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25% blacktex em dxd / Chapter 3: O Despertar Demoníaco

บท 3: O Despertar Demoníaco

Assim que chegaram em casa naquela tarde, Misheru chamou uma reunião de família na sala de estar. Era hora de preparar Issei adequadamente para seu grande encontro com Yuuma no domingo.

- ...E lembre-se de ser um autêntico cavalheiro! -, A mãe instruía, empunhando uma xícara de chá. -Abra a porta para ela, puxe a cadeira, elogie como ela está bonita...

- Sim, sim, pode deixar mãe! -, Issei acenava freneticamente, anotando cada dica em um caderninho.

Do outro sofá, o pai observava a cena com um semblante sério.

- Também não se esqueça de tratá-la com respeito, rapaz. Nada de passar essa mão boba!

- Pai! -, Issei corou furiosamente.

Misheru segurava o riso, se divertindo com o constrangimento do irmão caçula. Quando os pais terminaram de repassar as dicas básicas de etiqueta, foi sua vez de se manifestar.

- Certo, irmãozinho. Agora vamos planejar os detalhes do seu encontro...

Os quatro se debruçaram em profundos preparativos nos dias que se seguiram. Reservas em restaurantes, passeios românticos, opções de presentes... Nada ficou de fora dos cálculos meticulosos de Misheru para garantir que tudo corresse perfeitamente no domingo.

Quando o grande dia finalmente chegou, Issei terminou de se arrumar no quarto - camisa social, calças e sapatos brilhantes conforme as instruções da mãe para deixá-lo mais elegante. Desceu as escadas para se encontrar com Misheru, que lhe estendeu um pequeno comunicador walkie-talkie.

- Esse é o plano B, caso algo dê errado. Eu vou ficar de prontidão.

Issei assentiu, guardando o aparelho no bolso antes de se virar para os pais.

-Estou pronto! Tchau mãe, tchau pai!

- Boa sorte, filho! -, A mãe desejou com um sorriso.

Os dois irmãos então partiram, rumo ao destino marcado por Yuuma. Misheru apenas esperava que todos os preparativos valessem a pena para que Issei tivesse uma ótima primeira experiência de um encontro de verdade...

Alguns minutos depois, Misheru e Issei chegaram ao centro movimentado da cidade, local marcado para o encontro. Havia uma grande quantidade de pessoas circulando pelas ruas.

Misheru olhou para o irmão mais novo, notando sua expressão insegura.

- Coloque o comunicador no ouvido, Issei. Eu vou ficar por perto, caso precise de ajuda.

Issei assentiu, encaixando o pequeno aparelho walkie-talkie.

- Está tudo bem, nii-san? Eu estou um pouco nervoso...

Misheru suspirou e pousou uma mão reconfortante no ombro do caçula.

- Vai dar tudo certo, irmãozinho. Lembre-se do que treinamos. Seja você mesmo e trate a Yuuma-chan com respeito.

Antes que Issei pudesse responder, uma estranha garota usando um cosplay de vampira se aproximou. Ela carregava uma cesta e estendeu um panfleto a Issei, que o aceitou por educação, apesar de confuso. Quando tentou devolvê-lo, a garota já havia sumido entre a multidão.

- Que estranho... -, Issei franziu o cenho, estudando o papel.

Misheru também analisou o panfleto por sobre o ombro do irmão. Havia algum tipo de símbolo desconhecido desenhado, mas nada além disso.

- Não faço ideia do que significa. É melhor guardar isso por enquanto.

Issei obedeceu, guardando o misterioso panfleto no bolso. Misheru então bateu em suas costas de leve.

- Boa sorte, Issei. Estarei por perto se precisar de mim.

O mais velho se afastou, tomando posição discreta do outro lado da rua. Um minuto depois, a bela Yuuma surgiu, acenando para Issei timidamente. Os dois então partiram para seu encontro, passando por diversas lojas e estabelecimentos.

De seu ponto de vigia, Misheru observava atentamente, dando dicas e instruções eventuais através do comunicador. Até agora, as coisas pareciam estar transcorrendo bem para o irmão caçula.

Mais tarde, por volta das 7 horas da noite, Yuuma e Issei chegaram à praça planejada por Misheru para encerrar o encontro. O irmão mais velho se escondeu cautelosamente atrás de uns arbustos próximos, observando tudo com cautela pelo comunicador.

O casal parou em frente a uma fonte ornamental. Yuuma comentou que havia sido um dia divertido e Issei concordou, aliviado por tudo estar transcorrendo bem. A garota então correu até a beira da fonte e, com um pequeno sorriso, chamou:

- Ei, Issei, para celebrar nosso primeiro encontro, você poderia me fazer um favor?

O coração de Issei disparou, pensando que finalmente ganharia um beijo. Pelo comunicador, Misheru sussurrou:

- Concentre-se, Issei, e pergunte que favor é esse.

- Qual é esse favor? -, Issei indagou quando Yuuma se aproximou novamente.

A garota ergueu os olhos intensamente para ele.

- Você poderia morrer por mim?

Issei piscou, confuso.

- Como? Quer dizer... desculpe, Yuuma, você poderia repetir?

Yuuma se aproximou mais e repetiu a pergunta em um murmúrio sombrio:

- Morrer por mim...

Do arbusto, Misheru sentiu uma intenção assassina naquelas palavras. Imediatamente gritou pelo comunicador:

- Issei, saia daí agora! É uma armadilha!

Porém, Issei estava paralisado, observando com horror quando um par de asas negras despontaram das costas de Yuuma. A garota criou uma lança reluzente de luz em suas mãos.

Misheru irrompeu do esconderijo, correndo em direção ao irmão. Yuuma arremessou a lança com força - mas Misheru se colocou na frente e foi atingido na barriga. Caiu ao chão, sangrando profusamente.

- Misheru-nii!! -. Issei berrou, desesperado, se ajoelhando ao lado do irmão.

- Fuja...daqui... -, Misheru ofegou entre gemidos de dor.

- Não, eu não vou deixar você!

- Vai...agora! -, Misheru praticamente gritou.

A contragosto, Issei obedeceu e começou a correr. Yuuma colocou a mão sobre a boca, um sorriso retorcido se formando.

- Você acha que seu irmãozinho vai fugir de mim? Está enganado. - Yuuma sorriu cruelmente. - Pelo menos você me poupou do trabalho de matá-lo também. Eu já estava de saco cheio de você me seguindo.

Ela começou a levitar no ar. Misheru tentou impedi-la, mas a dor lancinante da ferida o prendia ao chão. Yuuma alçou voo, suas asas negras cortando os céus na direção em que Issei corria desesperadamente.

O rapaz olhou para cima ao notar penas caindo e viu a figura ameaçadora de Yuuma descendo velozmente. Ela criou mais uma lança reluzente e, antes que Issei pudesse sequer se esquivar, perfurou seu estômago com a arma luminosa.

Issei cuspiu sangue, caindo de joelhos na poça rubra que rapidamente se formava. Misheru assistiu a cena horripilante com olhos arregalados de choque. Lembranças terríveis de sua infância então afloraram - a visão dos pais biológicos mortos no chão.

Rangendo os dentes com uma fúria avassaladora, Misheru sentiu algo queimar dentro de si. Lágrimas brotaram de seus olhos quando um grito desumano de raiva ecoou por toda a praça vazia.

Uma aura vermelha intensa explodiu ao redor de seu corpo. Yuuma se virou, surpresa, apenas para avistar Misheru se erguendo novamente, a ferida da barriga completamente curada. Seus olhos brilhavam em um rubro intenso e animalesco.

Num átimo, ele avançou contra ela como um raio, desferindo um soco avassalador contra o rosto da garota. Yuuma foi arremessada com violência, abrindo uma trilha de destruição no caminho.

Issei, caído na poça viscosa de seu próprio sangue, observou o irmão mutar naquela criatura furiosa e depois desaparecer diante de seus olhos tontos. O que estava acontecendo?

Issei, ergueu a mão trêmula diante dos olhos, observando o líquido rubro que a cobria. Uma lembrança dos longos cabelos vermelhos de Rias Gremory lhe veio à mente.

De repente, o estranho panfleto que ganhou mais cedo no dia começou a brilhar dentro do bolso de sua calça. Issei não teve forças para verificar o que estava acontecendo.

Enquanto isso, Misheru descarregava sua fúria bestial contra Yuuma. A garota tentou revidar com um soco, mas ele segurou seu punho com força bruta. Sua outra mão desferiu um violento golpe contra o cotovelo de Yuuma, quebrando o osso com um ruído grotesco. Ela gritou de agonia.

Misheru estava implacável. Ignorando os berros, aplicou um poderoso chute giratório contra o rosto da inimiga, arremessando-a ao chão novamente. Quando Yuuma tentou se levantar, ele pisou em suas costas expostas e agarrou suas asas negras com crueldade.

- Você gosta de matar pessoas inocentes, não é? - A voz de Misheru estava carregada de ódio. - Gosta de ver as pessoas sofrendo? Então você vai sentir o mesmo que meu irmão sentiu!

De repente, algo estranho aconteceu. Misheru sentiu uma pressão avassaladora dentro do corpo, como se fosse explodir. Vomitou uma grande quantidade de sangue sobre Yuuma. Seus olhos perderam o brilho vermelho demoníaco e ele desabou ao lado da oponente.

Yuuma, vendo a chance, se recompôs e alçou voo novamente, deixando para trás uma trilha de sangue que escorria de suas feridas. Misheru ficou para trás, imóvel no chão daquela praça.

Na escuridão do subconsciente de Misheru, pensamentos turvos começaram a aflorar.

- Sim, foi isso que aconteceu. Se eu pelo menos soubesse que isso iria ocorrer, nada disso teria acontecido.

Lembranças daquela noite terrível passaram a se projetar como flashes - Yuuma revelando sua verdadeira natureza, a lança perfurando o estômago de Issei, o irmão caçula se afogando em sua própria poça de sangue.

- Eu falhei em protegê-lo...

De repente, um brilho avermelhado começou a se formar na escuridão mental. Misheru franziu a testa, confuso com aquela estranha luminescência. Cauteloso, estendeu a mão para tocá-la.

Assim que seus dedos entraram em contato com a luz rubra, tudo ao redor se dissolveu em um branco ofuscante. Misheru cerrou os olhos com força, momentaneamente cego, antes de os reabrir lentamente.

Ele piscou, tentando focar a visão embaçada. Ondas de energia vermelha pulsavam ao seu redor. Não havia mais escuridão, apenas um vazio branco infinito que parecia vibrar com um poder incomensurável.

- Mas o que é isto...? - A voz de Misheru estava embargada pela confusão e pelo receio.

De repente, como que respondendo à sua indagação, uma figura começou a tomar forma materializando-se na imensidão rubra. Era alta, musculosa, com dois longos chifres curvados para trás coroando sua cabeça e asas de morcego escarlates emergindo das costas.

A criatura ergueu seus olhos faiscantes na direção de Misheru e abriu um sorriso que combinava presas afiadas e mortais.

- Finalmente nos encontramos, parceiro...

Um arrepio percorreu a espinha de Misheru quando a voz profunda e grave ressoou em sua mente. Ele recuou um passo, intimidado diante da entidade imponente.

- Q-quem é você? O que está acontecendo?

A criatura demoníaca soltou uma leve risada, fazendo todo o ambiente tremer.

- Eu sou você, Misheru. Sua verdadeira natureza finalmente despertou...

Misheru despertou com um sobressalto, sua respiração ofegante. Piscou algumas vezes, desorientado, observando os arredores familiares de seu quarto. O que havia sido aquela experiência surrealista com a criatura demoníaca? Um sonho, certamente...

Seus olhos então pousaram sobre a cama ao lado, onde Issei aparentemente dormia tranquilo. Um enorme alívio invadiu o peito de Misheru. Talvez tudo não tivesse passado de um pesadelo perturbador depois de tudo.

Nesse momento, o despertador de Issei começou a apitar estridente. O irmão caçula se remexeu, sonolento, e esticou o braço para calar o barulho infernal. Sentou-se então na beirada da cama, esfregando os olhos.

- Caramba, irmão... Eu tive um sonho muito doido e você estava nele.

O coração de Misheru falhou uma batida. Virou-se para encarar Issei, tenso.

- Um sonho? Que sonho?

Issei começou a descrever as cenas que tanto haviam perturbado Misheru anteriormente - Yuuma se revelando uma  anjo caido durante seu encontro, o ferimento quase fatal, a transformação grotesca do próprio irmão mais velho...

À medida que os detalhes iam sendo relatados, Misheru sentiu um calafrio na espinha. Então não fora apenas um sonho after all. De alguma forma, aqueles acontecimentos haviam sido reais. Ele cerrou os punhos com força, recordando do poder avassalador e da fúria incontrolável que havia sentido.

- Issei... - A voz de Misheru estava grave. - Acho que realmente precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem à noite...

O irmão mais novo ergueu os olhos para ele, confuso, mas visivelmente preocupado com a expressão sombria no rosto de Misheru. Um turbilhão de perguntas sem respostas rodopiava na mente dos dois.

Que segredos sombrios seus corpos guardavam? E quem, ou o que, eram aqueles seres demoníacos como Yuuma com quem haviam cruzado o caminho?


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