Tudo ocorreu conforme o planejado. Saymon claramente subestimou meu poder e técnica. Ele parecia acreditar que eu gerava explosões controlando minha aura, mas a realidade era que meu corpo não as produzia por meio da aura; ela apenas servia para amplificar as explosões que meu corpo naturalmente gerava. Ao imbuir minha aura no meu sangue, criei uma explosão que fez seu rosto explodir.
O plano era ousado, mas não havia outra opção para vencer. Sacrificar parte de mim em troca da vitória era uma escolha que fiz de bom grado. No entanto, não previ o quão espetacular seria o resultado. A explosão fez a cabeça de Saymon explodir de forma magnífica, como um espetáculo no céu que todos poderiam admirar.
A explosão me atingiu também, mas graças à minha resistência, consegui suportá-la. No entanto, a força da explosão me lançou para longe de maneira oblíqua. Devido ao ferimento e ao desgaste, não conseguia canalizar explosões com a mesma facilidade que antes.
"Morrerei."
Continuei tentando gerar explosões, mas percebi que não estava conseguindo produzir a mesma quantidade de antes. Logo em seguida, comecei a cair. Seria reconfortante se as nuvens fossem palpáveis, como almofadas macias onde eu pudesse repousar quando caísse. No entanto, atravessei as nuvens como se fossem meros véus.
"Me desculpe, Izumi. A nossa promessa… Argh! Minha consciência está…"
Meus olhos se fecharam lentamente e, consequentemente, perdi a consciência.
"Onde estou? O meu corpo está frio e doendo. Não consigo ver nada. Será que já morri?"
Eu estava deitado no chão frio e duro, sentindo o vento soprar suavemente sobre o meu corpo. A sensação era familiar, como se eu estivesse experimentando um daqueles castigos que meu pai costumava me dar na infância. Ele costumava me obrigar a deitar de costas ao ar livre como punição. A sensação que eu tinha agora era semelhante, mas muito mais intensa.
Naquele momento, eu me peguei pensando se isso seria a vida após a morte. Se fosse, lamentava não ter aproveitado mais a vida quando ainda a tinha. Profundamente arrependido por não ter expressado o quanto admirava o Izumi. Caso sobrevivesse, não deixaria essa oportunidade passar. Embora me sentisse envergonhado em admitir meus sentimentos, eu tentaria.
Outro arrependimento que me assolava era não ter dado a Idalme a chance que ela merecia. Ela era incrível, e eu havia sido um tolo por não perceber isso antes. Se houvesse uma maneira de voltar atrás no tempo, eu definitivamente mudaria minhas ações.
E então havia Ui, com sua aparência exótica. Seus cabelos brancos e a pele rosada a tornavam única, exceto pelos seus olhos negros, que acrescentavam um toque especial à sua beleza. Eu me via lamentando não ter aprofundado nossa conexão.
"Será que, lá embaixo, também é rosa? Hehe!"
Não era possível discernir com precisão o tamanho de seus seios, devido à forma como a armadura leve os envolvia. Entretanto, era evidente que eles não eram pequenos. Uma sensação de inveja surgia, pois Izumi tinha o privilégio de apreciar aquele corpo deslumbrante, sem deixar de notar as pernas incrivelmente esbeltas e robustas.
Às vezes, parecia que ela fazia questão de provocar, optando por usar um calção notavelmente reduzido, que acentuava ainda mais seus atributos.
"Me desculpe, Izumi. Por cobiçar a sua mulher."
Sabendo que minha morte se aproximava, desejei permitir-me imaginar um pouco disso. De repente, uma sensação de calor tomou conta do meu corpo, e era incrivelmente agradável sentir essa sensação reconfortante. Conforme o calor se espalhava, minha dor diminuía gradualmente.
"Seria esse o paraíso?"
O ambiente permanecia mergulhado na escuridão. Com uma sensação persistente de que talvez estivesse destinado ao inferno, acabei considerando que talvez fosse a opção mais adequada. Então aguardei com a expectativa de que Izumi se juntaria a mim.
"Me aguarde inferno!"
— Não! Não vá aí Max.
A voz que me alcançou pertencia à Idalme. No íntimo, eu desejava que o inferno fosse um lugar que permitisse a presença delas; assim, talvez eu pudesse ter a chance de reparar pelo menos um dos meus arrependimentos.
Meus olhos, aos poucos, começaram a abrir-se por conta própria. Minha visão retornou, e comecei a observar minuciosamente os arredores antes de me erguer com cuidado. E ali estava Idalme, irradiando uma intensa luminosidade que preenchia o ambiente.
Ao abrir os olhos, pareceu-me que eu tinha deixado o inferno e adentrado o próprio céu.
"Então o inferno também brilha?"
Eu tinha consciência de que aquilo era uma armadilha. Parecia impossível que o inferno abrigasse alguém como a Idalme, no entanto, o desejo incontrolável falava mais alto, levando-me a avançar na direção dela.
— Espere por mim, Idalme.
— Sim, Max! Venha até mim!
Ela sorriu calorosamente e estendeu a mão em minha direção. Uma onda de excitação começou a crescer dentro de mim, mas eu me esforcei para mantê-la sob controle, evitando que se tornasse constrangedora. Gentilmente, peguei suas mãos e, com um sorriso nos lábios, a abracei.
— Nunca mais te deixarei.
— Gostas tanto assim de mim?
— Sim.
Iniciei beijando delicadamente seu pescoço. A tensão e o desejo haviam atingido seu limite, e mesmo que estivéssemos em um lugar que pudesse ser considerado o inferno, eu estava determinado a saborear cada momento.
— Max. Aqui não.
— Só mais um pouco.
— Vocês poderiam fazer isso em outro lugar. Que vergonha.
A voz pertencia à Ui. E, para minha surpresa, ela também estava presente neste lugar. Embora nunca tivesse considerado algo assim, naquele momento, decidi me entregar a essa experiência.
— Venha Ui, aproveitaremos juntos.
— Quê?
— Quê?
Fiquei surpreso com a reação delas e comecei a observar o ambiente com mais atenção. Percebi que o local era estranhamente familiar. Era um espaço que lembrava uma arena, com janelas ao redor que permitiam a entrada de luz. Nesse momento, a ficha caiu, e eu percebi que havia cometido um grande erro.
— Quê? Estou vivo?!
Comecei a tremer e olhei novamente para Ui.
— Ui, não conte isso para Izumi. Por favor.
— Não se preocupe. Só falarei que seu amigo é um Talarico.
Dirigi-me até Ui e ajoelhei-me ao seu lado.
— Por favor, Ui. Faço o que você quiser.
— Xixixixixixi! Relaxa, eu não contarei nada.
— Muito obrigado!
— Max! — Não ousei olhar para trás, mas tinha a sensação de que Idalme estava me comendo com os olhos.
— Idalme, eu posso explicar — falei enquanto olhava para atrás.
— Explicar o quê? Somos só amigos.
Aquela era uma faceta de sua personalidade que eu desconhecia por completo. Sua expressão adorável, com os braços cruzados e o beicinho nos lábios, me pegou de surpresa. Com passos cuidadosos, me aproximei dela, deixando a suavidade dos meus dedos acariciar carinhosamente a sua cabeça.
— Não se preocupe com isso — Aproximei meus lábios da sua orelha. — É somente você que quero — murmurei suavemente
Ela ficou vermelha. Mas espera! Como era possível que estivessem vivas? Não deveriam estar mortas?
— Espera. Como vocês sobreviveram?
— Há isso — falou Ui.
— Foi graças a mim, inseto.