Capítulo 2: Severo Snape
Will estava tomando chá gelado, enquanto encarava o homem narigudo que não tirava os olhos em sua direção, no canto da cozinha, estava um elfo doméstico tremendo de medo.
"Minha família também tinha um elfo doméstico chamado Donny, queria saber o que aconteceu com aquele feioso" Pensou o menino calmamente enquanto bebia seu chá.
- Severo Snape - Rosnou o homem com cara de poucos amigos - Esse é o meu nome.
- Legal - Respondeu Will voltando a sua atenção ao chá, o que deixou o homem ainda mais furioso.
- William Slytherin de 11 anos, descendente direto do próprio Salazar Slytherin, foi levado a casa de adoção aos 5 anos, mas não conseguiu ser adotado, nem consigo imaginar o do porque... Antes disso não tenho mais nenhuma informação sobre os seus pais e seu passado... - Disse Severo lentamente analisando o menino - Então me diga, quem é você senhor Slytherin.
- Eu prefiro não contar, acho melhor deixar você no suspense - Afirmou Will com um sorriso falso no rosto.
- Eu não acharia graça se fosse você, ser descendente de Salazar, te faz uma presa fácil, ele não era só um bruxo poderoso, como também alguém cheio de tesouros místicos e fez muitos inimigos, mesmo que isso fosse a 2.000 anos atrás - Falou Severo olhando fixamente para o menino.
"Tesouros? Será que ele também sabe sobre as chaves?" Pensou Willian colocando a mão em seu colar no pescoço, se isso for verdade, então ele não teria menor chance contra um bruxo, mas rapidamente negou com a cabeça, em momento nenhum Severo demonstrou algum interesse na chave em seu pescoço, ele deve pensar que é apenas uma moda ruim.
- Parece que você sabe mais sobre mim do que eu mesmo, porque mesmo estou aqui, narigudo? - Perguntou Will empurrando o chá para frente, Severo serrou os dentes ao ouvir isso.
- Bem, por onde eu posso começar, você atacou trouxas, matou um coelho a sangue frio, explodiu janelas, pratos e copos, além de algumas infrações menores - Explicou Severo com o rosto sério - Você realmente é um monstrinho cruel que não sabe controlar a sua raiva, é por isso que você está aqui.
- Como eles dizem, sou inocente até que se provêm o contrário - Afirmou Will novamente sorrindo - Então você é o que? Um justiceiro que vai me punir dos meus crimes?
- Sou apenas um professor de hogwarts - Respondeu Snape diretamente - Imagino que você deve ter ouvido falar dessa escola.
"Eu lembro que minha mãe já falou esse nome, mas eu não me lembro de nada" Pensou o menino fortemente, Severo colocou a mão no bolso e tirou uma a carta entregando ao menino, que abriu lentamente.
Escola de Magia e Bruxaria De Hogwarts
Diretor: Albus Dumbledore
(Ordem de Merlin, Primeira classe, Grande feiticeiro, Bruxo chefe, Cacique supremo, confederação internacional de bruxos)
Prezado William Slytherin
Temos o Prazer de informar que vossa senhoria tem uma vaga na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1° de setembro. Aguardamos sua coruja até o dia 31 de Julho, no mais tardar.
Atenciosamente
Minerva Mcgonagall. Diretora Substituta.
- Nunca ouvi falar, e também não sou muito fã de escolas, professor narigudo - Afirmou Will se levantando da cadeira - Acho que estou indo, foi um desprazer conhecê-lo.
- Tudo bem senhor Slytherin, pelo menos eu tentei, feche a porta quando sair - Pediu Snape calmamente.
Will achou que Severo iria parar ele, mas não, deixou o menino chegar até a porta, "Tá legal, se você quiser que eu vá embora, ótimo" Pensou o menino abrindo a porta, porém a maçaneta não girava, ele tentou mais forte ainda, mas nada acontecia, até mesmo deu um chute, que não teve efeito algum.
"Aquele narigudo idiota me trancou aqui, eu posso usar a minha chave para sair desse lugar em instantes, mas se eu fizer isso ele vai saber que esse item mágico existe, além de que se ele me rastreou antes, pode fazer isso de novo" Pensou o menino se virando com um sorriso no rosto.
- Acho que ficarei mais algum tempo aqui - Disse Will caminhando de volta a mesa e sentando na cadeira.
- Deixa eu te falar uma coisinha, eu fui obrigado a cuidar de você até que comecem as aulas, não quero saber se você quer ou não entrar em hogwarts, mas você irá, e ainda falará para Dumbledore sobre a minha linda hospitalidade, comida e cama nesse mês - Afirmou Severo com um sorriso sádico no rosto.
- Você pode falar o tanto que você quiser, mas nunca vai me convencer de estudar naquela... - Will parou de falar ao ver um quadro em cima da prateleira, até Severo se virou confuso.
- O que foi? - Perguntou o homem olhando Will se levantar em ir na direção do quadro.
A foto estava um grupo de crianças do primeiro ano, Severo, Lilian, Tiago, Sirius e Remo estavam na foto, mas os olhos do menino estavam na direção de um único homem, um velho com barba e cabelos brancos e longos, o mesmo velho que entrou em sua casa e matou a sua família por causa das chaves idiotas, o mesmo velho que parece em seus pesadelos, sempre entrando no seu quarto e o matando.
- Quem... - Perguntou Will com a voz seca mostrando o quadro para o Severo, junto com a mão trêmula - Quem é esse velho?
- Dumbledore é claro, o diretor de hogwarts, um dos bruxos mais fortes do mundo - Respondeu Severo rindo em sua mente ao ouvir Will chamar ele de velho - Você o conhece por acaso?
Will colocou de volta o quadro na prateleira, "Aquele desgraçado é o diretor de uma escola? Isso pode ser uma armadilha para mim, ele pode ter me chamada para terminar o que começou, mas, só talvez, ele não saiba quem sou, posso ficar mais forte naquela escola, saberei aonde ele está e na melhor oportunidade irei mata-lo, de preferência na frente das pessoas que ele mais ama" Pensou Will apertando seus punhos fortemente.
O menino sentia seu coração bater fortemente, mas mesmo assim, ele se virou com um sorriso no rosto mantendo a calma.
- Você me convenceu narigudo, acho que estou afim de estudar nessa escola idiota - Afirmou William voltando para a cadeira, e sentando com as pernas cruzadas - Mais chá elfo, rápido.
- Sério? - Perguntou Severo completamente perdido, ao ver a mudança brusca dele.
- Seríssimo - Respondeu Will olhando para a sua xícara com um sorriso no rosto.
"Eu não sabia que seria tão fácil de te encontrar Dumbledore, parece que a minha vingança não será arrastada por mais tempo, se Snape disse a verdade, o bruxo mais forte do mundo, então será muito difícil de te matar, mas só te fazer sofrer um pouco, dormirei com um sorriso no rosto" Pensou o menino sorrindo alegremente para Severo.
- Então, tem comida nessa casa ou não? - Perguntou William colocando os braços para trás da cabeça, Snape olhou para o elfo doméstico que saiu correndo em direção a cozinha.
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A casa era pequena e bagunçada, vassouras voavam ao redor do local, pilhas de livros largados no chão, frascos de poções e caldeirões eram vistos em cada canto do local.
William passou olhando tudo o que podia, muitas coisas faziam lembrar sua infância, como as vassouras flutuando sozinhas, o elfo doméstico chorando enquanto limpava o chão, e muitos livros no chão.
O menino tinha ganhado a cama de Snape, ele passou olhando pelo quarto sombrio cheio de ingredientes e poções nas prateleiras, uma foto chamou a sua atenção na cabeceira da cama, onde estava o mesmo menino narigudo ao lado de uma garota ruiva, Will pegou o quadro na mão, no exato momento em que Snape tirou de sua frente.
- Chega de bisbilhotar! - Afirmou Severo jogando a foto na gaveta - Agora vá dormir.
"Esse cara acha que eu sou o que? Uma criança? Quem dorme as 8 da noite?" Pensou Will se sentando na beirada da cama
- Quando eu posso ter a minha varinha, velhote? - Perguntou Will olhando para a cintura de Snape.
- Provavelmente amanhã - Respondeu Severo furioso.
- Em hogwarts, ensina magias que possam matar outras pessoas? - Perguntou Will um pouco interessado nesse assunto.
- Porque você quer saber isso? - Respondeu Severo com uma pergunta - Por acaso quer matar alguém?
- Não seja tolo, é claro que não - Mentiu Will um pouco desapontado - Apenas por curiosidade.
- Hogwarts você irá aprender sobre o mundo bruxo e não a ser um comensal da morte, então obviamente apenas magias defensivas e feitiços simples - Explicou Severo.
"Merda, como vou matar um bruxo sendo que eles nem ensinam os alunos magias ofensivas, preciso encontrar um outro jeito" Pensou o menino desapontado.
- O que diabos é mesmo um comensal da morte? - Perguntou Will confuso.
- Não interessa, você já deveria estar dormindo pirralho, amanhã cedo, você vai encontrar alguém no caldeirão furado, lá você vai comprar seu material desse ano e me deixar um pouco em paz - Respondeu Snape andando até a saída.
- Tá bom, só mais uma coisa - Chamou Will enquanto Snape parava na porta se virando - Você é um bruxo muito forte não é?
- Obviamente que sou um dos mais fortes - Respondeu Severo com um tom de orgulho.
- Então porque você não arruma esse nariz ridículo de Pinóquio? É sério cara, está doendo só de olhar para você, por isso que você está solteiro - Afirmou William com cara de dor, o elfo ao ouvir isso saio correndo rapidamente do quarto.
Severo nunca teve tanta vontade de matar uma pessoa em toda a sua vida, nem mesmo os gêmeos Weasley o deixaram desse jeito, após essa pequena brincadeira William acabou dormindo na sala e ainda sem janta.
Logo de manhã, depois do café, Severo colocou o menino na lareira e um pouco de pó de flu em sua mão esquerda.
- Beleza narigudo, para que isso mesmo? - Perguntou William confuso ao entrar na chaminé - Achei que estávamos indo para o beco Diagonal e não ver o papai Noel.
- Idiota, pó de flu é um sistema mágico que liga a as lareiras no mundo mágico, é só falar seu destino, e então, será carregado até a lareira que você nomeou - Respondeu Snape não vendo a hora dele ir embora.
"Sério que se pode ir a qualquer lugar? Então a minha chave de teleporte é inútil se qualquer um pode fazer isso" Pensou o menino um pouco triste.
- Mas é claro que são apenas lareiras que os donos permitem, se não, qualquer um entraria na casa do outro, até mesmo um inimigo - Completou Severo como se tivesse lido a mente do menino, Will ficou mais feliz ao ouvir essa parte.
- Você sabe que eu posso fugir não é? - Perguntou Will com um sorriso no rosto.
- Eu sei, mas você não vai - Respondeu Snape calmamente - Eu vejo nos seus olhos, o quanto você é fascinado por magia, e você só vai conseguir isso entrando em hogwarts.
- Tanto faz - Disse William sem jeito, esse velhote acertou em cheio - Ainda assim não tenho nenhum dinheiro, o que dirá dinheiro bruxo.
- Narcisa Malfoy irá pagar tudo o que você precisar, agora pelo amor de Merlin, me deixe sozinho um pouco - Ordenou Snape empurrando o menino para chaminé.
Will seguiu as instruções de Severo, fechou os olhos, inclinou os joelhos, colocou a mão bem apertada ao corpo e gritou o local.
- Beco do mal! - Gritou Will jogando pó no chão, onde uma enorme chama verde subiu em seu corpo fazendo ele desaparecer do local.
"Espera, ele disse beco do mal? Não, é claro que é beco Diagonal, eu devo estar ouvindo coisas" Pensou Snape sentando na poltrona e fechando os olhos, finalmente ele se livrou do menino, nem que seja por algumas horas.
O menino sentiu a viagem bem atordoante, ele sentiu seu corpo sendo reduzido enquanto era girado em uma velocidade que não era possível para um humano aguentar.
Quando tudo parou, ele se viu cheio de fumaça em uma loja sinistra, com objetos mágicos estranhos, bonecos feios, mãos na mesa, olhos na vitrine e orelhas na maçaneta da porta.
- Que lugar bonito - Sussurou Will enquanto olhava para as prateleiras aterrorizantes.
Em sua mente, ele imaginou se alguma chave de Salazar podia estar perdida por lá, mas era algo bem improvável, enquanto estava olhando, uma mão agarrou seu ombro fortemente e o virou.
- Como posso te ajudar jovenzinho? - Perguntou um senhor com dentes amarelos e roupas negras, fora o horroroso bafo que saia de sua boca.
- Entrei no lugar errado - Respondeu Will se afastando desse cara estranho, mas rapidamente o homem voltou a apertar seus ombros.
- Está perdido? Quer que eu te ajude, venha aqui comigo - Disse o homem sorrindo estranhamente, Will sem pensar duas vezes, chutou o saco do velho que caiu de joelhos no chão, olhando ao redor, ele viu uma bola de cristal negra e também jogou na cabeça do homem fazendo desmaiar no chão.
- Velho idiota! - Gritou William chutando o homem novamente, agora ele se deu conta que possivelmente errou o nome ao ser teleportado.
O menino saiu da loja sinistra que se chamava Beco do mal, ele além de sujo, estava respirando pesadamente por causa da adrenalina.
Do lado de fora estava um pequeno beco sem nenhuma alma, o menino saiu andando procurando alguma placa dizendo Beco Diagonal, em sua mente ele estava pensando em usar a chave de teleporte, mas estava com medo de alguém vê-lo usando, e não matava ninguém andar um pouco.
Ao virar em uma outra rua estreita, ele viu dois homens cochichando um para o outro, um tinha cabelos brancos e roupas chiques, já o segundo usava uma máscara no rosto.
- Eu não quero desculpas Malfoy, você deverá entregar esse diário para algum aluno urgentemente! - Gritou o homem mascarado furioso.
"Malfoy? Que nem a Narcisa Malfoy que eu preciso encontrar?" Pensou o menino ouvindo a conversa escondido.
- Como eu vou encontrar algum maldito aluno e entregar isso sem que ele suspeite? - Perguntou Malfoy também furioso.
- Isso é problema seu, use Draco se for preciso, mas você tem que fazer! - Respondeu o homem apontando para a cara dele - Ou então você sabe quem irá ficar sabendo...
- Não envolva meu filho nisso... - Sussurou Malfoy sentindo a garganta ficar seca quando uma ideia surgiu em sua mente - Podemos usar o jovem William, ele deve ter vitalidade o suficiente para...
O homem parou no meio da frase ao receber um tapa na cara do mascarado, que não parecia nada contente.
- Se você encostar um dedo no William Slytherin, não serei eu quem irá mata-lo, mas o próprio Voldemort retornado das cinzas - Afirmou o homem com muita raiva.
"Quem diabos são essas pessoas e o que elas querem comigo?" Pensou o menino ficando muito mais curioso, a ideia deles saberem sobre as chaves, fizeram seus pelos se arrepiarem.
- Perdão, não irei envolver o menino - Respondeu Malfoy com a cabeça baixa.
- Então faça logo e dê esse diário para alguém - Afirmou o homem tirando o diário do manto e colocando nas mãos de Malfoy e desaparecendo do local.
Will pode ver o diário negro e ficou cheio de curiosidade com o que poderia estar escrito nele, o nome hogwarts também chamou a sua atenção, parece que algo importante irá acontecer nesse ano.
O menino esperou Malfoy andar alguns minutos, para não parecer que ele ouviu a conversa, até finalmente aparecer correndo na direção do homem, que rapidamente tirou a varinha da cintura e apontou para o menino.
- Ei, calma lá velhote, abaixe essa varinha - Pediu William com a varinha do homem na garganta.
- Quem é você garoto? - Perguntou o homem furioso - E porque você está aqui?
- Meu nome é William, acabei me perdendo, essa é a primeira vez que venho aqui - Respondeu o menino calmamente.
- Espara, você é o William Slytherin? - Perguntou o homem parecendo espantado.
- O próprio - Respondeu o menino achando estranho a reação do homem.
- É uma honra conhecê-lo senhor Slytherin, eu sou Lucio Malfoy, um grande seguidor dos ensinamentos de seu antepassado Salazar Slytherin - Disse Lucius guardando a varinha na cintura e abaixando a cabeça - Eu e a minha família inteira.
"Parece que eu sou tipo uma celebridade para ele" Pensou o menino achando engraçado a reação desse homem.
- Eu estou perdido velhote, você sabe onde fica a saida desse lugar? - Perguntou Will querendo sair daqui rapidamente.
- É claro que eu sei, venha comigo por favor senhor Slytherin - Respondeu Lucio ignorando a palavra velhote e rapidamente andando.
Will acompanhou Lucio lado a lado, o homem vivia lançando olhares para o menino, que nem ao menos demonstrava uma única reação, depois de um enorme labirinto, eles finalmente chegaram em um gigantesco beco, onde pessoas usando roupas estranhas andavam de um lado para o outro, em de várias lojas.
- Imagina a minha surpresa em saber que ainda existe a linhagem Slytherin entre nós, me responde por favor, onde vocês estavam esse tempo todo? - Perguntou Lucio cheio de curiosidade.
- Vivíamos na Inglaterra é claro, a minha mãe também estudou em hogwarts - Respondeu William calmamente.
- Como assim ela estudou em hogwarts? - Repetiu Lucio confuso - A única pessoa que temos o registro como um Slytherin, é o próprio Salazar, isso faz mais de 2000 anos.
- Bom, parece que esses registros não são muito bons, não é? - Perguntou William com um sorriso no rosto, Lucio ficou um pouco confuso, mas mesmo assim não voltou mais ao assunto.
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