บท 36: Preparação Contra o Chefão 1
POV Connor
Depois que nós separamos eu não pude deixar de perguntar para os gêmeos.
—Porque a Anna agiu daquele jeito antes de nós separamos?
Eu perguntei lembrando como ela evita o contato visual e parecia meio para baixo.
—Hum?..... Ah aquilo! — Max disse ainda com sorrindo pela "vitória" contra a Cali (ele ta tão morto) — Nada de mais provavelmente se lembrando de quando a gente conheceu você umas semanas atrás.
—Ahhh você acha que ela ainda se sente culpada por planejar me usar e me descartar depois? — Eu perguntei na hora.
Posso ser várias coisas, como mestre Daimen diz principalmente um cabeça dura, ingênuo e com coração tão mole quanto manteiga, mas não sou burro. Desde que nos conhecemos pela primeira vez eu imaginei que ela, a Cali, ou os gêmeos me via como uma ferramenta para eles usarem e descartarem se precisassem.
Não fico feliz com isso, mas também não é como se não entendesse, eu seria o estranho que eles nunca viram, entre salvar um amigo e um estranho é claro que você iria pelo amigo.
Nunca reclamei porque eles estavam ajudando meu mestre e me ajudando também, e eu tenho uma boa confiança de que se o pior acontecesse eu poderia me virar de algum jeito, afinal sempre fiz isso desde que meus pais morreram.
Sendo sincero eu preferiria que fosse desse jeito, já que do mesmo jeito que eles me abandonariam se precisassem, eu abandonaria eles. Como já disse posso ser um ingênuo, cabeça dura com coração mole, mas não burro, eu sei que existem vezes que temos que fazer sacrifícios para salvar aquilo que é importante para nós seje a vida seja quem é importante pra você.
Tenho certeza que nenhum de nós esperava nos afeiçoarmos tanto uns com os outros ainda mais em tão pouco tempo, mas como dizem a vida é imprevisível.
—Não acham que eu já deveria contar para ela que já sabia de tudo?
—É melhor não, mesmo que você não se importe, a Anna ainda é uma menina muito gentil ela não gostaria de saber que você sabia do que acontecia e mesmo assim ajudou para ajudar seu mestre. Ou que também pretendia nos deixar se a situação chama-se por isso. — Max disse no tom sucinto de sempre, não parecendo ligar muito para o fato.
—Concordo, melhor ela mesma dizer e aí você diz que já sabia, sair como uma piada cruel do destino e seguir a vida em pratos limpos. — Max falou animado, mas sabemos que não seria tão fácil, eu mesmo venho tentado falar sobre isso há 3 dias e não consigo nada.
Talvez seja melhor deixar a iniciativa com a Anna mesmo, apesar de jovem ela é muito madura e foi criada por mercadores ela concerta saberia se expressar melhor nesse tipo de situação que um aprendiz de caçador.
Jogando conversa fora com os gêmeos nos logo chegamos no restaurante. Assim que chegamos perto, a porta da frente se abriu e um homem de meia idade levemente gorducho, mas inegavelmente forte saiu e deu um abraço de urso em nos 3.
— Até que enfim vocês chegaram, já tava começando a achar que eu teria que ir naquela selva demoníaca tirar vocês de alguma engraçada. — o pai dos gêmeos disse sorrindo e tirando os três do chão.
—T-ta ótimo pai... Mas agora pode solta a gente... Não tô conseguindo — Max disse com o rosto vermelho já virando roxo, assim como nos, embora Mac de algum jeito inexplicável continuasse inexpressivo.
— Opa desculpem, desculpem. — ele disse colocando os três de volta no chão, que inspiraram avidamente o ar. — Mas vocês entendem o porque de nós ficarmos preocupados não é mesmo. — Não era uma pergunta e os gêmeos entendiam bem isso.
O senhor Gustav disse em um tom mais sério e preocupado olhando nos olhos dos filhos.
—Ta tudo bem pai, nos não vamos a lugar nenhum. Pode confiar em nós. — Mac disse em um raro tom carinhoso, que eu até duvidei ter vindo do Mac.
—"Pode se considera sortudo, até a mulher macho e a Anna só ouviram esse tom de voz dele umas 3 vezes cada desde que nos conhecemos." — Max sussurrou para mim enquanto Mac falava com o pai.
Tive quase certeza que vi ele olhando para mim por um instante, mas provavelmente não.... Eu espero.
— Ok ok, tudo bem, mas enfim vocês conseguiram oque nós pedimos? — O senhor Gustav perguntou tirando a cara séria e voltando há sorrir.
— Você bem que podia ter ficado preocupado por mais um tempinho viu velhote. — Max disse revirando os olhos, mas ainda se divertindo com o pai. — E sim conseguimos. disse apontando para o bracelete. — E foi bem mais que o esperado!
Max disse feliz com os resultados da pescaria e das caçadas involuntárias que fizemos na volta. Sempre é melhor voltar a pé que usar um cristal de retorno, aquilo só deve ser usado só em último recurso, não por ser particularmente raro, mas por causa dos efeitos colaterais que tem nas pessoas, náuseas seriam o mínimo.
— Eu humilhei o cabeça de vento fácil no rio. —Mac disse do nada e em tom neutro, mas todos conseguimos ver o brilho de superioridade que ele tinha no olhar.
—Ei foi só por alguns peixes nada de mais!!!
—Algumas dezenas talvez. — Mac disse com um ainda mais raro sorriso de canto.
—Também não exagerei cabeça de terra!! Eu ainda consegui os maiores e dei mais golpes finais nos animais na volta!!! — Max rebateu.
Ambos entraram no restaurante ainda discutindo, sendo seguidos por mim e o senhor Gustav.
Do meu ponto de vista, os dois foram impressionantes, nunca tinha visto ninguém conseguir tantos peixes tão rápido quanto os dois. Honestamente até fiquei preocupado se essa quantidade poderia ter um impacto negativo na Provação (Kaio: não muito na verdade), ou se sequer seria possível usar todos os peixes.
—Nao precisa se preocupar com isso garoto, já imaginava que algo assim poderia acontecer então pedi um tanque com encantamento de frio e desaceleração para manter os peixes. — o senhor Gustav disse lendo a minha mente.
—Não é pra tanto na verdade, você até que é fácil de ler. — disse ainda sorrindo.
Eu achei que conseguia fazer uma boa cara de paisagem, mas nunca consigo enganar o senhor Gustav. Ele podia ter a mesma energia do Max, mas era tão observador quanto o Mac, bom como ele seria o pai acho que seria melhor dizer que eles pegaram essas características do pai.
—E então Connor, vai ficar pro jantar é por conta da casa. — ele disse pegando um pano que imagino que estava usando para limpar as mesas antera de chegarmos.
—Obrigado mas não, ainda tenho que voltar para a casa do chefe, preciso fazer minha parte lá também já que ele tem me deixado ficar no quarto vago nos últimos dias. — Eu respondi
—Hum pena, seria bom ter uma ajuda aqui, ainda mais com aqueles dois. — disse apontando com o polegar para os gêmeos na cozinha, Max tirava as coisas do bracelete e Mac as guardava. — Você é uma das únicas pessoas que consegue acalma-los além de mim, minha esposa e as garotas.
Acho exagero dizer isso, eles me ouvem sim. Mas dizer que consigo acalma-los como a Anna e a Cali, ou o senhor Gustav e a senhora Anabel, aí eu não posso concordar.
—Bom seje como for, você sempre vai ter um quarto aqui esperando caso precise. Pra você e o Daimen se quiser. — ele disse em um tom um pouco mais sério, eu pude sentir bem a honestidade dele.
—Obrigado..... Sabe talvez eu fique pro jantar, mas eu mesmo pago não precisa se preocupar com isso. — eu disse tirando uma moeda de prata pequena da sacola no meu cinto.
—Aaaahhhh, você é teimoso como seu professor hein garoto. Muito bem, mas na próxima você fica aqui, ajuda com a louça e não vai pagar nada, entendido. — Pelo jeito que ele disse deu pra perceber que isso não era negociável.
Mas não posso deixar de comentar que: Onde já se viu um dono de restaurante/estalagem (não realmente só pra quem paga muito ou com que eles sejam afeiçoarmos como eu), recusar pagamento e insistir que você fique em troca de ajudar com as coisas?!
Bom, esse tipo de coisa que faz com que as pessoas gostem do senhor Gustav, obviamente inclusive eu.
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