Capítulo 2: Capítulo de n°. 02 - A Garantia.
Era uma tarde tranquila na pequena cidade montanhosa. As ruas de pedras antigas brilhavam com a leve garoa que caía, refletindo a herança histórica da região. As praças, adornadas com árvores frondosas, ofereciam uma sombra fresca, enquanto o aroma tentador de café fresco se misturava ao som alegre das conversas dos moradores.
Dentro de um café acolhedor e charmoso, Henry e Lenka estavam sentados em uma mesa perto da janela, aproveitando a vista das montanhas ao longe. A leve chuva proporcionava um toque de melancolia à paisagem, tornando o ambiente ainda mais aconchegante. Henry vestia uma camisa azul escura, jeans e uma jaqueta de couro marrom, enquanto Lenka usava um suéter cinza claro e uma saia floral que contrastava suavemente com o tempo nublado.
Lenka: (curiosa, mexendo na xícara de café) "Então, Henry, o que aconteceu com você nos últimos anos? Você mencionou algo sobre um incidente catastrófico?"
Henry: (tomando um gole de café, olhando pela janela) "Sim, Lenka. Anos atrás, após minha recuperação de uma série de eventos traumáticos, tive uma experiência marcante. Um membro da minha família, Devin Townley, apareceu e me convidou para um grupo de estudos bíblicos realizado na casa dele, próximo ao nosso bairro."
Lenka: (interessada) "E você foi?"
Henry: "Sim, mas tive um pressentimento negativo sobre isso. Ignorei meus instintos e acabei indo. Quando estava atravessando a rua, um motorista embriagado, apostando corrida, perdeu o controle do carro."
Lenka: (assustada) "Meu Deus, o que aconteceu depois?"
Henry: "Ele não conseguiu frear a tempo e veio em minha direção. Tentei desviar, mas acabei sendo atingido. Fraturei o braço direito e o fêmur esquerdo. Naquele momento, tive uma experiência de quase morte. Vi uma luz branca e senti como se meu cérebro estivesse ativo, mesmo estando inconsciente."
Lenka: (com os olhos arregalados) "Isso é aterrorizante. E o motorista?"
Henry: "Ele não sobreviveu. Teve um traumatismo craniano e diversas lesões. Eu fui levado ao hospital e fiquei internado por quase dois meses. Durante esse tempo, meu primo ficou ao meu lado, tentando me manter positivo. Mas houve um dia em que tive um ataque de pânico. Peguei uma agulha e tentei me matar."
Lenka: (chocada, segurando a mão de Henry) "Por quê, Henry? O que te levou a isso?"
Henry: "Eu estava desesperado. Não conseguia uma vaga para o procedimento cirúrgico que precisava e os pesadelos constantes me faziam sentir que poderia morrer a qualquer momento. Sentia como se alguém estivesse sempre me observando, desejando minha alma."
Lenka: "Isso é horrível. E como você conseguiu superar isso?"
Henry: "Com a ajuda de um defensor dativo, conseguimos um processo judicial e fui transferido para um hospital em Campo Belo/MG, onde a cirurgia foi realizada com sucesso. Tive sequelas, mas sobrevivi. Depois disso, passei um bom tempo em recuperação e fazendo fisioterapia."
Lenka: "Você é muito forte, Henry. Passar por tudo isso e ainda estar aqui, conversando comigo, é uma prova de sua resiliência."
Henry: "Obrigado, Lenka. Mas isso me fez perceber muitas coisas sobre a vida. Em 2018, com dezesseis anos, comecei a entender que vivemos em um tipo de prisão, um 'Ciclo da Vida' onde somos criados para obedecer. Senti a necessidade de quebrar esse ciclo e descobrir o verdadeiro propósito da nossa existência."
Lenka: "E você conseguiu encontrar algumas respostas?"
Henry: "Em parte, sim. Conversando com pessoas e refletindo sobre a sociedade, percebi que a maioria vive para adquirir riquezas ou seguir os Mandamentos de Deus. Poucos percebem que estamos presos, mas aqueles que o fazem tentam compreender o verdadeiro objetivo de nossa existência."
Lenka: "E você, Henry, o que planeja fazer agora?"
Henry: "Vou continuar minha busca por respostas, Lenka. Quero entender as motivações por trás de nossa existência e talvez, um dia, ajudar outras pessoas a ver além do ciclo em que estamos presos."
Lenka: (sorrindo, segurando a xícara) "Estou com você, Henry. E estarei aqui para apoiar você em cada passo dessa jornada."
Henry: (brindando com sua xícara) "Obrigado, Lenka. Juntos, enfrentaremos as incertezas do futuro."
A chuva continuava a cair suavemente lá fora, enquanto Henry e Lenka brindavam com suas xícaras de café, prontos para enfrentar juntos os desafios e descobertas que o futuro lhes reservava.
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