Dante estava absorto em seus pensamentos, planejando cada passo da noite que estava por vir. O banquete no Grande Salão era barulhento e movimentado como sempre, mas, para ele, tudo parecia distante. Seu prato, quase intocado, não conseguia distraí-lo da verdadeira tarefa que o aguardava. Enquanto os outros discutiam trivialidades, sua mente já estava nas profundezas da Floresta Proibida, nas runas que havia colocado cuidadosamente, e nas acromântulas que ele planejava enfrentar.
Quando o jantar terminou, ele se levantou de forma discreta e saiu do Salão, caminhando em direção aos corredores sombrios que levavam para fora do castelo. O ar noturno era fresco, quase gelado, mas carregava uma energia pulsante. As estrelas brilhavam intensamente no céu escuro, e a lua iluminava o caminho que levava para os terrenos de Hogwarts. As torres imponentes do castelo pareciam observá-lo enquanto ele se aproximava da entrada da Floresta Proibida.
Dante sabia que o momento de testar suas runas havia chegado. O silêncio da noite e o sussurro das folhas no vento eram os únicos sons que o acompanhavam enquanto ele passava pela beira da floresta. O terreno irregular, coberto por raízes e pedras, não o incomodava. Ele conhecia bem aquele lugar, apesar de seus perigos. Já havia explorado aquelas terras antes, mas dessa vez seria diferente. Dessa vez, ele tinha uma estratégia.
Ao entrar na floresta, as sombras começaram a envolvê-lo, e a densa copa das árvores bloqueava boa parte da luz da lua. Dante sentia o coração acelerar, mas não era por medo — era excitação. A adrenalina corria em suas veias enquanto ele avançava em direção à primeira posição de runas. Cada passo parecia ecoar no silêncio pesado da floresta, e os sons das criaturas noturnas eram abafados pela escuridão.
Ele chegou ao primeiro ponto estratégico, uma árvore retorcida onde havia colocado uma das runas cegantes. Observou o ambiente ao seu redor, seus sentidos aguçados captando cada detalhe. O vento assobiava levemente, e Dante soube que o momento estava próximo. Sabia que as acromântulas rondavam aquela área, caçando durante a noite. Era apenas uma questão de tempo até que ele as atraísse.
Dante se abaixou junto a uma rocha e retirou de sua bolsa alguns itens que havia preparado para a batalha. Além das runas, ele carregava consigo uma variedade de poções, incluindo uma de visão noturna, que ele rapidamente ingeriu, permitindo-lhe ver claramente na escuridão. Seus olhos brilharam em um tom esverdeado enquanto se adaptavam à nova percepção. Ele também tinha sua varinha pronta, uma extensão de sua vontade e magia, que ele usaria em conjunto com as runas.
Não demorou muito para que ele sentisse o movimento ao longe. O som de patas longas e grossas se arrastando pela vegetação. O farfalhar das folhas era quase imperceptível, mas Dante estava atento. Ele sabia que as acromântulas eram predadoras inteligentes e astutas, e que sempre atacavam em grupo. A primeira delas apareceu ao longe, seus olhos múltiplos refletindo a luz fraca da lua que penetrava pelas frestas da copa das árvores.
Dante manteve sua posição, observando-a se aproximar lentamente. Quando a criatura estava perto o suficiente, ele ergueu a varinha e ativou a primeira runa. A luz cegante explodiu do tronco da árvore, atingindo diretamente os olhos da acromântula. Um guincho agudo ecoou pela floresta quando ela recuou, desorientada. Esse foi o sinal. Outras começaram a emergir das sombras, atraídas pelo som da companheira ferida.
A luta havia começado.
Dante se moveu rapidamente, correndo em direção à próxima runa. As acromântulas não eram rápidas, mas sua vantagem estava no número. Eram pelo menos cinco, e ele sabia que precisaria usar cada runa e cada encantamento que havia planejado. A próxima runa estava escondida em uma pedra perto de uma árvore caída. Ele a ativou com um gesto rápido da varinha, e uma explosão de magia ergueu uma barreira ao redor dele, protegendo-o momentaneamente dos ataques das criaturas.
As aranhas gigantes tentavam rodeá-lo, mas Dante era mais rápido. Ele lançou um feitiço de fogo, atingindo uma das acromântulas que tentava se aproximar. O som da criatura em chamas foi abafado pelos gritos das outras, que recuaram por um momento. Mas não demoraria para que se reagrupassem.
Dante não hesitou. Sabia que sua única chance era manter as aranhas desorientadas e fora de equilíbrio. Ele correu para a próxima posição de runas, onde havia espalhado três delas em um padrão triangular ao redor de uma clareira. Quando as acromântulas chegaram perto, ele ativou todas ao mesmo tempo. A luz cegante explodiu em todas as direções, e uma das criaturas foi atingida diretamente no rosto, caindo pesadamente no chão.
A clareira agora estava cheia de sombras em movimento, enquanto as acromântulas tentavam se reorganizar. Dante usou a vantagem de surpresa para atacar novamente, lançando feitiços de corte e fogo em rápida sucessão. As runas, estrategicamente posicionadas, estavam funcionando exatamente como ele havia planejado. Elas cegavam, desorientavam e criavam brechas para que ele pudesse atacar e se reposicionar.
Uma das acromântulas, maior que as outras, conseguiu se aproximar mais do que o esperado. Com um salto ágil, ela tentou atingir Dante com suas patas frontais, mas ele estava preparado. Com um rápido movimento da varinha, ele ativou uma runa de barreira, bloqueando o ataque a poucos centímetros de seu corpo. A força da criatura fez a barreira tremeluzir, mas ela manteve sua posição firme.
Dante sabia que não poderia manter a barreira por muito tempo. Ele a dissipou deliberadamente e rolou para o lado, escapando do alcance da acromântula. Ao se levantar, lançou um feitiço explosivo diretamente contra a criatura, que foi lançada para trás com o impacto. O som da explosão ecoou pela floresta, e as outras acromântulas recuaram momentaneamente, hesitando antes de avançar novamente.
Ele correu para um ponto onde havia colocado outra runa, essa escondida em uma pedra próxima a um arbusto. Quando as aranhas se aproximaram, ele ativou a runa, e uma explosão de luz brilhou ao redor, cegando as criaturas mais uma vez. Elas guincharam em desespero, balançando suas patas desorientadas enquanto tentavam recuperar o controle.
Dante respirava rapidamente, sentindo o cansaço começar a pesar em seus músculos, mas ele não podia parar. O confronto estava longe de terminar, e ele sabia que uma única falha poderia ser fatal. Usando a vantagem da desorientação das acromântulas, ele lançou uma sequência de feitiços que atingiram as criaturas com força. Uma delas caiu de costas, suas patas se debatendo no ar, enquanto as outras recuavam, hesitantes.
A maior das acromântulas, aquela que parecia liderar o grupo, avançou novamente. Seus olhos brilhavam de raiva, e suas patas perfuravam o chão com força enquanto ela se aproximava de Dante. Ele sabia que essa seria a batalha final, e estava pronto para usar sua última e mais poderosa runa.
Ele se moveu rapidamente, levando a criatura para o local exato onde havia posicionado a runa central, aquela que ele havia gravado na grande rocha na clareira. Quando a acromântula estava perto o suficiente, Dante ergueu a varinha e ativou o encantamento. A rocha brilhou intensamente, e uma explosão mágica irradiou em todas as direções.
A força da magia foi suficiente para lançar a acromântula para trás, jogando-a contra uma árvore com um impacto violento. As outras criaturas, já feridas e desorientadas, recuaram completamente, desaparecendo nas sombras da floresta. Dante ficou de pé no centro da clareira, seu corpo exausto, mas sua mente focada. Ele havia vencido.
O silêncio da floresta retornou lentamente. O som das criaturas desaparecendo ao longe trouxe uma sensação de alívio. Dante observou o local ao seu redor, vendo as runas brilharem suavemente antes de se apagarem, cumprindo seu propósito. Ele sabia que aquela vitória era apenas um começo. Mais desafios viriam, e mais runas precisariam ser criadas.
Com o corpo ainda tenso da batalha, Dante olhou para o céu. A lua estava alta, e as estrelas brilhavam intensamente, iluminando a escuridão da noite. Ele respirou fundo, sentindo o ar fresco preencher seus pulmões e, por um breve momento, permitiu que uma sensação de satisfação o envolvesse. Havia conseguido derrotar as acromântulas e testar suas runas com sucesso. Era hora de voltar ao castelo e refletir sobre tudo o que havia aprendido.
Enquanto caminhava de volta pelos sinuosos caminhos da floresta, ainda atento aos sons ao seu redor, algo incomum chamou sua atenção. A uns 10 metros à frente, uma luz brilhante e intensa surgiu por entre as árvores, movendo-se rapidamente. Dante parou e observou com mais cuidado. Não demorou muito para que ele percebesse o que era — um unicórnio. A criatura mítica, rara e majestosa, movia-se com uma graça etérea, sua crina prateada flutuando enquanto trotava em meio às sombras da floresta. O brilho suave que emanava do unicórnio contrastava fortemente com a escuridão ao redor, criando uma visão quase surreal.
Dante ficou parado, silencioso e maravilhado. Ver um unicórnio era algo raro, mesmo para um estudante de Hogwarts. Apenas os mais sortudos ou aqueles destinados a encontros mágicos testemunhavam tal criatura. Ele soube naquele instante que tinha sido agraciado mais uma vez pela presença de algo tão puro e intocável.
No entanto, o momento de serenidade foi interrompido bruscamente. Dante, ainda focado na figura do unicórnio, viu algo sinistro se movendo logo atrás. Uma densa e ameaçadora fumaça preta, quase como uma sombra viva, rastejava pela floresta, seguindo o unicórnio. A atmosfera ao redor da criatura escureceu e o ar pareceu ficar mais pesado e frio. Dante franziu o cenho, o coração acelerando novamente, mas desta vez não por excitação, e sim por apreensão. Ele conhecia aquela presença, ou pelo menos achava que conhecia.
A fumaça negra movia-se com precisão, como se tivesse consciência, perseguindo o unicórnio com uma intenção sombria. Dante, percebendo a seriedade da situação, instintivamente se abaixou atrás de uma árvore para se esconder. Ele observou a perseguição em silêncio, tentando entender o que estava acontecendo. A princípio, a única criatura que veio à sua mente foi um dementador. Aquele frio, a escuridão opressora, eram sinais inconfundíveis de sua presença. Mas algo estava errado. "Dementadores estão sob controle do Ministério", pensou ele, lembrando-se dos livros que havia lido.
Enquanto observava, porém, começou a perceber que aquilo não era exatamente como os dementadores que conhecia. O movimento da fumaça era mais ágil, mais direcionado e parecia mais... consciente. Havia uma intenção maligna nela que Dante não conseguia explicar. "Mas o que poderia ser?", ele se perguntava, suas mãos apertando a varinha enquanto o medo e a curiosidade se misturavam em sua mente.
O unicórnio galopava desesperado, saltando sobre troncos e desviando de galhos enquanto fugia da sombra negra. O contraste entre o brilho prateado da criatura e a escuridão opressiva que a seguia era nítido e perturbador. Dante sentiu um frio na espinha, algo dentro dele o alertava de que aquela presença não era um simples dementador. Não, aquilo era muito pior.
Sem que Dante soubesse, o que ele estava testemunhando era algo muito mais sinistro. Aquela sombra era, de fato, a essência de Lord Voldemort, que, na forma de um ser de fumaça, estava faminto por algo que o unicórnio possuía: sua vida pura e intocada. Voldemort, em sua forma reduzida e imaterial, estava se alimentando da força vital dos unicórnios para sobreviver, já que não conseguia manter sua forma física. Dante, contudo, ainda não sabia que estava frente a frente com o maior bruxo das trevas da história.
A hesitação tomou conta de Dante. Ele poderia intervir? Ele deveria intervir? Os ensinamentos da escola diziam para não se envolver com criaturas como os unicórnios, que mereciam respeito e distância. Mas, ao mesmo tempo, deixar uma criatura tão pura e inocente ser capturada por aquilo parecia errado. O dilema crescia em sua mente, mas antes que pudesse tomar uma decisão, o unicórnio soltou um grito agudo e assustado, quase como um pedido de socorro, enquanto a sombra parecia estar prestes a envolvê-lo completamente.
Num impulso, Dante ergueu a varinha. Não podia simplesmente ficar parado. Ele não sabia exatamente o que aquela coisa era, mas sabia que precisava pelo menos tentar fazer algo.
"Ativar!" — bradou ele, ativando a runa que estava numa próxima, ao ativar a runa ele se concentrou em concentrar a luz na criatura de fumaça preta .
Uma explosão de luz branca e brilhante irrompeu da ponta de sua varinha, iluminando a floresta ao seu redor e dissipando momentaneamente as sombras que cercavam o unicórnio. A criatura parou por um momento, relinchando em alívio e, com um salto rápido, desapareceu na escuridão da floresta, fora do alcance da fumaça preta.
A sombra, por sua vez, recuou um pouco, parecendo desorientada com a luz repentina, mas não por muito tempo. Em questão de segundos, a fumaça voltou a se concentrar, como se tivesse percebido a interferência de Dante. Ele sentiu o ar ao seu redor esfriar ainda mais, e a presença daquela coisa começou a se aproximar dele.
Dante deu um passo para trás, o coração batendo em seu peito como um tambor descontrolado. A sombra à sua frente começou a mudar, se transformando lentamente. O que antes era uma forma indefinida de fumaça negra agora parecia se condensar, assumindo contornos humanos. O que mais o chocava era que a criatura parecia estar vestindo um capuz, o que lhe dava uma aparência fantasmagórica e ao mesmo tempo aterradora. "Quem ou o quê é isso?" pensou ele, com o sangue gelando. Dante nunca tinha ouvido falar de um feitiço que pudesse transformar alguém em fumaça e ainda permitir que voasse livremente. A ideia o perturbava. Ele mesmo tinha pensado em maneiras de alterar a própria forma para ganhar vantagem em batalha, mas transformar-se em algo tão etéreo e mortífero era uma ideia que jamais lhe ocorrera.
A figura encapuzada se aproximava, movendo-se silenciosamente, como um predador prestes a atacar sua presa. Dante, que já se considerava calejado pelas batalhas que travara, nunca se sentira tão vulnerável. Ele agarrou sua varinha com mais força, tentando calcular suas opções. Contudo, o medo crescia à medida que a distância entre ele e a figura diminuía. Era como se o ar ao redor tivesse se tornado mais denso, opressor.
A respiração de Dante ficou mais rápida quando a sombra — agora claramente um bruxo — estendeu a mão sob o manto, puxando algo de dentro. "Uma varinha..." percebeu Dante. O brilho verde que começava a se formar na ponta do artefato confirmou suas piores suspeitas. Ele conhecia aquela cor, aquele brilho sinistro. Era o feitiço da morte. Avada Kedavra. Um dos três feitiços imperdoáveis, capaz de matar com um simples toque de sua energia letal. Se fosse atingido por aquilo, não haveria escapatória.
O mundo pareceu desacelerar ao redor de Dante, seu instinto de sobrevivência tomando o controle. Ele sabia que precisava agir rápido ou seria seu fim. A mente dele funcionava a mil por hora, buscando uma solução para uma situação aparentemente impossível. Em um lampejo de inspiração, ele teve uma ideia. "Ofuscar a visão. Criar uma distração," pensou ele. E então, antes mesmo que o oponente pudesse lançar o feitiço, Dante apontou sua varinha para o chão diante de si e gritou:
"Bombarda!"
O feitiço explodiu com uma força surpreendente, levantando uma nuvem de poeira, terra e detritos que envolveu a área ao redor de Dante. A explosão reverberou pela floresta, assustando criaturas próximas e até fazendo as folhas das árvores tremerem com o impacto. A tática tinha um objetivo simples: ofuscar a visão do inimigo e ganhar tempo para planejar sua próxima jogada.
Ele sabia que não poderia ficar ali parado. A nuvem de poeira era temporária, e o bruxo encapuzado logo recuperaria sua visão. Dante precisava de uma estratégia rápida, algo que pudesse tirá-lo daquela situação ou, no mínimo, equilibrar a luta. Seus olhos correram ao redor da floresta, procurando por algo que pudesse usar a seu favor. As runas! Claro, ele havia posicionado várias runas estratégicas na floresta antes de voltar ao castelo. Algumas delas ainda estavam ativas, esperando para serem acionadas.
Mas então a arvore a qual Dante estava se escondendo logo foi destruída por um feitiço, a criatura de antes usou um feitiço para destruir Dante percebeu então que não teria escapatória teria que lutar de frente contra esse ser.