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50% Cristais do Poder : Orgulho em Guerra / Chapter 21: CAPÍTULO 20 - UZUR

Capítulo 21: CAPÍTULO 20 - UZUR

Descendo rapidamente as escadas do prédio que desabava lentamente, Uzur parou alguns andares antes do local onde foi lhe dito que Alon estaria.

Olhando para toda a extensão do andar onde estava, juntou em sua cabeça todas as lembranças que sobrevoavam sua mente. Com tudo em mente, ele caminhou lentamente para a sala que se lembrava em pequenos lapsos de memória.

Ao entrar, viu diversos jalecos jogados em uma cama branca ao centro da sala de medicamentos. Ao redor daquela cama haviam diversas prateleiras, em sua maioria nomeadas em ordem alfabética.

Olhando rapidamente para a letra que o interessava, Uzur encontrou algo que o despertou forte gatilho emocional.

Até aquele momento, ele apenas demonstrava serenidade em sua expressão e seriedade em seu semblante, porém naquele momento, ele sentiu forte tristeza, fazendo seus olhos lacrimejarem.

– "Se passaram anos, porém eles ainda guardaram isso." – Uzur disse para si mesmo enquanto segurava em sua mão a injeção que tinha matado Oji, estando nomeada com seu nome.

Aquela era não uma cópia ou uma forma de guardar aquilo como uma conquista, na verdade aquela era a exata agulha que entrou na pele de Oji e o aplicou o seu veneno mortal.

Naquele ponto do tempo, ela não mataria apenas pelo que continha dentro, mas principalmente pela infecção do contato com o ambiente cheio de corpos mortos que saíam e entravam naquela sala.

Percebendo que aquilo podia lhe ser útil, Uzur o guardou junto de seu símbolo de líder, o qual agora se tratava de um pequeno círculo dourado que podia ser colocado no relógio de pulso, na pulseira ou até mesmo no colar.

– "Estou perdendo tempo demais aqui" – Uzur reclamou após ouvir a estrutura do prédio estralar mais uma vez.

Saindo da sala de medicações, Uzur terminou de descer as escadas até que chegasse no segundo andar do prédio, lugar onde não encontrou ninguém no corredor. Apesar da falta de pessoas, havia rastros de sangue fresco que deixavam evidente o caminho daquele que sangrava.

Aquele caminho de sangue levava a sala gelada que ficava em uma das últimas portas do corredor, que antes estava trancada na tentativa de Mizu em abri-las.

– "Finalmente te achei." – Uzur caminhou para dentro da sala.

Chegando a porta, foi recepcionado por um forte jato de água que fez sua pele ser cortada na região da lateral de seu pescoço. Aquela água estava sendo lançada com a pressão de um corte de espadas.

Entendendo o primeiro ataque que tinha recebido, Uzur pôde desviar facilmente do segundo jato que mantinha a mesma pressão, distância e destino. Desviando com um pequeno pulo para o lado direito, Uzur não foi atingido nem mesmo pelo respingo da água.

– "Você ainda está vivo?" – Alon sorriu de forma irônica, segurando em sua única mão restante a corda da mangueira que carregava como jato.

Diferente das outras salas geladas, essa era totalmente iluminada de luzes claras, porém com cores fracas, dando um clima amarelado para a luta que começava a acontecer.

– "É claro que estou vivo, vocês não conseguiram me matar a tempo." – Uzur recebeu a provocação e a devolveu da mesma forma.

A partir daquele momento, elas estavam oficialmente em uma luta para matar.

Aproveitando da vantagem da arma em sua mão, Alon atirou novamente jatos de água contra Uzur, que desviou pulando para os lados, evitando de receber qualquer dano em seu corpo.

Alon, ao perceber que seu ataque não tinha efeito daquela distância, correu para mais perto de Uzur, lançando um jato durante sua corrida.

Por conta da velocidade no qual foi lançado, o jato de água de Alon pôde atingir Uzur antes que ele pudesse ter qualquer reação. Por mais da assertividade do ataque diretamente no peito dele, não houve pressão o suficiente para perfura-lo.

– "Você está indo com sede demais ao pote." – Uzur brincou enquanto cuspia a água que tinha engolido.

Totalmente molhado, Uzur fechou ainda mais sua expressão e, com seus olhos molhados e vazios, ele seguiu para atacar Alon.

Indo para um ataque físico, Uzur foi impedido de se aproximar, sendo lançado para longe pela corda que Alon segurava. O peso da corda e a intensidade na qual ela estava sendo jogada o atrapalhava de resistir.

Aquela luta parecia se tornar uma batalha de resistência a cada segundo que passava.

Sem iniciativas além do padrão, Alon e Uzur mal se atacavam, porém percebiam a cada segundo passado que o tempo se tornava mais escasso. O prédio caíria em pouquíssimo tempo caso eles permanecessem daquela forma.

– "Vocês nem deviam ter vindo para cá, ainda trouxeram a próxima geração com vocês." – Alon se afastou de Uzur, respirando fundo para voltar a lutar

– "Não tenho culpa se meu amigo é uma fábrica de doidos." – Uzur sorriu, porém de forma provocativa e sem compaixão alguma em sua expressão.

Respirando fundo, Alon partiu para a direção de Uzur. Com o passar dos passos rápidos, Alon balançava mais a corda da mangueira que tinha em mãos. A balançando para frente e para trás, a lançou em Uzur quando já estava próximo o suficiente para que não errasse em sua força.

Uzur não podia ter reflexo suficiente para não ser atingido, por isso, ele decidiu por algo diferente.

– "Malditos!" – Uzur gritou em sua forte dor.

Uzur segurou a corda com firmeza, recebendo todo o forte impacto do ataque em sua barriga, porém resistindo bravamente a dor extrema. Todos os testes de armas no qual tinha passado tinham o tornado mais resistente a ataques como aquele.

Com a corda em mãos, Uzur manteve sua postura e deixou toda a ideia de dor de lado.

Rapidamente, ele puxou a corda da mangueira, trazendo Alon para perto.

Sem conseguir resistir ao forte puxão, Alon foi levado junto a sua mangueira para cair em frente a Uzur, que rapidamente tentou acerta-lo com um chute em seu rosto.

– "Vocês não merecem isso!" – Alon segurou o pé de Uzur enquanto lançou duas duras palavras para o agora já velho Uzur.

O lançando para trás com toda a força, Alon mostrou muito vigor, se livrando do peso de Uzur e o jogando para longe para que pudesse se levantar rapidamente.

– "Vocês nem deviam ter chegado até aqui vivos." – Alon rodeou Uzur de forma confusa, o fazendo perder totalmente a ideia de direção.

Abalado psicologicamente e fisicamente, Uzur não pôde manter seu olhar em Alon, que sumiu de seu campo de visão.

– "Assim como ele, você conhecerá seu destino."

Alon surgiu vindo de trás de Uzur, o agarrando pelo pescoço e o enforcando com seu único braço.

– "Você achou que fosse me matar, mas você não é capaz disso." – Alon ria como um verdadeiro psicopata, se vangloriando mais uma vez de sua força.

– "Eu… eu realmente não vou te matar." – Uzur resistiu ao enforcamento, tendo até mesmo capacidade de lançar suas últimas palavras.

Ganhando força em meio a sua pequena perda de consciência, Uzur lançou sua mão para seu bolso e tirou de lá seus dois pertences. Colocando um em cada mão, estendeu rapidamente sua mão esquerda para trás em forma de ataque.

– "Não, você não vai fazer isso." – Alon chutou a mão de Uzur, apertando seu pescoço ainda mais após impedi-lo de atacar.

– "Eu não vou te matar… o Oji vai…"

Uzur forçou seu pescoço para a frente, fazendo com que sobrasse espaço em suas costas. Naquela pequena vantagem de espaço, ele usou sua mão direita para golpear Alon de forma certeira, o fazendo o soltar no mesmo momento.

– "O que?" – Alon olhou para sua própria barriga e a viu sangrar, sentindo forte medo e ódio.

Uzur tinha acertado Alon com a agulha que tinha pego da sala de medicamentos, o mesmo que tinha a nomeação de Oji Mizu.

– "O que você tem na sua mão…" – Alon caiu no chão perdendo sua força de fala.

Uzur caminhou em passos lentos para recuperar o item que foi tirado de sua mão pelo chute de Alon.

– "Na outra mão eu tenho o símbolo da liderança." – Uzur sorriu, se lembrando de algo que tinha que falar. – "Ah é mesmo, assim como eu disse antes, não sou eu quem está te matando, é Oji que está. Desde o dia em que ele me confiou novamente a liderança e entregou a vida dele pela minha. Desde o dia em que Mizu nasceu para pudesse estar aqui hoje, tudo é por Oji, assim como você morrerá pela mesma arma que usou para o matar."

Virando as costas para Alon, que estava caído no chão agonizando, Uzur caminhou lentamente para deixar aquela sala fria. Seu ritmo lento era causado por suas dores e ferimentos abertos.

– "Uma agulha não pode me matar." – Alon disse mesmo sem forças para abrir sua boca.

Em adrenalina total, ele se pôs mais uma vez de pé, correndo na direção de Uzur, que ao vê-lo de pé, correu em direção às escadas do corredor, subindo novamente os andares.

A velocidade de ambos era parecida, porém a adrenalina de Alon o tornava levemente mais condicionado que Uzur, que fazia o máximo que seu corpo relativamente frio podia.

Chegando ao andar do laboratório de medicamentos, Uzur entrou rapidamente na sala. Logo, Alon também entrou, ele estava pálido e seu sangue era quase invisível em todo seu corpo. Ao invés de correr, ele praticamente engatinhava de forma assustadora.

– "Assim como eu não pude ver o corpo do meu amigo após sua morte… ninguém poderá ver o seu."

Uzur estava ao lado dos medicamentos e em sua mão segurava uma injeção, a qual aplicou no braço, causando regeneração de suas dores e machucados, porém mantendo suas marcas. Ele estava praticamente zerado em dores naquele momento.

– "Você não pode, apenas eu posso mexer nos medicamentos, você não pode ter o conhecimento que eu tenho! Você não pode ter a força que eu tenho! Você não pode ter a vida que eu tenho!" – Alon perdeu totalmente a noção de quem era, se tornando apenas o efeito do orgulho e vanglória que o corromperam por toda a vida.

Correndo de quatro em direção a Uzur, foi afastado com um forte chute em seu rosto, sendo lançado para longe.

– "O que vocês fizeram a tantas vidas que passaram por aqui…" – Uzur disse enquanto desviava seu cansado olhar para baixo.

– "Eles não são vidas, não podíamos fazer isso com moradores do país dos grandes muros. Forasteiros são cobaias, eles não tem minha força, não tem meu conhecimento, não tem nada que seja meu."

– "Sinceramente, eu não gosto de escolher o destino das pessoas, porém acredito que morrer esmagado por seu próprio orgulho ferido será o pior para você. Te tornar um monstro não adiantou, você sempre foi um." – Uzur levantou seu triste olhar, o fixando na figura bizarra a sua frente.

Naquele momento, o prédio desmoronou totalmente, fazendo com que não houvesse mais tempo para fugir da forma convencional ou pensar sobre o que fazer.

Uzur estava ao lado da janela, porém estava em um andar alto do prédio.

– "Morra esmagado por sua falta de força." – Uzur lançou sua última provocação para Alon, que já nem era mais um ser considerado humano.

Se virando de costas para a figura desfigurada de Alon, Uzur tomou da estante de medicamentos outra injeção, a qual manteve firme em sua mão durante seu pulo pela janela, sendo seguido por Alon, que também pulou junto dele.

– "Acho que você tinha razão Oji, você realmente não devia ter sido o lider." – Uzur sorriu de forma leve durante sua queda.

Segundos antes de tocar o chão, Uzur aplicou a injeção em seu corpo, sofrendo o impacto contra o chão no instante seguinte.

Junto dele, o corpo de Alon caiu contra o chão, sendo morto com um forte impacto diretamente no chão de rocha firme.

A calçada lisa de pedra cinza se cobriu de um vermelho sujo e nada brilhante.


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