Enquanto todos se posicionavam, Gabriel acertou o pescoço do 1° Globin de surpresa. O corte não foi profundo, por isso, Gabriel continuou tendo que lutar contra o 1° globin. Laura estava atrás conjurando uma magia com seus sussuros irreconhecíveis, pareciam dezenas de palavras sendo faladas umas em cima das outras. Larissa estava enfrentando 2° goblin junto com Zoe bem na frente de Laura, enquanto Miguel segurava o 3° goblin um pouco mais afastado com seu escudo.
Gabriel estava se controlando, ficou com raiva por não ter conseguido matar de primeira mais uma vez. Mas não tinha o que fazer, mesmo os bons caçadores não conseguiam isso tão fácil assim. Pelo menos não contra monstros fortes. Os goblins, apesar de tudo, são bem resistentes. Ele tentou acertar o 1° goblin no seu braço esquerdo, mas a criatura simplesmente se abaixou. Então, começou a desferir golpes em sequência do mesmo jeito em que defendia possíveis contra ataques com uma única adaga em mãos.
Acho que já está bom, aqui vamos nós de novo.
Essa era sua tacada. Gabriel usava uma adaga o começo da luta inteira, quando seu oponente estivesse acostumado com o padrão de golpes, Gabriel finge um ataque e puxa a outra adaga, acertando o oponente do outro lado. E foi o que ele fez. Porém, ao fingir um golpe na esquerda e deferir o golpe do outro lado, foi como se tudo estivesse em câmera lenta.
Merda, ele vai conseguir defender. - se lamentou.
Gabriel não conseguiu dessa vez. Mas não foi a primeira. As vezes em que ele caçou antes, mesmo que poucas, serviram de experiência e já o fazem melhor no improviso. Na primeira vez em que isso não funciona ele surtou, congelou, mas por sorte Zoe o estava ajudando no momento. Mas não era esse o caso agora. E ele teria que improvisar de novo.
Ao som das duas armas brancas batendo entre si, Gabriel rapidamente deu um chute na barriga do 1° goblin, que caiu no chão, rugindo de dor.
— Thirrn.
Eu sou incrível pra caramba.
Gabriel olhou rapidamente para trás, para analisar a situação dos outros. Miguel continuava lutando contra o 3° goblin, dando alguns golpes, que o goblin desviava, e se defendendo, porém o goblin estava visualmente mais machucado e cansado. Zoe e Laura pareciam estar tendo dificuldades, aparentemente um 4° goblin apareceu e agora todos estavam num um-contra-um, a melhor chance era Laura lançar logo um feitiço. E por sorte, Gabriel olhou no exato momento em que isso aconteceu. Os sussurros ficaram mais altos, e então:
— Ush!
Dessa vez foi diferente da primeira. Laura tinha três feitiços para ser mais exato. O que Gabriel viu primeiramente, o projétil invisível. Além da magia de cura, e de uma em que Gabriel não tinha certeza do porquê, mas os goblins perdiam os sentidos, ficavam se debatendo como se tivesse uma forte dor de cabeça ou algo os segurando, e foi isso que Laura usou no 2° goblin, que lutava com Larissa. Sem perder tempo Larissa o esfaqueou diversas vezes com seu machete na barriga, peito e pescoço do 2° goblin, logo ele estava morto. Então, ela olhou ao redor, também analisando a situação, e gritou :
— Gabriel, tudo bem aí?
Ele olhou para o 1° goblin, que estava se levantando e soltou :
— Sim, sem problemas.
Ela falou com os outros também, dando ordens e conselhos, mas Gabriel não escutou, pois antes que o 1° goblin se recuperasse 100%, Gabriel teve que o finalizar, aprofundando o corte que já havia em seu pescoço.
As coisas estavam indo bem, mas isso não era suficiente. Eles estavam repetindo a insuficiência que ocorria. Fazia duas semanas que eles estavam caçando e faltava dinheiro. Antes eram três pessoas para até quatro goblins, mas a vitória era sofrida, o desgaste era muito grande. Agora são até cinco contra cinco. O grupo quase dobrou a quantidade de membro, enquanto a caça de goblins aumentou pouco, fora as vezes que lutavam com grupos menores, como agora. O buraco deixado estava crescendo gradativamente, e eles sabiam que logo teriam que fazer algo.
Eu não tenho tempo para pensar nisso, tenho que focar no aqui, e agora. - Gabriel pensou, balançando a cabeça e correndo em direção a Miguel.
Agora o campo de batalha era outro, a vitória estava praticamente certa. Enquanto Larissa e Zoe lutavam com o 4° goblin, Laura estava preparando um feitiço de cura para Larissa então não conseguia fazer muito mais tão cedo. Miguel estava quase derrotando o goblin, e a ajuda de Gabriel foi o gatilho final. Ele chegou por trás, tentando acertar as costas do 3° goblin, mas ele percebeu e desviou, ficando de frente para os dois. No entanto, não havia mais luta ali, com Gabriel dando uma sequência rápida de ataques do lado esquerdos e Miguel soltando ataques fortes do lado direito, mesmo que o 3° goblin não estivesse muito ferido, como estava, ele não conseguiria sobreviver muito. Foi uma questão de minutos até ele vacilar. O 3° goblin escorreu ao tentar desviar de uma das adagas de Gabriel e caiu de costas para o chão, Miguel aproveitou a oportunidade e o finalizou com um golpe extremamente forte no meio do seu rosto.
Cara, tenho que admitir, a força desse cara é absurda.
Num mesmo instante, na luta de Zoe e Larissa com o 4° goblin. Ficou um pouco acirrada, pois antes de Larissa chegar para ajudar, Zoe estava com dificuldades e se feriu um pouco além. Nada preocupante. Larissa chegou correndo e tentou acertar a perna, falhando pois o 4° goblin deu um pulo, nesse momento, ele também defendeu a espada de Zoe vindo em sua direção por cima, sendo empurrado para trás e caindo no chão, mas rapidamente se levantando. Larissa olhou para Laura e soltou :
— Quanto tempo?
— Menos de um minuto.
Então, olhou para Zoe e apontou com os olhos pra ela ir pela esquerda. As duas foram ao mesmo tempo, uma de cada lado, Zoe usou uma habilidade chamada zig-zag, ela cortava com sua espada rapidamente por baixo na ida, e depois cortava na diagonal subindo na volta. O 4° goblin novamente deu um pulo, e em seguida segurou a volta da espada com sua adaga. Porém Larissa estava lá, e forçou ele a soltar, com uma tentativa de corte no pescoço dele, que o forçou a se abaixar. Quando o 4° goblin olhou para cima, para se recompor, a última coisa que viu foi a espada em um golpe forte dado por Zoe. Nesse instante, Larissa olhou para Miguel e Gabriel que tinham acabado de matar o 3° goblin e estavam dando um high five, apesar de apenas Miguel ter pulado. Zoe sentara no chão, estava machucada e cansada.
— Laura.
— Sim?
— Não precisa me curar, agora preciso que cure Zoe.
— Ok.
Ela começou a dar seus sussurros enquanto o cubo flutuava.
Oh. Eu queria que ela me curasse agora, esse pequeno corte na bochecha está começando a incomodar. Mas provavelmente ela vai me curar em alguma batalha próxima. Isso não é realmente uma preocupação. - Gabriel estava pensando sobre seu ferimento de uma batalha anterior.
— Venham cá vocês dois. — os olhos de Larissa e Gabriel se encontram.
Todos se reuniram em um semicírculo. Miguel e Gabriel estavam na direita, Zoe sentada na esquerda, Laura estava mais atrás e Larissa quase no centro.
— Deve ser quase meio dia, peguem os espólios e vamos almoçar.
— Yes, sir. — Miguel respondeu.
Gabriel achou algumas correntes e pedras brilhosas que pareciam valer alvo no 1° goblin e pegou, cada um havia pego algumas coisas dos goblins e foram de volta à cidade após Zoe ser curada, sem falar muito.
— Okay, hoje a tarde vamos caçar e então pegamos nosso dinheiro. Amanhã vocês podem tirar o dia de folga, gastem seu dinheiro com treino, roupas, comidas... vocês entenderam, gastem com o que vocês quiserem, ou não gastem. — Larissa disse, distribuindo o pão de todos no alojamento do colégio.
Todos assentiram.
Ela realmente não vai falar sobre todos termos consideravelmente pouco dinheiro?
Quer dizer, de que adianta um dia para gastar, se eu não tenho o que gastar.
Algo precisava mudar, mas não cabia a Gabriel a decisão, e ele sabia que não tinha credibilidade. Tinha que ser Larissa ou Miguel, até mesmo Laura serviria.
— Gabriel.
— Hã. Oi, Miguel, eu estava distraído.
— Você foi bem hoje. Está melhorando, é só não perder a cabeça e surtar no meio da batalha como fazia antes. Se não fizer isso, vai dar tudo certo, tudo no seu tempo.
— Valeu, irmão.
Não está nada bem, estamos ruim.
Eu ainda não melhorei nessas semanas. Se eu estivesse mais forte, talvez lutássemos com mais goblins e ganharíamos mais dinheiro. Eu preciso melhorar muito mais.
Eu continuo dizendo isso e continuando na mesma.
Na verdade, Gabriel estava surtando, por dentro. Nas caçadas anteriores, ele queria fazer mais, se apressava e acabava errando várias vezes na luta, às vezes ele lutava contra dois goblins sozinho, às vezes mesmo contra um, ele atacava que nem louco, acabava tropeçando ou errando, e tomava um contra ataque fácil. Por sorte, Zoe ou alguém sempre estava com ele. Percebendo que estava apenas atrasando os colegas, ele se controlou, mas seus surtos por dentro continuavam.
— Quão longe iremos dessa vez? — Ele perguntou.
— O de sempre. — Larissa respondeu.
As coisas fluíram bem, o grupo de Larissa matou mais 9 goblins, um grupo de cinco e um grupo de quatro respectivamente. Eles já tinham pego o dinheiro e estavam livres. Gabriel trocou sua muda de roupa, agora ele tinha duas, a que veio com, jeans e camisa do colégio, ele jogou fora, estava totalmente acabada. Ele comprou um short bege e camisa preta para substituir e ainda tem a dos ladrões. Ele usava a dos ladrões para ir para caça e o short com a camisa preta casualmente, e foi com o mesmo que ele foi para o bar.
Normalmente, ele vai para lá com Zoe, ou mesmo Miguel ou Larissa. Mas hoje foi sozinho, os outros quiseram descansar. Mas para ele, esse era o seu descanso. Gabriel estava indo para o bar casualmente, no começo ele se recusou, mas logo foi. Na primeira semana foi duas vezes, na segunda aumentou para quatro, agora, na terceira semana, essa era a quarta vez que ele estava indo. O bar era no centro, era o único que Gabriel conhecia. Era grande, tinha mesas cercada de cadeiras no meio e ao redor, próximo às paredes, as cadeiras eram presas ao chão, e eram mais confortáveis, com um tipo de almofada implantada nelas. Também tem o balcão, com banquetas, e é lá que Gabriel ficou.
— Hey, me traga uma outra vodka de maracujá.
Eles mal conseguem a tecnologia de volta, mas o álcool, num instante. — Gabriel riu ao pensar nisso, apesar de obviamente existir um abismo de diferença entre as duas coisas. Não era seu primeiro drink hoje, então já não estava tanto em si.
— Ora ora, você realmente tem dinheiro pra pagar isso? — Um homem, alto e forte, soltou, sentando-se ao lado de Gabriel.
— Cala boca, John.
John era um despertado também, no tempo desde que Gabriel acordou, ele conheceu algumas pessoas, como é de se esperar. John era famoso, ele era um bom caçador e Gabriel o conheceu no bar.
— Ou o quê? Todos sabem que vocês são pobres, cara. Não conseguem caçar o mínimo necessário para sobrevivência e ainda gasta aqui.
— Eu falei pra calar a boca!
Fodasse isso tudo.
Gabriel se levantou, dando um murro na bochecha do lado direito do rosto de John. Ele voltou seu rosto lentamente, com olhos repletos de raiva. Nesse momento, Gabriel percebeu a merda que havia feito, mas não tinha jeito.
Merda.
— Você não fez isso...
— Ei, cara, foi m... — Antes que Gabriel pudesse terminar, John deu um murro se volta na sua cara.
Gabriel caiu da banqueta. Todos começaram a olhar e o tumulto começou, gritaria para todos os lados.
— Vamos, levanta! — John chutou Gabriel, que ainda estava caído.
Lentamente Gabriel foi se levantando, no tempo em que uma rodinha foi se formando, com ele e John no meio.
— Olha, brother, não precisam... — Outro soco explodiu na boca de Gabriel, ele não caiu dessa vez, mas cuspiu sangue.
John que estava na pose de uma luta de boxe ficou mais recuado agora, dando brecha para Gabriel ir para o ataque.
Ta me tirando? Filho da puta.
— Se é assim que vai querer...
Gabriel desferiu um soco, que John facilmente desviou. Em seguida, Gabriel continuou dando murros atrás de murros e sem acertar nenhum.
Esse.
Merda.
Não é porque.
Estamos.
Ganhando pouco.
Que somos fracos.
Em certo ponto, John cansou, ele desviou mais uma vez, pegou no braço em que Gabriel havia usado para socar com um braço, com o outro deu um murro forte na sua barriga, depois pegou na cabeça de Gabriel com as duas mãos e a jogou contra seu joelho, Gabriel caiu no chão, gemendo de dor. John ainda deu alguns chutes nele, até que alguém chegou e interrompeu tudo.
— Hey! Hey! O que diabos está acontecendo? — ele empurrou John, e verificou Gabriel por um momento. Então, olhou para John como se pudesse matá-lo em um segundo e continuou. — Eu não ligo se você é uma boa pessoa ou não, é melhor você sair daqui agora, cara.