Capítulo 7: O Juízo do Guardião
O submundo estava envolto em uma calma inquietante. Gtx caminhava entre as sombras, sentindo o poder recém-dominado que pulsava em sua essência. Ele passara por um intenso treinamento, alcançando habilidades que nunca imaginou serem possíveis. Cada passo no submundo parecia mais leve, e ele sentia que estava finalmente pronto para enfrentar o que quer que fosse. Mas a paz seria breve.
De repente, um tremor percorreu o submundo. Gtx olhou para o céu, e sua expressão de confiança deu lugar a uma mistura de surpresa e receio. O teto sombrio se abriu, e uma luz divina atravessou o véu de trevas, desafiando as próprias leis daquele reino. Uma figura descia lentamente em meio ao brilho sagrado, irradiando poder e autoridade. Era Seraphion, o Guardião Celestial da Punição, envolto em um manto de luz que ofuscava tudo ao redor. Em suas mãos, ele segurava uma espada colossal, feita de energia celestial pura – a lendária Espada da Punição.
Gtx sentiu seu coração acelerar. Ele havia ouvido rumores sobre Seraphion, uma entidade implacável, designada para eliminar qualquer ser que ameaçasse a ordem do universo. A aura de Seraphion era esmagadora, e Gtx precisou reunir toda sua força de vontade para manter-se firme diante da presença aterradora.
Seraphion ergueu sua espada, seus olhos brilhando com uma fúria divina. Sua voz ecoou, ressoando como trovões no vazio.
– Gtx, aberração das trevas e da luz – bradou Seraphion. – Sua existência é uma afronta à ordem celestial. Eu fui enviado para erradicá-lo, em nome da pureza e da justiça dos céus.
Gtx respirou fundo, tentando conter a raiva e a frustração que cresciam em seu peito. Ele levantou as mãos em um gesto de paz, na tentativa de dialogar.
– Espere, Seraphion – disse Gtx, com a voz firme, mas cautelosa. – Eu não sou uma ameaça. Tudo o que busco é o equilíbrio entre as forças que carrego. Sou tanto trevas quanto luz... um meio-termo necessário.
Mas Seraphion não era alguém que aceitava argumentos facilmente. Seu semblante permaneceu inalterado, e ele avançou em direção a Gtx, sua espada brilhando com uma intensidade mortal.
– Cale-se! – gritou Seraphion. – O equilíbrio é uma desculpa para os fracos. Luz e trevas nunca devem se misturar. Eu, Seraphion, não permitirei que continue vivendo!
Em um movimento rápido e feroz, ele lançou-se contra Gtx. A Espada da Punição desceu em um golpe que parecia capaz de partir o submundo ao meio. Gtx mal teve tempo de reagir, desviando-se no último segundo enquanto o chão atrás dele rachava, liberando uma onda de energia celestial que o jogou para longe.
A luta estava apenas começando. Gtx ergueu-se, ofegante, enquanto Seraphion o atacava sem piedade. Cada golpe da espada era uma explosão de luz pura, que dilacerava o ar e deixava rastros de energia pelo caminho. Gtx lutava para esquivar-se, seus movimentos rápidos e precisos, mas a diferença de poder entre eles era evidente. Seraphion não dava trégua, e o forçava a se afastar mais e mais.
Os golpes de Seraphion atingiram-no diversas vezes, causando cortes profundos que irradiavam uma dor excruciante, como se a própria essência de Gtx fosse atacada. Em meio ao combate, Gtx percebeu que não conseguiria resistir por muito tempo. Ele estava enfrentando uma força muito além do que imaginava.
Em um último ato de sobrevivência, ele concentrou sua energia restante e conjurou sua Aura Obscura, formando uma barreira de escuridão ao redor de si mesmo. A barreira absorveu alguns dos golpes de luz, mas Gtx sabia que estava apenas ganhando tempo. Ferido e exausto, ele recuou e lançou um último olhar a Seraphion, sentindo a frustração e a vergonha de ter que fugir.
– Isso não acaba aqui, Seraphion – murmurou Gtx, desaparecendo nas sombras do submundo.
Gtx escapou, mas a batalha deixara marcas profundas em seu corpo e em sua alma. Enquanto recuava para as profundezas, sentia-se dilacerado não apenas pela dor física, mas também pela dúvida. Afinal, ele seria realmente uma aberração, uma ameaça que deveria ser eliminada?
Sozinho no silêncio do submundo, Gtx se perguntava se existia um lugar para ele no equilíbrio entre luz e trevas – ou se estava, de fato, destinado à destruição.
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