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64.28% Cristais do Poder : Orgulho em Guerra / Chapter 27: CAPÍTULO 25 - ONDE ESTÁ?

Capítulo 27: CAPÍTULO 25 - ONDE ESTÁ?

Logo que teve sua consciência recobrada, Uzur se viu correndo nos mesmos corredores que antes via como sendo o fim de sua vida.

Dessa vez, ele não corria de alguém, mas sim para achar alguém. Ele procurava com os olhos assustado. Era como se ele tivesse perdido alguém muito importante e o procurava pelo corredor. Não era como se ele procurasse algo, pois sempre o chamava por seu nome, gritando repetidas vezes.

– "Oji!" – Gritou outra vez.

Abrindo cada porta com o máximo de velocidade que podia, não encontrava de nenhuma forma aquele que procurava com todo o espírito.

Expressando em seu rosto o desespero e o medo, aumentava cada vez mais sua velocidade, subindo de andar em andar.

Não demorou para que finalmente chegasse ao corredor onde ficou preso por anos. Relembrando seus piores dias, segurou o choro e permaneceu correndo. Tudo era muito rápido, ele não conseguia se dar o tempo necessário nem mesmo para pensar profundamente em suas ações ou sentimentos.

Do fundo de seu coração, encontrou coragem e força para atravessar suas memórias ruins e fazerem delas apenas um passado distante.

Com a coragem estampada em seu rosto, ele andou rapidamente para a porta da sala que lhe trazia suas piores memórias, a abriu e entrou

– "Você permanece aqui?" – Oji recepcionou Uzur de forma amigável.

Ele sorria, mesmo que aparentasse em sua expressão um cansaço eterno.

Oji estava pendurado no teto por uma corda de pano, algo totalmente diferente do que as memórias de Uzur traziam para sua mente atual. Aquela corda podia ser fácilmente rompida, porém algo o impedia de fazer isso.

Tentando andar para dentro da sala, Uzue percebeu que não havia chão. Tudo o que estava abaixo do corpo de Oji era um grande vazio. Era como estar dentro do grande vazio do universo, porém sem o brilho das estrelas para iluminar o caminho.

– "Você não devia ter retornado." – Oji chamou a atenção de Uzur que tinha se perdido ao olhar para o chão que era inexistente.

– "Eu vim te buscar. Isso era o mínimo que eu poderia fazer por você."

– "Você não precisa me buscar. Não sou uma criança que se perde em meio ao jardim das vilas vizinhas." – Oji se manteve sorrindo.

Sua fala não era negativa, era como uma preocupação que era lançada diretamente para Uzur, que colocava sua vida em risco para buscar seu amigo que estava preso sem solução para se libertar.

Uzur tentava o entender sinceramente, porém não podia aceitar o fato de deixar seu amigo para trás.

– "Eu preciso te ajudar para que possamos aproveitar o resto de nossas vidas juntos e vivos." – Uzur tentou dar um passo para a frente, porém teve medo, recuando seu passo.

– "Você não entende, Uzur. Eu escolhi sofrer nessas cordas junto com você para que você não sofresse sozinho. Da mesma forma eu também escolhi ir para que você pudesse ter a esperança de viver mais dias e finalmente alcançar a verdadeira liberdade."

– "Não! Isso não é justo!"

Uzur tentou novamente dar um curto passo, porém novamente falhou em se mover, caindo sentado para trás.

– "Seu propósito não é fazer sacrifícios como eu. Seu propósito é ajudar aqueles que merecem ter vida e fazer justiça a todos os que já perderam ela."

– "Mas…"

– "Sua vida agora é por nós. O que um dia eu fui, sempre te acompanhará. Adeus, para sempre."

Oji rodou seu corpo segurado pela corda de pano, a fazenda se romper imediatamente.

– "Oji!" – Uzur correu para dentro da sala. Sua adrenalina não o deixou perceber que não havia onde pisar.

Por mais irreal que parecesse a sua mente e ao seus olhos, ele corria atravessando o vazio negro para finalmente alcançar Oji.

– "Você morreu naquele dia, não há porque persistir." – Uma voz atravessou a mente de Uzur enquanto ele corria, o levando forçadamente para outro lugar.

O lugar onde ele estava era a vila de sua infância. Em sua frente estava o homem velho que treinou Mizu.

Uzur primeiramente não o reconheceu, porém ao ouvi-lo falar novamente, pôde achar em sua mente a memória que tinha sobre aquele homem.

– "Você não devia estar vivo. Eu não queria assumir que você tinha solução. Você poderia carregar a doença que é passada entre gerações. Todos que tem essa doença merecem morrer!"

A memória de Uzur trouxe a percepção de seus olhos a exata lembrança da fala que ouvia o homem repetir novamente em sua frente. Por mais de não o reconhecer na forma como ele estava atualmente, Uzur sabia bem de quem era aquela voz.

Estendendo a mão para o alcançar, expressou raiva, porém não pôde chegar nem mesmo perto de alcançá-lo com seus dedos antes de ser trazido novamente a sua percepção antiga.

Em sua frente, viu Oji descer do alto, atravessando o vazio do chão e sumindo em meio ao vasto nada que preenchia aquela sala.

– "Como?!" – Uzur se surpreendeu, se indignando com o que via diante de seus olhos.

Ele podia pisar naquele chão; correr por ele e até mesmo pular nele mesmo que não houvesse nada real lá para que isso acontecesse, porém na primeira vez que Oji chegou próximo a aquele vazio, o atravessou e sumiu.

– "Isso é a morte sem solução. Você entendeu, Uzur?" – A voz velha daquele homem surgiu em suas costas, o trazendo um arrepio imediato.

Após o ouvir, ele acordou.

Deitado na parte de grama ao lado do chão de pedra, abriu lentamente os olhos e visualizou o céu no qual o sol estava deixando naquele momento.

Virando o olhar levemente para o lado, viu o sangue do corpo de Alon, porém sem o ver caído lá.

– "Hunf, onde?!"

Uzur, que mal conseguia abrir seus olhos, levantou de forma repentina. Sua pupila se abriu totalmente e seus olhos queimaram de ódio.

– "Onde ele está?"

Uzur andou por cima de todo o sangue que tingia o chão liso de pedra e escorria até a grama. Fechando totalmente seu semblante, não descartou de sua mente o sonho que ainda o atormentava, porém o deixou como segunda prioridade de sua mente.

Sua primeira prioridade era encontrar aquele que o fazia sentir seu coração queimar em ódio.

Sério e sistemático, Uzur andou rapidamente em direção ao centro do país dos grandes muros. Ele parecia já saber o que deveria fazer, mas não o transformou em palavras.

Logo, ele saiu daquele cenário de catástrofe, zerando o número de pessoas no ambiente do agora acabado, prédio de pesquisas.

– • • • • • • • • — • • • • • • • • –

Em outro lugar daquele mesmo país, a noite surgiu no céu azul que iluminava naturalmente todo o país dos grandes muros. Mais um dia estava acabando e pouco a pouco o sol se escondia por completo em meio ao horizonte.

Andando pela estrada principal das ruas ricas do país, Mizu carregava em seus braços a garota de cabelo escuro. Ela permanecia desacordada, porém naquele momento já podia respirar de forma mais tranquila.

– "Isso é cansativo."

Deitando o corpo de Luna lentamente no chão liso, decidiu se sentar para descansar.

Desde que começou a andar para a casa, Mizu havia percorrido muitos metros aguentando o peso da garota em seus braços. Por mais de sua determinação inabalável em fazer isso da forma certa, ele ainda permanecia fraco desde o fim de sua luta no grande prédio de pesquisas.

– "Ela não é tão pesada quanto imaginei." – Mizu olhou todo o corpo de Luna, que estava deitada no chão.

– "Para de me cobiçar, não é hora disso." – Luna disse, assustando Mizu.

Se levantando do chão e se afastando do corpo da garota, Mizu alterou totalmente seu olhar para o céu que estava acima deles.

Luna tinha acordado no momento em que Mizu tentou a pôr no chão, porém, ela não tinha forças suficientes para levantar ou o avisar disso. Sua força só foi revigorada quando percebeu a oportunidade de provocar novamente o garoto à sua frente.

– "Isso foi nojento Mizu. Porém, eu sei bem que sou irresistível."

– "Pare de ser convencida dessa forma. Gosto do seu estilo de vestimenta e cabelo, porém você não é tão gata assim."

– "Te provocar é sinceramente divertido, você conta seus segredos sem que eu tenha que perguntá-los."

Luna sorriu, levantando seu tronco para se sentar no chão.

Usando sua mão, ela mexia em seu cabelo e ajeitava levemente suas roupas pretas. O comentário do garoto em relação a isso a fez sentir mais valor na roupa que usava. No fundo, aquela era a primeira vez que ela era elogiada de forma agradável.

Por outro lado, Mizu evitava manter qualquer contato de olhar com a garota, se mantendo fixamente olhando para o céu que estava acima de sua cabeça.

– "Está bonito."

– "O quê?!" – Mizu finalmente olhou para Luna.

– "O céu, Mizu. Ele está lindo." – Luna o encarou, rindo de sua expressão envergonhada.

Virando novamente o olhar para o céu, Mizu naturalmente completou seu rosto com um forte tom levemente rosa, o qual evidenciava sua grande vergonha após poucos segundos falando com a garota que sinceramente já podia chamar de amiga.

– "Você é besta, Luna. Tenho certeza que fez isso de propósito."

– "Isso realmente parece algo que eu faria, mas dessa vez confesso não ter sido proposital."

Lentamente, Luna usou a força de seus braços para se pôr de pé. Sua força ainda era limitada e seus braços tremiam ao serem usados como apoio para seu corpo. Por mais da fraqueza e dor, Luna não deixava que isso a atrapalhasse a fazer as coisas que precisava.

– "Não faça tanta força ainda, você não está bem."

– "Relaxe, comparando minha atual fraqueza, diria que estou com sua força."

– "Ainda não consigo entender se você me odeia ou não."

Luna riu levemente após a fala de Mizu enquanto finalmente se pôs de pé.

Logo, ela caminhou para perto de Mizu, abraçando seu braço e observando o céu ao seu lado.

As estrelas começaram a aparecer pouco a pouco no céu que já não era mais afetado pelo brilho do sol, o qual já havia abandonado aquele lugar a alguns minutos.

– "A lua não está presente no céu. Isso é sem graça."

– "Você parece uma criança fazendo birra."

– "Deveria ser uma forma de insulto ser chamada de criança por uma pessoa que age como tal."

– "Não estamos falando disso, Luna." – Mizu fechou seu sorriso, acertando Luna com um peteleco na testa.

– "Ai! Quando chegamos a esse nível de intimidade." – Luna reclamou, devolvendo o mesmo peteleco na bochecha de Mizu.

Após a troca de afetos levemente agressivos, os dois riram de forma descontraída enquanto se encantavam pelo fato de estarem vivos e inteiros. No final de tudo eles voltavam da mesma luta e tinham o mesmo medo e, desta mesma forma, partilharam juntos do mesmo alívio de suas vidas completas.

Além disso, era evidente nos sorrisos trocados a felicidade ao verem um ao outro bem. O tempo no qual se conhecem parece pouco, porém o tamanho da intimidade que tinham apenas evidenciava cada vez mais o tamanho da confiança e preocupação que tinham um no outro.

– "Você está realmente bem, Luna? Não pudemos conversar desde que saímos para nossas missões hoje cedo."

Mizu mantinha em seu rosto um sorriso de todos os seus dentes, junto disso também mantinha um olhar fixo nos olhos de Luna.

– "Estou viva por mais de todos os momentos em que achei que pudesse morrer. Ao final de tudo, acho que estou melhor do que imaginei que estaria." – Luna sorriu de volta para Mizu, o fazendo corar.

– "Ah, isso é ótimo!"

Mizu perdeu a postura que antes mantinha com qualidade. O sorriso que tinha visto ela fazer era o mais lindo que já tinha admirado em vida. Nada poderia superar a memória que aquilo criou em sua cabeça a partir daquele momento.

– "E você, Mizu. Como está?" – Luna lançou a pergunta para Mizu, o qual tinha se virado para admirar novamente o céu.

– "Ah, eu estou…" – Mizu parou de repente.

Em poucos segundos, Mizu pôde sentir como se o mundo ao seu redor tivesse ficado em câmera lenta. Sua voz diminuiu de tom, tendo sua prioridade roubada por outra voz experiente que parecia se aproximar a cada segundo.

Lançando o corpo para trás como tinha costume de fazer, tentou deslizar no chão liso de pedras, algo que não foi efetivo como imaginava ser, porém o possibilitou desviar do ataque que surgiu em sua direção.

Logo, um corpo atravessou voando o espaço que antes era preenchido pelo corpo de Mizu, sendo acompanhado por uma voz experiente que gritava:

– "Onde ele está!"

Após terminar de forma mal sucedida o seu ataque, o homem experiente se mostrou parado para Mizu e Luna, os quais na verdade tinham o reconhecido apenas pela voz.

– "O que você pensa que está fazendo, Uzur." – Luna foi a primeira a levantar a voz para o experiente homem, sendo acompanhada por Mizu:

– "O que você pensou estar fazendo nos atacando? Somos nós!"

Olhando alternadamente para os dois enquanto parado na rua lisa, Uzur pareceu não se importar com o fato de quem eram as pessoas a qual tinha atacado.

– "Não me importa que sejam vocês, apenas me digam onde ele está?"

– "Que droga Uzur, quem é ele?!" – Mizu levantou sua voz em direção a Uzur.

– "Não se façam de idiotas! Vocês eram os únicos além de mim que estavam lá. Somente vocês podem ter o ajudado!"

Uzur finalmente parou de alternar seu olhar entre Mizu e Luna, focando agora apenas no garoto. Levantando sua mão direita, ele evidenciou um grande pedaço de madeira que carregava para defesa e ataque.

– "Você não está se ajudando, Uzur. Não se esqueça que os anos se passaram." – Mizu tentou o evitar com palavras, se afastando pouco a pouco com passos curtos.

– "Isso não importa, eu quero ter a certeza que ele está morto e vocês estão atrapalhando isso!"

– "Ah, me diga desgraçado, quem é esse que você tanto diz sobre?!"

– "Alon. Eu exijo que me devolvam o corpo morto dele."

Uzur disse com seriedade, trazendo sobre o ambiente um peso extremamente grande. Mizu se viu totalmente perplexo e sem uma reação exata, porém não perdeu sua postura de luta.

– "Tome cuidado, Mizu."

Luna atravessou todo o caminho de pedra lisa para se proteger atrás de Mizu e o dar apoio durante sua luta.

– "Você ainda está fraca. Faz bem em descansar agora."

– "Eu confio em você."

– "Haha, é isso ou morrer com medo!" – Mizu sorriu de forma empolgada, contagiando a garota, que confiou ainda mais nele.

No fundo, todos os três que compunham aquele ambiente sabiam que não haveria mais diálogo. A razão seria dada para o vencedor de uma luta entre duas gerações de uma mesma família.


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