Os três encapuzados observavam o orfanato em chamas, os gritos das crianças sendo abafados pelo rugir das chamas. Suas risadas cortavam o ar gelado da noite, desprovidas de qualquer empatia, carregadas apenas de um desprezo cruel.
"Você pode ouvir isso?" disse o primeiro encapuzado, com uma voz fria e sarcástica. "Essas criancinhas trouxas gritando por suas vidas... Não é uma sinfonia perfeita? Toda essa dor, todo esse medo... Eles não têm ideia do quão insignificantes são."
O segundo encapuzado assentiu, rindo de forma asquerosa. "Trouxas inúteis. Esse mundo está melhor sem eles. Nós, sangue-puros, estamos apenas fazendo o que é necessário. Esse orfanato era uma praga, abrigando o lixo da sociedade. Agora, está purificado."
"Quem se importa com eles?" acrescentou o terceiro, seus olhos brilhando com maldade sob o capuz. "Eles são apenas vermes. Queimá-los é uma forma de diversão. Isso os ensina a lição que merecem por existirem no mesmo mundo que nós."
Enquanto Dante ouvia aquelas palavras, seu corpo começou a tremer, não de medo ou dor, mas de uma raiva tão intensa que parecia querer explodir de dentro dele. O ar ao seu redor começou a vibrar, e ele sentiu a antiga energia que habitava dentro dele começar a despertar, crescendo em intensidade com cada palavra que saía da boca daqueles monstros.
"Vocês... fizeram isso... por diversão?" Dante murmurou, sua voz grave e cheia de ódio. "Vocês queimaram um orfanato cheio de crianças inocentes... porque acham que são superiores? Acham que a vida delas não vale nada só porque não têm o mesmo sangue que vocês?"
Os encapuzados riram em resposta, sem qualquer medo. "Oh, olha só, ele está bravo," disse o primeiro, zombando. "Quem diria que alguém como você teria algum carinho por esses pequenos vermes? Você acha que pode nos impedir? Nós, sangue-puros, fazemos o que queremos. E se tivéssemos percebido que você não estava lá dentro, teria sido mais fácil para nós... Mas no fim, eles queimaram igual."
A raiva de Dante atingiu seu ápice. Ele sentiu o poder dentro de si crescendo, como um vulcão prestes a entrar em erupção. Ele rugiu, um som que fez o próprio ar ao redor tremer. O céu, que antes estava claro, escureceu de repente, como se a própria natureza respondesse à sua fúria. As nuvens se juntaram, densas e ameaçadoras, bloqueando as estrelas e a lua. Relâmpagos começaram a cortar o céu, e o vento se intensificou, soprando com força enquanto pequenos furacões se formavam nos arredores de Londres, espalhando pânico por toda a cidade.
Os encapuzados, que antes riam, agora olhavam para Dante com expressões de puro terror. Eles nunca haviam visto ou sentido algo assim. A aura vermelha como sangue que rodeava Dante pulsava com uma energia sombria e perigosa, tornando a atmosfera ao redor dele pesada, quase sufocante.
"Isso... isso não é possível," gaguejou o segundo encapuzado, recuando instintivamente. "Ninguém pode ser tão poderoso nem mesmo nosso mestre é tão poderoso assim impossível um sangue ruim como você ser mais poderoso que Lord Voldemort."
Dante ainda estava ajoelhado, o corpo tremendo de ódio e raiva enquanto a memória das palavras cruéis dos encapuzados ecoava em sua mente. O orfanato, onde crianças inocentes estavam sendo queimadas vivas, ainda ardia em chamas intensas, iluminando a noite escura. No entanto, a ira de Dante era tamanha que o próprio clima começou a reagir à sua fúria.
As nuvens negras se aglomeraram mais rapidamente no céu, como se fossem atraídas pela energia sombria que emanava de Dante. Relâmpagos começavam a rasgar os céus, lançando raios que atingiam o chão e prédios ao redor, criando explosões e incêndios. O som dos trovões era ensurdecedor, como se a própria natureza estivesse gritando em agonia junto com ele.
Na rua, os trouxas começaram a correr em pânico, olhando para o céu com medo nos olhos. Os furacões se formavam rapidamente, pequenos no início, mas cresciam em intensidade e força, arrancando telhados, carros e até pessoas do chão. Os ventos uivantes varriam Londres, enquanto os relâmpagos caíam incessantemente, atingindo prédios e causando destruição por toda parte.
"Meu Deus, o que está acontecendo?" gritou uma mulher enquanto corria, segurando a mão de seu filho. "Isso é o fim do mundo?"
Outros gritavam e choravam, tentando se proteger da fúria da tempestade que parecia não ter fim. Os furacões agora se espalhavam pela cidade, devastando tudo em seu caminho, enquanto o céu escurecia completamente, bloqueando qualquer luz natural.
No Ministério da Magia, o caos também havia se instalado. Alarmes soavam em todas as direções, ecos de sirenes mágicas ressoando pelos corredores enquanto bruxos e bruxas corriam freneticamente tentando entender o que estava acontecendo.
"Alguém, me diga o que diabos está acontecendo lá fora!" rugiu Alastor Moody, o Auror veterano, conhecido por seu olho mágico que tudo via. Ele estava no centro da sala de controle, seus olhos fixos em uma série de imagens projetadas magicamente, mostrando a devastação que ocorria em Londres.
"Relatórios estão chegando de toda a cidade, senhor!" respondeu uma jovem bruxa, apavorada. "Furacões se formaram do nada, relâmpagos estão atingindo o solo e... e... o céu..."
"O céu está em fúria," completou Moody, sua voz baixa e grave. "Isso não é natural. Algo ou alguém está causando isso. E seja lá o que for, é poderoso."
De repente, o olho mágico de Moody girou freneticamente em sua órbita, captando algo além das imagens. Ele se virou para a janela da sala de controle e olhou para fora, seus olhos arregalados em surpresa. No céu, um enorme olho de furacão estava se formando, seu centro brilhando com uma luz vermelha intensa, como se fosse o próprio olho da tempestade, observando tudo abaixo.
"Por Merlin," sussurrou Moody. "Como esse clima pode aparecer de repente só pode ser magico mas como isso é possível, como?"
"Senhor, o que fazemos?" perguntou um jovem auror ao seu lado, o rosto pálido de medo.
"Formem equipes, agora!" Moody ordenou, recuperando o controle. "Apareçam nas ruas de Londres, façam o possível para proteger os trouxas e descubram o que está causando isso. Eu vou para lá agora. Não há tempo a perder!"
Moody desapareceu com um estalo, reaparecendo nas ruas de Londres em meio ao caos. Os ventos eram tão fortes que quase o derrubaram ao chegar, mas ele se manteve firme, seu olho mágico girando enquanto examinava a área.
Quando olhou para cima, viu claramente o enorme olho do furacão girando acima dele, seu centro brilhando com uma luz ameaçadora. Moody sabia que aquilo não era apenas uma tempestade; era a manifestação de algo muito mais perigoso.
Outros aurores começaram a aparecer ao seu lado, todos com expressões de horror ao verem o que estava acontecendo. "O que é isso, Moody?" um deles perguntou, a voz tremendo. "Nunca vi nada assim..."
"Nem eu," admitiu Moody, "mas temos que deter isso antes que destrua toda a cidade. Preparem-se para o pior. Vamos para o centro daquele furacão. Seja lá o que for, está lá."
Os aurores assentiram e, juntos, começaram a se mover na direção do olho do furacão. Os ventos e relâmpagos tornavam cada passo difícil, mas eles continuaram, determinados a descobrir a fonte daquela catástrofe.
Enquanto os aurores avançavam contra a tempestade, em um local distante de Londres, uma cena muito diferente se desenrolava. Em uma propriedade isolada, cercada por uma densa floresta, um homem e uma mulher alimentavam calmamente uma coleção de criaturas mágicas. Os animais, de várias espécies exóticas, eram mantidos em grandes recintos, cuidadosamente cuidados por seus guardiões.
Enquanto cuidavam dos animais, um estrondo ensurdecedor ecoou pelo céu, chamando sua atenção. Olhando para cima, viram seu Thunderbird, uma imponente ave mágica, rugir para o céu. Relâmpagos dançavam ao seu redor, como se estivesse respondendo a uma chamada distante, algo que perturbava a própria essência da criatura. Logo, uma silhueta familiar se materializou diante deles. Um Qilin, uma criatura majestosa, cuja presença significava a iminência de grandes mudanças.
"Oh, velha amiga, há quanto tempo," disse o homem, sua voz suave e respeitosa.
O Qilin, com seus olhos profundos e sábios, fixou seu olhar no homem, transmitindo uma mensagem silenciosa, mas poderosa. Ele então voltou seu olhar para a barriga volumosa, revelando que estava prenha. Ambos os guardiões entenderam imediatamente o significado. Um novo Qilin estava para nascer, e isso só acontecia em tempos de grande tumulto, quando o equilíbrio do mundo mágico estava prestes a ser alterado.
"O que devemos fazer?" perguntou a mulher, a ansiedade evidente em seu tom.
"Como da última vez," respondeu o homem, seu olhar agora firme, "devemos alertar Dumbledore. Algo grande está por vir, e precisamos nos preparar."
Em Nurmengard, uma cela escura e fria abrigava uma figura agora desperta, uma pessoa que há muito tempo estava adormecida, tanto física quanto mentalmente. Ele acordou com um sobressalto, sua respiração pesada e irregular, o suor escorrendo por seu rosto. Tinha acabado de ter uma visão, mas não qualquer visão; era uma premonição do futuro.
Ele viu uma figura poderosa, sem varinha, conjurando magia em uma escala que nunca antes havia sido vista. Magia sem esforço, destruindo tudo em seu caminho, derrubando bruxos, especialmente aqueles que se orgulhavam de sua pureza de sangue. O homem viu, em sua visão, a queda de várias famílias que outrora o apoiaram em sua busca pelo poder.
Ele começou a rir, uma risada perturbadora que ecoava pela cela, agarrando seu rosto com as mãos, seus olhos arregalados em um misto de loucura e temor.
"Impossível, não... não pode ser... Como um nascido-trouxa pode ser tão poderoso? Somente os de sangue puro deveriam ter esse poder. E esse nascido-trouxa... ele estava protegendo os trouxas, miseráveis!" Sua voz tremia de raiva e incredulidade. "E aquele poder... nem mesmo a Varinha das Varinhas deveria ser capaz de tal feito. Isso... isso deve ser um sonho, claro que é um sonho!" Ele continuava a rir, mas a loucura em seu olhar só se intensificava.
Enquanto isso, de volta à cena de Dante, a aura vermelha ao seu redor crescia em intensidade, como um fogo que se alimentava de sua fúria. Ele se levantou lentamente, seus olhos brilhando com um ódio que parecia inextinguível. O poder dentro dele rugia, uma força antiga, como se o próprio tecido do universo estivesse se dobrando à sua vontade.
Os encapuzados, que antes o ridicularizavam, agora estavam completamente dominados pelo terror. Seus rostos estavam pálidos, seus corpos tremendo enquanto recuavam, o medo os consumindo.
"O que... o que você é?" um deles gaguejou, sua voz quebrada pelo pavor.
Dante não respondeu. Apenas levantou a cabeça, os olhos fixos nos deles, e rugiu, um som que reverberou pelo ar, fazendo o solo tremer. O céu escureceu ainda mais, as nuvens girando em torno dele, formando um vórtice de pura escuridão que se conectava ao furacão crescente.
Em um último e desesperado ato de defesa, os encapuzados tentaram lançar a Maldição da Morte contra Dante. Mas o feitiço, que deveria ceifar vidas instantaneamente, foi absorvido pela aura vermelha ao redor dele, desaparecendo como uma faísca apagada por uma tempestade.
A descrença se espalhou pelos rostos dos bruxos, mas antes que pudessem processar o que estava acontecendo, Dante ergueu sua mão. Sem qualquer hesitação, ele liberou um poder avassalador. As cabeças dos três encapuzados explodiram em um instante, como se esmagadas por uma força invisível, espalhando sangue e pedaços de carne pelo chão. O silêncio que se seguiu foi absoluto, exceto pelo som do vento uivante e dos trovões distantes, que ecoavam a fúria de Dante.
E enquanto o céu de Londres se tornava uma visão de caos, as forças mágicas e não-mágicas lutavam para compreender e controlar o que estava prestes a se desdobrar. As nuvens se entrelaçavam em redemoinhos de escuridão, relâmpagos iluminavam o horizonte, e o vento uivava como se a própria natureza estivesse em desespero. O destino de muitos agora dependia de um jovem bruxo cujo poder parecia não ter limites, mas que, naquele momento, estava à mercê de uma dor inimaginável.
Dante voltou seu olhar desesperado para o orfanato. As vozes das crianças, que antes ressoavam em seus ouvidos como um farol de vida, haviam se silenciado. O fogo maldito, uma entidade selvagem e cruel, consumia tudo em seu caminho, reduzindo a cinzas o que antes era um lugar de refúgio. E, no fundo, ele sabia que aquele lugar era mais que um simples abrigo; era o único lar que ele conhecia.
As lágrimas começaram a brotar em seus olhos enquanto ele sentia o peso esmagador da impotência. Em um último e desesperado esforço para salvar o que restava, Dante levantou as mãos instintivamente, buscando algo, qualquer coisa, que pudesse deter a catástrofe iminente. Acima dele, o olho do furacão, uma força destrutiva e indiferente, começava a se formar. A rotação das nuvens criava um vórtice de destruição que ameaçava engolir tudo ao seu redor.
Então, como se fosse guiado por uma vontade própria, o olho do furacão começou a descer em direção ao fogo. O fogo maldito, ciente do perigo iminente, rugiu em fúria, emitindo sons que eram mais que meras chamas – eram lamentos de criaturas agonizantes, de almas aprisionadas em sua fúria. Formas de animais feitos de fogo surgiram das chamas, criaturas deformadas e selvagens, que avançaram para enfrentar os ventos com uma ferocidade desesperada.
Mas os ventos eram implacáveis, uma força avassaladora da natureza que não podia ser desafiada. As criaturas de fogo foram obliteradas, suas formas distorcidas desaparecendo como sombras diante da luz. O fogo, que havia consumido tudo com sua fúria, foi esmagado pela pressão do furacão, que não deixava nada além de cinzas em seu caminho. E quando o vento finalmente atingiu o orfanato, o que Dante temia que seria a destruição completa, revelou-se como uma força purificadora. As chamas foram extintas, varridas da existência, deixando apenas as ruínas carbonizadas de um lar perdido.
Dante caiu de joelhos diante da devastação. Seus olhos, antes brilhando com o vermelho da ira e da dor, agora estavam ofuscados pelas lágrimas que corriam livremente por seu rosto. Embora ele não tivesse amigos naquele lugar, aquelas paredes abrigavam as únicas pessoas que ele tinha no mundo. A zeladora, uma senhora bondosa que o acolhera quando ninguém mais o fez; as crianças, inocentes e cheias de vida, que agora não passavam de memórias, vítimas de uma crueldade inimaginável.
A dor em seu peito era insuportável. Ele havia evitado o apego, se distanciado para não sentir a perda, mas naquele momento, toda a sua fachada de indiferença desabou. Ele compreendia, da maneira mais dolorosa possível, que aquelas pessoas eram sua família, a única família que ele conhecera. E agora, elas estavam mortas, destruídas em um piscar de olhos por aqueles que queriam destruí-lo.
Dante nunca havia imaginado que eles seriam capazes de algo tão monstruoso. Ele acreditara, em sua ingenuidade, que seus inimigos seriam discretos, que não atacariam os inocentes. Mas ele estava errado, terrivelmente errado. A realidade de sua própria idiotice o atingiu com uma força esmagadora, e ele se amaldiçoava por não ter previsto essa possibilidade.
As lágrimas continuavam a fluir enquanto a culpa e a dor o consumiam. Seus olhos, agora de volta ao seu negro profundo, pareciam poços sem fundo, refletindo o vazio e a escuridão que o cercavam. O clima em torno de Londres começava a retornar ao normal, mas para Dante, nada seria normal novamente. O cansaço, físico e emocional, o derrubou para a frente, e ele caiu ao chão, com o rosto molhado pelas lágrimas desmaiando no local. A chuva começou a cair suavemente, como se o céu estivesse chorando junto com ele, compartilhando de sua tristeza profunda e imensurável.
Ao longe, através da cortina de chuva, podia ser visto várias vassouras voando em sua direção. Alastor Moody e outros aurores se aproximavam rapidamente, seus corações apertados por terem visto o olho do furacão descer e, em seguida, testemunharem a ascensão do fogo maldito, um fogo que eles conheciam bem. Eles sabiam que algo terrível estava acontecendo, e aumentaram a velocidade, temendo o pior.
Quando finalmente chegaram ao local, Alastor Moody foi o primeiro a aterrissar, e seu olhar imediatamente foi para as ruínas do orfanato, agora nada mais do que um amontoado de escombros encharcados pela chuva. Seu coração, endurecido por anos de batalhas e perdas, apertou-se diante da cena. Ele se lembrava daquele lugar pois estava ali naquele mesmo dia ele se lembra dos risos das crianças no fundo enquanto fazia as perguntas para a zeladora, e agora, só restava a devastação.
"Alastor Moody senhor, aqui encontramos os possíveis culpados" disse um dos aurores.
Moody então se aproximou e viu lá 4 pessoas três delas sendo adultos e tiveram suas cabeças possivelmente explodidas e uma criança no meio aparentemente sem ferimentos ele logo falou. "Rápido peguem as varinhas deles vamos ver quais foram os seus últimos feitiços para sabermos o culpa disso tudo e levem o garoto para o St. Mungus para checar a sua saúde e comecem já a investigação"
"Sim senhor" responderam os aurores ao redor, porem quando foram pegar Dante Apoliom logo desceu e ficou nas costas dele chiando para os aurores.
"Calma amiguinho não vamos machuca-lo estamos tentando ajudar" disse um dos aurores, Apoliom se acalmou um pouco mais ainda estava atento, os aurores então flutuaram Dante e logo foram embora com ele para St. Mungus.