Roones caminhava pela Floresta de Zindara, um lugar repleto de lendas sombrias. Diziam que era uma terra onde os corajosos encontravam seus destinos ou suas desgraças. As árvores pareciam sussurrar com o vento, e uma névoa densa envolvia o jovem enquanto ele seguia por trilhas sinuosas.
Ele segurava o medalhão em uma das mãos, agora brilhando levemente, como se estivesse guiando-o.
— Por que você brilha agora? — murmurou, olhando o artefato.
De repente, uma sombra cruzou seu caminho. Era uma criatura grotesca, com olhos vermelhos e garras afiadas. Era um Umbro, um servo das forças sombrias. Roones desembainhou sua espada, mas o medo crescia em seu coração.
— Então é você o "herói" que ouvi dizer — zombou a criatura com uma voz gutural. — Um garoto tentando vestir a pele de Arbon.
Roones respirou fundo, tentando acalmar o tremor de suas mãos.
— Não importa o que você diga. Eu luto por aqueles que não podem se defender.
O confronto foi feroz. O Umbro era rápido e brutal, e a espada de Roones parecia insuficiente contra sua força. No momento em que Roones estava prestes a ser golpeado, o medalhão brilhou intensamente, emanando uma chama que empurrou a criatura para trás.
— O quê? — Roones olhou para o medalhão com espanto.
A chama parecia envolvê-lo, e, por um instante, ele viu a imagem de Arbon em sua mente. Era como se o espírito do herói o estivesse observando. Inspirado, Roones concentrou-se e desferiu um golpe preciso que atravessou o coração do Umbro.
A criatura caiu, dissolvendo-se em uma sombra negra que foi absorvida pelo chão.
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Enquanto Roones recuperava o fôlego, uma voz surgiu na névoa.
— Você lutou bem, garoto. Mas coragem sozinha não é suficiente.
Ele se virou e viu o velho misterioso que lhe dera o medalhão. O homem estava de pé, encapuzado, com um cajado brilhando em runas azuis.
— Quem é você? O que é esse medalhão? — Roones perguntou, ainda ofegante.
O velho sorriu.
— Meu nome é Eryon. Fui o conselheiro de Arbon e testemunha de sua grande batalha contra Devastus. Esse medalhão não é apenas um símbolo. É a chave para um poder que pode salvar ou destruir Valiandra, dependendo de quem o usa.
Roones olhou para o medalhão em sua mão.
— Mas por que eu? Eu sou só um garoto de Eldaria.
Eryon se aproximou.
— O destino não escolhe baseando-se em idade ou origem, mas na força do coração. Arbon escolheu a si mesmo porque acreditava nos outros mais do que em si mesmo. Você tem algo semelhante nele. Mas... você deve se preparar. Ser digno do legado de Arbon exigirá mais do que você imagina.
O velho levantou o cajado, e a névoa ao redor começou a dissipar-se, revelando uma antiga ruína.
— Aqui, você aprenderá o que significa ser um verdadeiro herói. Mas lembre-se: o treinamento será apenas o começo.
Roones olhou para a ruína, sentindo uma mistura de medo e excitação. Ele sabia que não havia volta.
— Estou pronto, Eryon.
O velho apenas sorriu e entrou na ruína. Roones o seguiu, seu coração batendo como tambores de guerra. Ele sabia que ali, dentro daquela ruína, encontraria respostas — e possivelmente, seu verdadeiro destino.
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No próximo capítulo:
Roones enfrentará os desafios das ruínas e descobrirá segredos sobre o poder do medalhão e sobre o passado de Arbon. Porém, uma presença sombria observa de longe, planejando o próximo movimento.