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37.5% DragonSky / Chapter 12: XII - Decorações

Chương 12: XII - Decorações

Acordei logo cedo, era domingo de manhã, meus colegas de sala pediram para que todos os envolvidos fossem para a escola, hoje iríamos começar a trabalhar nas decorações da escola, minha mãe me levaria para lá junto de Faye, que no caso iria para a embaixada resolver alguns assuntos, me troquei, vesti roupas de frio e desci para tomar o café da manhã, Faye estava na cozinha amarrando o cabelo, a mãe servia pão para nós, - Fire, coma logo que já sairemos... -, eu comia calmamente e dava leves goladas no leite da xícara, a Faye estava comendo o pão em pé mesmo, ela havia virado todo o leite de uma vez.

Terminei de comer e coloquei o prato e o copo na lava-louças, fui ao meu quarto e peguei apenas um cachecol, desci de volta e fomos saindo, nossa mãe estava tirando o carro da garagem, Faye estava vestida com roupas de frio também, porém apenas um moletom, ela ficaria a maior parte do dia na embaixada, e lá era um lugar aquecido, queria eu estar lá, a previsão era de cinco graus para a tarde toda, agora de manhã deveria estar fazendo uns três graus negativos, estava mais quente hoje, - Entrem logo os dois! -, minha mãe nos chamou para entrar no carro.

O caminho de carro era mais rápido que o caminho de metrô, não sei exatamente o porquê, talvez houvessem atalhos ou algo do tipo, hoje estava bem nublado até, não era um nublado de deixar escuro, mas era nublado ainda, caia pouca neve, ela chegava a cair na rua e derreter já, estava tudo bem encharcado, espero que na cidade não esteja assim, seria bem chato trabalhar com as coisas encharcadas. Chegando no prédio da escola minha mãe me deu algum dinheiro para almoçar e foi embora, eu entrei na escola e estava indo para os campos laterais, onde ocorreria o festival, os corredores eram muito estranhos e vazios, talvez tivessem alguns empregados trabalhando nas sala, mas, nada além disso. Atravessei a praça de alimentação e cheguei no campo, era uma área de grama muito grande, chegando lá só estava a tal da Wynona, algumas outras garotas e uns dois garotos.

Eu me sentei em um canto esperando algo acontecer, Wynona estava com uma prancheta em suas mãos fazendo alguma coisa, eu estava muito longe dela para poder ler, resolvi apenas esperar, tirei uma fruta da mochila para comer enquanto nada acontecia, logo, Wynona subiu em cima de uma bancada de madeira que ali tinha e começou a falar, - Atenção todos!, Estamos hoje reunidos nesta fria manhã para começar as decorações do festival escolar! -, ela pegou a prancheta em mãos e começou a falar algumas outras coisas, - Preciso de pelo menos três Skys junto comigo para fazer as tarefas pesadas!, Fire e Zygard!, Vocês estão na parte pesada, junto comigo, vai acabar faltando um Sky pelo visto... -, ela terminou de falar olhando em volta, - Bom, o resto de vocês deverá ir com a Armantia, ela está lá atrás junto dos materiais -, ela apontou para uma Dragonskariana que estava no fundo perto de algumas tábuas, ela desci de cima da mesa e nos levou para um outro canto, no qual infelizmente o chão estava encharcado, nossa como eu odeio essas coisas, - Bom, Zygard e Fire, nós somos os responsáveis por fazer o trabalho pesado, então sempre estejam atentos a pedidos de coisas difíceis, entenderam -, entendi de imediato, era simples, como somos Skys somos relativamente mais fortes que Dragonskarianos ou Husks, então nós teríamos que suprir essa falta de força deles. Terminando de nos passar as informações Wynona pediu para que fizéssemos uma "Ronda" pelo lugar, procurando pessoas que precisam de ajuda, cada um foi para um lado a procura de alguém para ajudar.

Algumas horas se passaram, eu não fiz nada de mais, minimamente ajudei a levantar algum peso ou martelar alguma coisa, um adulto veio e nos falou para entrarmos, o almoço estava pronto, iríamos comer como em um dia normal de aula, eu me sentei em uma mesa sozinho, fiquei mexendo no celular de boa, eu estava vendo algumas imagens que Carl havia postado, ele parecia estar comemorando alguma coisa com sua avó, eu sempre imaginei que as avós ou avôs aparentassem ser velhos, pelo menos os Husks que nem todos são imortais, mas a avó dele parecia ser muito jovem, talvez mais que minha mãe, em questão de aparência dava para a avó dele ser uma irmã mais velha, logo na mesa chegaram a Wynona e o tal do Zygard, - Iae Fire! -, disse ele, eu não sei porque de tamanha intimidade, eu nunca conversei com ele, mal sabia que ele existia, - Iae, Zy -, eu não sabia muito puxar assunto, eu olhei para minha mão, ela está tremendo, eu joguei ela para baixo da mesa, sei lá o que seria isso, - Bom... -, eu estava pensando em como puxar assunto, - Fire, quais são seus elementos? -, eu nem tive que pensar muito ela mesma já fez o trabalho, - Eu sou de fogo e acho que eletricidade, ou raio, não sei o nome certo -, ela pôs a mão no rosto, - Hmm, interessante, nunca vi um Sky jovem com mais de um, você deve ser raro, ou alguma anomalia -, palavras frias mas claras, - Eu sou um elemento único se não me engano, pelo menos nunca ouvi falar se alguém com o mesmo que eu -, perguntei a ela qual o elemento dela, - Meu elemento, Prisma, é meio que uma junção de três, Cristal, Luz e Escuridão.. -, estranho, eu havia estudado sobre o elemento cristal, e só existiu um Sky com tal elemento em toda a história, foi no caso o responsável pela construção do império de cristal, - Mas, como assim cristal? -, perguntou o Zygard, - Não é bem cristal, é algo meio que derivado, e também não sou cristal, sou Prisma, é uma junção -, acho que entendi, mas o que os pais dela tinham que ser para que existisse tal elemento?, - Ei, Wynona, o que seus pais são?, Tipo, pra criar algo assim -, ela abaixou a cabeça e os cabelos coloridos cobriram o rosto na hora, - Eu..., Meus pais não estão aqui, eles foram para a guerra... -, ela deveria ter medo, - Ah, mas acho que eles podem voltar. -, alguma coisa molhou a mesa, Zygard se levantou e saiu sem fazer barulho, - Eles não vão voltar...,Faz algum tempo já, eles foram para a linha de frente no litoral Leste, eu lembro deles saindo... -, ela levantou o rosto, haviam lágrimas saindo de seu rosto, ela passou a manga da blusa em seu rosto, mas só saiam mais, - Quando eu era bem pequena, é a minha memória mais clara, eles saindo de casa, meu pai estava com lágrimas no rosto, e minha mão segurava sua mão, havia um grande veículo blindado na frente de casa, um grande caminhão dourado e branco, tinham dois soldados os escoltando para dentro... -, ela estava dando alguns soluços, - Sabe, eu era muito pequena para entender, meus tios ficaram comigo, e sempre me diziam que eles foram trabalhar e que logo voltariam, só fui entender uns dois anos depois, quando um soldado bateu em nossa porta, e nos entregou uma caixa... -, eu estava ficando meio comovido com a história dela, diferente de mim ela conheceu os pais, e foi cativada por eles, a falta de alguém que ti cativou é tão ruim quanto a morte do corpo, - eu lembro, que foi minha tia que abriu a caixa, na hora ela começou a chorar muito e saiu, meu tio ficou pálido, e começou a tremer muito, eu curiosa fui ver o conteúdo, lá tinham quatro coisas, os emblemas de patente de meus pais completamente queimados e ensanguentados, uma carta preto falando da morte deles e um colar de Prisma, havia a gravura Wynona nele, foi a última coisa que tive dos meus pais... -, ela não resistiu e começou a chorar de verdade, eu acho que entendia como ela se sentia, o pior é a parte do sangue, as pessoas creem que deixa o sangue de algum ente perdido em alguma coisa pode fazer com que ele possa nos ver de algum lugar, eu ainda tremendo, me levantei, dei a volta na mesa, e a abracei, abracei forte tentando a consolar, ela se virou e me abraçou, com o rosto em meus ombros, eu não podia falar muito para ela, eu não sei bem como é a sensação, acho que minha curiosidade acabou com ela, o almoço vai esfriar.

Mais tarde, ela ainda estava comigo, não queria se afastar, acho que ela achou segurança no meu abraço, mas de todo modo, tínhamos que voltar a trabalhar, eu acabei não almoçando, mas não estava com fome, ficamos a tarde toda trabalhando, eu praticamente que virei o rei do martelo, nunca vi tantas tábuas e pregos na minha vida, Zygard fez alguns trabalhos voando, ele era um pouco mais avançado nisso que nós, a Wynona ficava fazendo alguns trabalhos variados, hora era com madeira, hora algum de peso, hora liderando, acho que era a mais prestativa de nós, nós, no caso todo mundo, estávamos montando um palco no momento, acho que seria algo para anúncios e essas coisas, já começamos a erguer algumas vigas ali, no caso eram de metal com algumas tábuas de madeira em volta, estava bem feio daquele jeito, mas alguns adultos que estavam ajudando haviam preparado uma mistura parecida com um gesso que passaríamos por cima para dar forma ao palco. Alguns garotos estavam passando uma camada de verniz em cima da palco, para não haver farpas na hora de massa, eles usavam algo parecido com um rodo, só que haviam uma espuma na ponta, parecia mais que eles estavam brincando, eles pulavam por cima de seus rodos, nem ligavam se algum verniz caísse em seu corpo, todo mundo trabalhava animado, visando o festival que estava por vir, vai ser demais.

Tarde do dia estávamos todos deitados na neve, nem parecia estar frio mais, estávamos descansando, aquele havia sido um dia bem cheio de trabalho, conseguimos terminar o palco do evento, estava muito bonito, e alguns de nós começaram a fazer algumas barracas, mas ainda faltava bastante coisa, havia começado a nevar de novo, e alguns garotos estavam cobrindo as coisas mais frágeis, para que não acabassem molhando com algum derretimento ocasional da neve, sabe, neve e verniz não combinam nem um pouco, se a umidade se infiltrar nele, vai acabar com toda a tinta que passamos, além de encher de bolhas.

Eu me levantei para apenas ir ao banheiro, olhei em volta, sabe, quando você procura alguém conhecido, vi apenas a Wynona de longe guardando umas latas, até pensei em ajudar, porém o banheiro era mais importante. Andei pelos corredores da escola sozinho um tempo, eu estava indo no banheiro do terceiro andar, era mais confortável, como era fim de semana a escola estava fazendo backup das informações da semana, e em toda parede havia algum painel holográfico com várias informações passando na tela, no terceiro andar antes do banheiro tinha a diretoria, nesse dia só tinha nós os alunos e alguns supervisores na escola, então não vi problema e entrei na sala do diretor, fiquei mexendo na sua estante de livros um pouco, tinha coisas interessantes ali, até mesmo uma grande antiguidade, uma calculadora eletrônica comum, elas usavam eletricidade para funcionar, isso é muito antigo, de milênios atrás.

Eu me sentei em sua cadeira, só para me sentir o diretor mesmo, era bem confortável, e por algum motivo a cadeira tinha o formato do diretor já, então era interessante a sensação, por curiosidade eu liguei o computador dele, o monitor curvado estava bem ali na minha direita, ele já estava ligado, então não tive que decifrar senhas nem nada, havia ali o processo das informações, era bem interessante, já estava em cinquenta e sete por cento, porém, uma coisa me chamou a atenção, havia um segundo destinatário para as informações, um além da rede da escola, estava escrito, - CENTRAL-K -, meu celular estava em minhas mãos, então não tinha problema pesquisar o que era. Em uma rápida pesquisa eu encontrei algo bem estranho, Central K, era a abreviação de Central Kanterlot, era um grande banco de dados que analisava e ordenava os dados do reino, mas geralmente só era usado quando se tinha que realizar alguma análise de campo ou algo desse tipo, mesmo que a escola fosse inteiramente do estado não fazia sentido enviar diretamente para a capital, minimamente deveria ir para a embaixada antes, e outra, a central não era um lugar para guardar informações, está tudo sendo lido, aquilo seria usado em alguma coisa, isso me assustou um pouco.

Me levantei da mesa e desliguei o monitor do computador, e fui ao banheiro, eu tinha até me esquecido de ir, na minha volta alguns alunos estavam pegando suas mochilas e foram saindo, parece que já estávamos sendo liberados, eu tive a ideia de ir também, eu iria almoçar em uma padaria na rua da escola, e não queria pegar o horário de pico a tarde, então decidi logo sair.

Caminhando rumo à padaria eu via nas ruas as decorações praticamente que prontas, e a neve acumulando no meio fio da rua, em alguns prédios haviam algumas formações pequenas de gelo escorrido nas partes mais externas, como sacadas ou parapeitos, era bem legal, alguns funcionários públicos estavam passando na rua com alguns caminhões, jogando algumas pedras na calçada, não sei porque, mas isso faz com que não chegue a formar gelo, continuei seguindo por mais um tempo e cheguei, entrando lá dava para se ouvir alguma música ambiente bem calma, o ar cheirava a café e pão quente, mas não era um cheiro forte, era bem sútil, o lugar estava aquecido, me sentei em uma das mesas e peguei o cardápio, não havia nada que fosse caro demais ou muito grande, - Hmm, Acho que vou pegar um capuccino, pães de queijo e talvez algum doce, não estou com muita fome. -, de fato o cardápio era bem completo, até pensei em pegar algo maior, como um sanduíche, mas para minha fome não precisava.

Após meu lanche o dia seguiu normal, fui para a estação e peguei o primeiro metrô que fosse para minha casa, eu acabei cochilando um pouco no vagão e acordei acho que pelo menos dois pontos depois da estação de casa, voltei a pé esse trecho, acho que era algo de dois ou três quilômetros, e para quem escalou um monte com oito anos, andar alguns quilômetros não é nada, ainda mais que a região de Miray não tinha muitas elevações, então o caminho era muito fácil de andar, eu passava bem feliz pelas ruas, o estava bem calmo, dava para ouvir o vendo mexendo algumas árvores, estava um pouco mais feio que de manhã, mais ou menos uns dois graus agora, eu estava muito feliz caminhando. Em um dos cruzamentos eu percebi que não havia ninguém, pelo menos ninguém que eu conseguisse ver, então eu parei ali para te alguns pensamentos simples, para relaxar mesmo e tentar organizar meu dia, - Será que alguém já se sentou nesse chão? -, eu realmente me fiz essa pergunta do nada, talvez não completamente vinda de lugar nenhum, um sentimento de descoberta e conforto me tomou, talvez saber que eu poderia ser a primeira pessoa a se sentar no meio da rua, pode parecer algo fútil, mas se for pensar direito nisso, é algo muito interessante, nos dias de hoje é muito difícil se ver em uma situação sem precedentes, como por exemplo explorar um mundo novo, ou entrar em algum jogo sem saber de nada, mais ou menos como a sensação que tive ao me mover para Miray, isso por algum motivo, o desconhecido, no alivia, faz sentirmos algum mérito, talvez um orgulho de nós mesmos, eu então, peguei minha mão e olhei para o chão, parecia intocado, como se ninguém jamais houvesse pensado nisso, estiquei minhas mãos e toquei o chão, nessa hora meio que tive um choque, nada demais, apenas uma sensação boa, uma conclusão de algo, o chão, era morno e áspero, eu me sentei por completo no chão dessa vez e fiquei com as pernas cruzadas, fechei os olhos e me deixei relaxar, o vento invadia minhas orelhas e os pensamentos fluíam perfeitamente através de minha mente, tudo estava sendo devidamente organizado, saber que eu poderia ser a primeira pessoa a fazer algo assim naquele exato ponto me deixava muito contente.

Fiquei um curto período de tempo sentado ali, mas logo eu me levanto satisfeito com aquela simples ação de se sentar, peguei minha mochila e voltei andando para casa, eu já não estava muito longe, o vento sobrava mais forte, eu estava começando a ficar com frio, algumas aves sentavam nos telhados das casas juntinhas se aquecendo, pareciam pequenas bolinhas plumadas, eu adoro quando a paisagem fala, é tão bom.

Chegando em casa entrei pela porta da frente, meu pai estava ali na sala encerando o chão, - Filho, tire os sapatos por favor, não quero manchar o chão... -, retirei meus sapatos, fiquei apenas com as meias que eu vestia, meu pai, estava com uma máquina parecida com um rodo, porém ele a usava para encerar o chão, estava realmente bonito, novamente as janelas faziam reflexo no chão, subi para meu quarto, eu acho que apenas iria subir e deitar em minha cama, chegando lá me troquei e deitei na cama, puxei a interface holográfica do quarto direto da parede, queria deixar um clima confortável para dormir, acho que vinte e cinco graus está bom, umidade de setenta por cento e ventilação ligada no médio, pronto, agora eu realmente poderia dormir, fui apenas aproximando minhas pálpebras uma da outro, até fechar e cair no sono, no ambiente mais confortável que já estive, acho que só vou levantar a noite para jantar.


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