meio dia, e seria apenas o evento, não ia ter aula nem nada.

- Sim, já vamos então. - disse Steven.

Todos nós tiramos as armaduras e guardamos de volta, fomos juntos andando para o refeitório, no caminho peguei meu celular denovo, quando eu havia o pego antes eu vi que tinha mensagem da Faye.

Abri a mensagem, ela tinha me mandado uma foto delas treinando, estavam todas com roupas de treino imperial, eram diferentes das nossas da Husk, tinham bem mais metal e decorações. Elas vestiam tiaras, parecidas com as que as Senhoras e Grã-Senhoras vestiam, Faye em especial estava muito linda com ela.

Dava para ver no fundo da foto Violet e Elora deitadas no chão, Mayla, Agatha e Raika pareciam estar tentando as animar.

Essas garotas são incríveis, não sei o que faria sem elas, eu lembro que a alguns anos, eu era bem mais antipático e perdido que hoje, acho que Faye, Carl, Steven, Wynona, todos eles me fizeram melhor, hoje eu nem sequer consigo imaginar o que vai ser de mim ao lado desses novos amigos, acho que minha vida vai ser bem mais animada.

Voltei para casa por volta de duas da tarde, Faye ainda não tinha chego do treino, na verdade nem sei que horas ela ia chegar, eu deveria ter perguntado pra ela mais cedo.

Não fiz nada pelo resto do dia além de esperar pela Faye, quero muito saber como foi, eu apenas vi como é o lugar, mas não tenho a menor ideia de como elas iam treinar ou essas coisas. A Faye foi chegar lá para o fim da tarde, acho que era mais ou menos seis horas da tarde, algo assim, ela entrou na sala, parecia estar acabada, mal olhou para mim e já se jogou no sofá.

- Oi Fire... - disse ela com a voz fraca.

- Você tá bem Faye?! - ela estava só o bagaço.

- Sim... Pelo menos inteira...

- Que tipo de treino foi esse?!

- Ah, a Celeste falou que ia passar uns treinos para Skys...

- Como assim?

- Levantamento de peso, agachamento, corrida, essas coisas...

- Mas isso foi o suficiente para te deixar assim?

- É claro, e pensa que ainda tivemos de ficar naquele modo poderoso nosso!

- Modo super?

- Não. Não temos acesso a isso ainda, nem sei se vamos ter...

Ela falou isso ficando um pouco para baixo.

- Porquê você fala assim Faye? - perguntei chegando mais perto dela.

- Sabe Fire, pra você isso pode não ser tão difícil, mas usar mais magia no nosso corpo cansa demais.

- Sim, eu imagino que sim.

- Então, o problema é que nós, Dragonskarianas normais, sofremos demais para usar poder dentro do limite, imagine agora algo fora.

- Sim, mas até Skys poderosos se ferem usando o Super.

- Sim, é exatamente isso, até mesmo Skys podorosos MORREM usando o modo super.

Ela parecia estar se precipitando muito, ela mal tinha aprendido isso, acho que de todas ela seria quem melhor entenderia.

- Faye, você não quer isso?

- Isso o quê.

- Sabe, isso de ser guardiã.

- Não, não Fire, eu não quero...

- Porquê não?

- Fire, eu passei minha infância toda estudando para evitar conflitos, trazer paz, tudo isso, e do nada agora eu sou soldado?

- Mas a sua função é literalmente trazer a paz.

- Trazer a paz eliminando quem estiver atrapalhando.

- Hm.

- Fire, eu não quero ter que matar alguém.

- Faye...

- Fire, eu não quero ter que tirar a vida de pessoas só para viver melhor a minha...

- ...

- Não é nisso que eu acredito...

Ela falava isso e dava para ver suas mãos começarem a tremer, eu em silêncio apenas fui chegando cada vez mais perto dela.

- Faye.

Me agachei do lado dela no sofá e passei meus braços por ela, enquanto eu chegava sua feição ia mudando, de raiva para tristeza, quando terminei de a abraçar ela caiu em lágrimas.

- Faye, me diga agora, me mostre, como se sente.

- Fi-Fire...

Ela agarrou forte meu braço.

- Faye, você é uma mulher muito forte, você é corajosa, olhe aonde chegou...

- Fire, e-eu não posso desistir, se-senão...

- Não Faye, você não vai desistir mesmo.

Puxei o rosto dela para mim e olhei dentro de seus olhos.

- Você é incrível, e eu sei que vai arrumar um jeito, nem toda guerra se ganha na força, e você vai mostrar isso ao mundo.

Ela estava me encarando com lágrimas nos olhos ainda.

- Eu vi a foto que você me mandou, eu vi que lá você estava feliz, sabe, você e suas amigas, você não está sozinha.

- É verdade, elas são nem legais... - disse Faye enquanto enxugava as lágrimas.

- Faye, eu vou te falar uma coisa que pode te fazer mudar de ideia, ou não.

- Diga...

- A Kaya, ela aparentemente tem medo, ela teme o futuro, ela não tem esperança para nós, ela é muito esforçada e queria estar lutando, mas ela é jovem como eu e você, isso jao deveria a afetar dessa forma.

- E o que você gostaria que eu fizesse?

- Se torne o que a Kaya precisa, agora você é uma guardiã, mas especificamente a líder das novas guardiãs, seja o futuro que pessoas como a Kaya precisam, dê a eles a esperança.

Faye se levantou e segurou meu rosto.

- Fire, eu te amo.

- Eu também te amo Faye.

Parece que meu discurso funcionou, ela parecia radiante, sequei as lágrimas dela e ficamos os dois juntos sentados no sofá, naquela noite ficamos assistindo filmes até capotar no sofá.

Naquela noite, fiquei pensando, acho que estou pronto para o que vier nos próximos anos, tenho noção já do que quero por enquanto, e também sei o que buscar.

Estou pronto, para a próxima fase da minha vida.


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