บท 13: Capitulo 13
Charlotte
É gratificante saber que Dion reconheceu que não sou responsável pelo que ocorreu com as vidas humanas. Contudo, sua atitude me deixou surpresa.
Quanto ao beijo em meus pés, foi apenas uma brincadeira.
Além de me envolver em um abraço, ele também beijou minha bochecha, o que me deixou sem palavras.
Não consigo acreditar que meu coração disparou diante da audácia dele.
Tudo bem! Admito que, para um homem mais velho, ele é bastante atraente e robusto, mas a pessoa pela qual estou apaixonada está desmaiada no frigorífico, então meu coração pode se acalmar!
"Você travou," - diz Dion, e eu olho para ele. - "Enfrenta uma horda de zumbis, mas fica paralisada com um simples beijo na bochecha."
"Você me pegou de surpresa," - respondo rapidamente e desvio o olhar. - "Por que estou tão nervosa?" - Me pergunto.
"Foi apenas um agradecimento. Seu povo costumava demonstrar gratidão assim, não era?"
"Nem todos os brasileiros tinham essa audácia, americano," - retruco, e ele ri. - "Amigos?"
"Sim, cunhada."
"Depois que eu me for, não serei mais sua cunhada."
"Eu ainda acho que você está cometendo um erro."
"Você nem queria que seu irmão ficasse comigo."
"Vocês mal se conhecem e já estavam agindo como um casal apaixonado de longa data. Não queria ver meu irmão iludido, mas agora percebo que suas intenções são sinceras e, por isso, acredito que você está cometendo um erro ao deixá-lo."
"Precisamos sacrificar nosso amor para proteger aqueles que amamos. Se eu permanecer, Dylan terá que viver fugindo para sempre, e sei como isso é doloroso. Ele terá uma nova oportunidade de viver como um ser humano comum e, um dia, encontrará uma boa mulher e terá muitos filhos."
"E você?"
"Recuperarei minha antiga vida. Estou acostumada a viver sozinha," - respondo, sorrindo. - "Foi triste o que aconteceu com sua família. Portanto, espero que um dia você encontre uma mulher e seja muito feliz com ela."
"Estou velho."
"Com todo respeito, você é um velho muito gostoso. Então, utilize suas armas, amigo," - digo, batendo levemente em seu peito. - "Nicky sempre dizia que nunca se é velho demais para o amor, então não seja tão negativo."
"Acredito que não tenho o direito de amar novamente. Dylan está certo, eu não fui um bom marido nem um bom pai; minha vida girava em torno do trabalho, e deixei minha família de lado. O que sinto é culpa por ser um verdadeiro escroto com eles; alguém como eu não mereço ser amado."
"Então você vai morrer sozinho."
"Olha quem fala," - diz, cruzando os braços, e eu rio. - "Estamos perdidos."
"Essa é a vida," - respondo, soltando um suspiro. - "Cuide de Dylan por mim, não deixe que nenhuma oportunista brinque com o coração bondoso dele."
"Você realmente não vai mudar de ideia?" - Pergunta, e apenas balanço a cabeça em negação. - "Você quer deixar meu irmão para protegê-lo, mas quando souberem que ele está curado, vão jogá-lo em um laboratório e estudá-lo."
"Ninguém precisa saber que ele voltou a ser humano. Mantenha isso em segredo."
"E os olhos dele? Todos sabem que Dylan é um zumbi devido aos olhos."
"Demora alguns dias para a cor dos olhos mudar. Até lá, arrume uma lente de contato cinza clara para ele usar. Assim, ficará seguro."
"Entendi."
"É melhor eu ir buscar os adolescentes. Logo o bebê da Maria ficará com fome, e Mika não saberá o que fazer."
"Posso te ajudar a resgatar os adolescentes."
"Você precisa ficar de olho nela. Mesmo tendo nos ajudado e falando a verdade, não confio nessa humana. E, de qualquer forma, o que aconteceu com Dylan é culpa minha. Se eu não tivesse ajudado a humana, nada disso teria ocorrido."
"Poderia ter sido muito pior," - diz, tocando minha cabeça. - "Peço desculpas pela forma como te tratei."
"Relaxe. Não guardo ressentimentos," - respondo enquanto seguro sua mão. - "Você poderia evitar mencionar algo sobre mim para Dylan?"
"Não quer que ele saiba sobre vocês dois?" - Pergunta, e eu balanço a cabeça em negação. - "Por quê?"
"O que você faria se acordasse sem nenhuma lembrança da sua vida? E seu irmão conta quem é você e o que aconteceu para você perder a memória?"
"Provavelmente, eu iria atrás de quem me amava."
"Dylan poderá fazer isso. Então é melhor manter em segredo," - afirmo, e ele permanece em silêncio. - "Serei uma lembrança esquecida, e assim deve ser."
"Tudo bem," - diz ele, soltando minha mão.
"Obrigada," - agradeço e começo a andar em direção ao frigorífico. Vejo Dylan deitado no chão e me aproximo dele. - "Em breve, você poderá tirar essa máscara e falar com sua própria voz," - toco seu rosto e fecho os olhos com força. Respiro fundo e me inclino perto de seu ouvido. - "Lamentavelmente, não poderei sentir o gosto do seu beijo. Mas, pelo menos, você viverá," - sussurro em seu ouvido. - "Adeus, meu zumbi."
"Charlotte."
"Cuide dele," - Levanto-me e pego minha bolsa e minha arma. - "Você precisa informar sua localização para que os outros venham até vocês. Enquanto Dylan não acordar, terão que ficar aqui, e o bebê da Maria ficará com fome em breve."
"Entendi," - responde ele, e começo a andar para fora. Meu braço é segurado. - "Você não precisa fazer isso sozinha; espere os outros e vamos todos salvar os adolescentes."
"Já perdemos tempo demais nesse inferno. Portanto, é melhor eu ser rápida, assim vocês poderão ir embora logo," - falo, e sou puxada. Sinto braços me envolvendo. - "Dion."
"Não faça isso. Eu posso te proteger," - diz ele, e fico paralisada. - "Meu irmão vai precisar de você."
"Estou fazendo isso para que ele tenha um futuro sem obstáculos," - afirmo, abraçando-o. - "Preciso ir," - me solto e seguro seu braço, puxando-o para se abaixar à minha altura. Dou um beijo em sua bochecha. - "Adeus, Dion." - Solto seu braço e começo a correr em direção à saída.
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